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Problemas ou falta de interesse? Reflexões sobre a docência no Brasil

Agenda 19/10/2015 às 14:33

O artigo vem trazer como proposta um debate de extrema importância na atual fase que se instalou no ensino educacional brasileiro.

  1. Introdução

             O  artigo vem trazer como proposta um debate de extrema importância na atual fase que se instalou no ensino educacional brasileiro. A fase, que os professores são hostilizados dentro e fora do ambiente educacional e os alunos, ou “clientes” a cada dia que se passa perdem o interesse e os próprios sonhos em meios a tamanho caos que se instalou no sistema educacional.

   Assim  pretende expor reflexões sobre a docência no Brasil, e denunciar a erosão do prestigio da categoria profissional que é indispensável para a formação das novas gerações nas sociedades modernas.

  1. Educação: Problemas ou falta de interesse?

        A educação como um todo, assume um caráter global no sentido de que atribui a todos, em principal as instituições escolares e a própria família parcelas essenciais na responsabilidade e de parceria no processo de formação infantil.

     A escola se vê diante de vários problemas educacionais agregados à desordem, ao desrespeito a regras de conduta e à falta de limites com seus alunos que considera como responsabilidade da família, e por outra vez a família nutre uma expectativa de que a escola forneça a criança alguns ensinamentos, muitas vezes equivocados.

              Nesse jogo de um por a culpa no outro, é visto a olho nu, os problemas de menores infratores, a gravidez precoce, violência sem limites, o desinteresse dos educadores e a desqualificação da mão de obra no sistema educacional do Brasil. Sabe se que ambos necessitam de está atuando em parceria, visto que a escola e a família sozinha não dão conta da educação e socialização das crianças. Como conseqüência disto, a educação fornecida nestas duas instituições, ao invés de se complementarem, concorre entre si, ou seja, ao Ives de se ajudarem, acaba-se um se sobrepondo ao outro, prejudicando ainda mais o sistema.

            Como descrito no próprio livro em analise, quando desejam tomar medidas de impacto, investem erraticamente em bens materiais ou acionam mecanismos jurídico - policias para caçar as crianças fora e até mesmo dentro da escola, como se fossem verdadeiros criminosos, ou utilizam do Estatuto da Criança e do adolescente para punir os pais das crianças, ao passo de que ao lado dos educadores, os “massacram” por não ser bons professores. Como se as medidas jurídicas fossem efetivamente “concertar” um problema que se encontra na própria base da educação. Como a própria autora do livro utiliza:

Em nenhum momento, procuram analisar realmente o sistema educacional brasileiro para entender o porquê da permanência de resultados medíocres ao exercer seu papel primordial, que é a integração dos jovens á sociedade contemporânea. [1]

E nessa crise que se instalou na educação, é visível olhar os noticiários e matéria jornalística e constatar vários problemas de desrespeito e desacato. Professores da pré escola, fundamental e ensino médio são hostilizados, ameaçados e sofrem agressões físicas dentro do ambiente de trabalho, ma formação, índices baixos de aprendizagem e crianças sem nenhuma perspectiva de futuro.

Porém, vale salientar que o desrespeito aos professores não é exclusivo do Brasil, pois são notórios pelas reportagens os massacres ocorridos nas escolas norte americanas. Ou seja, a violência, o descaso com os educadores e com a própria má educação não é um problema isolado do Brasil. Mas, é fato que conforme estudado no livro em tese, o Brasil encerra, entretanto, um quadro mais critico, porque os professores aqui têm situações de trabalho mais indignas, visto os baixos salários, pela total falta de infra-instrutora e por distorções severas de suas preposições pedagógicas, ora, que professor nunca teve que “aprovar” alunos simplesmente para bater metas impostas?

Com isso, os resultados são lamentáveis, pois os medíocres índices de produtividade das nossas escolas ficam patentes em todas as avaliações dos estudantes oriundos de vários países, na qualificação inadequada dos diplomados em relação ao sistema produtivo e, principalmente nos obstáculos para o desenvolvimento de novas tecnologias e geração de conhecimento.

Porém, a conseqüência mais preocupante é, entretanto a existência de uma parcela significativa dos jovens que estão convencidos de que não precisa respeitar qualquer individuo muito menos a instituição de ensino, provando em momentos de euforia ou frustração, danos á propriedade particular ou pública e agressão a qualquer cidadão, como se a sua própria sobrevivência ou das pessoas que o circulam não tivessem qualquer importância.

