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Deveres éticos na família: pais e filhos

Deveres éticos na família: pais e filhos

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Nos dias atuais, a família continua sendo o núcleo fundamental para a vida em sociedade, ainda mesmo, com as diversas mudanças que ocorrerão no decorrer dos últimos anos.

Nos dias atuais, a família continua sendo o núcleo fundamental para a vida em sociedade, ainda mesmo, com as diversas mudanças que ocorrerão no decorrer dos últimos anos.

Nota-se que com o passar do tempo a estrutura familiar vem mudando, como por exemplo: as mulheres iniciaram a luta no mercado de trabalho, os homens começaram a ajudar nos trabalhos domésticos, já que suas esposas começaram a trabalhar e ajudarem nas despesas. Ou ainda, muitas famílias são compostas apenas por mãe e filhos ou pai e filhos, isso seria um avanço ou conseqüência da sociedade moderna.

Estas transformações iniciaram com as lutas das mulheres em busca de lugar no mercado de trabalho, ou seja, com a revolução feminina, na qual trouxe inúmeras vantagens, porém, para Noberto Bobbio também trouxe desvantagens, observe-se:

A revolução feminina, considerada por Noberto Bobbio a mais importante do século XX, trouxe libertação, mas trouxe também desvantagens. A mulher saiu de casa e ninguém ficou em seu lugar. A desordem doméstica reflete-se na desordem conjugal e num esfacelamento dos laços de família (apud, Nalini, 2009, p. 152).

Veja-se que a sociedade não estava preparada para essas transformações repentinas, em que os valores foram invertidos, como por exemplo: alguns pais transferirão suas responsabilidades para as escolas, em que a educação básica, ou seja, a estrutura familiar que deveriam passar aos seus filhos transfere para os professores.

Sem dúvida para um cidadão se desenvolva de forma saudável, ainda depende de uma educação familiar boa, como cita NALINI:

O primeiro dever ético em relação à família é reafirma-la como cédula insubstituível. É o habitat natural ao ser humano e nenhuma outra forma alternativa poderá desempenhar o seu papel de conferir equilíbrio ao futuro cidadão (2009, p. 154).

Porém, o que se nota na sociedade atual é uma desestrutura familiar, na qual tem seus filhos, e deixam para que outras pessoas cuidem, educam, e dentre outras responsabilidades que caberiam aos pais.

No mundo moderno, como se diz, não existe mais diálogos entre pais e filhos, o dever dos pais restringe-se em apenas prover o seu sustento, o seu conforto, além disso, provavelmente não sabem ao certo o que se passa com seus filhos. E ainda o que tende a continuar com as futuras gerações, uma vez o modelo de família será a sua.

Uns dos reflexos da nova geração, a maneira como são “educados” sem deveres, responsabilidades e limites, vêem-se no dia a dia, adolescentes com filhos, no mundo das drogas, envolvidos em crimes, dentre outros fatores.

Os deveres éticos dos pais como os seus filhos, são: sempre falar a verdade, a educação como sendo o essencial para criação dos seus filhos; respeitar aos seus semelhantes, além de outros. Além disso, os pais devem sempre ser honestos para com eles, sejam diante erros ou não, devendo sempre assumi-los. Assim, seja qual for a idade dos filhos, os deveres éticos perduraram durante toda sua existência.

Já por outro lado, atualmente, muitos filhos não escutam o que seus pais tem para dizer, se revoltam, acham errado, “careta”, quando seus pais tomam alguma atitude achando ser o melhor para eles.

No decorrer do tempo, os pais foram perdendo a autoridade, pois, muitos em razão da necessidade de trabalhar precisam deixar seus filhos em casa, sem acompanhar o desenvolvimento dos filhos.

Portanto, o que dizer dos pais e filhos da nova geração? Os pais que não procuram dialogar ou os filhos que não querem escutar? Assim, nota-se ser uma questão não muito fácil de ser solucionado uma vez que, existem muitos meios influenciáveis, dificultando os pais de controlar, acompanhar seus filhos. Além disso, em virtude dos pais não pararem em suas casas, não terem “tempo”, para sentar e conversar com os filhos.

Deste modo, para conseguir manter uma familiar estruturada, em que pais dialogam, filhos respeitam seus pais nos dias atuais é uma tarefa árdua, porém não é impossível.

Referência:

Nalini, José Renato. Ética e profissional. 7. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.



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