Olá, Ro_Ro!
Boa madrugada a todos!
Já escrevi em outro post, mas acabei perdendo o link e não tenho a menor idéia de como encontrá-lo.
Bem, resumindo, sofri acidente de trânsito a caminho do trabalho, onde era passageira de ônibus coletivo urbano que se chocou gravemente com outro. Entre tantos feridos, fui recolhida no local pelo corpo de bombeiros em estado grave. Fiquei mais ou menos dois meses internada e com paraplegia temporária, uma vez que não havia sensibilidade da cintura para baixo inclusive precisei usar fraldas. Hoje só me locomovo com muletas. Tive politraumatismo: mandíbula à direita, órbita ocular á esquerda, vértebras da cervical, uma apófise fraturada numa vértebra da torácica , três fraturas na bacia, sendo que uma delas na articulação sacroilíaca e as demais no sacro à esquerda.
7 meses depois, decorridas 3 perícias no INSS mais dois pedidos de reconsideração indeferidos, perdi a linha. As fraturas já se consolidaram há 1 mês, mas as sequelas são terríveis: enrijecimento da musculatura das coxas, nádegas e costas que estão comprimindo nervos e ossos. Com isso adquiri tenossinovite crônica na parte anterior dos dois pés e dos dois joelhos. Não me locomovo sem muletas e o médico já insiste que eu passe para cadeira de rodas devido à força excessiva depositada nas muletas que estão provocando radiculopatia e cervicobraquialgia devido as lesões da cervical. Ontem, mais uma data de humilhação durante a perícia. Ela pediu que relaxasse as pernas para que verificasse os reflexos e disse que era o máximo de relaxamento que conseguia alcançar. ela passou a empurrar minhas canelas para trás e as mesmas não se comportaram da forma que ela queria. Ela disse que não poderia fazer o exame porque eu não deixava. Para me aborrecer um pouco mais, ela segurou meu calcanhar e, num solavanco repentino levantou-o fazendo pressão para cima de forma que com toda sua força ela esticou minha perna até sentir a virilha. Gritei e, num impulso, acabei acertando a muleta que estava em minha mão nela. Imperdoável minha atitude, mas foi esse o reflexo imediato. fiquei chorando de dor, uma vez que meus joelhos já não desdobram mais, o inchaço das duas pernas são visíveis. Enfim, ela saiu correndo da sala e chamou a segurança. 190 foi acionado, mas ao chegarem ao local e viram meu estado altamente precário para deambulação ela foi perguntada de como eu a agredi. Eu afirmando que não tive a intenção de agredi-la, apesar de estar sendo humilhada mais uma vez, mas ao me provocar uma imensa dor. acabei por levantar o braço e a acertei com uma das muletas. Só que, ela nao contava que, depois de tanta humilhação que venho passando durante esses 7 meses por parte do INSS, eu entrei em sua sala com o gravador do celular ligado e consegui gravar todo o diálogo que inicia com ela perguntando, ainda antes de eu me sentar: "Porque a senhora ainda não está trabalhando?' Apresentei o laudo do médico do trabalho que me classificou como inapta para quaisquer atividades laborativas e apresentei ainda, laudos do ortopedista e neurocirurgião que classificam meu problema como invalidez permanente, uma vez que jamais recuperarei movimentos da coluna lombar, nem mesmo para simples flexão na inclinação para frente e para trás, assim como para os lados. Apresentei ainda o laudo oftalmológico que comprova que, devido à pancada que provocou a fratura da órbita, perdi a acuidade visual do olho esquerdo, já enquadrada como portadora de monovisão. Tudo que eu tentava apresentá-la, eu falava o que estava fazendo e as respostas eram sempre: "o laudo do médico de tua empresa não me interessa" esses laudos dos seus médicos não interessam! Ela ouviu perplexa e disse que a gravação que fiz era proibida, pois não foi autorizada, mas não gravei imagens, apenas as vozes. Diante disso os policiais perguntaram à ela se, realmente ela gostaria de registrar queixa contra mim, uma vez que eu tenho provas para apresentar ao delegado de humilhação, sarcasmo e descaso sofrida por uma funcionária que sequer se identifica como médica. Ela chorou muito e eu também, pois apesar de também ser empregada pública, corria o risco de responder a um processo por tê-la agredido, ainda que sem intenção. Por fim ela disse que entende que já estou sendo medicada com rivotril e outros antiansiolíticos e portanto ela entende a minha postura e preferiu não registrar a queixa. O policial, me disse afastada da perita que eu deveria guardar essa gravação, porque me será útil no futuro. Ao receber o resultado estava lá" seu pedido de continuidade do benefício foi INDEFERIDO. Enfim fui a um advogado, levei todos os laudos e acabei entrando na justiça que será a estadual, uma vez que é acidentário. Fui revoltada para a empresa onde trabalho e dei u ultimato: que eles intercedam por mim junto ao INSS caso contrário, no dia seguinte estaria lá para trabalhar, empunhando minhas muletas e como trabalho no aeroporto internacional a empresa preferiu assumir meus salários normalmente, sem que eu preste serviço, pois estou ainda na condição de inapta até que seja concluído o processo contra o INSS. Não aconselho ninguém a reagir como eu, mas cada pessoa tem o seu limite e creio que o meu já estourou.
Muito obrigado por lerem meu depoimento, repito: não aconselho ninguém a fazer o que eu fiz, mas na verdade creio que tenha sido mesmo um surto. desculpem por ter relatado tão detalhadamente, mas achei que seria imprescindível para a compreensão. Minha empresa só assumirá o pagamento do meu benefício por ter um programa voltado a esse tipo de assistencialismo, pois existem vários funcionários que estão na mesma situação que eu, porém sou a única em acidente de trabalho.
Boa sorte a todos, amigos!