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Palavras que mudaram o mundo

Agenda 20/04/2023 às 21:28

 

Palavras que mudaram no mundo.

 

Resumo: A etimologia e a história das palavras nos apontam a evolução de seu significado, valor e importância. Infelizmente, a etimologia e o correto uso das palavras não estão tão prestigiadas como realmente merecem. Importante, saber a trajetória evolutiva das palavras para não se expressar de forma errônea ou equivocada.

Palavras-chave: Etimologia. Palavra. História. Usos. Costumes. Latim. Romanos.

 

 

A única língua em todo o mundo que realmente é imutável é o latim[1] e, por causa disso é que muitas religiões a utilizam como sendo a língua oficial e para não ter que atualizar as suas escrituras. Há seis palavras, contudo, que mudaram de significado, porém, nem todos perceberam.

A palavra "anedota" refere-se à uma narrativa engraçada ou, simplesmente, curiosa que fora pouco divulgada. Porém, tal palavra é original do grego e do francês e, significava que uma referência a algo não conhecido, ou inédito. Algo ou coisa impublicável. Trata-se de um dos raros gêneros textuais capazes de despertar o riso, é usada como um recurso humorístico do cotidiano e, em grande parte passaram por modificações ao longo da sua evolução e, também pela transmissão oral o que redundou em exageros nos casos.

Lembremos que a anedota se diferencia de piada. Pois, apesar de ambas possuírem humor e tenha como fim o divertimento e o despertar do riso, as anedotas possuem outras motivações, pois expressam características peculiares de personagens ou espaços, utilizando invariavelmente muito sarcasmo e ironia.

Em Portugal, a anedota serve para indicar uma narrativa irônica cuja conclusão provocar o riso. E, a piada, a seu turno, é reservada para um dito espirituoso, uma referência indireta e satírica e dirigida a uma pessoa. Grosso modo, a anedota tem duplo sentido enquanto a piada costuma ser direta e fim cômico. Sendo um breve relato capaz de provocar risos ou até mesmo gargalhadas.

O armário hoje em dia, quando mencionamos, logo vem em nossa mente o móvel de madeira onde guardamos objetos como roupas ou mesmo itens de cozinha. Porém, antigamente, era designado como móvel que guardavam armas. Advém do latim armarium.

Assassino que vem do verbo assassinar e ainda se refere àquele que mata, destrói ou extermina. A origem etimológica é árabe e significa literalmente o consumidor de haxixe (do árabe hashish, “maconha em pó”, literalmente “erva seca”). que era uma bebida alcoólica extraída de folhas de cannabis.

Tal informação está de acordo com o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (José Pedro Machado, Lisboa: Livros Horizonte, 1977, p.333) refere-se àquele que bebe ou fuma haxixe em designação aos membros de uma seita muçulmana que cometiam crimes depois de consumir uma mistela preparada com haxixe.

Semanticamente, segundo o Dicionário Houaiss (2001, versão eletrônica), assassino é o «indivíduo que comete homicídio; homicida; indivíduo que extermina (algo), que causa perda ou ruína». Este vocábulo tem o seu primeiro registro em língua portuguesa em documentos que remontam ao século XVI, e terá surgido por empréstimo do italiano no século XIII.'

A autópsia é um exame médico realizado em um cadáver[2]. Porém, na cultura grega a autopsía significava o ato de ver com os próprios olhos, como se fosse um exame de si mesmo. Significando "ver por si próprio. As origens da autópsia (ou necrópsia) se confundem com a da própria medicina.

Seus primeiros registros na Antiguidade Clássica são das dissecações com Herófilo e Erasístrato, no século II a.C. Séculos depois, a realização dessa investigação utilizando cadáveres humanos seria proibida em grande parte da Europa por motivos éticos e religiosos, sendo apenas permitida a dissecação de outros animais.

Considerado uma das principais figuras da medicina, o grego Galeno de Pérgamo (129 – 201) já recorria a esse recurso, realizando dissecações em animais como porcos, macacos, cavalos e cães, apontando as semelhanças anatômicas entre os órgãos que cumpriam a mesma função em espécies diferentes.

No século IX, o estudo do corpo humano após a morte voltou a crescer, principalmente graças à escola de medicina de Salerno, na Itália, e à obra de Constantino, que traduziu do árabe para o latim numerosos textos médicos gregos. Logo depois, Guglielmo de Salcedo, Rolando de Parma e outros médicos medievais enfatizaram a afirmação de Galeno, segundo a qual o conhecimento anatômico era importante para o exercício da cirurgia.

