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Acidentes aéreos: como evitá-los

Acidentes aéreos: como evitá-los

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No que pertine as causas de acidentes na aviação, segundo as estatísticas, 80% (oitenta por cento) de todos eles ocorreram imediatamente antes, durante ou após a decolagem ou aterrissagem, e foram identificados como ocasionados por erro humano.

I – INTRODUÇÃO

Rebuscando-se a história sobre acidentes aeronáuticos em torno das ocorrências de grandes acidentes, que tiveram início na década de 1920, com os voos de passageiros. Em 1928, o número de passageiros mortos superou em torno de 100 pessoas pela primeira vez. No ano de 1943 alcançou o número de 1.000 passageiros. A partir do ano de 1945, o número de passageiros mortos permaneceu nessa faixa, quando nos anos de 2004, 2007 e 2008, os acidentes decresceram.

Definir o que significa um acidente aeronáutico ou aéreo é um tanto quanto singelo a todos, pois, tratando-se de uma eventualidade ligada à operação de uma aeronave, ocorrida entre os embarques de passageiros com o escopo de voar e os seus desembarques respectivamente.

É cediço que voar utilizando-se de aeronaves como veículos de locomoções, sempre é e será um risco real presente, diante do tipo de transporte, envolvendo certa quantidade significativa de massa deslocada e direcionada através de meios aerodinâmicos, atingindo alturas consideráveis. Assim sendo, no instante da pane, por qualquer motivação, as ações sistemáticas corretivas são delimitadas, em face à natureza dos instrumentos da aeronave, do instante e do lugar. Embora as aeronaves sejam construídas com o esteio de reduzir as ocorrências de falhas mecânicas, assim como os pilotos sejam devidamentes treinados para agirem nos momentos críticos de segurança, os acidentes aéreos continuam a acontecer e atemorizar passageiros. Contudo, é sabido que embora exista esse risco em voar, estatisticamente esse meio de condução continua sendo considerado o terceiro mais seguro do mundo, perdendo para o navio e o elevador sucessivamente.


II – PIONEIROS DA AVIAÇÃO

Conta à história, sobre a atuação do homem sempre buscando meios e projetos, em tentativas de voar que ocasionaram inúmeros acidentes, com quedas e prejuízos, diante das falhas graves advindas de projetos mal elaborados. Sabe-se, também, que alguns pioneiros da aviação faleceram em seus experimentos, quando testavam suas invenções, a exemplo das “maquinas voadoras”, que nunca chegaram a voar, conforme abaixo:

  • OTTO LILIENTHAL, perdeu a sua vida quando um dos seus planadores falhou. Na data de 9 de agosto de 1896, em seu voo nº 2500, deu-se o fenômeno conhecido pelos brasileiros como Estol e em inglês Stall, com a perda de sustentação ao se deparar com uma rajada de ventos. Expressão utilizada em aviação e aerodinâmica indicando a separação do fluxo de ar do extradorso da asa, ocasionando em perda total de sustentação. Diante dessa situação OTTO caiu de uma altura de 17 metros, fraturando a coluna vertebral e falecendo no dia seguinte. Em suas últimas palavras este proferiu as suas últimas palavras: “Opter mussen gebracht werden!” (sacrifícios precisam ser feitos).

  • PERCY PILCHER, aviador pioneiro e promissor, que faleceu no dia 20 de setembro de 1899, quanto testava The Hawk, nos mesmos moldes como aconteceu com Otto Lilienthal, cujos projetos e planos de motorizar os aeroplanos foram olvidados após a sua morte.

  • WRIGHT FLYER (Avião dos irmãos Wright), no seu voo inaugural, na decolagem ocorreu o acidente. Consta que três dias antes do acidente, numa tentativa de voo, Wilbur Wright praticou uma manobra errada no controle do equipamento, tendo este caído durante a decolagem, ocasionando pelos danos. Esse erro ficou assentado na história com o primeiro provocado pelo piloto.

  • THOMAS ETHOLEN SELFRIDGE, tenente do Exército americano, em 17 de setembro de 1908, tornando-se a primeira vítima de um acidente em um avião motorizado de asas fixas, quando o seu avião, pilotadas por Orville Wright, caiu após a perda da hélice do motor, durante testes militares em Fort Myer, Virgínia. Com a queda, Thomas foi acometido de traumatismos múltiplos nas pernas, na bacia e costelas, e falecendo por traumatismo craniano.


III – CAUSAS DOS ACIDENTES AÉREOS

No que pertine as causas de acidentes na aviação, segundo as estatísticas, 80% (oitenta por cento) de todos eles ocorreram imediatamente antes, durante ou após a decolagem ou aterrissagem, e foram identificados como ocasionados por erro humano. É sabido que desastres em voo são raros, contudo não inéditos ou impossíveis.

Vislumbram-se outras motivações, dentre os quais, registram-se os atentados terroristas mediante bombas, como se deu no voo Pan AM 103; sequestros como no voo Ethiopian 961; as colisões em voo, como no voo Gol 1907; as falhas estruturais, como ocorreu com os Comets, e as condições climáticas, como no voo Air France 447.

Segundo, ainda, as estatísticas dentre 1.843 acidentes aéreos ocorridos no período de 1950 a 2006, salvantes os acidentes com aeronaves militares, voos privados e voos chaters (são voos efetuados por uma companhia aérea que leva a carga ou passageiro de outra companhia, ficando fora da sua operação normal ou regular), as causas foram as seguintes:

  • 53% erro do piloto.

  • 21% falhas estruturais.

  • 11% clima/tempo.

  • 8% outros erros humanos, como erro do controle de tráfego aéreo, imperícia no carregamento, imperícia na manutenção, contaminação de combustível e erro de comunicação.

  • 5%– sabotagem, através de bombas, sequestros e abatimentos.

  • 1% demais causas.

Ademais, a empresa de aviação Boeing procedeu a um estudo, determinando que a motivação principal com a perda total e aeronaves comerciais, no período de 1996 a 2005, como:

  • 55% erro da tripulação.

  • 17% da própria aeronave.

  • 13% clima/tempo.

  • 7% outros motivos.

  • 5% controle de tráfego aéreo.

  • 3% manutenção.


IV – ACIDENTES OCORRIDOS DURANTE O POUSO DO AVIÃO

Dentre os inúmeros acidentes aéreos ocorridos em todo o mundo, chama-se atenção para os desastres ocorridos nas aterrissagens das aeronaves, de conformidade com as ocorrências abaixo:

Em 18/08/1926, um avião Blériot 155, operado pela Air Union, cai durante a tentativa de uma aterrissagem de emergência.

