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Apesar de ainda se envolverem pouco com os filhos, homens pensam neles

Por Fernando Valentin do Observatório da Guarda Compartilhada

Envolvimento paterno

Em dissertação de Mestrado defendida em 2019 na Pontifícia Universidade Católica de Campinas BORTOTTO JUNIOR investigou o envolvimento paterno com filhos de 4 a 6 anos em idade escolar.

O estudo foi realizado com 90 pais (homens) com idades entre 18 e 72 anos de idade e com nível socioeconômico predominantemente baixo. O delineamento da pesquisa foi transversal, com amostra por conveniência, colhida em cinco pré-escolas municipais das cidades Mogi-Mirim e Mogi-Guaçu no Estado de São Paulo. Para participar da pesquisa os critérios de inclusão foram: ser pai biológico ou substituto do sexo masculino, ter pelo menos 1 filho de 4 a 6 anos de idade matriculado na rede pública dos municípios escolhidos, e ter 18 anos ou mais de idade.

Para avaliar o envolvimento paterno foi utilizado o instrumento de pesquisa Questionário de Engajamento Paterno (DUBEAU et al. 2014) traduzido e normatizado para a população brasileira por (BOSSARDI et al., 2018). O instrumento original foi elaborado por pesquisadores canadenses para avaliar crianças de 0 a 6 anos de idade. O instrumento usado continha 36 itens medidos uma escala de 6 pontos. Os itens compunham 5 dimensões analíticas do envolvimento do pai com os filhos (cuidados diretos e indiretos, suporte emocional, evocações, jogos físicos / abertura para o mundo, e disciplina).

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Os principais resultados do estudo foram:

a) As maiores pontuações relativas ao envolvimento paterno com os filhos foram obtidas nas dimensões Suporte Emocional e Evocações. A menor pontuação ficou com a dimensão Cuidados Diretos e Indiretos;

b) Em relação as variáveis socioeconômicas (idade, escolaridade, estado civil, estar ou não empregado, classe social e religião) não foram observadas variações significativas entre os pais contidos nas diferentes categorias;

c) Observou-se forte correlação entre a dimensão Evocações e Suporte Emocional indicando que apoiar o filho frente as dificuldades associa-se com lembrar da criança quando ela está longe.

Sobre os autores
Fernando Valentin

Sociólogo (USP). Especializado em Metodologia de Pesquisa (CEBRAP) e em Gestão Pública (UFT). Mestre em Ciências Humanas e Sociais (UFABC). Fundador e coordenador executivo do Observatório da Guarda Compartilhada.M

Observatório da Guarda Compartilhada - @OBGCBRASIL

Criada em 2014 pelo sociólogo Fernando Farias Valentin, é hoje a maior plataforma de formação parental em língua portuguesa em questões de divórcio, alienação parental e guarda de filhos.

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