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O uso do equipamento de proteção individual para bombeiros durante o atendimento de ocorrências de incêndio

O uso do equipamento de proteção individual para bombeiros durante o atendimento de ocorrências de incêndio

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Dentre as atividades desenvolvidas pelos bombeiros a de combate a incêndio é a mais desgastante pela exposição a altas temperaturas, desenvolvimento de grande esforço físico, altas taxas de sudorese. O objetivo é propor o uso do equipamento de proteção i

Resumo: Dentre as atividades desenvolvidas pelos bombeiros a de combate a incêndio é a mais desgastante pela exposição a altas temperaturas, desenvolvimento de grande esforço físico, altas taxas de sudorese. O objetivo é propor o uso do equipamento de proteção individual - EPI, durante o atendimento de ocorrências de incêndio, procedimento que trará uma proteção e aliado a uma correta hidratação retardará a instalação da fadiga no organismo do bombeiro. A metodologia baseou-se em pesquisas descritivas e explicativas, revisões bibliográficas, de artigos científicos, literatura técnica, sites especializados. Foram analisados quais procedimentos são adotados por outras organizações para a recuperação de bombeiros. O correto uso do EPI é uma medida de proteção para os bombeiros que atuam no atendimento das ocorrências de combate a incêndio. Que o uso do EPI aliado ao uso do EPR e de medidas de hidratação auxiliam na recuperação e proteção dos bombeiros. Inclusive é colocado como questão de segurança para os bombeiros. O bom nível de aptidão é um fator que é relevante no processo de recuperação, para a saúde e qualidade de vida dos bombeiros.

Palavras-chave: EPI. Corpo de Bombeiros. Nutrição. Hidratação. Estresse Térmico. Condicionamento Físico.


1. Introdução

Os bombeiros são empenhados habitualmente em atividades de grande risco. Dentre as diversas atividades desenvolvidas pelos bombeiros a de combate a incêndio é a mais desgastante pela exposição a altas temperaturas, realização de grande esforço físico por período prolongado, aliado ao uso de equipamentos de proteção individual e respiratória (EPI e EPR), perda de altas taxas de suor, de eletrólitos e depleção de altas taxas de substratos energéticos.

Segundo Murray (1990, apud DINIZ FILHO, 2011) durante o atendimento de ocorrências, principalmente as de combate a incêndios, o intenso esforço físico associado às condições ambientais e ao uso dos equipamentos de proteção individual podem elevar perigosamente a temperatura corporal dos bombeiros envolvidos na emergência. Num intenso esforço fisiológico para equilibrar a temperatura, o corpo perde através do suor grande quantidade de líquidos e sais minerais, elementos fundamentais para a realização de diversas atividades orgânicas essenciais à manutenção da vida, entre as quais as funções cardiovasculares, termorregulatória, metabólica e nervosa central. Tal desequilíbrio implica em significativa perda de desempenho físico e risco imediato à saúde e à vida.

Além do aumento no gasto energético, o EPI e EPR também provocam impacto em relação à desidratação pelo aumento na temperatura corporal, principalmente em ambientes quentes. Portanto, durante as ocorrências, é recomendada a reposição hídrica e períodos suficientes de recuperação para a diminuição do estresse físico e psicológico. (SELKIRK; McLELLAN; 2004; SELKIRK et al., 2006)

Ao contrário de muitas atividades laborais, os bombeiros não podem escolher o tempo ou condições para que essas sejam realizadas. Emergências ocorrem em todos os momentos e em todas as condições ambientais imagináveis. Quando você combina as tensões inerentes ao atendimento das emergências com os perigos ambientais, calor extremo e umidade, você cria condições que podem ter um impacto negativo sobre a segurança e a saúde dos bombeiros. (FA 314, 2008)

Para muitos especialistas o nível de exigência física e emocional nas condições ambientais extremas acima descritas aproximam o esforço despendido ao de um maratonista, exigindo do bombeiro o máximo de seu organismo e levando-o muitas vezes aos limites de suas funções fisiológicas (McEVOY, 2009).

Pesquisas realizadas por Peate et al., (2002) mostram que bombeiros trabalham em níveis máximos de esforço, condição que os obriga a uma adequada capacidade física cardiorrespiratória, bem como periódicos testes físicos e prescrição individualizada de treinamento. Para Lemon; Hermiston (1977), durante as ocorrências, esses profissionais executam tarefas que atingem 60 a 80% do VO2 Max. (A NFPA deixa muito claro que avaliações físicas periódicas são importantes em qualquer setor onde o trabalho manual é fundamental para o desempenho de uma função, mas especialmente com o serviço de bombeiros).