Em 9 de janeiro de 1943, deu-se a queda de um avião Short S 26 da British Overseas AirWays Corporation. A referida aeronave, batizada de Golden Horcai do Rio Tejo, caiu após uma tentativa de pouso forçado, em face de um incêndio a bordo. Nessa queda morreram 13 dos 15 ocupantes do avião.

Em 12/09/1954, ocorreu a queda de um avião DC 3 da aviação Cruzeiro do Sul na Baia de Guanabara, quando tentava pousar no Aeroporto Santos Dumont, nesse acidente faleceram 6 dos 30 ocupantes da aeronave.

Em 6 de junho de 1958, o avião Convair CV-440 da aviação Cruzeiro do Sul, procedente da cidade de Florianópolis/SC, caiu durante o pouso em São José dos Pinhais. Nessa queda 24 dos 27 ocupantes faleceram, dentre os quais o ex-vice Presidente da República Nereu Ramos, o Governador de Santa Catarina Jorge Lacerda e o então Deputado Federal Leoberto Leal.

Em 5 de setembro de 1958, o avião Curtiss C-46 Commando, prefixo PP-LDX, da empresa Lóid Aéreo Nacional, voo 652, procedente do Rio de Janeiro/RJ, caiu durante a aproximação para o pouso de escala na cidade de Campina Grande/PB e com destino final em Fortaleza/CE. Nesse voo dos 40 passageiros a bordo, foram vitimados 2 tripulantes e 11 passageiros.

Em 22 de dezembro de 1959, ocorreu a colisão aérea entre um Vickers Viscount 827, da aviação Vasp (PP-SRG) e um avião de treinamento do tipo Fokker T-21 da Força Aérea Brasileira. Essa ocorrência se deu durante o voo de treinamento da aeronave da FAB, colidindo com o avião da Vasp quando se aproximava para o pouso no Aeroporto do Galeão. Nesse acidente morreram os 33 ocupantes da aeronave da Vasp, além de 5 pessoas em terra, enquanto que o tripulante do avião da FAB conseguiu sobreviver saltando de paraquedas.

Em 3 de junho de 1962, o Boeing 707 fretado, Voo Air France 007, ultrapassou a pista na decolagem do Aeroporto de Orly, explodindo depois que o piloto rejeitou a decolagem, ocasionando a morte de vários líderes cívicos e culturais de Atlanta, na Geórgia, sendo apenas 2 comissários de bordo como sobreviventes, já que 130 passageiros morreram. Esse acidente foi considerado o pior para uma única aeronave nesse período.

Em 20 de agosto de 1962, o avião DC-8, operado pela Panair do Brasil, Voo 026, matrícula PP-PDT, estava de partida para Lisboa com 105 pessoas a bordo, quando na decolagem no Aeroporto do Galeão derrapou no final da pista, chocando-se com o muro final do aeroporto, atravessou a rua e caiu na Baia de Guanabara, resultando na morte de 15 dos 105 passageiros.

Em 27 de novembro de 1962, o Boeing 707, prefixo PP-VJB, Voo Varig 810, durante a tentativa de pouso em Lima, bateu em uma montanha nas proximidades do Aeroporto de Lima, Peru, matando todos os seus 97 ocupantes.

Em 5 de março de 1967, o avião Douglas DC-8, Voo Varig 837, na tentativa de pouso no Aeroporto de Monróvia, Libéria, caiu matando 51 dos 90 ocupantes e mais 5 em terra.

Em 17 de junho de 1975, o avião Avro hs-748, quando cumpria a rota Belém/PA – Goiânia/GO, com escala em Pedro Afonso/GO, hoje Tocantins, após o pouso no aeroporto de Pedro Afonso a aeronave não conseguiu frear, em face de pane mecânica, saindo pista, batendo a ponta da asa em uma árvore, fazendo uma leve curva para a esquerda e chocando-se em uma residência, matando o piloto e mais 3 pessoas da casa, sendo duas delas crianças. O copiloto quebrou uma perna, enquanto que a maioria dos passageiros sofreu com leves ferimentos.

Em 19 de novembro de 1977, o avião Boeing 727 da TAP Portugal, Voo 425, despenhou-se na aterrissagem no Aeroporto do Funchal, com 164 pessoas a bordo e com o falecimento de 131 pessoas.

Em 3 de março de 1987, o avião Boeing 707 da Varig, matrícula PP-VJK, Voo 797, caiu em um pântano durante a aproximação final do Aeroporto de Abdijan, Costa do Marfim, após perder sua sustentação, ocasionando a morte de 51 pessoas a bordo, e apenas 1 pessoa sobreviveu.

Em 9 de maio de 1987, o avião Llyushin II-62M, Voo LOT Polish Airlines 5055, caiu próximo a Varsóvia, em face de uma pane no motor. Os pilotos tentaram um pouso de emergência no Aeroporto de Varsóvia, resultando na morte dos 183 passageiros e demais membros da equipe do avião. Segundo consta ter sido o pior acidente aéreo da Polônia.

Em 24 de fevereiro de 1989, o Voo United Airlines 811, caiu quando se deslocava de Honolulu e ao efetuar uma aterrissagem forçada, após perder uma porta de carga, ocasionando a morte de 9 passageiros.

Em 19 de julho de 1989, no Voo United Airlines 232, a aeronave perde fluidos hidráulicos, obrigando a efetuar um pouco de emergência em Sioux City, Dos 307 ocupantes, 111 morreram e 196 conseguem sobreviver. Esse acidente foi considerado uma batalha heroica do piloto contra o avião.

Em 3 de setembro de 1989, o Voo Varig 254, quando o piloto efetuou o pouso forçado em uma área próxima da Serra do Cachimbo no Estado do Pará, caiu matando 14 pessoas.

Em 3 de março de 1991, o avião Boeing 737-200, Voo United Airlines 585, quando o piloto tentava pousar no Aeroporto de Colorado Springs, causando a morte de 25 pessoas a bordo. A causa não foi identificada, assim como a queda do Voo USAir 427 em 1994. Tais acidentes são atribuídos, possivelmente, a defeitos em uma válvula associada ao leme.

Em 19 de abril de 2000, o avião Boeing 737-200 da Air Phillippines, que seguia de Manila para Davao acidenta-se quando se preparava para pousar, ocasionando a morte de 131 pessoas a bordo.

