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Relações eletrônicas

No Brasil existem políticas públicas para a inclusão digital dos alunos nas escolas, fato que infelizmente é confundido com o conceito de educação digital.

Na inclusão digital o objetivo é aglomerar empresas, governos, associações e instituições de ensino para a realização de investimentos vultuosos em equipamentos, máquinas e softwares para que pessoas de diferentes gerações possam utilizar a tecnologia para acessar a rede mundial de computadores e a todo o conhecimento disponível, seja ele bom ou ruim, falso ou verdadeiro, moral ou imoralmente aceito, independentemente de formas de pensamento.

A educação digital trata da utilização correta, licita e ética desta forma de relacionamento, estando a pessoa conectada à rede por qualquer dispositivo, sejam os tradicionais computadores de mesa, notebooks, tablets ou telefones celulares. A conscientização sobre direitos e deveres, privacidade, segurança da informação derivam da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, artigo 12, incisos IX e X, que exigem das escolas políticas claras para a proteção contra o bullying e aplicação de estratégicas pedagógicas para a promoção da cultura de paz.

A Internet foi a única forma de conhecimento e comportamento humano – desde o início da civilização – que chegou ao mesmo tempo para todas as faixas etárias. Ou seja, não foi algo transmitido de uma geração para outra, não houve tempo hábil para a discussão de valores, limites e comportamentos.

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A ética digital deriva do comportamento humano, independentemente da máquina ou software utilizado pelo usuário, e precisa ter como parâmetros as leis que estão em vigência no Brasil.

A ética digital não é derivada exclusivamente da lei; ela depende amplamente de como cada escola, empresa, órgão público estabelece, individualmente, seus parâmetros de atuação e define como será o futuro de cada indivíduo que abraça a educação digital como ponto de partida.

Ninguém nasce com ética ou com moral, visto que ambas são construções culturais e simbólicas; são conceitos adquiridos ao longo da experiência humana, seja pela cultura, pelas regras jurídicas, pela educação ou por reflexões pessoais.

Quais são as nossas responsabilidades pessoais em uma relação com o outro nas redes sociais? Como lidamos com as outras pessoas quando somos frontalmente? A conduta digital pode e deve ser uma forma de comportamento mediado por princípios e valores morais.

A capacitação de professores pode garantir uma gestão escolar eficaz de mudança nos processos de transformação das pessoas envolvidas com a comunidade discente, para enfrentar os novos desafios que constantemente irão aparecer nos próximos anos.

Sobre a autora
Ana Paula Siqueira Lazzareschi de Mesquita

Advogada e coordenadora do programa “Proteja-se dos prejuízos do cyberbullying”

Informações sobre o texto

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