DIRIGENTES SINDICAIS NÃO DIRIGEM MAIS
Já não é de hoje que se constata no meio sindical profissional e mesmo patronal, a utilização do caminho sindical para se alçar vôos mais altos, tendo como exemplo máximo, o caminho da base sindical à presidência da república visto “neste país”.
Espelhados nisso, muitos dirigentes sindicais focam o próximo passo do caminho político antes mesmo de apresentar suas realizações no passo em que se encontram e os trabalhadores, base descontente, divergem e causam cisão da categoria, com consequentes embates políticos.
Daí resulta o que se vê hoje, ou seja, a “diretoria” negocia em nome de toda a classe, firma acordo e grande parte da categoria não concorda com o negociado em seu nome, resultando na ilegitimidade da negociação e na perplexidade não só dos negociadores da mesa mas de terceiros não interessados que se deparam com greves e manifestações que se pensavam evitadas pela conclusão aparentemente satisfatória extraída da mesa entre os que se diziam ou se pensava ser as lideranças.
Algo está bastante frágil nessa seara e merece pronta análise dos atores envolvidos na questão já que não se pode tornar refém de negociações inconclusivas, os demais setores da sociedade que, com ou sem visão política do ambiente negocial, não estão dispostos a ver sua rotina diária ser tumultuada por orquestração de poucos, ou até de muitos que não reconhecem em seus lideres eleitos, seus representantes legítimos.
FERNANDO PAULO DA SILVA FILHO-ADVOGADO EM SÃO PAULO-ESPECIALIZADO EM DIREITO DO TRABALHO E SINDICAL-AUTOR D0 LIVRO “DIREITO DO TRABALHO-ENSAIO DOUTRINÁRIO”