Em 17 de julho de 2000, o avião Boeing 737-200 da Alliance Air, quando tentava pousar no Aeroporto de Patna, na Índia, causando a morte das 51 pessoas a bordo e de 4 pessoas no solo.

Em 9 de julho de 2006, o avião Airbus A310 da S7 Airlines, quando tentava uma aterrissagem, atravessa a pista de pouso sem frear, colidindo contra uma barreira de concreto, ocasionando a morte de 131 pessoas e de 55 pessoas gravemente feridas.

Em 21 de fevereiro de 2007, o avião Boeing 737, Voo Adam Air 172, quando aterrissava sofreu danos estruturais próximos a Surabaya, indonésia. Nenhum dos 149 passageiros a bordo é ferido seriamente, porém 6 aviões de Voo Boeing 737 do Adam Air são apreendidos pelas forças de seguranças da Indonésia, para fins de perícias.

Em 7 de março de 2007, o avião Boeing 737 da Garuda, Indonésia, no Voo 200, após sua aterrissagem em Yogyakarta, Indonésia, deixa de funcionar e sai da pista de pouso, matando 22 das 14 pessoas a bordo.

Em 17 de março de 2007, o avião Tupolev Tu-134, Voo UT Flight da Flight 471, quando da sua aterrissagem em Samara, Rússia, sofre sérios danos estruturais, causando a morte de 6 pessoas das 63 a bordo do avião.

Em 4 de abril de 2007, um avião Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB) caiu e outros três fizeram pousos de emergência próximo de Boa Vista/RR. A aeronave que caiu se chocou contra uma torre de telefonia, durante um temporal. Um dos pilotos faleceu.

Em 17 de julho de 2007, o Voo TAM 3054, quando seguia a rota do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre para o Aeroporto de Congonhas em São Paulo, com 187 pessoas a bordo, a aeronave derrapa e sai da pista recém-reaberta do Aeroporto, atravessa a Avenida Washington Luís, colide com um prédio da TAM Express e em seguida explode. Nesse acidente morreram todas as pessoas a bordo do avião, 11 pessoas que estavam no prédio da TAM Express e 1 taxista que estava abastecendo seu carro no momento em que o posto de combustível explodiu, resultando o total de 199 vítimas fatais. Esse fato é considerado o maior acidente aéreo do Brasil, em número de vítimas.

Em 17 de janeiro de 2008, o avião Boeing 777, Voo British Airways 38, quando fazia o pouso de emergência no Aeroporto de Londres Heathrow, ocasionou ferimentos em 13 passageiros. A causa consta como possível perda de força das turbinas, no momento mais importante do voo, ocasionando a queda do avião a poucos metros da pista do aeroporto.

Em 24 de agosto de 2008, o Voo Iran Aseman Airlines 6895, colidiu próximo ao Aeroporto de Bisqueque, no Quirguistão, durante a aterrissagem de emergência, ocasionando a morte de 68 pessoas.

Em 25 de fevereiro de 2009, o avião Boeing 737-800, voo Turkish Airlines 1951, teve uma pane no piloto automático e com isso confundiu o piloto no momento do pouso, ocasionando a queda da aeronave na aterrissagem, quebrando-se em três pedaços, resultando na morte de 9 pessoas, incluindo-se o piloto e o copiloto.

Em 24 de janeiro de 2010, o avião Tupolev Tu-154, voo Taban Air 6437, pegou fogo durante a aterrissagem no Aeroporto de Maashhad, no Irã, deixando 46 pessoas feridas, dentre as 170 pessoas a bordo da aeronave.

Em 22 de maio de 2010, o avião Boeing 737 da Air Índia, partindo de Dubai nos Emirados Árabes e em direção a Mangalore na Índia, pegou fogo, saiu da pista e se chocou nas árvores que fecham o Aeroporto de Mangalore, onde das 166 pessoas a bordo, apenas 8 sobreviveram.

Em 24 de agosto de 2010, o avião ERJ-190, fabricado pela Embraer, pertencente à Companhia Aérea Henan, decolara da cidade de Harbin, capital da província chinesa e no momento do pouso no Aeroporto da província de Heilongjiang, saiu da pista e colidindo com obstáculos, resultando a morte de 42 pessoas, 49 pessoas feridas, com 3 pessoas retiradas dos destroços em estado grave. A causa não foi esclarecida.

Em 1º de abril de 2011, o avião Boeing 737 da Southwest Airlines, Voo 812, de Phoenix, no Arizona para Sacramento, na Califórnia, a aeronave fez um pouso de emergência em Yuma, no Arizona, motivado por um buraco na fuselagem, ocasionando ferimentos em 3 pessoas e os demais passageiros nada sofreram.

Em 1º de novembro de 2011, o avião Boeing, da Companhia LOT, com 230 passageiros a bordo, fez um pouso de emergência no Aeroporto de Varsóvia, diante da pane no trem de pouso e, visando queimar o combustível, a aeronave deu voltas sobre o aeroporto. Quando ficou mais leve pousou de barriga e nenhum passageiro ficou ferido.

Em 30 de novembro de 2012, um avião de carga saiu da pista ao aterrissar no Aeroporto de Maya Maya, ocasionando o choque do avião contra um barranco, após atingir várias casas. Nesse acidente faleceram 20 passageiros.

Em 13 de abril de 2013, o avião Boeing 737 da Low Cost Lion Air, com mais de 130 pessoas a bordo, atravessou a pista de aterragem do Aeroporto Internacional de Bali e caiu no mar, sem fazer vítimas.

Em 6 de julho de 2013, o avião Boeing da Asiana Airlines, sofre um acidente no Aeroporto Internacional de São Francisco, quando tentava pousar na pista. Segundo um sobrevivente, quando a aeronave se aproximava do solo, esta parecia acelerar, diante do pouco espaço entre o avião e a cabeceira da pista. O ministério dos transportes da Coreia do Sul afirmou que a cauda da aeronave tocou a pista na hora do pouso. Dentre as 307 pessoas a bordo, 182 ficaram feridas, com 2 mortes.

Em 2 de setembro de 2013, um avião Airbus A330 da TAM, Voo 8065, de Madrid a São Paulo, com 168 passageiros e 16 tripulantes a bordo, fez um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Fortaleza/CE. O referido acidente ocorreu após o enfrentamento de forte turbulência, ocasionando ferimentos em 15 passageiros. Não houve vítimas fatais.

