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A educação como forma de construção do pensamento libertador

A educação como forma de construção do pensamento libertador

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Tudo que fizermos para a melhoria da sociedade é necessário que seja aplicável de uma forma que todos tenham seus direitos e deveres assegurados e efetivados.

RESUMO

O objetivo desse artigo é nos demonstrar que, mesmo com todos os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, e através de tanta tecnologia, deveríamos ter em nossas mãos o controle de nós mesmos e de nossas ações, para que não acabemos nos destruindo. Tudo que fizermos para a melhoria da sociedade é necessário que seja aplicável de uma forma que todos tenham seus direitos e deveres assegurados e efetivados. Desde o começo do mundo estudamos a nossa historia, isso porque se algo der errado um dia, possamos ver no passado a melhor forma de sobrevivência. Pode-se dizer que os grandes responsáveis pelo que temos de bagagem que adquirimos, ou seja, todo o saber que temos hoje devermos aos professores, responsáveis por ensinar a seguirmos com as nossas idéias e a brigar pelos nossos sonhos, com respeito mutuo. Temos, então, vários responsáveis por essa grandiosa profissão, que faz da sua arte de ensinar, onde é defender tudo o que lhe foi absolvido com seriedade, uma verdadeira e apaixonante posição, pois a cada palavra passada para os seus alunos o estimulo e o respeito dos mesmos cresce cada vez mais. Contudo, mesmo que alguns saibam da importância da existência e persistência dos professores, muitos são os que não os valorizam. Como também, nem sempre houve a era em que o aluno tinha voz em sala de aula.

PALAVRAS-CHAVE: Educação; Sociedade; Profissão; Tecnologia.

INTRODUÇAO:

Há muitos contrastes no histórico da nossa educação. O objetivo maior do professor é fazer com que seus discípulos aprendam sobre o que lhes é apresentados. Ao longo do tempo, podemos perceber que o aluno não tinha participação ativa em sala de aula, e os professores nos entravam mesmos, com a missão de apenas reproduzir o assunto didático. Isso resulta na formação de máquinas reprodutoras de assuntos, e não na construção de pensadores. Mesmo possuindo tanta importância na vida e na história das pessoas, os professores nunca obtiveram reconhecimento real pelo seu trabalho, até mesmo pelos nossos representantes. A sociedade nunca foi capaz de perceber que todos os outros profissionais derivam do ensino e da dedicação desses ilustres educadores. No entanto, queremos enfatizar que, quando falamos no sistema de aula, estamos nos referindo ao modo de repassar o aprendizado e a educação, e nunca desmerecendo o trabalho desses seres pacientes. Um novo sistema de educação promete mudar a realidade do aluno e do professor em sala de aula, tornando-os parceiros do saber, pessoas que discutem e chegam a um consenso. Mestres e verdadeiros discípulos aptos a aprender e questionar.

2. AS CONQUISTAS, DIVISÓES E AS SUAS MANIPULAÇÕES.

Mesmo diante, do que temos hoje, sabemos que temos de melhorar, pois existe a necessidade de conquista da relação entre professor e aluno passe a não ser mais rival e sim parceiros, onde juntos, possam chegar sempre a um consenso em que as mais duras sejam às mais sutis, e onde haver repreensão haverá comunicação, o qual segundo Freire, como no “paternalismo" (p.162).

Na hora percebemos que os alunos não tinham participação ativa em sala de aula, e os professores estavam na mesma, com a missão de apenas reproduzir o assunto didático. Isso resulta na formação de máquinas reprodutoras de assuntos, e não na construção de pensadores. Onde os professores teriam que buscar de certa forma mudar essa realidade, buscando outras formas de prender os alunos em salas de aulas, de forma simples e divertida, para chamar a atenção dos alunos, e no meio daquela diversão mostra-se o assunto, de forma clara e direita e não de forma disparada como uma metralhadora, onde falam tanto, o qual se torna até chata as aulas. Segundo Freire, quando as minorias se submetem a maiorias ao seu domínio, as oprimem dividi-las e mantê-las divididas são condições indispensáveis à continuidade de seus poderes.

Os dominadores do poder buscam a todo instante manipular através de instrumento de comunicação as nossas mentes. Os quais buscam a todo o instante colocarem a culpa na educação, mas a realidade é outra, pois os mesmos os culpam, são os próprios vilões. Esses representantes do povo, pois pensam que no momento em que a sociedade estiver conhecimento eles caíram do poder.