Enfim, qualquer procedimento que seja adotado para reduzir os efeitos dessas condições perigosas, estressantes e/ou geradoras de importante desgaste físico sobre os profissionais do fogo, certamente beneficiará não apenas os bombeiros, mas também as instituições às quais pertencem e em última análise, a todos os que necessitem desse importante serviço, que terão à sua disposição uma corporação mais preparada e com profissionais mais capazes para atendê-los. (DICKINSON; WIEDER, 2003)

Segundo o Departamento de Medicina do Exercito dos Estados Unidos (U.S. ARMY MEDICAL DEPARTAMENT, 2012) os treinamentos de campo em condições ambientais extremas apresentam exigências nutricionais especiais devido ao maior dispêndio energético e maior esforço físico. As atividades desenvolvidas no calor, no frio e em altitudes elevadas, faz com que o organismo tenha um gasto energético acentuado. Portanto, manter-se bem alimentado durante as atividades em ambientes extremos para suprir suas necessidades energéticas é uma recomendação que deve ser seguida.

Os militares que desempenham atividades em ambientes extremos ficam sujeitos a uma série de riscos que uma correta nutrição e hidratação podem ajuda-los a superar. (U.S. ARMY, 2012).

O conceito estabelecido pela NFPA 1583 é que não é só o bombeiro que está em risco. Quando ele não está em condições ideais de saúde física e mental, não é só a vida do bombeiro que está comprometida, mas também a dos membros da equipe, pacientes e vítimas de incêndio.

O problema os bombeiros são empenhados habitualmente em atividades de grande risco. Dentre as diversas atividades desenvolvidas pelos bombeiros a de combate a incêndio é a mais desgastante pela exposição a altas temperaturas, realização de grande esforço físico por período prolongado, aliado ao uso de equipamentos de proteção individual e respiratória (EPI e EPR), perda de altas taxas de suor, de eletrólitos e depleção de altas taxas de substratos energéticos. Em um intenso esforço fisiológico para equilibrar a temperatura, o corpo perde através do suor grande quantidade de líquidos e sais minerais, elementos fundamentais para a realização de diversas atividades orgânicas essenciais à manutenção da vida, entre as quais as funções cardiovascular, termorregulatória, metabólica e nervosa central. Tal desequilíbrio implica em risco imediato à saúde e à vida, bem como significativa perda de desempenho físico. Diante desse quadro, quais medidas são adotadas para amenizar os efeitos do esforço realizado durante o atendimento dessas ocorrências? Quais medidas podem ser adotadas para que a energia gasta durante o atendimento às ocorrências de combate a incêndio seja reposta e quais os melhores nutrientes e a correta hidratação?

As hipóteses testadas foram:

1) O bombeiro durante o atendimento de ocorrências de incêndio, está sujeito a um grande desgaste físico devido a exposição ao calor, o uso de equipamentos de proteção individual e respiratória que aumentam o seu peso e também pelo uso repetitivo de equipamentos e ferramentas. Por esse esforço e exposição perdem muito suor, eletrólitos (sais) e nutrientes que compromete suas funções fisiológicas.

2) O uso do equipamento de proteção individual e uma boa hidratação, em atuações no combate a incêndio são adotados pelos bombeiros de outros países, pelo exército norte americano que atuam em ambientes quentes e realizam um grande esforço físico.

Os objetivos gerais foram descrever que os bombeiros estão expostos e sujeitos, além dos riscos existentes em um local sinistrado por um incêndio, aos riscos do desgaste físico devido ao esforço físico e a exposição ao calor, perda hídrica que os comprometem fisiologicamente. Os objetivos específicos são avaliar se o uso do EPI e EPR os procedimentos de recuperação e reposição hídrica adotada pelo Corpo de Bombeiros auxiliam na proteção.

A justificativa para o presente estudo encontra relevância na valorização e na busca de todos os meios necessários e possíveis que auxiliem na garantia da saúde e da integridade física dos bombeiros, cuidando do seu bem-estar físico e mental, em conformidade com as Normas Regulamentadoras e legislações afins.

A metodologia empregada baseou-se em pesquisas descritivas e explicativas, revisões bibliográficas, de artigos científicos e outros trabalhos científicos.


2. Desenvolvimento

O Corpo de Bombeiros atua em ocorrências de combate a incêndios evitando ou minimizando perdas e dano às vidas humana, ao meio ambiente e ao patrimônio nos incêndios em edificações residenciais, comerciais e industriais e em coberturas vegetais.

As ações executadas pelos bombeiros durante o atendimento de uma ocorrência de combate a incêndios são, principalmente: o salvamento de pessoas e animais, o isolamento da estrutura sinistrada, o confinamento do fogo, a extinção dos focos de incêndios, o rescaldo da área sinistrada para remoção de focos remanescentes de calor, a ventilação e a proteção dos salvados.

Nas atividades de combate a incêndio, os homens do Corpo de Bombeiros atuam com equipamentos de proteção individual (EPI), e equipamentos de proteção respiratória (EPR), onde além de encontrar um ambiente hostil para atuar (altas temperaturas, muita umidade), via de regra desenvolvem atividades que demandam muita força física e controle emocional (na retirada de vítimas, utilização de equipamentos, retiradas de objetos dos locais onde atuam e retiradas de escombros, além, é claro, de ter que transpor obstáculos, como, por exemplo, subir vários lances de escadas todo equipado e transportando todo o material necessário para a realização da tarefa).