Em 17 de novembro de 2013, o avião Boeing 737, despenhou-se em uma das pistas do Aeroporto Internacional de Kazan, ocasionando a morte imediata dos 50 passageiros a bordo.

Em 20 de dezembro de 2014, o avião Boeing 727 cargueiro da Aerosucre 4544, na aterrissagem ultrapassa a pista do Aeroporto de Germán Olano em Puerto Carreño e cai minutos depois, ocasionando a morte de 5 pessoas e 1 ficou ferida.

Em 16 de janeiro de 2017, o avião Boeing 747 da Turkish Airlines, Voo MyCargo Airlines 6491, caiu em Bisqueque após ser atingido por uma névoa espessa e falhar na tentativa de arremendita. Nesse acidente 37 pessoas morreram a bordo e 15 em terra ficaram feridos.

Em 19 de janeiro de 2017, o avião bimotor turboélice da fabricante Beechcraft King Air caiu próximo à cidade de Paraty (RJ), matando todos os 5 ocupantes, entre eles o então Ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, Relator da Operação Lava Jato no STF. Segunda a investigação da Força Aérea Brasileira (FAB), o piloto havia realizado duas tentativas de pouso antes da queda da aeronave. A causa do acidente foi motivada pelo mau tempo.

Em 20 de março de 2017, o avião Antonov Na-26 da South Supreme Airlines, quando do procedimento de aterrissagem cai no pouso, provocando um incêndio no Aeroporto de Wau. Não houve vítimas.

Em 21 de setembro de 2017, o jato Cessna 650 Citation VII, partiu de Istambul com destino ao Aeroporto Internacional de Ercan, no Chipre do Norte. Pouco depois da decolagem, deu-se uma situação irregular obrigando o voo a retornar ao aeroporto de partida. A referida aeronave sofreu uma excursão de pista, enquanto tentava aterrissar na pista 35L. A aeronave atravessou uma vala de concreto e com o rompimento de combustível deu-se um incêndio. Todas as 4 pessoas, ou seja, dos dois pilotos e os dois passageiros sobreviveram ao acidente.

Em 12 de março de 2018, o avião Bombardier Dash 8, nos procedimentos de aterrissagem cai no Aeroporto Internacional de Tribhuvan, capital do Nepal, ocasionando a morte de 49 passageiros e dos tripulantes da aeronave.

Em 24 de maio de 2018, o avião Caça modelo F-5 decolou da Base Aérea de Santa Cruz e logo após caiu em área de mata. Os pilotos se ejetaram e foram resgatados.

Em 23 de junho de 2018, o avião Cessna 172B, de matrícula PT-BNT, caiu no mar de Fortaleza/CE, após um pouso forçado. Na referida aeronave estava apenas o piloto que sofreu apenas ferimentos leves.

Em 29 de julho de 2018, o avião Beechcraft King Air C90, matrícula PP-SZN, caiu no Aeroporto Campo do Marte, na terceira tentativa de pouso, após pane no trem de pouso. Na aeronave havia 7 pessoas a bordo. O piloto, identificado como Antonio Traversi, não sobreviveu.

Em 14 de janeiro de 2019, o avião Boeing 707 da Saga Airlines fez um pouso de emergência na Base Aérea de Fath, no Irã, invadindo a pista, colidindo contra uma parede e parando após bater em uma casa no bairro Farrokhabad, no condado de Fardis, na província de Alborz.

Em 4 de maio de 2019, o avião Boeing 737-81Q, de registro N732MA, quando tentava aterrissar na pista de Jacksonville, deslizou na pista de pouso, em face de uma tempestade severa e somente parou dentro do Rio St. Johns. Dentre as 143 pessoas a bordo, 21 ficaram feridas. Havendo fatalidade somente em relação aos animais que se encontram no porão de carga da aeronave, e nenhum sobreviveu.

Em 5 de maio de 2019, o avião Sukhoi Superjet 100-95B de prefixo RA-89098, quando do procedimento de pouso de emergência no Aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, na Capital Russa, a aeronave pegou fogo. Das 78 pessoas a bordo, 41 pessoas morreram e 37 sobreviveram.

Em 27 de maio de 2019, o avião monomotor Piper, de prefixo PT-KLO, caiu em uma região de mangue no Porto do Mato, povoado do município de Instância/SE. O cantor Gabriel Diniz, estava no avião, falecendo nesse acidente aéreo. Todos os três corpos, incluindo, o corpo do cantor foram encontrados sem vida, dentre os destroços do avião. Segundo informações, a tragédia pode ter ocorrido em razão do mau tempo. A aeronave, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da ANAC, somente poderia ser utilizada para voos de instrução, portanto, não poderia ser utilizada como táxi aéreo. Porém, até a presente data não se sabe de fato como o acidente aconteceu e o acidente permanece sob investigação.


V – ESTATÍSTICAS DOS PIORES ACIDENTES AÉREOS

Os dez piores acidentes aéreos (até 4 de agosto de 2014)

Posição

Número de mortos

Local

Data

Operador

Modelo

Tipo de ocorrência

319

Santa Cruz de Tenerife

27 de março de 1977

Pan Am

Boeing 747

Colisão no solo (com o KLM abaixo)

234

Santa Cruz de Tenerife

27 de março de 1977

KLM

Boeing 747

Colisão no solo (com o Pan Am acima)

520

Osutaka

12 de agosto de 1985

Japan Airlines

Boeing 747

Falha estrutural em voo

312

Charkhi Dadri

12 de novembro de 1996

Saudi Arabian

Boeing 747

Colisão em voo (com o Air Kazakhstan abaixo)

37

Charkhi Dadri

12 de novembro de 1996

Air Kazakhstan

Ilyushin Il-76

Colisão em voo (com o Saudi Arabian acima)

346

Floresta de Ermenonville

3 de março de 1974

Türk Hava Yollari

DC-10

Falha estrutural em voo

329

Oceano Atlântico (águas internacionais)

23 de junho de 1985

Air India

Boeing 747

Explosão e descompressão em voo.

