Os principais desafios do mercado jurídico brasileiro, na íntegra!

01/06/2015 às 20:49
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Desafios de mercado da advocacia se apresentam, com o aumento do número de profissionais do direito e a especialização da área. O marketing jurídico se torna essencial para se sobressair.

Os principais desafios do mercado jurídico brasileiro

Um tema árduo de se enfrentar, não é mesmo? Quais são os principais desafios do mercado jurídico brasileiro?

Para facilitar a compreensão, divido em tópicos os principais temas, sem pretensão de esgotar o assunto, apenas trazendo ao debate o que chama a minha atenção neste momento.

Gestão

Neste prisma, devemos pensar que o mercado está cada vez mais competitivo, então, quem está melhor preparado, está com um diferencial só por este motivo.

A gestão abrange temas grandes dentro dos escritórios de advocacia e está intimamente ligada a pessoas, tecnologia e marketing.

Mesmo sendo assim, percebemos que o mercado está se acordando para a realidade que sem uma gestão profissional do seu negócio a advocacia não terá como sobreviver.

Aliás, sempre sobreviveu porque antes faturava muito e mesmo na desordem conseguia faturamento para gastos desnecessários, pessoas desnecessárias, fluxos truncados e por aí a fora.

Hoje, isto não se sustenta. Quem trabalha no ramo empresarial ou pessoa física sabe que cada vez mais se quer mais trabalho e menos honorários.

Por tudo isto, o desafio é gerir cada vez melhor aquilo que se tem para que não seja surpreendido com perda de clientes ou de negócios e venha a procurar a gestão quando se está no vermelho, pois é sempre mais complexo e menos eficiente neste formato.

Tecnologia

Guarde bem esta frase: Tecnologia somente vale a pena se for útil. Não adianta ter o melhor software do mercado se você for usar menos 30% dele.

Aliás, muitos clientes me demonstram esta realidade, a trocar softwares que usam 30% a 40% por outros que usarão uma média acima dos 80%. Só nos últimos 5 anos, mais de 70% dos meus projetos aconteceram com esta realidade presente.

Quer dizer, não se preocupe em comprar o mais caro ou que tem mais recursos. O que realmente importa quando o assunto é software jurídico é o que realmente ele faz que é útil e presta para o seu negócio. O resto não servirá a você, mas para outros clientes. Então, não é útil.

Outro ponto essencial: Suporte. Se for longe, não atender com brevidade, esqueça. Lembre-se da regra dos contratos: Porque se faz um contrato? Para quando der tudo errado. Se fosse para quando tudo está bem, não seria necessário.

Com um mercado de software aquecido, com inúmeros para escolher, qual o melhor? Aquele que melhor se adapta a sua gestão. Primeiro pense em gestão, depois em sistema. Se inverter esta ordem, não irá funcionar.

Processo Eletrônico

Para muitos o maior problema do mundo. Na verdade, apesar de concordar que o processo eletrônico tem suas mazelas, temos que lembrar que o mesmo é o meio de se comunicar com o judiciário e não uma mudança na advocacia em si.

Precisamos compreender mais sobre java, certificação digital, navegadores? Sim.

Precisamos mudar nossa forma de advogar? Depende.

Precisamos depender do processo eletrônico? Não.

Você precisa gerenciar o seu escritório independente do processo eletrônico. O software do processo eletrônico pertence ao judiciário e não a você. Então, não dependa do judiciário – que pode excluir, mudar, acabar com dados – dependa de você, sua gestão e sua tecnologia.

Marketing Jurídico

Sem foco no marketing jurídico, o escritório está fadado ao desaparecimento. Cada vez mais temos clientes que estão focados em resultados, em busca de seus direitos pelos seus direitos e temos no mercado diversos profissionais capacitados e outros nem tanto que acabam captando clientes, então, como agir?

Primeiro, aja dentro do código de ética. Exerça o marketing jurídico e não a propaganda. Por mais que os resultados demoram mais a aparecer, os futuros clientes virão pelo seu conhecimento, atitude e não pelo preço. Toda vez que você faz propaganda seu único diferencial é preço. Tenha todos os outros diferenciais no seu escritório e um preço justo.

Estimule o networking seu e de seus colaboradores. Participe de eventos. Esteja conectado com clientes e ex-cilentes.

Tenha em mente que somente fortalecendo sua marca o mercado saberá quem você é e você poderá estar entre os escritórios selecionados pelos clientes.

E principalmente, tenha em mente que o seu cliente quer resultados, então, um produto para ser ofertado ao seu cliente deve ser de ganho de resultados e não apenas de melhor trabalho jurídico. Ofertar o melhor trabalho jurídico a um cliente não terá o mesmo impacto de um produto que reduz ou minimiza pagamento de tributos, por exemplo.

Importante ficar atento a esta realidade no momento de investir tempo, pessoas e dinheiro em marketing jurídico, quer dizer, invista no que pode ter mais chance de resultado e não tiro pra qualquer lado.

Profissionais genéricos ficam com clientes genéricos. Profissionais de marca, ganham clientes de marca.

Foco. Estratégia. Mercado. Negócios. Resultados.

#PenseNisto

Pessoas

Fala-se muito de gerações e seus conflitos, mas o que podemos aprender rapidamente é que existem pessoas e pessoas.

Existem pessoas que querem emprego outras  que querem trabalho.

Existem salários adequados a funções e existem pessoas que ganham menos do que merecem, mas não sabem como mudar isto.

Para ter uma equipe boa, aprenda a dividir informações, trabalhe com criatividade, tenha canais de interatividade e não deixe toda a gestão em outra pessoa que não você. Se você é inacessível, alguém está ouvindo os problemas e pode repassar a você de uma forma branda ou com outra visão.

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Além disto, aprenda que todos ganham salário e por isto devem trabalhar. Se querem aumento ou crescimento devem merecer isto e não apenas ganhar porque trabalham bem. Trabalhar bem significa ganhar o salário em dia todo mês. É obrigação.

Invista em ter um plano de carreira para que todos possam saber como crescer. Invista em treinamentos, cursos e foco em resultados.

Não existe um plano perfeito, mas em cada realidade podemos concluir que investir em pessoas vale a pena, sempre adequado a realidade fática de cada empresa.

Finanças

Em uma época de mercado recessivo, devemos compreender que mais ainda apertar os custos é necessário.

Não significa não contratar ou deixar de investir em cursos, treinamentos, etc, significa compreender os seus fluxos cada vez melhor e controlar gastos tidos como bobos que podem dar um belo rombo no final do mês.

Por exemplo, ao invés de dar aumento a todos, crie no plano de carreira percentuais, assim, se o negócio cresce todos crescem, se não cresce, todos continuam ganhando o que sempre ganharam ou pelo menos um fixo digno ao trabalho realizado.

Tenha um percentual de reinvestimento no negocio. Isto é fundamental.

Recorde-se que sócio rico e escritório pobre é sinonimo de escritório com problemas. Quanto mais o escritório for rentável, mais os sócios podem retirar valores e ter um crescimento sustentável.

Enfim,

Não existe uma fórmula mágica e nem um prognóstico de medo ou terror. Temos pela frente um ano de muito trabalho, com muitos focos a serem vistos e trabalhados para que os escritórios jurídicos possam evoluir, se adaptar e crescer.

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Sobre o autor
Gustavo Rocha

Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos e membro de diversas comissões na OAB. Atuo com consultoria em gestão, tecnologia, marketing estratégicos e implementação de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados LGPD. Prefere mandar email ou adicionar nas redes sociais? [email protected] Algo mais direto como Whatsapp, Telegram ou Signal? (51) 98163.3333

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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