Conversa entre os grandes

20/11/2014 às 14:48
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Este texto visa a tratar de forma descomplicada e simples as soluções apresentadas pelos grandes filósofos sobre de como é possível o homem produzir conhecimento.

Em um diálogo, interno, sobre como os grandes pensadores de diversas épocas resolveram o grande enigma de como o homem poderia produzir conhecimento, me fez chegar a um debate que passo a chamar de Conversa entre os grandes.

Platão: inicia a conversa dizendo: Ari meu filho, não adianta, os meros mortais nunca produzirão conhecimento, porque o conhecimento não está no mundo sensível, o que temos aqui é uma cópia abstrata do que realmente é, e o original fica no mundo das ideias que somente através da alma podemos chegar ao mundo perfeito no qual todas as coisas são imutáveis.

Aristóteles: começa seu discurso com a seguinte frase: Meu grande, não devemos partir do pressuposto de que as ideias vêm de algo intocável, as ideias nada mais são do que experiências adquiridas com a observação dos objetos para a formulação da ideia desses, meu estimado amigo Platão lhe digo que há seis formas para se adquirir o conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e ituição, assim, nobre mestre qualquer pessoa pode produzir conhecimento. Não é mesmo mestre Parmênides?

Parmênides: Senhores, não é possível criar nada, tudo que temos sempre existiu e nada foi criado, assim o que é, é, e não pode não ser; o que não é, não é, e não pode ser. E vou mais além, cavalheiros, o que é, pode ser pensado ou conhecido, expresso ou relamente nomeado; o que não é, não pode e pronto. Meu grande amigo Heráclito confirma minha tese?

Heráclito:  Faço de sua fala a minha partida nobre senhor, concordo que há necessidade do conhecimento ser puramente empírico, agora, nada é permanente, tudo está em constante mutação senhores, é impossível entrar no mesmo rio duas vezes. As águas já são outras e nos já não somos os mesmo. Grande mestre Descartes vem vindo e certamente me acompanhará nessa nobre disputa.

Descartes: Vocês estão loucos, todos somos produtores de conhecimento e fazemos isso a todo instante, temos algo chamado intelecto onde fica as faculdades essenciais do homem e essas faculdades estão dividas em dois grupos que são: a intuição e a dedução, ora, além do mais, jamais poderemos duvidar de nossa existência, se penso logo existo! Os nobres cavalheiros não acreditam no mais obvio que é a existência de Deus, agora me veêm com um monte de ideias malucas sobre a produção de conhecimento, como pode um ser mortal, imperfeito criar algo tão perfeito e imutável como Deus! Com toda vênia colegas, vocês estão loucos.  Não é mesmo Hume?

Hume: o conhecimento vem por meio das ideias que relacionam-se entre si por uma espécie de atração mútua necessária entre elas. Conhecemos as coisas por três métodos, semelhança, contiguidade e causalidade. Senhores o conhecimento é uma impressão e percepção que, por ser imediata e actual, é viva e intensa, que consiste na reflexão da mente sobre uma impressão. Esta reflexão recorre à memória e à imaginação. Tudo muito simples e sem complicação senhores, não é mesmo Geilton?

Geilton: Estimados pensadores e contribuintes, para e evolução na arte do pensar humano, o pensamento dos nobres são de grande valia para a atual modernidade, o conhecimento é adquirido por meio das várias formas que vocês citam em seus grandes discursos.

Quanto ao produzir conhecimento é possível sim, produzimos conhecimento quando organizamos uma sociedade com seus valores e costumes, os senhores produzem conhecimento quando nos ensina a cultura de vocês, o homem evolui a cada geração e traz novos conhecimentos em suas vastas instituições, seja na medicina com a descoberta da cura em várias enfermidades, na criação de novos edificios e tecnologias para atender toda a demanda do saber, aprendemos a interpretar as várias linguas faladas em nosso planeta.

Senhores filósofos os homens não só produzem conhecimento como os aperfeiçoam a cada dia. A forma diferente de você enxergar uma maçã não quer dizer que ela não seja uma maçã.  Aprendemos com vocês como produzir conhecimento, se não, seria uma controversa de nosso aprendizado.

Platão nos ensina a pensar, usa o mundo em que o imperfeito se torna perfeito, Aristóteles nos mostra a percepção das coisas usando, talvez, a mesma imaginação do grande mestre Platão. Parmênides embarca em uma linha de racíocinio de que não podemos criar nada e se contradiz dizendo que tudo que está aqui sempre existiu, ora se sempre existiu teve um ponto em que foi obrigado a ser criado, seja pelo nosso senhor conforme dito pelo ilustre Descartes ou não, isso não é conhecimento? A resposta é induvidavelmente, Sim!

Heráclito concorda que as coisas são mutáveis e que jamais são as mesmas, se não podemos banhar duas vezes no rio, naturalmente se cria um novo rio a cada instante. E, Hume afirma toda nossa tese por meio de suas ideias que se correlacionam a fim de produzir conhecimento. Por isso, senhores, o homem não é só capaz de produzir conhecimento como o produz a cada instante, assim vocês o fizeram, e todos os que constestarem o farão. Cito mais uma vez Descartes: “Penso/Duvido, logo existo.”

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Sobre o autor
Geilton Gomes de Assis

aluno do curso de Direito do Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB).

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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