301

Riad

19 de agosto de 1980

Saudi Arabian

Lockheed L-1011

Incêndio a bordo em voo, e falha da tripulação

298

Grobovo

17 de julho de 2014

Malaysia Airlines

Boeing 777

Abatido por míssil terra-ar

290

Bandar Abbas, no Estreito de Ormuz

3 de julho de 1988

Iran Air

Airbus A300

Abatido por engano pela Marinha dos Estados Unidos

273

Chicago

25 de maio de 1979

American Airlines

DC-10

Caiu logo após a decolagem depois da ruptura de um dos motores

10º

269

mar de Okhotsk, no oeste da ilha de Sacalina

1 de setembro de 1983

Korean Air

Boeing 747

Derrubado por míssil disparado por caça soviético

Os dez piores acidentes aéreos do Brasil[7]

Posição

Número de mortos

Local

Data

Operador

Modelo

Tipo de ocorrência

228

Oceano Atlântico, perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo, Pernambuco

1 de junho de 2009

Air France

Airbus A330

Voo Air France 447. Obstrução dos Pitots, causando medições errôneas de velocidade. Comandos inapropriados que levaram a um Estol.

187+12

Aeroporto de Congonhas, São Paulo

17 de julho de 2007

TAM

Airbus A320

Voo TAM 3054. Após pousar ,saiu da pista e colidiu com prédio localizado nos arredores do aeroporto matando 12 pessoas em terra.

154

Serra do Cachimbo, 200 km à leste de Peixoto de Azevedo, MT

29 de setembro de 2006

Gol Transportes Aéreos

Boeing 737

Voo Gol 1907. Choque com um jato Embraer Legacy 600

137

Serra da Aratanha, próximo a Pacatuba

8 de junho de 1982

VASP

Boeing 727

Voo VASP 168. Colisão com o solo em voo controlado (CFIT)

96+3

Aeroporto de Congonhas, São Paulo

31 de outubrode 1996

TAM

Fokker 100

Voo TAM 402. Falha no reversor direito

61

Baía de Guanabara, Rio de Janeiro

25 de fevereiro de 1960

REAL/

United States Navy

Douglas DC-3/Douglas R6-D

Desastre aéreo da Baía de Guanabara. Erro da torre de controle causa colisão entre os aviões.

55

Morro Virgínia, Florianópolis, Santa Catarina

12 de abril de 1980

Transbrasil

Boeing 727

Voo Transbrasil 303. Colisão com o solo em voo controlado (CFIT).

54

Ilha dos Ferros, Baía de Guanabara, Rio de Janeiro

24 de junhode 1960

REAL

Convair 340

Voo REAL Transportes Aéreos 435. Queda de aeronave sobre a Baía de Guanabara por causa(s) desconhecida(s).

52

Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas, Campinas

23 de novembro de 1961

Aerolineas Argentinas

Comet 4

Voo Aerolíneas Argentinas 322. Queda de aeronave nas proximidades do aeropórto de Viracopos, após erro do piloto.

10º

50

Morro do Chapéu e Morro das Cabras, entre Sapucaia do Sul e Gravataí

28 de julho de 1950

Panair do Brasil

Lockheed Constellation

Voo Panair do Brasil 099. Colisão com o solo em voo controlado (CFIT).

10º

50

Carolina

29 de abril de 1952

Pan Am

Boeing 377

Voo Pan Am 202. Disparo de hélice provoca a destruição da mesma, cujos destroços cortaram a fuselagem do avião.

10º

50

Rio Preto da Eva

14 de dezembro de 1962

Panair do Brasil

Lockheed Constellation

Queda do Constellation PP-PDE. Queda nas proximidades de Manaus por causa(s) desconhecida(s).

Estatística registrada pelo Escritório de Registros de Acidentes Aéreos (ACRO), sediado em Genebra, na Suíça, aponta no ano de 2009 já aconteceram 47 acidentes aéreos, com 569 vítimas fatais, sendo que o da Air France foi o pior acidente registrado até o presente. No pertinente a história da aviação mundial registra o somatório da ocorrência de 17.369 desastres aéreos, onde estão inseridos jatos e aeronaves convencionais, em voos comerciais a militares e de passageiros a de cargas. No total, 121.870 pessoas faleceram, enquanto que 93.624 sofreram ferimentos. Com relação à causa dos acidentes aéreos, o percentual maior foi ocasionado por erro humano na casa dos 67,57%, em segundo lugar as falhas técnicas com 20,72% e em terceiro lugar os casos de mau tempo com 5,95%.


VI – REGISTRO DA CAUSA, MOMENTO E LOCAL DO ACIDENTE.

Causas de acidentes aéreos

Erro humano

67,57%

Falha técnica

20,72%

Mau tempo

5,95%

Sabotagem

3,25%

Outras causas

2,51%

Fonte: Escritório de Registros de Acidentes Aéreos

Registra-se, também, que a maioria dos acidentes aéreos ocorreu no momento do pouso das aeronaves, na casa dos 50,39%, enquanto 27,73% ocorreram durante o voo.

Momento dos acidentes aéreos

Durante o pouso

50,39%

Durante o voo

27,73%

Durante a decolagem

20,96%

Durante o taxiamento

0,64%

Durante o estacionamento

0,28%

Fonte: Escritório de Registros de Acidentes Aéreos

No que pertine ao local do acidente, a maioria acontece a menos de 10 km do aeroporto, em torno de 53,89%, enquanto dos acidentes com quedas de aviões no mar, o percentual é de 9,51% apenas.

Local dos acidentes aéreos

Menos de 10 km do aeroporto

53,89%

Em planície

15,96%

Em montanhas

10,44%

No mar

9,51%

Na cidade

1,17%

No deserto

0,44%

Em terreno desconhecido

8,59%

Fonte: Escritório de Registros de Acidentes Aéreos

Atinente a Estatística do ano de 2008, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (LATA), esta tem a incumbência de divulgar anualmente um relatório em torno das principais causas de acidentes aéreos. Nesse sentido, em sua 45ª edição, o referido órgão apresentou um exame detalhado sobre todos os acidentes ocorridos no ano de 2008, com os dados seguintes: o total foi de 109, sendo 60 de aviões fabricados no ocidente, com 23 deles fatais. E, neste ano todas as companhias do mundo voaram quase 62 milhões de horas. Em 2007 o total foi menor, atingindo 100, e em 2006 o total de 77 acidentes. Por outro lado, o número de pessoas mortas diminuiu em 2008, com 502 vítimas fatais, enquanto que em 2006 foram 855, e em 2007 o total de 692 pessoas falecidas.

Quanto ao número total de desastre, os acidentes ocorridos durante a aterrissagem foram os maiores, em torno de 47 (quarenta e sete) acidentes, enquanto que os que ocorreram quando o voo estava em altitude de cruzeiro, foram apenas 7 (sete).