Se, por um lado, a ausência dos itens de proteção expõe os bombeiros aos diversos riscos de acidentes e lesões próprios dos ambientes das ocorrências de incêndio, por outro, o aumento da proteção gera esforços adicionais com os quais terão que lidar, tais como o aumento do peso a ser carregado, perda do tato, da mobilidade e destreza e, em particular, o aumento do estresse fisiológico. Os conjuntos de proteção praticamente isolam o bombeiro do ambiente externo, impactando significativamente os mecanismos normais de perda de calor corporal que ocorrem principalmente por condução e evaporação do suor. Em atmosferas frias essa circunstância pode funcionar a favor do bombeiro, pois o EPI mantém o calor do corpo preso dentro do conjunto e ajuda a mantê-lo aquecido. No entanto, em dias quentes, com alta umidade e em condições de intensa atividade de trabalho, os conjuntos de proteção aumentam a tensão térmica no corpo de forma exponencial. (DINIZ FILHO, 2011)

Segundo Moretti (2003, apud OLIVEIRA, 2008) em pesquisas laboratorais na UNIFESP, mostrou que o uso de EPI e de EPR, equipamentos necessários e obrigatórios em muitas ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros, acarretam sobrecarga que pode variar de 22 a 27 kg e redução da capacidade física cardiorrespiratória desses profissionais em até 30%.

2.1. Estatísticas de Combate a Incêndio do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo – CBPMESP

Conforme análise do anuário estatístico do CBPMESP, o número de atendimento de ocorrências de combate a incêndio tem uma tendência de aumento analisando os últimos três anos, conforme a tabela 01.

Tabela 01 – Ocorrências de incêndio atendidas pelo CB – 2005 a 2012

Ano Incêndios

2005

42.661

2006

50.528

2007

55.057

2008

45.058

2009

41.119

2010

65.391

2011

68.716

2012

73.473

Fonte: Anuário Estatístico do CBPMESP.

No ano de 2010, foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros 65.391 ocorrências de combate a incêndio e no ano de 2011, foram atendidas 68.716, sendo um aumento de 4,84% do número de ocorrências atendidas.

No ano de 2011 foram atendidas 68.716 ocorrências de combate a incêndio e no ano de 2012, foram atendidas 73.473 ocorrências, sendo que houve um aumento de 6,47% no número de ocorrências atendidas.

Com o número de 73.473 atendimentos de ocorrências de combate a incêndio, o CBPMESP atendeu uma média de 201,30 ocorrências por dia no ano de 2012.

2.2. Os Equipamentos de Proteção Individual e de Proteção Respiratória

Os Bombeiros do CBPMESP utilizam nas ocorrências de combate a incêndio o Equipamento de Proteção Individual (EPI), composto por calça, capa protetora, botas, capacete, bala-clava, cinto multiuso e luvas. Sendo que os equipamentos são confeccionados em materiais resistentes ao fogo e ao calor. Fazem o uso do EPI para fornecer proteção contra uma variedade de perigos, e aumentar a resistência de exposição ao calor. Além do EPI, outro item fundamental para as atividades de combate a incêndio e em diversas outras atividades de risco é o equipamento de proteção respiratório (EPR), utilizado para proteger as vias respiratórias dos bombeiros em ambientes com deficiência de oxigênio ou presença de substâncias nocivas.

O equipamento de proteção individual (EPI) e o equipamento de proteção respiratória oferecem proteção, criando uma barreira de proteção entre o bombeiro e os riscos existentes no ambiente onde está atuando no combate ao incêndio. Os equipamentos oferecem proteção mecânica e proteção térmica. Por exemplo, para combate a incêndios estruturais, uma das principais funções da roupa é isolar o bombeiro do calor elevado.

Se, por um lado, a ausência dos itens de proteção expõe os bombeiros aos diversos riscos de acidentes e lesões próprios dos ambientes das ocorrências, por outro, o aumento da proteção gera esforços adicionais com os quais terão que lidar, tais como o aumento do peso a ser carregado, perda do tato, da mobilidade e destreza e, em particular, o aumento do estresse fisiológico. Os conjuntos de proteção praticamente isolam o bombeiro do ambiente externo, impactando significativamente os mecanismos normais de perda de calor corporal que ocorrem principalmente por condução e evaporação do suor. Em atmosferas frias essa circunstância pode funcionar a favor do bombeiro, pois o EPI mantém o calor do corpo preso dentro do conjunto e ajuda a mantê-lo aquecido. No entanto, em dias quentes, com alta umidade e em condições de intensa atividade de trabalho, os conjuntos de proteção aumentam a tensão térmica no corpo de forma exponencial. (DINIZ FILHO, 2011)

