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Racismo ambiental: o que é e como combatê-lo?

Agenda 22/01/2024 às 16:44

O racismo ambiental é um fenômeno preocupante que afeta comunidades marginalizadas em todo o mundo. É uma forma de discriminação que ocorre quando minorias étnicas e desfavorecidas são desproporcionalmente expostas a riscos ambientais, como poluição do ar, água contaminada e desastres naturais.

Mas afinal, o que é racismo ambiental? É a prática de localizar indústrias poluentes, instalações de resíduos perigosos e outras atividades prejudiciais à saúde humana em áreas onde predominam comunidades de baixa renda, muitas vezes compostas por pessoas negras, indígenas e imigrantes. Essas comunidades geralmente têm menos recursos para se defender desses impactos, tornando-as alvos fáceis para a negligência dos governos e das empresas.

A legislação tem um papel importante na luta contra o racismo ambiental. Em muitos países, leis foram estabelecidas para combater essa forma de discriminação e proteger comunidades vulneráveis. No entanto, ainda há muito a ser feito para fortalecer e implementar essas políticas de forma eficaz.

A tipificação do racismo ambiental é um passo fundamental para combater essa questão. Reconhecer oficialmente o racismo ambiental como uma forma de discriminação é essencial para aumentar a conscientização e desenvolver estratégias para mitigar seus efeitos devastadores.

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Existem diversos exemplos ao redor do mundo que ilustram os impactos do racismo ambiental. Na cidade de Flint, nos Estados Unidos, por exemplo, uma crise de água contaminada expôs milhares de residentes, a maioria negros, a problemas de saúde graves. Enquanto isso, em países latino-americanos como o Brasil, comunidades indígenas têm sido ameaçadas por mineradoras que destroem seus territórios e poluem seus rios, forçando-os a enfrentar as consequências dessas atividades predatórias. Apenas em janeiro de 2022, foram 216 alertas de garimpo. Cálculos revelados pelo relatório da HAY apontam que o garimpo ilegal na TI Yanomami cresceu 3.350% entre 2016 e 2021, estando associado ao aumento da malária, da desnutrição infantil, contaminação humana e ambiental por mercúrio e aumento da exploração sexual.

Para combater o racismo ambiental, é fundamental que as políticas sejam implementadas de forma justa e igualitária. Isso inclui garantir que as comunidades afetadas tenham voz ativa nas decisões que afetam seus territórios, bem como acessar recursos e mecanismos de reparação para os danos causados.

Além disso, é essencial que as questões relacionadas ao racismo ambiental sejam abordadas por meio da educação e conscientização. É preciso que as pessoas entendam a conexão entre raça, classe e meio ambiente para que possam se envolver na luta por justiça ambiental.

Em conclusão, o racismo ambiental é uma realidade que afeta comunidades marginalizadas em todo o mundo. A legislação e a tipificação desse fenômeno são fundamentais para combater essa forma de discriminação. Exemplos como a crise da água em Flint ou a destruição de territórios indígenas ilustram a importância de se tomar medidas efetivas para proteger as comunidades afetadas. Somente com ações concretas e conscientização é possível combater o racismo ambiental e garantir um futuro mais justo e igualitário para todos.

Notas e Referências:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20 de jan. de 2024.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Lei de Degradação Ambiental. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%206.938%2C%20DE%2031%20DE%20AGOSTO%20DE%201981&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20Pol%C3%ADtica%20Nacional,aplica%C3%A7%C3%A3o%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.>. Acesso em: 20 de jan. de 2024.

Sobre o autor
Benigno Núñez Novo

Pós-doutor em direitos humanos, sociais e difusos pela Universidad de Salamanca, Espanha, doutor em direito internacional pela Universidad Autónoma de Asunción, com o título de doutorado reconhecido pela Universidade de Marília (SP), mestre em ciências da educação pela Universidad Autónoma de Asunción, especialista em educação: área de concentração: ensino pela Faculdade Piauiense, especialista em direitos humanos pelo EDUCAMUNDO, especialista em tutoria em educação à distância pelo EDUCAMUNDO, especialista em auditoria governamental pelo EDUCAMUNDO, especialista em controle da administração pública pelo EDUCAMUNDO, especialista em gestão e auditoria em saúde pelo Instituto de Pesquisa e Determinação Social da Saúde e bacharel em direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Assessor de gabinete de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado do Piauí.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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