Karl von Rokitansky (1804-1878) é outro expoente, tendo realizado 30.000 autopsias, cerca de 1500 a 1800 por ano, e supervisionado em torno de 70.000. Entre todos esses nomes, porém, um dos que mais se destaca é o de Rudolf Ludwig Karl Virchow (1804 – 1878). Considerado a maior figura na história da Patologia, ele foi um dos primeiros a utilizar o microscópio, um dos principais avanços da óptica em seu tempo, para analisar tecidos.

Por último, temos essa palavra emboscada usada para designar a ação de esperar uma pessoa às escondidas com o objetivo de a agredir ou ofender, uma cilada. Todavia, do italiano, essa palavra refere-se a esconder animais ou pessoas num bosque. "Emboscada" provém do italiano imboscata. "Tocaia" provém do tupi antigo tokaîa, "choça". "Cilada" procede do termo latino celada, "ocultada".

Emboscada, espera, tocaia ou cilada é o ato de esperar às escondidas pelo inimigo para atacá-lo de surpresa. Normalmente, os guerrilheiros escondem-se em lugares por onde irá passar o inimigo para prepararem-se e para atacarem-no de surpresa.

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Quando o inimigo passa por ali, mesmo estando em desvantagem numérica, porém aproveitando a configuração do terreno, os guerrilheiros atacam e, graças a essa técnica de guerra, conseguem vencer algumas batalhas.

A palavra "xará" vem de brasileirismo, mais particularmente, do tupi. Os filólogos Antônio Geraldo da Cunha e Silveira Bueno concordam nisso, embora apresentem notações pouco diferentes, xa'ra de xe rerra "meu nome", de acordo com o primeiro, e, che-rera á, o que é tirado de meu nome, segundo o segundo estudioso. Mas, esses detalhes não alteram a substância.

Uma possível explicação também afirma que a origem da palavra “xará” vem da expressão tupi-guarani[3] sa rara, um termo derivado de “se rera”, cujo significado no antigo idioma indígena é “aquele que tem meu nome”.

O eco é proveniente do grego "Echo" correspondendo ao nome de uma ninfa chamada Eco que aprontou grande confusão com Hera, mulher de Zeus. E, como castigo foi proibida de conversar com outras pessoas e, pior, passou sempre a repetir as derradeiras palavras que ouvia...

Já a palavra "hermético" é notória referência à Hermes, o mensageiro dos deuses. E, os alquimistas afirmavam que ele teria escrito diversos textos, revelando finalmente os segredos sobre as ciências ocultas, que só eram compreendidos por especialistas. E, o adjetivo hermético, portanto, pode se referir aos textos difíceis de entender, quase obscuros, ou ainda, simplesmente enigmáticos[4].

A palavra "sincero" fora inventada pelos romanos que fabricavam certos vasos de uma cera especial. E, tal cera era, por vezes, tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes. Em alguns casos, chegava-se a se distinguir um objeto, um colar, pulseira ou anel, que estivesse colocado no interior do vaso. Para o vaso assim ficassem fino e límpido, o romano afirmava: Parece até que não tem cera!

Sine cera, que significava "sem cera", uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado que deixava ver através de suas paredes da antiga cerâmica romana.  E, a partir daí o vocábulo passou a ter um significado muito mais relevante. E, assim, ser sincero passou a ser aquele que é franco, leal, verdadeiro e que não oculta nem usa disfarces.

A origem do adjetivo latino sincerus, matriz do nosso, está provavelmente na junção de sim (um só) com cerus (que cresce, que se desenvolve), resultando na ideia de algo que é sempre igual a si mesmo...

A origem da palavra hipócrita vem do grego hypokrinein ou hypokrisía, que significava inicialmente “separar gradualmente” ou “representar um papel”, “fingir”. Enfim, que a palavra hipócrita significa fingido ou falso, todo mundo sabe. Mas, o que pouca gente conhece é a história interessante dessa palavra.

Esta vem do grego hypokrinein, que designava, na antiga Grécia, os atores de teatro, pois durante as apresentações eles fingiam ser outras pessoas. E, o que eles faziam no palco era uma "hipocrisia" (do grego hypokhrinesthai), que significava “fingimento”. Essa palavra também é de origem grega e era aplicada à ação de interpretar uma peça teatral.