Conforme a NFPA 1971/2007, roupas e luvas usadas para combate a incêndios estruturais devem satisfazer um requisito mínimo de isolamento térmico chamado de performance de proteção térmica (TPP, do inglês Termal Protective Performance). Os testes de TPP são realizados para verificar o isolamento oferecido pelas três principais camadas das roupas de combate a incêndios estruturais e devem atender a um nível mínimo estabelecido para permitir que os bombeiros possam escapar das condições mais críticas de temperatura no cenário da ocorrência livre de lesões (como as que ocorrem durante flashovers e backdrafts, correspondendo à condição de classe IV citada em parágrafos anteriores, devendo haver resistência a temperaturas superiores a 250° C por pelo menos 10 segundos). (DINIZ FILHO, 2011)

J. A. Foster e G. V. Roberts (1994, apud BRAGA, 2010), propuseram um modo de classificar as condições a que os bombeiros estão submetidos. São elas:

1. De rotina – Condição de operação mais comum para o Bombeiro. Limite de 25 minutos a 100ºC na roupa com radiação térmica limite de 1 kW/m2;

2. De perigo – Espera-se quando o bombeiro irá trabalhar por um período curto de tempo em alta temperatura em combinação com alta radiação térmica. Limite de 1 minuto a 160ºC na roupa com radiação térmica de 4 kW/m2. Um limite intermediário foi criado para representar as condições que podem ser toleradas por até 10 minutos

3. Extremas – Ocorre tipicamente em situação de resgate, ou, no pior caso, da fuga em uma situação de generalização do incêndio. Acontece na região acima de 1 minuto a 160ºC na roupa com radiação térmica de 4 kW/m2 e abaixo de 235ºC e 10 kW/m2.

4. Críticas – São condições acima de 235ºC na roupa e radiação térmica acima de 10 kW/m2. Existe o risco de morte.

Figura 01 – Condições ambientais de atuação dos Bombeiros

Fonte: BRAGA, 2010.

Trajes de bombeiros feitos com materiais mais isolantes a exposições de alta temperatura devem prever formas de compensação para alívio do calor acumulado. Roupas que incluem barreiras de umidade sem transpiração ou barreiras térmicas muito pesadas impedem ou limitam a remoção da umidade do suor, que transporta grande parte do calor do corpo. Se este calor é mantido dentro do conjunto, a temperatura de núcleo do bombeiro pode atingir níveis perigosos. (BRAGA, 2010)

O ambiente de trabalho do bombeiro, no caso de combate a um incêndio, é classificado como imediatamente perigoso à vida e à saúde (IPVS), porque não há como predeterminar todas as condições de risco, concentrações tóxicas dos contaminantes ou teor de oxigênio no ar mesmo durante as operações de rescaldo e salvatagem ou no atendimento a outras emergências envolvendo produtos perigosos. Assim, nestas condições de trabalho, a legislação em vigor estabelece que a máscara autônoma de ar comprimido com circuito aberto de demanda com pressão positiva ou uma combinação de respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar de escape são os equipamentos que apresentam um fator de proteção adequado, sendo o primeiro o ideal para o serviço do Corpo de Bombeiros, embora o segundo possa ser utilizado em algumas situações (espaços confinados e ocorrências envolvendo produtos perigosos). (ARAUJO, 2001)

Como já foi colocado anteriormente, o serviço de bombeiros deve utilizar somente máscaras autônomas de circuito aberto de demanda com pressão positiva, que proporcionam uma maior proteção respiratória aos bombeiros. Tal exigência é feita desde 1jul83 nos EUA pelo Occupational Safety and Health Administration, US Departament of Labor (OSHA) e normas da NFPA, da mesma forma, mais recentemente aqui no Brasil, pelos regulamentos do Ministério do Trabalho e Emprego e pela norma NBR 13716:1996. Portanto, os EPR de demanda devem ser removidos dos serviços de bombeiros ou adaptados para operarem com pressão positiva. (ARAUJO, 2001)

2.3. Períodos de Trabalho e Descanso Durante o Atendimento de Ocorrência de Incêndio

Os Bombeiros em atendimento de ocorrências devem ter procedimentos definidos para descanso e recuperação, com tempo suficiente para realizar reposição hídrica, nutricional e de eletrólitos e arrefecimento da temperatura corporal. É extremamente importante a existência de padrão operacional definindo os ciclos, a fim de evitar que a escolha do momento de parar recaia sobre o próprio bombeiro. Além da ausência de referências, já mencionados aspectos culturais levariam alguns bombeiros além de seus limites antes de efetuar uma parada. (DINIZ FILHO, 2011)

Embora ainda faltem estudos mais conclusivos sobre quais os ciclos ideais para períodos de trabalho e pausas, existe certo consenso de que é necessário no mínimo de 10 a 20 minutos de descanso a cada ciclo de reabilitação. Dependendo das condiçoes do ambiente e de cada indivíduo, pode ser necessário mais tempo do que o usual para períodos de descanso (McEVOY, 2009).

