Notícias recentes colocam em evidência uma situação extremamente perigosa. São fatos, não percebidos por grande parte da sociedade, arquitetados para que interesses individuais se sobreponham ao coletivo.
Como exemplo, os desdobramentos relativos ao “pacote” anticrime. Ficou em banho-maria no Congresso, uma estratégia do governo de priorizar a reforma da Previdência. De um lado, o resultado foi positivo, de outro, esse vácuo deu fôlego aos opositores das medidas contra a corrupção, o crime organizado e os crimes praticados com grave violência à pessoa. Numa maquiavélica jogada, desengavetaram a empoeirada Lei de abuso de autoridade, dando-lhe um falso protagonismo, com propósitos personalistas, cujo fim é desidratar o pacote à exaustão.
Adotaram estratégia semelhante à usada na França, no século XIV, para exclusão de mulheres à sucessão do trono, usando erros de grafia, mentiras e omissões da história relativas à Lei Sálica. Aqui, querem criminalizar condutas necessárias ao desempenho profissional, escanteando o exame de medidas tidas como excessivamente punitivistas. Estão ludibriando a sociedade com afirmativas populistas, tipo “Justiça, Ministério Público e Polícias querem ter superpoderes”. Mentira! Esses órgãos não pleiteiam complacência, condescendência para cumprirem seus deveres. Querem, sim, garantias para o pleno exercício – que a sociedade clama e reclama – de colocar nas grades os marginais, principalmente os de colarinho-branco, que têm enorme capacidade de se locupletarem com enormes prejuízos materiais e morais para nosso país.
Ainda há esperança! Autoridades brasileiras, autênticas, já se colocaram contra essa lei, que pretende intimidar integrantes de órgãos vitais para o provimento da proteção social e promoção do progresso nacional. Têm a clara percepção de que juízes, promotores e policiais são os profissionais que, corajosamente, enfrentarão aqueles embusteiros. Também existe a possibilidade de o presidente vetar essa famigerada lei, anseio das pessoas de bem de nosso país..
A máscara começa a cair e mostra a cara da desfaçatez, que visa, insidiosamente, aos interesses escusos individuais. E essa ação diversionária (desviar a atenção do “pacote” para embustes, tipo “vamos repelir o abuso de autoridade”) está sendo percebida pela população. No fundo, o objetivo real de falazes opositores é massacrar a Lava Jato, para livrar amigos, parentes e eles próprios das mãos dos únicos órgãos que podem colocá-los em lugar que merecem: no xadrez.