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Estamos vivendo em qual regime? Democrático ou regime da truculência?

Por onde anda a Democracia?

Agenda 24/09/2014 às 14:59

A justiça brasileira, por razões múltiplas de ordem estrutural e por desvios culturais antigos, está distante do povo. Há má distribuição de verbas, escassez de juízes, sobrecargas de ações, irracionalismo no campo processual e inexiste vontade política

A democracia é essencial, indispensável para o estabelecimento de uma nação civilizada, mas é apenas o ponto de partida para a construção dessa sociedade. A democracia só se estabiliza numa sociedade fundada na justiça social.  

Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar decisões políticas está nas mãos do povo, o que nos remete ao livre arbítrio e liberdade de expressão, dentre outras coisas.

No Brasil a democracia é exercida em quase todos os âmbitos, mas não podemos dizer que vivemos em um país completamente democrático. Em algumas situações não temos essa liberdade, somos sim pressionados pelo governo e também por quem acha que tem o poder nas mãos e a caneta. Para que o Brasil se torne um país democrático é preciso que o governo reveja alguns conceitos antigos. A ditadura foi terrível; é certeza que, de todos os que viveram naquela época, 98% preferem os tempos de hoje. A liberdade cresceu muito, mais ainda não é isso que caracteriza uma democracia; a diferença é que antes o Brasil vivia em uma ditadura assumida e hoje parece que estamos vivendo o tempo da ditadura camuflada. 

Hoje em dia as pessoas são  pegas de surpresa,    estão com medo da truculência  cometida por policiais em revista pessoal, por exemplo.

Não há igualdade social! É preciso um choque de cidadania no país, já o disseram ilustres e renomados juristas. E esse choque começa com investimentos maciços em educação. Mas a crise na justiça ou, mais apropriadamente, a crise do poder judiciário, não pode esperar pelos efeitos de médio e longo prazo das medidas que devem ser tomadas de imediato.

Investimentos em educação são fundamentais e insubstituíveis, mas terão reflexo prático apenas nas gerações seguintes. É preciso fazer algo que atenue de imediato a situação dos nossos contemporâneos, cuja expressiva maioria é irremediavelmente dependente das classes mais favorecidas e, dentre estas, se  destaca a advocacia  que luta  pelos direitos dos cidadãos brasileiros.

A justiça brasileira, por razões múltiplas de ordem estrutural e por desvios culturais antigos, está distante do povo. Há má distribuição de verbas, escassez de juízes, sobrecargas de ações, irracionalismo no campo processual e inexiste vontade política para reverter esse quadro. É preciso unificar os diversos segmentos da Justiça em um único órgão nacional que, via centralização administrativa, estabeleça uma política de distribuição de recursos, sem prejuízo da autonomia do poder.

A Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da igualdade de direitos prevendo a igualdade de aptidão,; uma igualdade de possibilidades virtuais, ou seja, todos os cidadãos têm o direito de receber tratamento idêntico pela Lei, em consonância com os critérios albergados pelo ordenamento jurídico.

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A igualdade colocada no artigo 5ª da Constituição Federal figura apenas no papel, visto que na prática não é respeitada pelos nossos governantes e pelos legisladores; basta comparar os rendimentos dos servidores diretos dos executivos e dos servidores que labutam diariamente entre sol e chuva; estes recebem uma miséria, (salário mínimo) enquanto os “engomadinhos” gozam de todo o conforto (gratificação, adicional, abono, prêmio e outras espécies remuneratórias), recebendo salários exorbitantes operando a desigualdade salarial junto aos órgãos públicos.

Cidadania, hoje, para o grosso da população, é apenas uma palavra desprovida de sentido. Nosso desafio é fazer com que o Brasil comece a dar conteúdo a essas duas palavras vitais para a preservação da dignidade humana: Justiça e Cidadania. Isso só será possível mediante a união de nossas lideranças e a mobilização da sociedade.

A proposta é lutar pelo exercício efetivo da Cidadania, auxiliando o cidadão a conhecer os seus direitos, esclarecendo-o a respeito de seus deveres e lembrando-o de que é o cumprimento do dever que gera o direito; induzindo também a elite econômica e o Estado a serem mais zelosos de suas obrigações.

Ainda estamos longe de ter a nossa Democracia consolidada. Por enquanto estamos vivendo um remendo de democracia. Temos que  ser fortes e lutar para que a Democracia  real venha  a operar  em nosso país   com igualdade de condições para todos e não para poucos,  como ocorre  até os dias atuais.

Sobre o autor
Sergio Furquim

Possui graduação em Direito pela Universidade São Francisco (1984). Pós graduação em Direito Previdenciário Pela Escola Paulista de Direito Social (2014). Atou como presidente da 56ª Subseção da OAB/MG - Camanducaia, por 04 mandatos . Autor dos livros: Mensagens positivas e Artigos que refletem a realidade brasileira.Jamais deixe de lutar- Você é o construtor do seu futuro. Só consegue alcançar seu objetivo quem tem persistência- Mmorias do Advogado que luta por justiça.

Informações sobre o texto

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