Símbolo do Jus.com.br Jus.com.br

IA em sessões terapêuticas. Quem assume o Dano ?

Agenda 03/05/2024 às 17:40

O avanço da Inteligência Artificial (IA) tem despertado debates acalorados sobre seu papel em diversos setores, inclusive na saúde mental, onde se discute a possibilidade de utilização de sistemas de IA para atender pacientes em sessões terapêuticas. Este artigo busca explorar os riscos éticos e jurídicos associados a essa prática, destacando suas potenciais implicações para a humanidade e os direitos jurídicos adquiridos ao longo dos anos.

Riscos Éticos da Utilização de IA em Sessões Terapêuticas:

  1. Falta de Empatia e Compreensão Humana: A IA pode não ser capaz de compreender plenamente as complexidades das emoções humanas, levando a respostas inadequadas e insensíveis durante as sessões terapêuticas.

  2. Privacidade e Confidencialidade: A confidencialidade das informações compartilhadas durante as sessões terapêuticas pode ser comprometida se os dados forem armazenados em sistemas de IA suscetíveis a violações de segurança.

  3. Risco de Dependência Tecnológica: A dependência excessiva de sistemas de IA para fornecer apoio emocional pode levar à diminuição da interação humana e à redução da capacidade dos pacientes de desenvolverem relacionamentos saudáveis.

Implicações Jurídicas:

  1. Responsabilidade Legal: Em caso de danos causados por orientações ou conselhos fornecidos por sistemas de IA durante sessões terapêuticas, surge a questão da responsabilidade legal, uma vez que a IA não pode ser responsabilizada da mesma forma que um profissional humano.

    Assine a nossa newsletter! Seja o primeiro a receber nossas novidades exclusivas e recentes diretamente em sua caixa de entrada.
    Publique seus artigos
  2. Direito à Privacidade e Autonomia: A utilização de IA em sessões terapêuticas levanta preocupações sobre o direito à privacidade e autonomia dos pacientes, especialmente se algoritmos forem usados para analisar dados sensíveis sem o consentimento adequado.

  3. Violação dos Princípios Éticos da Profissão: A integração de IA na prática terapêutica pode entrar em conflito com os princípios éticos da profissão, que valorizam a empatia, a compaixão e a relação terapêutica entre paciente e terapeuta.

Embora a utilização de Inteligência Artificial em sessões terapêuticas possa oferecer benefícios potenciais, é essencial abordar os riscos éticos e jurídicos associados a essa prática de forma responsável e proativa. Os profissionais da saúde mental, os legisladores e a sociedade em geral devem colaborar para desenvolver diretrizes claras e regulamentações adequadas que protejam os direitos e o bem-estar dos pacientes, garantindo que a tecnologia seja utilizada de maneira ética e equitativa.

Sobre a autora
Daniela Pinheiros

Sou Psicanalista e fascinada pelo Direito, meu trabalho não se limita a uma única perspectiva, a abordagem psicanalítica e jurídica funciona em conjunto para promover a saúde mental e a justiça social. A psicanálise ajuda as pessoas a se conhecerem melhor, a lidar com suas emoções e se relacionarem de forma mais saudável consigo mesma, os outros e mundo. Já o direito oferece as informações necessárias para que as pessoas possam defender seus direitos e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!