A NFPA 1584, em sua edição inicial de 2003, forneceu as primeiras recomendações quanto à relação entre períodos de trabalho e descanso em incêndios estruturais ou ocorrências similares. A exigência da NFPA 1584 (2003) tem essencialmente duas partes:

a) Os integrantes das equipes devem executar auto reabilitação (repouso com hidratação) por pelo menos 10 minutos após o esgotamento de um cilindro de ar do equipamento autônomo de respiração (EPR) de 30 minutos ou após 20 minutos de trabalho intenso sem utilizar o EPR. Após o período de auto reabilitação cabe ao Comandante da equipe ou ao Comandante da Emergência determinar se o integrante está pronto para retornar ao trabalho.

b) Os integrantes das equipes devem entrar em uma área de reabilitação formal, receber avaliação médica, e receber descanso e hidratação por um período mínimo de 20 minutos logo após:

  • O esgotamento de dois cilindros de 30 minutos de EPR;

  • O esgotamento de um cilindro de 45 ou 60 minutos de EPR;

  • Sempre que forem usadas roupas de proteção química encapsulas, e

  • Na sequência de 40 minutos de trabalho intenso sem um EPR.

Deve-se notar que os dois requisitos acima são de natureza progressiva e não opcionais. A primeira etapa é a autoreabilitação que ocorre após o consumo do 1º cilindro de EPR numa pausa de 10 min. Uma vez que retornou à ocorrência, o 2º cilindro já está em uso e uma vez que se esgote, deverá ser feita a reabilitação formal, com período de 20 min. de descanso. (NFPA 1584, 2003)

A razão para que os critérios fossem baseados no uso do EPR se deve pelo fato de ser a maneira mais prática do que cronometrar o trabalho realizado durante a ocorrência. Bombeiros quase sempre sabem quantos cilindros de EPR utilizaram em uma ocorrência. Se um bombeiro utilizou mais cilindros do que pode se lembrar, provavelmente não deveria mais estar atuando na ocorrência. Monitorar as necessidades de reabilitação estritamente pelo tempo é quase um desafio. O tempo tende a comprimir-se para aqueles que estão envolvidos em operações de emergência e bombeiros muitas vezes perdem a noção do tempo. Pode ser necessário ter alguém que faça os registros de tempo durante a ocorrência para garantir que as equipes estejam fazendo o rodízio da maneira apropriada. (DINIZ FILHO, 2011).


3. Os Efeitos do Calor no Desempenho Físico

Os seres humanos conseguem tolerar um declínio de temperatura corporal profunda de 10ºC, porém um aumento de apenas 5ºC. Tecnicamente, a temperatura representa a energia cinética média das moléculas de uma substância. (McARDLE et al., 2011)

Como os músculos esqueléticos em contração produzem grandes quantidades de calor, o exercício prolongado num ambiente de calor, o exercício prolongado num ambiente quente/úmido representa um sério desafio para a homeostasia da temperatura. (POWERS, 2000).

Bombeiros estão expostos a diferentes níveis de calor em dois contextos básicos: as condições ambientais e a exposição ao fogo (FA-314, 2008).

Bombeiros fazem quase todas as suas atividades de rotina em ambientes abertos. Em dias de calor extremo, conferência de viaturas e equipamentos, treinamentos físicos e técnicos, vistorias e outras atividades administrativas, tudo será executado sob altas temperaturas. Nessas situações, muitas vezes os bombeiros já estão sofrendo efeitos do calor sobre o organismo antes mesmo do atendimento de qualquer ocorrência. (DINIZ FILHO, 2011)

Apesar dos efeitos severos do clima sobre a temperatura ambiente, a mais crítica exposição ao calor enfrentada pelos bombeiros se dá mesmo nos ambientes em chamas, seja combatendo o incêndio ou efetuando salvamentos. (DINIZ FILHO, 2011)

Uma pesquisa feita em parceria pelo Instituto Americano de Padronização e Tecnologia (NIST) e pela United States Fire Administration (USFA) analisou o ambiente de incêndio, tanto em incêndios simulados em laboratório como equipando bombeiros em ocorrências reais com sensores de temperatura, a fim de medir a temperatura ambiental durante a ação de combate a incêndios no interior de edifícios. O estudo dividiu em quatro classes as condições normalmente enfrentadas pelos bombeiros durante o combate a incêndios:

a) Classe I – encontrada em um pequeno foco de incêndio em um único cômodo, com temperatura no ambiente até 60° C e radiação térmica até 0,05 watts/cm2 e pode durar até 30 minutos.

b) Classe II – condição existente em um cômodo que esteve totalmente tomado pelas chamas logo após o incêndio ter sido controlado. Neste caso, as temperaturas ambientais, variando de 40° C a 95° C e radiação térmica de 0,05 a 0,100 watts/cm2, podem ser encontradas por até 15 minutos.

c) Classe III – ocorre em local que está totalmente envolvido pelas chamas. Temperaturas ambientais de 95° C a 250° C e radiação térmica de 0,175 a 4,2 watts/cm2 são encontrados por até 5 minutos.

