Bom dia a todos! Como vai, Ro_Ro? Espero que todos estejam bem. Tem um ano que não venho ao fórum por questões óbvias, mas aqui estou novamente. Como havia relatado antes, fui vítima de acidente de transito (ônibus x ônibus) no trajeto casa/trabalho, e tenho CAT por acidente de trabalho in itinere. Com politraumatismo, incluindo o craniano, voltei para dar notícias. Quanto ao processo perdido na JEF: ficou perdido mesmo! Meu advogado simplesmente sumiu do mapa e não entrou com recurso. Encontrei uma nova advogada, expliquei tudo à ela e essa sim, entrou com um processo na Justiça Estadual solicitando o auxílio doença acidentário. Mas, infelizmente as coisas complicaram para mim. Desde outubro não uso mais muletas, pois 2013 foi o ano das cirurgias. Operei quadris, joelhos, fiz exerese de 1 nódulo hemorrágico no abdomem, mas ainda falta retirar mais um, estou com o tendão fibular da perna esquerda preso a um dos pontos da cirurgia de joelho, o que, certamente me fará passar por nova cirurgia para reparar essa falha. Mas o pior de tudo isso, é que, como havia relatado anteriormente, a fratura da órbita ocular onde o perito do IML sinalizou algo errado com meus olhos, seguido da fratura de mandíbula na parte interna da fossa craniana me levaram a cegueira em ambos os olhos, sem método corretivo pela medicina. Escondi isso de minha família por saber que iriam sofrer mais ainda por minha causa, mas essa semana tive que contar e estou me sentindo mais leve, o que me fez voltar a escrever. Na verdade só vejo vultos e só defino rostos que estejam a 1 metro de mim. Segundo o neurooftalmologista a lesão no nervo óptico provocado pelo traumatismo craniano me conduziu a perda de acuidade visual progressiva e o que ainda consigo ver é apenas as imagens que meu cérebro insiste em manter, mas estou a caminho da escuridão que pode ocorrer a qualquer momento. Não há lentes corretivas, cirurgia ou tratamento medicamentoso que impeça. Enfim, minha família me ajudou de forma a conseguir os acessórios que o médico indicou para auxíliar o deficiente visual: um telefone com windows phone que faz muita coisa para me ajudar: seus aplicativos específicos para o meu caso fazem com que o aparelho leia as notas de dinheiro que estão na minha mão, me diz que ônibus se aproxima e detalha por onde ele irá passar. Tem a facilidade de me dizer onde estou detalhadamente, nome de rua, bairro, etc. e muitas outras coisas, inclusive transforma o que falo em texto digitado no computador, além de me dizer em voz o que digitaram para mim. Desde um simples SMS até mesmo uma publicação ou comentário na rede social. Fiquei impressionada com isso, pois não sabia que a tecnologia tinha a preocupação de tentar dar um pouco de autonomia aos deficientes visuais. Vivas à tecnologia!!!! O acidente foi em 12 de março de 2012 (lembram?) e até hoje vivo numa eterna batalha com o INSS que promove o efeito sanfona: defere, indefere. Defere outra vez, mas indefere na próxima perícia. Fiz uma perícia de reconsideração dia 16 de janeiro último e foi indeferido. Sei que tenho um prazo de 15 dias para solicitar nova reconsideração, mas para minha surpresa e, mesmo com todos os atestados médicos, minha empresa me retornou ao trabalho logo no dia 17 de janeiro. O médico do trabalho emitiu o ASO com o status "apto". Minha dúvida é gigante: Se tenho um prazo de 15 dias para solicitar nova perícia e estou dentro desse prazo, se apresentei os seguintes atestados médicos de afastamento: 30 dias a partir de 30 de dezembro de 2013, emitido pelo neourooftalmologista (que pediu apenas esse prazo para que o INSS entendesse que meu caso é de invalidez) + 60 dias a partir de 14 de janeiro, emitido pelo especialista em cirurgia de quadril, motivado por intensas crises álgicas pós fratura de vértebras na lombar + "sem condições para atividades laborativas" emitido em 09 de janeiro pela neuropsiquiatra, motivada por transtornos depressivos pós perda sensorial importante (cegueira). Diante desse quadro, com atestados médicos vigentes, porém indeferida a continuidade de benefício pelo INSS, minha empresa está correta em me retornar ao trabalho? Isso, realmente é legal? O INSS não deveria ter, pelo menos, me encaminhado à reabilitação? O médico do trabalho apenas me disse para que eu veja minhas dificuldades para desempenhar minhas atividades e o informe. Minhas dificuldades são todas, desde o abalo emocional até a perda da visão nos dois olhos propriamente dita. Sem contar que não posso ficar sentada por muito tempo devido à compressão das lesões da coluna lombar. Rapidamente minhas pernas ficam bastante inchadas e formigando. Nem se importou quando disse que passei a ter espasmos que associo a cãibras tenebrosas que muitas vezes me levam a um pronto socorro. Desculpem me estender, mas além de um pedido de ajuda é um grande desabafo poder relatar tudo isso aqui. Estou, a cada dia, mais descrente. Tenho medo hoje em dia, até mesmo de ter meu celular com windows phone roubado na rua, pois sem ele não consigo sequer pegar o ônibus correto para ir ao trabalho. Minha tristeza é imensa, não acredito mais no governo que é o meu patrão, pois sou funcionária pública federal em regime celetista. Tenho medo de atravessar a rua. Na verdade, nem sei se valerá á pena pedir reconsideração ao INSS ou aguardar a avaliação do médico designado pelo juiz, mas não posso crer que minha empresa esteja legalmente pautada a me convocar para retorno à ativa sem alta médica, dos médicos que me acompanham desde o início. Fiz um cartão do SUS e estou tentando desde 25 de setembro de 2013 uma vaga para consulta oftalmológica (que nunca chega) para tentar ganhar mais credibilidade perante os peritos do INSS, mas meu status é: "risco vermelho. necessidade de atendimento imediato, em caráter de urgência" e isso foi posto pelo médico do posto de saúde, não por médico de convênio. Desde setembro esperando a tal vaga. Estou desolada, temerosa e ansiosa, esperando o fim da luz. Obrigada por lerem todo esse relato e desculpem por algum erro de digitação do meu aplicativo. às vezes acontece e já fui alertada disso. O mais intrigante: O INSS, pela primeira vez, abriu conta bancária para pagar meu benefício, que das outras vezes era feito por Ordem de Pagamento. Meus exames oculares apontam percepção difusa de sensibilidade, escotomas (escuridão) nos dois hemisférios de ambos os olhos e escavações aumentadas na retina, só que ainda que eu insistisse em mostrá-los, a perita disse que não precisava vê-los, mesmo sento atualizados. Me sinto penalizada por ter sofrido um acidente. Fiquem com Deus!