A saída é pela esquerda

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Este artigo pontua aspectos da vida brasileira e mostrar que existe uma saída em um possível governo progressista.

RECUAR, RESISTIR E AVANÇAR

O Brasil após a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, começou a experimentar a plenitude de um governo genocida, nazifascista e beligerante com o resto do mundo. Tal situação agravada pela maior crise sanitária do século vigente, culminou até o momento, em quase 500 mil mortos.

Tais fatores, incluindo a destruição da seguridade social, trabalhista e alimentar, joga a realidade brasileira numa opção que vai além do campo ideológico, mas da luta entre a civilidade e a barbárie, representada pelo atual governo e com apoio de setores sociais que estão ainda adormecidos no século XIII. Repensar a política nacional, além de paixões, é um dever para que possamos resgatar um pouco da dignidade perdida com esta situação caótica em que todos estamos passando.

O cenário político ainda se instrumentaliza, onde nesta atual conjuntura a esquerda brasileira ainda tenta encontrar uma maneira para vencer o obscurantismo, doravante após todas as mazelas propiciadas pelos próprios erros dos governos progressistas, somados com uma elite rastaquera e higienista que segue ditando as cartas no país.

A luta da esquerda brasileira não é uma tarefa fácil, é uma missão quase hercúlea, necessitando fazer alianças muitas vezes indigestas e que todos nós conhecemos o que pode acarretar, visto o erro de nunca ter proposto uma reforma política e ter perdido bases populares para nichos religiosos, compostos por boa parte da escória da sociedade que segue apoiando cegamente, este quem sem dúvida é, o pior governo na história republicana do Brasil.

Ainda que a esquerda brasileira precisa se reencontrar com a população, principalmente as classes mais populares, necessita se organizar para enfrentar cláusulas de barreiras, que enfraqueceram e muito os partidos menores, e que concentram boa parte da esquerda ideológica e pensante, que faz reflexões para melhorar e garantir o mínimo de justiça social para uma população tão sofrida, e que certamente terá um período difícil, praticamente em cenário de guerra, diante de um governo pró-necropolítica e um vírus que encontra-se descontrolado, por ações negacionistas e genocidas contra sua própria população.

Repensar os modelos tributários, de seguridade social, alimentar, renda cidadã, reformas que possam garantir o mínimo de equidade são absurdamente urgentes, e este cenário não irá acontecer, se não pela esquerda.

Não vamos esquecer, que os Liberais “à brasileira” , conservadores e boa parte da direita brasileira segue apoiando de maneira integral, as ações de um governo que segue dilapidando o que ainda resta do Estado brasileiro, apenas para seguir fomentando o interesse de poucos, contra os interesses da maioria, com discursos ardilosos, futrica para a classe média brasileira uma realidade que jamais terá, com um discurso de uma ciência moderna e que sequer deu certo mesmo no auge do Thatcherismo nos anos 70.


CONCLUSÃO

A esquerda brasileira está em um processo de autoconhecimento e de reflexão necessária, visto que seria impossível vencer em 2018, visto um desgaste por conta de seus erros, somados ao fruto de um sólido pacto da burguesia neoliberal, da mídia estanque que ajudou a criminalizar partidos de esquerda, demonizando aqueles que sempre lutaram pelo mínimo de dignidade para sua população.

Quantas vezes, percebemos opiniões de setores da imprensa, citarem por exemplo Guilherme Boulos, Marcelo Freixo, Jandira Feghali ou Flávio Dino de “Radicais” por estes defenderem, moradia, saúde, alimentação e segurança, princípios básicos para dignidade humana.

O que estamos passando, também é didático, pois os discursos sorrateiros e desonestos, de senso comum e a generalização descabida, nos jogaram em um buraco fundo, e que está custando muito caro para a democracia brasileira.

Ainda teremos muito trabalho para resgatar a civilidade brasileira, e a desnazificação bolsonarista que provavelmente seguirá ativa, junto do pior que existe na sociedade, com apoio do modelo ultraneoliberal Faria Lima, mas precisamos lutar, com todas as forças, por nós, pelos direitos humanos, pela justiça social e sempre levantar a bandeira, que a saída para tudo isso, é pela esquerda.


REFERÊNCIAS

CLASSE OPERÁRIA (1948-9, 1951-2); Em Tempo (18-24/10/1979); ENTREV. BRANDÃO, O.; PEREIRA, A. Formação; Voz Operária (1949-59).

____. A manutenção da qualidade de segurada(o) para as(os) trabalhadoras(es) intermitentes à luz da proibição do retrocesso social. In: COSTA, Ricardo Caetano; SOARES, Hector Cury; COSTA, Eder Dion de Paula (Org.). Cadernos CIDIJUS - Volume 2. Rio Grande: IBRAJU Edições, 2020, p. 9-26. Disponível em: <https://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/9187/Cadernos_CIDIJUS_2.pdf?sequence=1>. Acesso em: 30 out. 2020.

GRABÓIS. Jornal A Classe Operária. Centro de documentação e Memoria. FMG. 16 de maio. 2021. Disponível em: <https://www.grabois.org.br/cdm/jornal-classe-operaria-arquivo> Acesso em: 26 de Maio de 2021.

STOLZ; Sheila; GONÇALVES, Vinícius Viana. Vida Famélica, Morte Severina: no mar do desinteresse político-econômico naufraga a fábula do direito fundamental a alimentação adequada. In: COSTA, Ricardo Caetano; SOARES, Hector Cury; COSTA, Eder Dion de Paula (Org.). Cadernos CIDIJUS - Volume 1. Rio Grande: IBRAJU Edições, 2020, p. 10-39. Disponível em: <https://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/9188/organized.pdf?sequence=4/>. Acesso em: 30 de nov. de 2020.

Sobre os autores
Vinicius Viana Gonçalves

Possui Bacharelado em Direito pela Faculdade Anhanguera do Rio Grande (FARG), Pós-Graduação em Ciências Políticas pela Universidade Cândido Mendes (UCAM), Pós-Graduação em Ensino de Sociologia pela Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP), Pós-Graduação em Educação em Direitos Humanos e Mestrado em Direito e Justiça Social pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Também possui formação como Técnico em Comércio Exterior pela Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas (Rio Grande/RS), Tecnologia em Logística pela Faculdade de Tecnologia (FATEC/UNINTER). Como pesquisador, foi membro do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direitos Humanos (NUPEDH) e do Grupo de Pesquisa Direito, Gênero e Identidades Plurais (DIGIPLUS), ambos vinculados ao PPGDJS/FURG. Também atuou como pesquisador vinculado ao Programa Educación para la Paz No Violencia y los Derechos Humanos, no Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direitos Humanos (Centro de Investigación y Extensión en Derechos Humanos) da Facultad de Derecho da Universidad Nacional de Rosario (Argentina), sob coordenação do Professor Dr. Julio Cesar Llanán Nogueira, com financiamento da PROPESP-FURG/CAPES.

Luíse Pereira Herzog

Graduada em direito da Universidade de Santa Cruz do Sul- UNISC, aluna especial do mestrado em Direito e Justiça Social da FURG. Pós graduanda em processo civil da Dom Alberto. Participante do grupo de estudos Direito, cidadania e políticas públicas da UNISC.

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