d) Classe IV - ocorrem durante processos velozes e violentos de combustão como “backdraft” ou “flash-over”, onde as temperaturas ambientais podem variar de 250 ° C a mais de 800 ° C e a radiação térmica de 0,175 a 4,2 watts/cm2, durando cerca de 10 segundos. (DINIZ FILHO, 2011)

Bombeiros enfrentam exposições particularmente severas durante a queima de combustíveis líquidos e em incêndios com produtos químicos que podem atingir temperaturas ambientais superiores a 1000° C e radiação térmica de 5,0 watts/cm2. (DINIZ FILHO, 2011)

Figura 02 – Condições térmicas enfrentadas pelos Bombeiros durante um incêndio

Fonte: FA 314, 2008.

Quanto mais prolongado o período de exposição às condições de temperatura elevada, maior a chance de ocorrência de doenças e lesões relacionadas ao calor, exigindo monitoramento contínuo sobre o efetivo, a fim de que sejam tomadas as medidas adequadas antes que estas se instalem. Nenhum sinal deve ser desconsiderado e qualquer integrante do efetivo que o apresente deve ser encaminhado parauma área de repouso e monitoramento médico. Mesmo que os problemas com o calor tenham sido em um dia anterior, o efeito cumulativo pode aumentar a chance de um problema grave no dia seguinte dia. (DINIZ FILHO, 2011)

3.1. Aclimatação

Dentre as atividades desenvolvidas em ambientes desfavoráveis para aspessoas nenhuma oferece maior ameaça à saúde do que as atividades laborais ou exercícios físicos, realizados de maneira pesada, prolongada e intensa em ambientes quentes e úmidos. Nessas condições, quase sempre o desempenho fica prejudicado. Nos casos extremos a saúde é ameaçada. (MAUGHAM; BURKE, 2004)

Segundo estudos realizados pelas forças armadas dos Estados Unidos Headquarter (2003), adaptações biológicas ao estresse térmico incluem tanto aclimatação ao calor como a aquisição de tolerância térmica adquirida. A grandeza de ambas adaptações depende da intensidade, duração, frequência e número de exposições ao calor. Estas duas adaptações se complementam uma à outra: a aclimatação ao calor reduz a tensão fisiológica enquanto a tolerância térmica adquirida melhora a resistência a lesão tecidual a determinada tensão térmica.

A tolerância térmica adquirida refere-se a adaptações celulares induzidas pela exposição ao calor que protegem tecidos e órgãos de lesões provocados por altas temperaturas. Isso permite que um indivíduo se torne mais resistente a lesões ou doença provocadas pelo calor se posteriormente sofrer exposições a calor mais intenso. O processo de aclimatação ao calor descrita acima irá ajudar a induzir esta tolerância nos indivíduos. Em suma, a tolerância térmica adquirida está associada às proteínas de choque térmico ou HSP (do inglês heatshockproteins), que fornecem proteção e aceleram o reparo de células de exposições ao calor e a outros fatores estressantes. (HEADQUARTER, 2003)

A aclimatação ao calor é necessária, mesmo para indivíduos em boa forma. Um processo sistemático de aclimatação ao calor melhora drasticamente a capacidade de trabalho e conforto físico. A Aclimatação exige exercício aeróbio em ambiente quente. Simplesmente realizar atividades normais ao ar livre não é suficiente. A aclimatação ao calor é induzida quando as exposições são suficientemente repetidas a um calor estressante para elevar as temperaturas de núcleo e da pele e provocar sudorese profusa. A tensão fisiológica é maior durante a parte inicial do processo de aclimatação, porém o desgaste fisiológico diminui a cada dia subsequente de aclimatação ao calor. (McARDLE et al., 2011)

Tabela 06 – Adaptações Fisiológicas com a Aclimatação

AJUSTES FISIOLÓGICOS DURANTE A ACLIMATAÇÃO AO CALOR

Resposta a Aclimatação

Efeito

-Melhor fluxo sanguíneo cutâneo

-Transporte do calor metabólico dos tecidos profundos (núcleo) para a concha

-Distribuição efetiva do débito cardíaco

-Circulação apropriada para a pele e so músculos, a fim de atender ás demandas do metabolismo e da termorregulação; maior estabilidade na pressão arterial durante o exercício

-Queda no limiar para o inicio da sudorese

-O esfriamento por evaporação começa precocemente durante o exercício

-Distribuição mais efetiva do suor sobre a superfície da pele

-Utilização ótima da superfície corporal efetiva para o esfriamento evaporativo

-Maior produção de calor

-Maximiza o esfriamento evaporativo

-Menor concentração de sal no suor

-O suor diluído preserva os eletrólitos no líquido extracelular

-Queda nas temperaturas cutâneas e central e na frequência cardíaca para um exercício padronizado

-Libera uma maior proporção do débito cardíaco para os músculos ativos

-Menor dependência do catabolismo dos carboidratos durante o exercicio

-Preservação dos carboidratos

Fonte: McArdle et al., 2011.

