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Democracia e ciência por Michael Shermer: Uma brevíssima resenha

Agenda 06/12/2014 às 07:05

Trata da visão de Michael Shermer sobre as relações harmônicas entre Democracia e Ciência.

   Em um vídeo curto, Michael Shermer, de forma sucinta, mas certeira expõe a proximidade e harmonia existentes entre o regime democrático de governo e a ciência com seus procedimentos e princípios. [1]

            Segundo o expositor, as democracias são mais abertas para a ciência, não somente pelo ideal de liberdade que as norteia, mas porque são intrinsecamente “um tipo de experimento científico”. Nelas podemos alterar as “variáveis” periodicamente e realizar novos “experimentos”.

            O princípio que embasa a democracia é que na verdade ninguém sabe uma fórmula mágica para governar um país. Dessa forma é preciso aprender a operar com a incerteza e com técnicas de “crowdssourcing”, ou seja, um processo de coleta de serviços, ideias, informações e conteúdos necessários, mediante a participação de um grupo eclético de pessoas e instituições. Por meio disso se pode chegar à verdade de modo pluralista, tendo em conta uma grande diversidade de “vozes” sociais e individuais. Neste ponto a ciência se assemelha à democracia, pois o pesquisador apresenta seus dados coletados e organizados, mas não opera em um “vácuo” e sim perante uma comunidade científica. E seus dados e conclusões serão sempre submetidos a uma livre discussão e crítica, além de propostas e realizações de novos experimentos. Tudo isso com o fito de chegar a uma solução ideal para o problema pesquisado.

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            Portanto, não há dúvida alguma de que as democracias são melhores, senão mesmo o único campo realmente fértil para o desenvolvimento científico, tendo em vista seus princípios de debate livre e pluralista, bem como sua capacidade de adaptação e renovação, enfim sua dinâmica em contraponto à estática de regimes autoritários ou totalitários.

            É interessante ressaltar que Michael Shermer vem a público para expor o óbvio, mas isso, longe de ser uma atuação inócua, infelizmente constitui uma necessidade premente num mundo em que a democracia começa a ser corroída desde dentro por suas próprias liberalidades, cuja importância é olvidada por seus detratores que sequer têm a noção mínima de que somente podem se manifestar em suas críticas justamente porque estão num regime democrático.

            Shermer aponta para a existência de centenas de países democráticos e crê com razão na expansão dessa forma de governo. Não obstante, todo cuidado é pouco quando vivemos em tempos nos quais as coisas mais óbvias e até autoevidentes precisam ser explicadas e justificadas.

REFERÊNCIAS

SHERMER, Michael. Democracia e Ciência. Disponível em www.youtube.com.br , acesso em 06.12.2014.


[1] SHERMER, Michael. Democracia e Ciência. Disponível em www.youtube.com.br , acesso em 06.12.2014. 

Sobre o autor
Eduardo Luiz Santos Cabette

Delegado de Polícia Aposentado. Mestre em Direito Ambiental e Social. Pós-graduado em Direito Penal e Criminologia. Professor de Direito Penal, Processo Penal, Medicina Legal, Criminologia e Legislação Penal e Processual Penal Especial em graduação, pós - graduação e cursos preparatórios. Membro de corpo editorial da Revista CEJ (Brasília). Membro de corpo editorial da Editora Fabris. Membro de corpo editorial da Justiça & Polícia.

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