Acidentes em 2008 – momento do voo

Pouso

47

Aproximação para o pouso

15

Durante o voo

7

Subida inicial

7

Subida durante o voo

6

Decolagem

6

Decolagem abortada

5

Taxiamento de saída

4

Taxiamento de entrada

3

Pré-voo

2

Ignição

2

Descida

2

Serviço de terra

2

Arremetida

1

Fonte: Associação Internacional de Transporte Aéreo

Acidentes fatais em 2008 – momento do voo

Aproximação para o pouso

6

Pouso

5

Subida durante o voo

4

Subida inicial

2

Decolagem

2

Durante o voo

1

Decolagem abortada

1

Descida

1

Fonte: Associação Internacional de Transporte Aéreo

Em 2007, todos os acidentes aéreos tiveram uma participação metrológica no percentual de 29%, enquanto 42% foram motivados por alguma pane da aeronave.

.

Causas de acidentes

2006

2007

2008

Saída da pista

22

26

28

Perda de controle

5

13

14

Dano no solo

7

19

18

Dano durante o voo

3

9

16

Falha no motor

*

5

8

Colisão com a terra

9

5

7

Pouso forçado

*

6

7

Pouso antes da pista

*

5

6

Rabo da aeronave atinge o solo

8

2

3

Colisão na pista

1

0

2

Colisão no ar

1

0

0

(* Não contabilizado)

Fonte: Associação Internacional de Transporte Aéreo

Dados complementares do relatório são oferecidos, esclarecendo que:

  • Dentre os 109 acidentes, 30 deles foram ocasionados por problemas no interior da cabine da aeronave.

  • Com envolvimentos de aviões a jato, tiveram o percentual de 70%.

  • Com aviões de passageiros foram 65%, 31% de aviões de carga e 4% em voo de traslados.

  • Os acidentes durante a aterrissagem atingiram o percentual de 53%, ou seja, mais da metade.

  • Dos acidentes fatais atingiram 21%.

  • Acidentes envolvendo descompressão da cabine da aeronave foram 7%.

  • Acidentes tendo como causa fogo a bordo da aeronave, foram 7%.

  • Nos casos em que o avião saiu da pista ou de que o aeroporto estava fora das especificações exigidas ou, ainda, por erro da tripulação, tiveram o percentual de 37%.

  • Por erro de manutenção da aeronave, ocasionando falha e o acidente, atingiu o percentual de 28%.

Ressalte-se, segundo o relatório, 43% dos acidentes ocorridos na aterrissagem da aeronave, foram cometidos pela tripulação e por falhas em seu treinamento.


VII – OS MAIORES ACIDENTES AÉREOS DO MUNDO

Com relação aos maiores acidentes aéreos com maior quantidade de mortos em todo o mundo, destacam-se os seguintes:

  • Em 27 de março de 1977, nas Ilhas Canárias (Espanha), uma bomba explodiu no Aeroporto de Gran Canaria. Assim, diante da ameaça de uma nova explosão de bomba, inúmeros voos foram desviados para o Aeroporto de Los Rodeos, na ilha de Tenerife. Em razão de erros e confusão no controle de decolagens e aterrissagens, dois Boeing 747, sendo um da companhia KLM Royal Dutch Airlines e o outro da companhia Pan American World Airways se chocaram bem próximo ao solo do aeroporto. No primeiro avião havia 248 passageiros e todos faleceram. No segundo avião havia 396 passageiros, sendo que 335 morreram no acidente.

  • No ano de 1978 o avião Boeing 747 SR sofreu sério dano na fuselagem durante um voo, porém foi consertado pela equipe da Boeing, garantindo a segurança da aeronave. Passados sete anos, já em 12 de agosto de 1985, a referida aeronave da companhia Japan Air Lines decolou do aeroporto de Tóquio, no Japão, com destino a cidade de Osaka. Após a decolagem, o aparelho traseiro responsável pelo controle da pressão explodiu na mesma área do acidente ocorrido em1978, que causou sérios danos à aeronave. Com essa explosão o avião perdeu altitude e caiu, ocasionando a morte de 520 dos 524 ocupantes da aeronave.

  • Em 12 de novembro de 1996, deu-se uma colisão entre duas aeronaves, na região de Charkhi Dadri, na Índia, entre o Boeing 747-100B da empresa Saudi Arabian Airlines, e o IIyushin II-76, da empresa Kazakhstan Airlines, nesse choque todos os 349 ocupantes dos dois aviões faleceram. Segundo as investigações, houve falhas na comunicação entre as duas aeronaves, e que o segundo avião, em determinado momento, reduziu a sua altura de voo sem aviso e autorização para a manobra.

  • Em 3 de março de 1974, o voo 981 da Turkish Airlines decolou de Istambul, com destino a Londres. Em Paris a aeronave fez uma escala e seguiu viagem, mas na floresta de Ermenonville, uma região de Paris, a aeronave caiu, matando as 346 pessoas a bordo. O acidente ocorreu em face de a escotilha traseira ter se danificado, causando a despressurização, resultando na perda de controle da aeronave por parte dos pilotos.

  • Em 23 de junho de 1985, o voo 181/182, da empresa Air-Índia chegou a Toronto, no Canadá, após voar por Bombaim, Delhi e Frankfurt. Neste local a aeronave sofreu um pequeno reparo na asa esquerda. Em seguida, o voo partiu para Montreal, chegando sem problemas, mas mudando do voo 181 para 182, preparando-se para regressar para Bombaim, com conexões em Londres e Delhi. No caminho de Londres, no Oceano Atlântico, uma explosão ocorreu no compartimento de carga. Em virtude dessa explosão a aeronave se partiu em dois, antes atingir o mar e matar todos os 329 passageiros. A aludida explosão foi causada por uma bomba. Segundo a reportagem, ficou demonstrado que um passageiro despachou a sua bagagem, mas não embarcou. Suspeita-se que pessoa do grupo extremista Sikh, que lutam na Índia, tenha praticado esse atentado.

  • Em 19 de agosto de 1980, o avião da Saudia Arabian Airlines, quando realizava o voo doméstico entre Riyadh International Airport e o Jeddaj-King Abdulaziz International Airport, na decolagem pegou fogo e fez uma aterrissagem de emergência, porém as 201 pessoas que estavam a bordo morreram. Nas investigações ficaram constatadas que o comandante da aeronave falhou no procedimento de evacuação imediata da aeronave.

