Segundo Zanetti as principais atitudes cometidas pelo agressor são: impedir a vítima de se expressar, isolar a vítima, desconsiderar a vítima junto aos seus colegas, desacreditar a vítima por seu trabalho, e comprometer sua saúde.
Além disso, o autor descreve algumas frases típicas do assediador, as quais podem caracterizar assédio moral, vejamos:
O tempo que você leva para resolver as coisas, minha tartaruga dá duas voltas no quarteirão...
Se incompetência pagasse imposto você estava falido...
Aqui não é instituição beneficente: se não aguenta o ritmo, cai fora...
Você é muito pesado para eu te carregar nas costas...
É melhor você arrumar outra coisa para fazer porque pelo que vejo seu QI não atinge o nível desejado...
Levar o filho ao médico! Isso não tem o menor cabimento.
Afinal quem é que vai pagar as contas da sua casa?
Você é prova viva de que papel aceita tudo, pois pelo seu currículo era para você ser bem melhor!
Ei, tá nervosinha por quê? Vê se arruma um namorado para resolver isso!
Eu mandei e você tem que fazer! Manda quem pode e obedece quem tem juízo!
É bom fazer o que estou mandando, senão já sabe. A porta da rua é serventia da casa.
-
É bom fazerem o que estou mandando. A fila de desempregados aí fora é grande e estão torcendo para abrir uma vaga.
Além das frases típicas do assediador, Teixeira (2006, apud Zanetti, 2014, p. 77) apresenta os pensamentos dos assediadores no momento de iniciar os assédios, vejamos alguns exemplos abaixo:
Hum..., esse aí está querendo aparecer muito, vou quebrar este entusiasmo! Dou uma série de trabalhos que sabidamente não vai conseguir realizar e ele acaba desmoralizado.
Tiro dele as funções nobre e dou somente tarefas rotineiras e sem expressão, e ele acaba se enchendo e pede as contas.
Se ele estiver presente em uma reunião, nunca lhe dirijo a palavra, nem olho para ele e se ele pedir para falar, digo que vou lhe dar a palavra ao final e encerro a reunião sem ouvi-lo.
Nunca vou elogiar um trabalho que ele faça, mas vou criticar mesmo quando não houver motivo.
Valorizo outros na presença dele e sempre aponto os outros como modelos a serem seguidos.
Mesmo que haja com a iniciativa e criatividade, critico-o duramente pela quebra de hierarquia e pelo desvio das tarefas rotineiras que teria que cumprir.
Sempre me imponho de forma truculenta sobre a pessoa, insultando-a na presença de terceiros.
Dou espaço e incentivo para que os outros do mesmo nível também criem situações constrangedoras à pessoa visada.
Boicoto seu trabalho e suas comunicações interrompendo sempre seu trabalho e seus contatos para desestabilizá-lo.
Quando perceber que ele está ao telefone com algum amigo ou familiar chego falando alto e insultando-o para fragilizá-lo perante os seus.
Mudo o horário de entrar, sair e almoçar com o objetivo de desestabilizar sua vida pessoal e afastá-lo do convívio dos colegas de trabalho, isolando a vítima.
Estimulo e faço intrigas atribuindo a origem delas a pessoa visada.
Vou colocá-la na pior mesa de trabalho, com equipamentos de qualidade inferior, e vou dar uma mesa melhor mesmo para empregados mais novos e de nível hierárquico inferior.
Dou ordens confusas e contraditórias e atribuo o insucesso à falta de discernimento da vítima.
Quando realizar um trabalho, vou desmerecê-lo e ridicularizá-lo publicamente.
Esses são apenas alguns exemplos de atitudes impróprias do superior hierárquico, sob pena de caracterizar assédio moral, e este ter que responder pelos prejuízos. Infelizmente, frases e pensamentos como esses são frequentemente utilizadas pelos chefes e/ou superiores, os quais agem sem ética e profissionalismo. Independente do que o funcionário tenha feito ou deixado de fazer, este deve ser tratado com respeito pelo empregador.
Referência
ZANETTI, Robson. E-Book: Assédio Moral no Trabalho. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 10 mar. 2010.