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Direito e a educação pós pandemia de covid19

Agenda 09/07/2024 às 16:56

INTRODUÇÃO 

Este trabalho procurou abordar uma análise da metodologia do ensino baseada na interatividade pela internet em cursos online no Brasil após a pandemia de Corona vírus, o processo de aprendizagem interativo por meio das metodologias de ensino utilizadas, a motivação e as trocas de experiência entre alunos e professores. 

A interatividade com recursos tecnológicos possibilitou aos educadores aumentar seu número de alunos online devido a pandemia, devido a proibição de educação presencial, promovendo a aprendizagem com participação ativa, cooperativa e colaborativa, entre todas as series de ensinos desde a educação infantil, básica e superior.

A internet figura atualmente como único meio possível de aquisição de capacitação, habilidades, desenvolvimento e construção coletiva de conhecimento, estimulando o pensamento analítico na pesquisa e solução de problemas significativos. A educação online permite ao aluno responder questionamentos pelo meio virtual de forma objetiva, seja nos fóruns de discussão, materiais didáticos, atividades ou em outra ferramenta de interação. O potencial da Internet, que quebra barreiras de tempo e espaço, nos coloca diante dos mais novos paradigmas de inovação da educação online no contexto pedagógico.

O objetivo deste artigo é analisar como metodologias de ensino na modalidade à distancia, podem se estabelecer de forma permanente em um mundo pós pandemia de corona-vírus; tendo como objetivos específicos analisar as vantagens e desvantagens das atividades realizadas nos cursos online,  caso deixem de existir cursos off-line após a pandemia de corona-vírus;  identificar estratégicasque possibilitem melhoria no processo interativo em curso de educação online.

Metodologia

Foifeito uma exposição do tema, enfatizando a contribuição do trabalho para educação online, uma vez que as metodologias que possibilitam interação na educação online, busca melhorias para o processo de produção de conhecimentosatravés das metodologias de ensino e interação no ambiente online. Discutidos conceitos de interação, interatividade, abordagens sócio interativas, metodologias de ensino baseadas na interação online e sua importância para construção de uma aprendizagem significativa nessa modalidade de ensino.

A metodologia utilizada foi de Pesquisa Bibliográfica. O que caracteriza a pesquisa como revisão bibliográfica, no que se refere à obtenção de informações, foi utilizado alguns livros de metodologia científica, entre os quais o de fundamentos de metodologia com os autores Marconi e Lakatos (2003) e de instrução para elaboração de projetos de pesquisas com o autor Gil (2008), a NBR 14724, e um manual para construção e apresentação de trabalhos científicos. A obtenção das informações foi de forma bibliográfica, a partir de fontes secundarias por materiais publicados sobre o assunto.  

 

DESENVOLVIMENTO 

A educação 

Para Freire (1975), em várias passagens de sua obra, discute esta questão. Para ele, a educação é condicionada pelos valores e interesses das classes dominantes e contribui, desta forma, para a preservação de seu poder. A educação, por si, não pode ser considerada como alavanca de transformação radical da estrutura de poder, porque o poder que controla a educação não permitirá que ela se volte contra ele. "É por esta razão que uma transformação profunda e radical da educação como sistema não pode se produzir -e menos ainda de modo automático e mecânico -senão quando também a sociedade se tenha transformado radicalmente" (Freire y IIIich, 1975:30-1).

Em sociedades capitalistas, o conhecimento também significa prosperidade. Durante muitos anos, desde o início da revolução industrial, o conhecimento foi associado, principalmente, à produção: avanços na indústria e tecnologia, coisas que poderiam tornar uma nação mais próspera, mais competitiva no comércio. Isso ainda é bastante visível nos países em desenvolvimento como China, Brasil e Índia. Consequentemente, a escola tornou-se e ainda tem se tornado, em muitos lugares, centros de preparação para o trabalho onde a educação é, na maioria das vezes, resumida em conhecimentos sobre uma série de disciplinas. Talvez, por isso, o conhecimento tenha sido concebido na mente de muitas pessoas como sinônimo de educação. Investir na educação é, portanto, primordial para garantir que o indivíduo exerça sua cidadania e alcance o pleno desenvolvimento. Um país que investe em educação acaba investindo também em todos os outros setores. A educação abre portas, desenvolve o senso crítico e garante a dignidade de uma sociedade. 