  • Em 3 de julho de 1988, o Voo civil da Iran Air quando viajava entre Teerã (Irã) e Dubai, nos Emirados Árabes, foi atingido por um míssil americano, disparado por um cruzador USS Vincennes, da Marinha americana. O governo americano alegou, diante dessa investida, a suspeição do avião, desconhecendo que a aeronave transportava civis. Nesse acidente morreram 290 pessoas. Essa ocorrência gerou uma crise diplomática, além da condenação dos Estados Unidos pela Corte Internacional de Justiça, no pagamento de 61,8 milhões de dólares, em indenizações das famílias enlutadas.

  • Em 19 de fevereiro de 2003, o avião Llyushin ll-76, do Exército Iraniano, caiu na região montanhosa de Kerman matando os seus 275 ocupantes a bordo. As causas do acidente não foram esclarecidas, mas as condições do tempo eram péssimas no momento do acidente, que poderia ter causado problemas na aeronave. Outro fato é que esse tipo de avião suporta até 200 passageiros. Há também a suspeita de que teria havido um colisão no ar com outra aeronave. O grupo extremista Abu-Bakr assumiu a responsabilidade pelo atentado, mas sem oferecer maiores detalhes.

  • Em 25 de maio de 1979, o Voo 191 da American Airlines, quando viajava do Aeroporto Internacional O’Hare (Chicago) para Los Angeles, nos Estados Unidos, na decolagem perdeu o controle da aeronave e caiu matando 271 passageiros e outras duas pessoas no solo.

  • Em 1º de setembro de 1983, o Voo 007 da Korean Air Lines, quando voava entre Nova York e Seul, já no mar do Japão, foi atingido por um míssil de um navio da Marinha soviética, ocasionando a morte dos 269 passageiros. Dentre os passageiros estava o congressista americano Lawrence McDonald, causando uma crise diplomática entre os dois rivais da Guerra Fria. Os soviéticos inicialmente negaram qualquer envolvimento com o acidente. Posteriormente, admitiram o acidente, porém alegaram que o avião havia invadido o espaço aéreo deles, na região do Alasca.


VIII – UTILIZAÇÃO DE PARAQUEDAS EM AVIÕES

No tocante a possibilidade de agregar paraquedas nas aeronaves civis e militares de grande e pequeno porte, com o esteio de ampliar a segurança dos passageiros, assim como da própria aeronave, vislumbra-se que já existem aeronaves munidas com o sistema de paraquedas, a exemplo do avião modelo Cirrus SR22, conhecido como “Ferrari dos aviões”, custando o valor de U$$ 491 mil dólares ou R$ 1,5 milhão. Essa pequena aeronave possui esse sistema de emergência garantindo plena segurança a todos os seus ocupantes.

É sabido que o fator segurança nunca é demais, motivo pelo qual a indústria aeronáutica permanece trabalhando, com o objetivo de fornecer além do conforto, o empenho máximo de evitar acidentes aéreos, embora os erros humanos continuem a acontecer, necessitando, pois, do maior empenho por parte de instrutores bem qualificados, visando melhor orientar os pilotos, mormente no que concerne a segurança dos passageiros e dos tripulantes.

Nesse sentido, o engenheiro ucraniano de aviação Vladimir Tatarenko pesquisou durante três anos, com o objetivo de achar um meio de salvar vidas humanas, mesmo diante das raras ocorrências de desastres aéreos. Nesse trabalho, o aludido engenheiro conseguiu construir uma cabine capaz de desacoplar do avião em poucos segundos, com a utilização de um paraquedas preso no teto da aeronave, com tubos de borrachas infláveis, visando mantê-lo à tona (aparecer na superfície), caso haja necessidade. A referida cabine foi construída para aterrissar em terra ou no mar.

A aeronave Cirrus SR22 é um monomotor a pistão de pequeno porte, bastante econômica, para uso executivo, passeio e turismo, com excelente design de linhas fluídas, com a capacidade para transportar um piloto e três passageiros em viagens interestaduais. Foi fabricado nos Estados Unidos a partir de 1990, pela Cirrus Design, um dos maiores inovadores, ousados e admirados fabricantes de aeronaves leves e a pistão do mundo.

Trata-se de uma aeronave do tipo monoplano, ou seja, com somente um plano de sustenção, alcançando o voo em torno de 1.300 Km, com reservas, enquanto que o êxito de vendas no mercado mundial já atingiu mais de 5.000 unidades vendidas, e no Brasil já foram vendidas acima de 270 unidades a partir de 2005.

No pertinente a inovação, consta dos equipamentos encontrados no Cirrus SR22, que aumenta o nível de segurança da aeronave, o paraquedas de fabricação da empresa Ballistic Recovery Systems, que conectado por resistentes peças à fuselagem do avião oferecendo ao piloto um especial procedimento de emergência, com o acionamento em voo do paraquedas, na hipótese de pane no único motor disponível da aeronave.

Ademais, a outra inovação é o Cirrus SF50 Vison Jet, com o valor bem mais barato a partir de US$ 1,9 milhão de dólares (6 milhões de reais), sendo o seu custa a metade do avião a jato fabricado pela Embraera, no caso o avião Phenon 100, avaliado em US$ 4,5 milhões de dólares (14,2 milhões de reais).

(Todos a Bordo)

Quanto à inovação do Cirrus SF50 Vision Jet é o único jato executivo monomotor do mundo, contando com um sistema acionador de paraquedas de emergência para a aeronave, na hipótese de uma pane no motor.

Como é de praxe, a referida aeronave aguarda, ainda, a certificação do modelo no Brasil pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), enquanto que nos Estados Unidos, local de sua fabricação, o Cirrus SF50 Vision Jet já recebeu a sua certificação pela FAA, pela entidade norte-americana de aviação.

Ademais, como novidade, o precitado jato monomotor está direcionado aos proprietários do avião, que também são pilotos. Segundo a empresa, “é um jato projetado para ser pilotado pelo proprietário, sem a necessidade de um piloto profissional em tempo integral”.

A novidade é que o único motor da aeronave é montado sob a cabine de passageiros, razão pela qual a aeronave ganhou uma cauda em V, deixando o seu design em realce. Na hipótese de pane do motor e sem a possibilidade da existência de um local apropriado para o pouso, o piloto pode acionar o sistema de emergência, abrindo o paraquedas para o avião. Destarte, o paraquedas é destinado somente para a aeronave e não para os passageiros. Nessa ocorrência emergencial, o paraquedas segura o avião, proporcionando que ele pouse de modo lento no solo.