Como uma verdadeira bola de neve, que a cada dia só faz aumentar, um erro puxa o outro, alunos desinteressados e que não respeitam seu professores, remuneração baixa, falta de infraestruruta nas escolas e a falta de efetivos programas de qualificação para os professores. Todos estes problemas acarretam uma serie de prejuízos aos próprios alunos e professores e a formação educacional do Brasil.

Não basta “investir” em bolsas de estudo a alunos de classes inferiores, mais sim los concede uma educação básica de qualidade para que os mesmos possam concorrer em nível igualitário com os alunos da rede particular nas melhores universidades do país. Além do que se torna indispensável recuperar a imagem dos docentes diante da sociedade, melhorando assim seu desempenho e conferindo-lhes autoridade para conduzir o processo educacional. 

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Ou seja, a valorização dos profissionais da educação, ampliação das condições de acesso e permanência na escola e a ampliação da qualidade do ensino oferecido são alguns dos milhares de desafios que se impõem a um Estado em prol de uma boa educação. Priorizar a educação é treinar o professor, é remunerá-lo de forma digna, de maneira que ele não se sinta ridicularizado pelas péssimas condições de trabalho.

É necessário que se olhe para a educação como um processo continua e eficaz. Tenhamos desta maneira um ambiente favorável para que crianças e jovens possam estudar sem preocupação com a violência.

Por fim, a educação brasileira tem solução, é necessário acreditar e realizar isso, desde que seja realizado um trabalho de comprometimento de todos os envolvidos na educação. Apesar de haver vários expoentes famosos, os verdadeiros construtores da utópica educação estão dentro da sala de aula, vivendo no seu anonimato.

Apenas quando a educação for pauta prioritária no Brasil, os brasileiros terão condições plenas de realizar seu desenvolvimento econômico, social e político. Que a prioridade não seja apenas construir grandes viadutos ou algo semelhante, mas sim se construir a grande sabedoria da mente dos alunos.

3-Conclusão

É notório que o envolvimento da família no processo educacional melhora a imagem da escola, e a educação como um todo. Assim, no decorrer deste relatório ficou observado que é preciso trabalhar em conjunto família e escola, para que efetivamente exista um resultado satisfatório.

Conclui-se certamente, que os professores não podem ser tomados como atores únicos nesse cenário. Tal situação também é resultado de pouco engajamento e pressão por parte da população como um todo, que contribui á lentidão de resultados. Ainda sem citar o corporativismo das instancias responsáveis pela gestão, não só do sistema de ensino, mas também das unidades escolares e também de muitos de nossos contemporâneos que pensam, que se todos fossem instruídos, quem varreria as ruas?, ou que não vêem problema algum em dispensar a todos das formações de alto nível, quando os empregos disponíveis não o exigem.

Enquanto isso, o Estado acredita que disponibilizar algumas bolsas de ensino, ônibus nas localidades rurais e pequenos incentivos farão a educação melhora. Sim, são benefícios necessários, porém não únicos para se moldar uma nova educação. Enquanto isso, a violência assola as escolas, os professores a cada dia se sentem menos motivados e nós continuamos longe de atingir a meta de alfabetizar todas as crianças e carregando o fardo de um baixo desempenho no IDEB. Enquanto isso, nossas escolas vivem como verdadeiras praças de guerra.

4-Referências

CASTRO, G. Professor submisso, aluno cliente. reflexões sobre a docência no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

DIAS, Maria Luíza. Vivendo em família, São Paulo: Moderna, 2005.


[1] CASTRO, G. Professor submisso, aluno cliente. reflexões sobre a docência no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.p.43. 

Sobre a autora
Luanna da Silva Figueira

Advogada.Graduada em Direito pelo Centro Universitário São Camilo (2012). Pós-Graduada em Direito e Processo do Trabalho pelo Complexo Educacional Damásio de Jesus (2014). Pós Graduando em Filosofia e Psicanálise pela UFES. Membro do Grupo de Pesquisa em Direitos Humanos/Constitucional do Centro Universitário São Camilo/ES.Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito do Trabalho, atuando principalmente no seguintes temas: trabalhista,família, e previdenciário.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Mais informações

Conforme demostra-se em meio as mídias, a educação brasileira se encontra em meio a varias questões e perguntas. O intuito desse trabalho foi trazer para a discussão as reflexões sobre a docência atual no Brasil e denunciar a erosão do prestigio da categoria profissional que é indispensável para a formação das novas gerações nas sociedades modernas.

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