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A Pandemia e seus aspectos 

No Brasil, a partir do início de fevereiro, o Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), através da Portaria nº 188, iniciando a elaboração de um Plano de Contingência Nacional para a COVID-19, publicado em fevereiro de 2020, por apresentar um comportamento incomum de elevado risco para o Sistema Único de Saúde (SUS). Diante desse cenário, exigiu-se uma forte organização da Atenção Primária à Saúde (APS), que desempenha um papel crucial na organização e na coordenação do cuidado para o enfrentamento da doença, pois os profissionais que a compõem, acompanham mais de 100 milhões de brasileiros o que corresponde a cerca de 47,6% da população-residente no território nacional (BITTENCOURT, et al., 2020; HARZHEIM et al., 2020;SILVA; OLIVEIRA, 2020; SILVA; PROCÓPIO, 2020).

Sendo assim, uma das orientações não farmacológicas da OMS é o distanciamento social como a principal medida de prevenção e controle da doença visando desacelerar e postergar o pico de ocorrência na curva epidêmica e, assim, minimizar a morbidade e a mortalidade associadas, visto que não existe imunidade prévia da população humana, nem vacina contra este vírus SARS-CoV-2. Além disso, o monitoramento das fronteiras e ampliação de higiene pessoal podem reduzir a disseminação e, assim, modificar o comportamento da doença. Em contrapartida, comportamentos opostos aos descritos podem ocasionar a explosão de casos e, consequentemente, dos óbitos (GALLASCH et al., 2020; GARCIA, DUARTE, 2020; ESPÍNOLA et al., 2020; MENDONÇA et al., 2020; SOUZA FILHO; TRITANY, 2020; WERNECK; CARVALHO, 2020), o tema abordado é de grande relevância, uma vez que trata-se de uma doença de descoberta recente e de grande impacto mundial, além de que o conhecimento científico sobre a COVID-19 auxilia na diminuição dos efeitos negativos na saúde pública e informa os resultados a curto e longo prazo das medidas adotadas no seu combate.

 

O ambiente virtual como saída para a Educação 

A Internetsurge no mundo pós pandemia como suporte didáticopara a prática docente em termosmetodológicos. Segundo Castells (1999, p.397):           

Localidades ficam despojadas de seu sentido cultural, histórico e geográfico e reintegram-se em redes funcionais ou em colagens de imagens, ocasionando um espaço de fluxo que substitui o espaço de lugares. O tempo é apagado no novo sistema de comunicação já que passado, presente e futuro podem ser programados para interagir entre si na mesma mensagem. 

A educação do novo milênio, após a pandemia, deverá estar permeada por estudos que envolverão a cultura, a partir de intersecções, numa perspectiva que adote o entrelaçamento cultural. Em momentos como atual, torna-se necessário repensarmos a educação e todos os seus processos. Paulo Freire escreveu que “O homem está no mundo e com o mundo” (1983, p. 30). Se o homem estivesse apenas no mundo, não haveria transcendência e não interferiria na história desse mundo. Não poderia objetivar-se e, por consequência, não conseguiria distinguir entre um e o outro.O isolamento social causado pela COVID-19 levou bilhões de humanos à condição de reflexão e ao pensamento da necessidade mais efetiva de se considerar um ser social e histórico, pensante e capaz de encontrar uma saída para a educação da pandemia. Segundo Paulo Freire: 

(...) Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque é capaz de reconhecer-se como objeto. A assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. (2001, p.46) 

O ambiente virtual facilita o processo de aprendizagem, para Harasim et al. (2005) o mundo online oferece diversas formas para a geração de conhecimento,  redes de aprendizagem “são grupos de pessoas que utilizam a internet para aprenderem juntas, no horário, no local e no ritmo mais adequado para elas mesmas e para a tarefa em questão”.Sendo a educação on-line, para Harasim et al. (2005), um campo novo e único, assim suas características determinam a maneira pela qual as atividades, os prazos e os processos de grupo podem ser implementados em comunicação de grupos, independentes do local, independentes de horário, cada vez mais multimídia, por troca de mensagens mediada por computador. 