Assim, com o tempo, hipócrita passou a indicar qualquer pessoa falsa ou fingida, e foi com esse sentido que entrou na língua portuguesa, por volta do século XIV. Muitas pessoas confundem a origem do nome Hipócrates[5] (conhecido como o “pai da medicina”) com a raiz etimológica que deu origem ao termo hipócrita, no entanto, ambas as palavras não estão relacionadas.

A palavra "nerd" está presente no livro intitulado "If I ran the zoo" (Se eu dirigisse o zoológico" que foi lançado em 1950, e correspondia ao nome conferido ao humanoide que era alto, magro e vesgo. E, desta forma, a palavra passou a ser usada aos jovens dotados de tais características. E, se tornou popular em 1984, com o lançamento do filme chamado "A vingança dos nerds".

A palavra “abracadabra” é advinda da Antiguidade Clássica, referindo-se ao deus de uma seita religiosa que tinha o nome grego de Abraxás. E, em Roma, tal nome se tornara Abracas e se juntou à palavra dabar, que na língua dos judeus significa "palavra". Abracas-dabar foi mudando aos poucos até virar, finalmente, abracadabra. E, o significado seria "palavra de Abracas", ou seja, palavra de Deus.

A origem da baunilha envolve os espanhóis que foram apresentados à planta cultivada pelos nativos e, a apelidaram de vainilla, como sendo diminutivo de vaina (em português, bainha). A vaina tem origem na palavra latina vagina, significando estojo ou bainha (que cobria a lâmina da espada). E, a explicação é que a planta envolvia e abrigava os grãos.

Já seminário advém do latim seminarium que significa viveiro de plantas. E, vem do latim semen que também originou o termo em português sêmen. E, a ideia inicial é que em um seminário são semeadas ideias e conhecimentos.

A porcelana sofreu uma insólita assimilação se deve ao fato do termo que tem origem na palavra italiana porcellana, que se refere às conchas de búzios - devido à aparência lisa e brilhante. Contudo, a palavra deriva de porcella, traduzido como porca jovem. Alguém (a história, infelizmente, não registrou quem) notou a semelhança das conchas com a vulva do animal.

O termo "punk"[6] foi usado pela primeira vez durante Idade Média e por Shakespeare e, em suas obras, o dramaturgo utilizou a palavra taffetu punk para descrever as prostitutas bem vestidas da época. E, ao longo dos séculos, passou a designar um rufião, um desviado sexual masculino, decorrendo daí. ser qualquer pessoa desprezível.   Depois, quando da aparição da subcultura punk, significava, particularmente, alguém jovem e desprezível.

A palavra "babaquice" deriva do termo "babaca" que é termo africano de origem bantu[7], era usado para se referir de forma vulgar ao órgão sexual feminino. E, até pouco tempo atrás, ainda era considerado um palavrão. O derivado babaquice indicava o ato de "focinhar a babaca". Ou seja, fazer sexo oral em mulher. Algo que os homens do passado achavam uma babaquice e, a marcha do tempo prosseguiu adiante.

Em tempo, cumpre avisar que algumas palavras não segue a etimologia popular. É o caso de coitado que nada a ver com coito. Na verdade, advém do latim vulgar coctare, por sua vez, derivado do verbo cogere, forçar. No sentido de alguém ser forçado a fazer algo.

Já a palavra "bacana" oriunda do espanhol, argentino bacán, o chefão, o poderoso. Já Antenor Nascentes apontou a origem do genovês bacan, que significa amo. Já bacanal advém do latim bachanale, por via erudita.

A palavra "testemunha" que vem do latim testis que tanto significava testículo quanto testemunha. A palavra parece ter vindo do proto-indo-europeu thristis, no sentido de terceiro. A terceira parte do processo. É o testículo que deriva da testemunha, correspondendo a masculinidade de alguém.

A testemunha, segundo Antenor Nascente advém de testemunhar, do latim testimoniare, quando já existia testimoiatus no latim tardio e por via semi-erudita. (In: NASCENTES, A. Dicionário Etimológico Resumido. Coleção Dicionários Especializados, Instituto Nacional do Livro, Ministério da Educação e Cultura, 1966).

