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Stalking: entenda o crime de perseguição

Agenda 27/09/2024 às 15:56

O stalking, também conhecido como perseguição, é uma prática criminosa que vem ganhando cada vez mais atenção no Brasil, especialmente após sua inclusão no Código Penal. Embora esse comportamento já existisse há muito tempo, o avanço da internet e das redes sociais ampliou as formas de perseguição, tornando-se uma questão mais complexa e frequente. Este artigo explora o conceito de stalking, como ele acontece, as implicações legais no Brasil e as formas de prevenção e proteção para as vítimas.


O que é stalking?

Stalking é um termo que descreve a prática de perseguir alguém de maneira persistente e invasiva, provocando medo, constrangimento ou desconforto. O stalker, como é chamado o perseguidor, utiliza diversos meios para seguir, monitorar ou tentar manter contato com a vítima, desrespeitando sua privacidade e ignorando seus pedidos para cessar o comportamento. A perseguição pode ocorrer tanto no ambiente físico quanto digital, e é caracterizada pela insistência e pela perturbação que causa à vítima.

O stalking envolve uma série de ações, como telefonemas frequentes, mensagens repetitivas, presença constante em lugares onde a vítima frequenta e até o uso de ferramentas tecnológicas para rastrear seus movimentos. O impacto dessa perseguição pode ser devastador, levando a vítima a sentir-se em constante estado de alerta e ameaça.


Formas de perseguição

O stalking pode ocorrer de várias maneiras, tanto no mundo real quanto no virtual. A seguir, vamos explorar algumas das formas mais comuns:

Efeitos do stalking na vida da vítima

Os impactos do stalking são profundos e podem gerar graves consequências psicológicas. Vítimas de perseguição constante costumam desenvolver ansiedade, depressão e, em casos mais severos, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). O medo de ser vigiada ou atacada faz com que a vítima altere drasticamente sua rotina, evitando certos locais, mudando de hábitos e até se afastando de familiares e amigos.

O isolamento social é um efeito comum do stalking, já que a vítima pode sentir que precisa se proteger ou que está colocando outras pessoas em risco ao seu redor. A pressão psicológica pode afetar diretamente o desempenho no trabalho ou nos estudos, prejudicando a vida profissional e pessoal da vítima.

Além disso, o stalking pode evoluir para comportamentos mais perigosos, como agressões físicas, sequestros ou até assassinato, o que torna crucial que a perseguição seja identificada e interrompida o quanto antes.


A legislação sobre stalking no Brasil

Em março de 2021, o Brasil deu um passo significativo no combate ao stalking com a promulgação da Lei 14.132/2021, que incluiu o crime de perseguição no Código Penal. Essa mudança foi fundamental, pois antes o stalking não era tratado como uma prática criminosa específica, dificultando a punição do agressor e a proteção da vítima.

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O artigo 147-A do Código Penal define o stalking como a perseguição reiterada, que pode ser realizada fisicamente ou através de meios eletrônicos, causando medo ou prejuízo à liberdade da vítima. A pena prevista para o crime é de 6 meses a 2 anos de reclusão, além de multa. Em situações em que a vítima é menor de idade, idosa ou tem algum tipo de vulnerabilidade, a punição pode ser ainda maior.

A lei representa um avanço significativo, proporcionando às vítimas mais segurança jurídica e meios para denunciar o agressor, além de buscar medidas protetivas, como ordens de restrição, que limitam o contato do stalker com a vítima.


Como se proteger do stalking

Embora a legislação seja uma ferramenta essencial na luta contra o stalking, as vítimas precisam tomar medidas práticas para aumentar sua segurança. Aqui estão algumas orientações:

Como denunciar o stalking

No Brasil, as vítimas de stalking podem procurar delegacias de polícia ou, em casos de violência de gênero, as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs). Essas delegacias oferecem apoio para as vítimas e podem emitir medidas protetivas, como ordens de restrição, para impedir que o agressor se aproxime.

Além disso, a Lei Maria da Penha pode ser aplicada em casos de stalking envolvendo violência doméstica ou familiar. A legislação garante medidas de proteção imediata e severas punições para os agressores que descumprirem as determinações judiciais.


Conclusão

O stalking é uma forma grave de violência que afeta profundamente a vida das vítimas. Com a nova legislação brasileira, as vítimas agora têm um amparo legal mais robusto para combater esse crime e buscar justiça. No entanto, a conscientização sobre o problema e a importância de agir rapidamente são essenciais para evitar que o stalking evolua para formas mais severas de violência.

Proteger-se contra o stalking e denunciar comportamentos suspeitos é fundamental para garantir a segurança de todos. Além disso, a sociedade precisa estar ciente da gravidade dessa prática, apoiando as vítimas e responsabilizando os agressores de maneira adequada.

Sobre o autor
Gustavo Fonseca

Cofundador da Empresa Doutor Multas. Especializada em recursos de multas de trânsito.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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