Para diversas jovens de 13 a 17 anos, a veste que o estupro usa é o shortinho, e, por este motivo, iniciaram uma grande movimentação no Instituto de Ensino Anchieta, em Porto Alegre, com o objetivo de mudar a regra da escola (de não liberar o uso de roupas mais curtas) e fazer com que a instituição desenvolva uma reeducação moral aos garotos, para que obtenham um pensamento menos machista e de "anti-estupro". Mas, afinal, as vestes definem quem merece ser estuprada?
O senso comum ainda alimenta a ideia das mulheres que mostram o corpo estarem pedindo um ataque. O fato é que ninguém pode ser atacado! Essa resistência com roupas curtas é dominante, causando nas mulheres um sentimento de fragilidade e vulnerabilidade. A autora Ariane Leitão, em seu artigo via site do jornal Zero Hora “Estupro. Nossa culpa?”, do dia primeiro de abril de dois mil e quatorze, comenta que mais da metade da população brasileira acredita na afirmação de que a imagem da mulher sensual merece ser estuprada.
Um ponto forte é citar o avanço que a Lei Maria da Penha trouxe para esse crime, porém, a cada dia, mulheres são violentadas, usadas como objeto sexual e deixam de denunciar pelas ameaças recebidas, por vergonha e constrangimento de fazer todo o processo após a denúncia ou até mesmo, como a autora Mirella Duarte em seu texto via site do Olhar Direto “Nenhuma mulher merece ser estuprada”, do dia trinta e um de março de dois mil e quatorze, afirma que existe medo da sociedade (cheia de falso moralismo) lhes julgue pelas suas escolhas. A autora trabalha também a liberdade de atitudes, onde não podemos tolerar justificativas para um abuso com discursos misóginos e opressores.
De fato, as mulheres são chamativas e sexys. Ficar atraído é normal, mas nada justifica atacar, forçar e violentar alguém pelo fato dessa pessoa estar arrumada ou com roupas curtas. Todos somos livres para usarmos o que queremos, claro que com coerência e adequação, mas ainda é estabelecida uma repressão que contradiz a autonomia individual. Creio que, no mundo de hoje, com tanta informação gratuita, com tantas campanhas sociais e públicas espalhadas na mídia, é assustador lidarmos com este tema cada vez mais presente na nossa realidade. Certamente, não temos como mudar a história, os fatos e as culturas, e, por este motivo, lamento em afirmar que: o que veste um estupro é a ignorância herdada de séculos.