A palavra conluio vem do latim colludium, que significa um jogo coletivo ou uma conspiração. Em latim, colludium vem da raiz colludere, que tem o sentido de brincar ou jogar juntos, ou fazer planos secretos para fazer algo errado.

O vocábulo colludere foi criada a partir da junção de duas palavras: cum e ludere. Cum é uma preposição que nesta situação significa “junto com” ou “na companhia de”. Na palavra colludere, cum se transformou em col-. Em português, o equivalente a cum é com. Ludere significa jogar, brincar ou passar o tempo com alguma atividade. A palavra ludere está associada à diversão.

É por isso que em português atividades divertidas são chamadas de atividades lúdicas. Assim, colludere significa literalmente “se divertir junto com outras pessoas”. Com o tempo, colludere também ganhou o significado de conspirar com outras pessoas para fazer alguma coisa errada. Isso talvez possa estar ligado ao fato que algumas brincadeiras são de mau gosto e as pessoas por vezes se juntam para “brincar” com outra pessoa.

Quando passou para o português, a palavra conluio perdeu o sentido de brincadeira e passou a significar apenas uma conspiração entre várias pessoas.

Para terminar, iremos até a etimologia da palavra "zero"[8] que advém do árabe com significado de vazio, através zephyrum, e com a latinização do árabe realizada no século XII por Leonardo de Pisa, do italiano zero e do francês zéro.

 

Referências

BARBOSA, Elaizer. Novo Dicionário. A Origem das Palavras: Edição Revisada, Ilustrada e com Verbetes em 8 Idiomas. Ebook Kindle.2017.

DA CUNHA, Antônio Geraldo. Dicionário etimológico da língua portuguesa. São Paulo: Lexikon, 2019.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Eletrônico Houaiss. São Paulo: Editora Objetiva, 2001.

MACHADO, José Pedro. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa.  Lisboa: Livros Horizonte, 1977.

NASCENTES, Antenor. Estudos Filológicos. 2008.

NASCENTES, A. Dicionário Etimológico Resumido. Coleção Dicionários Especializados, Instituto Nacional do Livro, Ministério da Educação e Cultura, 1966.

 

 

 

 

 



[1] Por aproximadamente quatorze séculos, o latim foi a principal língua de praticamente toda a Europa. Passado todo esse tempo, essa linguagem sobrevive e possui muitos benefícios para os seus estudantes, mesmo no século XXI. Após se desenvolver na região do Lácio, o latim se espalhou por quase todo o mundo antigo. A língua originou diversos outros idiomas, como o espanhol, o francês e o italiano, e é usada em meios de alta cultura até hoje, como as universidades e os salões musicais.

 

[2] A palavra "cadáver", segundo a etimologia popular, teria origem na inscrição latina Caro Data Vermibus ("carne dada aos vermes"), que supostamente seria inscrita nos túmulos.

 

[3] A família linguística tupi-guarani é uma das mais importantes da América do Sul. Engloba várias línguas indígenas, das quais a mais representativa atualmente é o guarani, um dos idiomas oficiais do Paraguai. Grande parte das tribos indígenas que habitavam o litoral brasileiro, quando da chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, falava línguas pertencentes a esta família. A família está compreendida num grupo linguístico maior, o tronco tupi.

[4] O termo enigma provém do latim aenigma que, por sua vez, tem origem num vocábulo da língua grega. Trata-se do dito ou da coisa que não se compreende ou que não se consegue interpretar. Um enigma também é um conjunto de palavras de sentido encoberto para que a mensagem seja de difícil entendimento.