3.2 Estado de Treinamento

Embora bombeiros bem condicionados também possam sofrer desgaste em decorrência dos efeitos do calor, é notório que o risco de lesão e doenças provocadas pelo calor é muito maior em bombeiros com excesso de peso e que não fazem exercícios físicos regularmente. Programas de condicionamento físico com vistas ao desenvolvimento da aptidão cardiovascular e muscular podem ser de grande benefício no aumento da capacidade termorreguladora. (FA 314, 2008)

3.3 A Desidratação

Em bombeiros durante o atendimento de ocorrências de combate a incêndio, assim como em atletas de provas de endurance, o mecanismo de desidratação se dá principalmente pela perda de suor, que pode chegar a ser de até dois litros/hora, sendo que fatores como as condições ambientais, condicionamento físico, aclimatação, grau de intensidade de esforço e tempo de exposição influenciam o volume da perda. (NFPA 1584, 2003)

Desidratação leve e moderada causa sinais e sintomas como fadiga, perda de apetite, sede, pele vermelha, intolerância ao calor, tontura e aumento da concentração da urina. A desidratação grave causa pele seca e murcha, olhos afundados, visão fosca, delírio, espasmos musculares, choque térmico e coma, podendo evoluir para óbito. (CARVALHO; MARA, 2010).

Segundo Grandejean e Campbell (2004), o corpo tenta manter-se em equilíbrio ainda que sofra grandes variações no consumo e perda de fluidos e eletrólitos. No entanto, as condições físicas e o estresse ambiental podem levar o organismo a ultrapassar os limites dos mecanismos que produzem esse equilíbrio, levando a perda do balanço de fluidos e eletrólitos. Desequilíbrios de fluídos e sais, desidratação e toxicidade da água são definidos com base na quantidade de sal e água perdida ou ganha.

A primeira reação orgânica à desidratação é o estímulo aos centros da sede do cérebro, provocando maior ingestão de líquidos. Se a ingestão não for suficiente para compensar a água eliminada pode haver um agravamento da desidratação, com diminuição da transpiração e redução na produção de urina. (WILLIAMS, 2002)

O corpo humano perde água através de quatro meios básicos: na urina, nas fezes, durante a expiração, e através da transpiração. Em condições normais, não extenuantes a maior parte da água é descarregada a partir do corpo através da micção. Apesar de não ser totalmente precisos, de uma forma básica em que uma pessoa pode monitorar seu próprio nível de hidratação é observar as características de sua urina. Um corpo bem hidratado apresenta a urina com cor clara, com pouco ou nenhum odor, e em um volume razoável. Urina, que é escura (tipicamente amarela), tem um odor forte, em pouco volume é indicativo de desidratação cujo corpo precisa de reposição de fluidos. Da mesma forma, muito freqüentes de grandes volumes de urina clara pode indicar um corpo que é mais hidratada. (CARVALHO; MARA, 2010)

Durante os períodos de trabalho intensos ou quando expostos a altas temperaturas ambientais, a maior parte da água perdida do corpo é em decorrência da transpiração. Transpiração ocorre como resultado do corpo em manter a regulação da temperatura corporal constante através do arrefecimento que ocorre da evaporação da transpiração. A quantidade de suor produzido vai variar de pessoa para pessoa, dependendo de alguns fatores:

• O nível de aptidão física;

• O nível de esforço físico que o indivíduo está realizando;

• A temperatura ambiente que a pessoa está atuando, e

• O tipo de roupas e equipamentos de proteção que está sendo usado.

3.4 O Ambiente de Atuação dos Bombeiros

O estudo do ambiente de trabalho dos bombeiros e a difusão de conhecimentos sobre os efeitos da exposição a condições extremas de temperatura sobre o corpo humano é o primeiro passo para o desenvolvimento de melhores práticas de trabalho e adoção de estratégias para prevenção de doenças e lesões relacionadas a essas variáveis. (FA 314, 2008)

Bombeiros estão expostos a diferentes níveis de calor em dois contextos básicos: as condições ambientais e a exposição ao fogo (FA-314, 2008)

Bombeiros enfrentam exposições particularmente severas durante a queima de combustíveis líquidos e em incêndios com produtos químicos que podem atingir temperaturas ambientais superiores a 1000° C e radiação térmica de 5,0 watts/cm2. (DINIZ FILHO, 2011).

Definir o ambiente de atuação dos bombeiros é um primeiro passo importante no desenvolvimento de práticas de trabalho e estratégias eficazes para protegê-los de doenças relacionadas ao estresse e lesões relacionadas pelo calor.

Os Bombeiros durante as atividades de combate a incêndio estão expostos a níveis variáveis ​​de calor em dois contextos básicos: condições ambientais e condições de exposição ao fogo. Compreender o papel e o impacto de ambas as situações é importante.


