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Justiça Restaurativa - Uma Abordagem Humanizada para a Resolução de Conflitos e a Construção da Paz

Agenda 08/09/2023 às 15:31

Introdução

A justiça restaurativa surge como uma abordagem inovadora no sistema de justiça, buscando uma transformação profunda na maneira como a sociedade lida com conflitos, delitos e ofensas. Ao priorizar o diálogo, a responsabilização e a restauração das relações, a justiça restaurativa oferece uma alternativa à abordagem tradicional pautada na punição. Este ensaio acadêmico explora os fundamentos, princípios e benefícios da justiça restaurativa, destacando seu potencial para promover a cura, a reconciliação e a construção de uma sociedade mais pacífica.

Desenvolvimento

 A justiça restaurativa parte do princípio de que os conflitos e delitos afetam não apenas as partes envolvidas, mas também as comunidades e a sociedade como um todo. Ela propõe um processo de envolvimento ativo de todos os participantes afetados - vítimas, infratores e comunidade - em um diálogo construtivo e reflexivo. O objetivo não é apenas punir o infrator, mas também restaurar o dano causado, construir empatia, promover a responsabilização e resgatar a dignidade de todas as partes.

Os princípios fundamentais da justiça restaurativa incluem o foco nas necessidades das vítimas, a responsabilização do infrator, o empoderamento das partes envolvidas e o estímulo ao diálogo aberto e honesto. O processo envolve a identificação das causas subjacentes do conflito, a exploração das perspectivas de cada participante e a busca por soluções que atendam às necessidades de todos.

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Benefícios da Justiça Restaurativa

 A justiça restaurativa oferece uma série de benefícios para o sistema de justiça e a sociedade como um todo. Em primeiro lugar, ela proporciona um espaço seguro para as vítimas expressarem suas preocupações, sentimentos e necessidades. Isso contribui para a cura emocional das vítimas e a restauração de sua dignidade, ao mesmo tempo em que promove a responsabilização do infrator.

Além disso, a justiça restaurativa tem o potencial de reduzir a reincidência criminal, uma vez que a abordagem se concentra na identificação das causas subjacentes do comportamento infrator e na busca por soluções para prevenir futuras ofensas. Ela também pode descongestionar o sistema de justiça, permitindo que casos de menor gravidade sejam resolvidos de maneira mais eficaz e humana.

Conclusão

 A justiça restaurativa representa um paradigma transformador no sistema de justiça, indo além da punição para promover a cura, a reconciliação e a construção da paz. Ao reconhecer o impacto das ofensas sobre as vítimas, infratores e comunidade, essa abordagem coloca o diálogo e a responsabilização no centro do processo de resolução de conflitos. Ao priorizar a restauração das relações e a promoção da dignidade de todas as partes envolvidas, a justiça restaurativa oferece um caminho inovador para a construção de uma sociedade mais justa, compassiva e pacífica.

Sobre o autor
Antonio Evangelista de Souza Netto

Juiz de Direito de Entrância Final do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Pós-doutor em Direito pela Universidade de Salamanca - Espanha. Pós-doutor em Direito pela Universitá degli Studi di Messina - Itália. Doutor em Filosofia do Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (2014). Mestre em Direito Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (2008). Coordenador do Núcleo de EAD da Escola da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná - EMAP. Professor da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM. Professor da Escola da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo - EMES. Professor da Escola da Magistratura do TJ/PR - EMAP.

Informações sobre o texto

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