CONCLUSÃO 

Prever o futuro da educação é complexo decorrente o cenário de educação em tempos de pandemia. Primeiramente, há de se ponderar que a EaD no Brasil é ainda incipiente e não foi ainda consolidada. Diversos fatores devem ser levados em conta, sendo alguns deles: a garantia de equidade de acesso tanto no fator tecnológico como equipamentos e internet, quanto de conhecimento sobre os usos didático-pedagógicos das ferramentas tecnológicas. Há uma gradação escalar da sabedoria digital, na qual se pode aprender “as diferentes e diversas posições do sujeito em sua relação com as novas mídias.” Com efeito, não podemos necessariamente afirmar que só porque o estudante é jovem que o indivíduo tem maior ou menor facilidade de acesso e de conhecimento sobre as tecnologias digitais. Esse é um mito dos nativos digitais – estes são, pessoas que nasceram depois da difusão dos computadores e da internet – que não deve ser estimulado, sobretudo no momento de pós-pandemia.

A distinção entre educação a distância (EaD) e ensino remoto. São concepções distintas e não devem ser abordadas como sinônimo. A primeira é uma modalidade não presencial assim como a segunda noção. Só que a EaD tem uma epistemologia que está sendo construída há muito mais tempo do que a noção de educação remota. Logo, quando a EaD se realiza, são necessários diversos e distintos profissionais. O ensino remoto, por sua vez, pode surgir a partir de adaptações e traduções pedagógicos. Esse tipo de trabalho não necessariamente é realizado por equipes especializadas na modalidade a distância. Já na maioria dos casos, quando se trata de EaD, existe um grupo de trabalho composto por diversos profissionais: designer instrucional; professor conteúdo; tutor; gestor educacional; etc. Logo, o contexto de pós-pandemia não pode influenciar que se pense que o ensino remoto seja necessariamente a realização de EaD, uma vez que são conceitos distintos e, práticas diferentes de atuação na modalidade não presencial. Entendo que a educação a distância irá se acentuar e no futuro 100% da educação será a distância.

 

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana C. Estratégias metodológicas inerentes à dinâmicas colaborativas online. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/511200852108PM.pdf

CASTELLS, Manuel. 1999. A sociedade em rede. V. 1: A era da informação : economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra.   

HARASIM, L. (et al.). Redes de aprendizagem: um guia para ensino e aprendizagem on-line. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005. 

MARTINS, António; REIS, Felipa. Desafios do professor no ensino online e no ensino presencial. Disponível em: http://www.virtualeduca.info/forumveduca/index.php?option=com_content&task=view&id=2 19&Itemid=26&lang=pt.

PALLOF, Rena M; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004.

RODRIGUEZ, Izabel. Teoria EAD Tempos Velozes. Disponível em http://www.abed.org.br/revistacientifica/revista_PDF_Doc/2005_Teoria_Ead_Tempos_Veloz es_Isabel_Rodriguez.pdf. Acesso em 08 mar 09.

TESTA, M. G. Fatores críticos de sucesso de programas de educação a distância via internet. 2002. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2002.

VERGARA, Sylvia Constant. Estreitando relacionamentos na educação a distância. Cadernos Ebape. edição especial, jan. 2007. Disponível em: http://www5.fgv.br/fgvonline/fgv/artigos/estreitando_relacionamentos.pdf. Acesso em 08 mar 09. 

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