4. A Hidratação Recomendada

Ainda que adequadamente pré-hidratados antes da emergência, será sempre necessário que os bombeiros façam a reposição dos líquidos perdidos na ocorrência durante e após o atendimento.

Eventos com duração entre uma e três horas são realizados geralmente entre 60 e 90% do consumo máximo de oxigênio, devendo ocorrer reposição hídrica e do substrato energético. Nesses casos, a reposição de sódio é indicada para melhorar a palatabilidade e aumentar a absorção de glicose, mas não com a preocupação de evitar a hiponatremia. Em eventos de mais de três horas de duração, como ultramaratonas e triatlo Ironman, a intensidade de esforço situa-se entre 30 e 70% do consumo máximo de oxigênio e, além da reposição hídrica e do substrato energético, há necessidade do fornecimento de eletrólitos ao atleta, principalmente o sódio. (CARVALHO; MARA, 2010)

Estudos científicos realizados pelo Orange County Fire Authority (OCFA) monitoraram o estado de hidratação de 101 bombeiros após 30 min de trabalho de combate a incêndio simulado numa torre de exercícios. Ao final do exercício os resultados apontavam que todos os bombeiros perderam ao menos 1% de seu peso corporal em líquidos e 59% perderam mais de 2%. (ESPINOZA; CONTRERAS, 2007).


5. Conclusão

A presente pesquisa teve como objetivo definir que o uso do equipamento de proteção individual para os bombeiros durante o atendimento das ocorrências de incêndio visando medidas que possam atenuar os efeitos do calor e do desgaste físico em busca da proteção e recuperação.

Os efeitos do calor sobre os bombeiros é um risco, dentre os diversos a que estão expostos durante as emergências, que causam efeitos severos sobre o organismo, comprometendo-os fisiologicamente, chegando a limites da depleção das reservas energéticas e hídrica, deixando-os em condição de risco de morte.

Outra questão bastante relevante é que os bombeiros atuam nas ocorrências de combate a incêndio com sobrecarga de aproximadamente 27 kg, por conta do EPI e do EPR, isso fora os esforços para transportar diversos materiais: mangueiras pressurizadas, ferramentas para arrombamentos, moto-geradores e outros. Soma-se a todo esse cenário as ações durante o atendimento da ocorrência: deslocamentos, subida de escadas, transporte de vitimas, remoção de escombros e as ações de rescaldo, são alguns exemplos.

Segundo a ciência da Fisiologia Esportiva um bom nível de condicionamento físico aliado a um processo de aclimatação rigoroso são medidas que amenizam os efeitos deletérios da exposição e realização de esforços em ambiente quente.

Considerando os altos índices de desgaste físico, da depleção dos níveis de glicogênio muscular, a intensa perda hídrica e de eletrólitos, decorrente das atividades de combate a incêndio. Ações de reposição de fluidos e nutrientes são medidas bastante eficazes para a recuperação dos bombeiros.

Durante o dia os bombeiros devem se manter bem nutridos e hidratados, pois as emergências podem acontecer a qualquer momento.

Durante o atendimento das ocorrências de incêndio nas pausas para a troca de cilindros de ar do EPR deve-se oferecer aos bombeiros água, soluções glicoeletrolíticas para reposição hídrica e de sais. Tal medida visa reidratar e repor os eletrólitos depletados durante o esforço. O cilindro de ar do EPR pode ser consumido pelo bombeiro com tempo médio de 30 minutos e para a troca o bombeiro deve ter um tempo para descanso, reidratação e reposição de sais de aproximadamente 10 minutos, seria aconselhável nesse momento afrouxar o EPI visando o resfriamento auxiliando na termorregulação.

A hidratação é uma medida que é essencial para a manutenção do equilíbrio hídrico e da temperatura corporal em todas as circunstâncias. Manter os bombeiros hidratados antes, durante e após o atendimento das ocorrências de incêndio faz com que se mantenham em condições ótimas para o bom desempenho de suas missões. Estudos relatam que indivíduos bem treinados em atividades intensas e bombeiros em treinamentos chegam a perder de 2 (dois) a 3 (três) litros de suor por hora.


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Abstract: Among the activities carried out by firefighters firefighting is the most stressful by exposure to high temperatures, developing great physical effort, high sweat rates, depletion of nutrients and salts. The goal is to propose a correct replacement of water, electrolytes and nutrients, during the service of occurrences of fire, a procedure that will bring a recuperative effect and delay the onset of fatigue in the body of the firefighter. The methodology was based on descriptive and explanatory research, literature reviews, scientific articles, technical literature, specialized sites. The results obtained and conclusion is that the replacement of nutrients, water and electrolytes to recover firefighters is a measure that is consensus among researchers and physiologists and is recommended by international organizations. Included is placed as a safety issue for firefighters. The good level of fitness is a factor that is important in the recovery process, health and quality of life of firefighters.

Key Words: Fire Department. Nutrition. Hydration. Thermal Stress. Physical Conditioning.


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