[5] É considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da Medicina, frequentemente considerado "pai da medicina", apesar de ter desenvolvido tal ciência muito depois de Imhotep, do Egito antigo. É referido como uma das grandes figuras do florescimento intelectual grego, como Demócrito, Sócrates e Aristóteles. Hipócrates era um asclepíade, isto é, membro de uma família que durante várias gerações praticara os cuidados em saúde. Nascido numa ilha grega, os dados sobre sua vida são incertos ou pouco confiáveis. Parece certo, contudo, que viajou pela Grécia e que esteve no Oriente Próximo. Nas obras hipocráticas há uma série de descrições clínicas pelas quais se pode diagnosticar doenças como a malária, papeira, pneumonia [carece de fontes] e tuberculose. Para o estudioso grego, muitas epidemias relacionavam-se com fatores climáticos, raciais, dietéticos e do meio onde as pessoas viviam. Muitos de seus comentários nos Aforismos são ainda hoje válidos. Seus escritos sobre anatomia contêm descrições claras tanto sobre instrumentos de dissecação quanto sobre procedimentos práticos. Foi o líder incontestável da chamada "Escola de Cós". O que resta das suas obras testemunha a rejeição da superstição e das práticas mágicas da "saúde" primitiva, direcionando os conhecimentos em saúde no caminho científico. Hipócrates fundamentou a sua prática (e a sua forma de compreender o organismo humano, incluindo a personalidade) na teoria dos quatro humores corporais (sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra) que, consoante às quantidades relativas presentes no corpo, levariam a estados de equilíbrio (eucrasia) ou de doença e dor (discrasia). Esta teoria influenciou, por exemplo, Galeno, que desenvolveu a teoria dos humores e que dominou o conhecimento até o século XVIII. Sua ética resume-se no famoso Juramento de Hipócrates. Porém, certos autores afirmam que o juramento teria sido elaborado numa época bastante posterior. Na filosofia prática da medicina atribuída à Hipócrates, e reunida no Corpus Hippocraticum, as doenças, durante um certo tempo, evoluem de forma silenciosa até alcançarem o momento crucial, chamado krisis (crise), momento em que a doença se define, rumo à cura ou não. O bom médico deve identificar o kairós (momento oportuno) de agir. Esse tempo (kairós) não dura muito tempo (khronos) e, portanto, o médico não tem tempo a perder.

[6] O punk como movimento cultural surgiu por volta de 1974 nos Estados Unidos, quando os frequentadores do clube de música "Country Bluegrass and Blues" - CBGB (em Nova Iorque) e underground local formaram, ou apoiaram, bandas contra o então prog rock e hippie (uma das referências é a banda Ramones) cultivado a filosofia da individualidade e a independência.

[7] Banto ou bantu é um termo utilizado para se referir a um tronco linguístico, ou seja, é uma língua que deu origem a diversas outras línguas no centro e sul do continente africano. As línguas bantas são um ramo da família linguística Nigero-congolesa, falados pelos povos bantos na África Subsaariana. O número total destas línguas varia de 440 a 680, dependendo da definição de Língua versus Dialeto. O idioma banto com o número maior de falantes é o Suaíle. Outras línguas bantas importantes são o Zulu, o Ruanda-Rundi e o Ndau-Shona. São cerca de350 milhões de pessoas que falam pelo menos, uma destas línguas. 30% da população Africana e 5% da Mundial. Mas espera-se que o número de falantes destes idiomas aumente muito, por causa do alto crescimento populacional na África Subsaariana.

[8] Foram os babilônios inventaram o primeiro símbolo do zero, os gregos foram os primeiros a compreender o conceito de zero e os indianos utilizaram o zero pela primeira vez como número de pleno direito. A definição mais elementar de zero é a de uma notação posicional dentro de um número. No início do segundo milénio a.C., os antigos babilônios precisavam de poder estabelecer distinções entre os números nas suas tabelas astronômicas estelares. Assim, sempre que necessário, deixavam um espaço entre os símbolos para indicar um lugar vazio (onde hoje utilizaríamos o símbolo zero).  Muito mais tarde, os babilônios selêucidas, que governaram o território que é hoje o Iraque como sucessores de Alexandre, o Grande, inventaram um símbolo para substituir este ambíguo espaço dos antigos babilónios. Assim, o mais antigo símbolo conhecido para o zero encontra-se, cerca de 300 a.C., em muitas placas de argila babilónicas cobertas de escrita cuneiforme. 

Sobre a autora
Gisele Leite

Professora universitária há três décadas. Mestre em Direito. Mestre em Filosofia. Doutora em Direito. Pesquisadora - Chefe do Instituto Nacional de Pesquisas Jurídicas. Presidente da Seccional Rio de Janeiro, ABRADE Associação Brasileira de Direito Educacional. Vinte e nove obras jurídicas publicadas. Articulistas dos sites JURID, Lex Magister. Portal Investidura, Letras Jurídicas. Membro do ABDPC Associação Brasileira do Direito Processual Civil. Pedagoga. Conselheira das Revistas de Direito Civil e Processual Civil, Trabalhista e Previdenciária, da Paixão Editores POA -RS.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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