Passar por uma doença já não é uma experiência muito positiva, imagine estar entre uma escolha sobre o bem mais precioso que uma pessoa pode ter, “a vida”, essa palavra nos remete um conceito de nascimento, crescimento, movimento, reprodução, evolução, logicamente o final seria a morte, mas imagine que essa escolha de morrer tenha que partir de você?
Pois bem, o tema eutanásia discute exatamente sobre estas questões, o conceito inicial nos remete a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de forma assistida por médicos. Seu conceito é muito amplo, pois temos a eutanásia, distanásia, ortonásia, a própria morte e a dignidade envolvidas nesse âmbito.
Além do mais não podemos deixar de englobar sobre as diversas discursões sobre os valores éticos, morais e religiosos que causam muita polêmica, pois o próprio direito resguarda a vida, não seria mais viável esperar que a vida se finalizasse por si só? Mas, e o sofrimento que a pessoa irá passar até que se chegue ao fim almejado? Seria justo tanto sofrimento?
A eutanásia está dividida em duas versões: ativa e passiva, nos remetendo o mesmo conceito, ou seja, a morte assistida sem sofrimento de um indivíduo cujo o estado é crônico.
Além das duas versões podemos identificar a, eutanásia piedosa, eutanásia ativa e voluntária, eutanásia libertadora, eutanásia involuntária e passiva, todas com o mesmo propósito, ou seja, eliminar o sofrimento, com uma diferença, alguns desses atos o paciente tem consciência e em outros não.
É importante a distinção entre suicídio assistido de eutanásia, pois a eutanásia encontra respaldo na lei, o suicídio é um ato ilícito.
O entendimento jurídico traz consigo a idéia da dignidade da pessoa humana, em que o bem juridicamente tutelado é a vida, ou seja, a proteção da pessoa e da sociedade é um bem que o estado não abre mão.
Quanto ao entendimento religioso, a eutanásia remete uma idéia de usurpação da vida, deixando vaga a idéia de quem seria o direito de retirar a vida, e chegando-se a uma conclusão, na qual o direito tem o dever de resguardar a dignidade da pessoa humana e a argumentação da igreja é que somente Deus tem o direito de retirar o bem juridicamente protegido.
Diante de tamanha discursão é muito importante se colocar no lugar do próximo, então vejamos um breve relato:
Diante destes olhos, vi passar a vida, enxerguei com olhos de águia e tudo não me escapava, diante de mim, agora vejo passar minha vida, mas com uma diferença: Meus olhos de águia já estão cansados e fracos, já não consigo enxergar nem mais o meu destino. Diante disso, peço teus olhos, não sei como tu enxergas, mas uma coisa eu sei, o meu sofrimento tu enxergas e tua visão vai além da minha.
Repensar valores, ter uma visão ampla, enxergar para ti e para os outros, dialogar para se chegar a uma conclusão, quanto ao sofrimento, quando ele chega é sinal de que a decisão é o melhor remédio a se tomar, porque sofrer sabendo que não tem mais jeito, é sofre duas vezes.