Através da manipulação, as elites dominadoras vão tentando conformar as massas populares a seus objetivos. “E quanto mais imaturas politicamente estejam, tanto mais facilmente se deixam manipular pelas elites dominadoras que não podem querer que se esgote seu poder” (FREIRE. p.172).

 Neste mesmo pensamento, o conhecimento parte da realidade entre mestre e discípulo aonde o reconhecimento vem do processo histórico o qual possam se transformar. Freire também ressalta que o homem só chegará ao seu tempo, no momento em que obter a consciência.

Paulo Freire acredita que precisamos ter uma consciência livre. A construção de um pensamento libertador nos proporcionará a possibilidade de rever a realidade, avaliar melhor o que nos cerca. E então, não nos tornar apenas leitores de códigos, mas sim leitores do mundo. Aprendendo assim a contestar o que nos é imposto, pois temos condições de construirmos a nossa própria identidade, através da consciência. Se não estivermos presos, poderemos então, absorver o que nos é passado em sala de aula, e ir, além disso. Poderemos compreender o mundo em torno dos assuntos que estudamos. Isso é necessário tanto para a vida de alunos, como também para os professores, que necessitam enxergar que não se tratam de máquinas sabedoras de todas as coisas, é essencial que haja harmonia e humildade para lidar com os questionamentos, e enfrentá-los como desafios para a construção do saber do aluno, e não como uma afronta. O fato de participação ativa de um aluno em sala de aula comprova que o professor está devidamente preparado para atender as duvidas do mesmo. Pois, muitos não tiram suas duvidas e, muitas vezes, no momento de avaliação não conseguem entender o que é desejado pelo professor. É por isso que a parceria é importante, porque possibilita que o estudante perceba no seu mestre alguém com o qual ele pode contar. Assim, estaremos formando profissionais técnicos, e profissionais para a vida. Verdadeiros críticos, porque é disso que necessitamos num país como o Brasil.

            A educação pode ser uma forma de abrir os olhos, como também de fechá-los. Hitler trabalhou com o discurso para ganhar a massa de alemães que ficaram ao seu lado. Muitos políticos também assim o fazem. Vamos à escola para aprender sobre as coisas, mas isso não significa que seremos obrigados a acreditar totalmente nelas. O discurso do professor nos possibilita ficar cegos diante da realidade e somente acreditar no que é dito por ele, como também pode nos tornar mais pensantes e curiosos sobre o assunto, só depende da relação que temos com o nosso educador. A nação de hoje era para ser muito mais inteligente do que a passada, mas não é isso que percebemos. A nação atual possui mais conhecimento, mas nem sempre conhecimento implica inteligência. É preciso mais que apenas saber das coisas, é preciso ainda analisá-las. É por isso que vivemos uma crise de percepção como foi dito por Frei Betto em uma de suas obras, porque não conseguimos enxergar pelo olho da consciência.

CONCLUSÃO

Em suma, percebemos diante do que foi lido sobre Paulo Freire, que o sistema de educação necessita de mudanças na reprodução do saber ao aluno. E que este, não deve ser considerado como bonecos em sala de aula, senão toda preparação dos professores não terá valia. Têm-se profissionais tão capazes, é para que eles possam debater sobre o que sabem e repassar seus conhecimentos permitindo que seus alunos tenham um pensamento liberto para criticar ou atender ao que é dito. Isso não se trata de afronta, ou desmerecimento do saber, mas de um debate de ideias. É necessário que os jovens de hoje tomem consciência de que realmente são o futuro de amanhã. Não conseguimos enxergar em nossos jovens a vontade de buscar o saber, mas apenas de ter conhecimento. Devemos nos acordar para uma nova visão, conseguirmos serem leitores de mundo, e enxergar o que está a nossa volta. Aceitar ou resistir a um discurso em sala de aula é uma escolha, mas é necessário acima de qualquer coisa, que haja respeito e harmonia mutua. Não deixando que nem o estudante, nem o educador possam passar dos limites. Porque tudo em exagero é prejudicial, mas o equilíbrio nos proporciona confiança e paz. É por isso que para tudo na vida tem de haver equilíbrio. 

REFERÊNCIAS:

BETTO, Frei. A obra do artista. São Paulo. Ed. 3ª, 2008. Editora Ática.

FREIRE, Paulo. A Educação como Pratica da liberdade. 23ª. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1990.


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