Ressalte-se que esse sistema de segurança está presente em todas as aeronaves fabricadas pelo aludida empresa, sendo que os modelos SR20 e SR22, monomotores, porém seus motores são de pistão com hélice na frente do avião. De acordo com a Cirrus, esse sistema de paraquedas de emergência já contribuiu para o salvamento de mais de 100 vidas.

A aludida aeronave voa com a velocidade de 550 Km/h, com autonomia que pode alcançar até 1.800 km de distância a uma altitude máxima de 8.500 metros em relação ao nível do mar. O cumprimento da aeronave é de 9,4 metros de comprimento, com 11,7 de envergadura (distância entre as pontas das asas) e 3,2 metros de altura.

A capacidade de transporte é de até sete pessoas, sendo cinco adultos e de duas crianças, com dois assentos na cabine de comando e os demais no espaço dos passageiros.

No interior da cabine de comando, os equipamentos são todos digitais, contribuindo para que o piloto possa acessar todas as informações necessárias do voo, além dos parâmetros de funcionamento da aeronave, em telas sensíveis ao toque. Substituindo o manche de praxe, o avião Cirrus implantou o sidestick (sistema idêntico ao joysitick de videogame). Manteve o mesmo padrão usado nos mais modernos jatos executivos da Embraer e até mesmo nas grandes aeronaves da Airbus.

Nos mesmos moldes do avião monomotor Cirrus, criado pelo engenheiro ucraniano Tatarenko Vladimir Nikolaevich, este também inventou uma cabine que pode ser desaclopada do restante da aeronave, denominada “Cápsula de Fuga”, para aviões comerciais. Essa cabine foi construída para poder aterrissar em terra ou no mar.

Tatarenko garante que a cabine funcionaria da mesma forma tanto durante o voo, como nos momentos mais delicados, o da decolagem e aterrissagem. O vídeo abaixo descreve a ideia com detalhe:

Com esse projeto, bastaria o piloto apertar um botão e todos os passageiros estariam fora de perigo, ou seja, completamente salvos.

Essa invenção já foi motivo de alguns questionamentos, entre os quais o de prejudicar o funcionamento geral das aeronaves, inclusive do seu elevado custo, que não compensaria em face da reduzida ocorrência de acidentes aéreos. Ademais, que esse dispositivo de segurança da aeronave e dos passageiros não funcionaria em alguns casos, como em explosões e ataques.

O precitado engenheiro que, inclusive, teve participação na criação do fantástico AN-225 MRIYA, tem como proposta a criação de grandes cápsulas de salvamentos para aeronaves comerciais, que podem ser arremessadas pela parte traseira da aeronave, na hipótese de alguma pane do avião durante o voo.

Como vem demonstrado no desenho divulgando o projeto, o interior da aeronave seria a própria cápsula de salvamento que ao ser ejetada do avião, paraquedas freiam a sua queda e na aproximação do solo ou da água, foguetes seriam acionados através de sensores de aproximação, retardando mais ainda a velocidade de descida, visando a cápsula pousar em segurança, para não ferir os passageiros, uma vez que poder ocorrer em terra firme ou na água, onde flutuantes infláveis auxiliariam no pouso.

De acordo com a descrição do engenheiro Tatarenko, a cápsula pode ter a sua separação do avião em menos de três segundos. Contudo, a aplicação prática do engenho exige-se que as aeronaves tenham caudas elevadas, excluindo de imediato todas as aeronaves comerciais dos tipos Airbus e Boeing.

Segundo o engenheiro inventor, seria muito difícil a adaptação de sua ideia em aeronaves já existentes. Necessário se faz que a criação de um modelo partindo do zero e desenvolvido em torno da cápsula, de dentro para fora. Ademais, afirma o engenheiro que o seu projeto é válido tão somente para aviões de pequeno e médio porte, uma vez que o módulo de salvamento pode aumentar o peso do avião e, consequentemente, o consumo de combustível.

Objetivando viabilizar o emprego da “Cápsula de Fuga”, através de companhias aéreas, o engenheiro Tatarenko, ao ser entrevistado pela Website Ucraniano Ain, sugeriu agravar o preço das passagens em torno de 30%, dizendo: “Acredito que as pessoas pagariam mais caro no bilhete se tivesse a opção de se salvar, no caso de acidente”.


IX – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do todo o explanado, mormente no que tange aos inúmeros acidentes aeronáuticos comentados alhures, onde as principais falhas das aeronaves e de erros dos pilotos estão a convergir no momento crucial das aterrissagens das aeronaves. Portanto, não há necessidade do emprego de grandes empreendimentos, objetivando investir em maior segurança de passageiros, da tripulação e por que não dizer da própria aeronave, bastando para tanto, no caso de aeronaves de pequeno porte, ser criado o mesmo sistema de segurança dos jatos da Força Aérea Brasileiro para os pilotos e a adaptação na aeronave para oferecer o meio seguro de salvação dos ocupantes, mediante o uso de paraquedas individuais. Os ocupantes, nesse caso, deverão previamente ser instruídos sobre o uso dos paraquedas.

No que tange as aeronaves comerciais de grande porte, deve ser criado um sistema de segurança de aterrissagem idêntico ao do ônibus espacial, cuja decolagem era feita sempre na vertical, com o auxílio de foguetes e o seu pouso normalmente a 360 Km/h, e do mesmo modo de um avião comum de pista de pouso convencional, porém com o uso do sistema de freio através de paraquedas de arrastos.

Por conseguinte, toda e qualquer medida preventiva de segurança a ser tomada, mesmo que demande acréscimos de valores nas passagens aéreas, uma vez que é obrigação das empresas construtoras de aviões prezarem pelos direitos humanos.

Nesse sentido, como avistável alhures, se tais medidas já tivessem sido tomadas no pretérito, certamente a maioria das mortes anunciadas teria sido evitada, com um singelo gesto de respeito à vida humana.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Airway – edição de 06/11/2015 – Por Thiago Vinholes.

  • Airway – edição de 06/12/2017 – Por Ricardo Meier.

  • Blog – Todos a Bordo – edição de 01/10/2017.

  • Ciência e Tecnologia – edição de 23/01/2015.

  • Exame – edição de 13/09/2016.

  • Gaúchazh – mundo – edição de 04/05/2019.

  • G1 – mundo – edição de 04/06/2009.

  • News Brasil – edição de 06/05/2019.

  • Redação Hipaness – sem data.

  • RT – Economia – edição de 30/04/2015.

  • Wikipédia - A Enciclopédia Livre.


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