Símbolo do Jus.com.br Jus.com.br
Artigo Selo Verificado Destaque dos editores

Estado-Ciência e biossegurança

RESUMO: O objetivo do texto é traçar o perfil do que se pode chamar "sociedade tecnológica de controle atual" (Deleuze, 1992): as condições sociais e técnicas gerais em que a lei de biossegurança deve ser entendida. Os estudiosos do biodireito, da bioética, do biopoder, da biotecnologia poderão encontrar aqui elementos para debate, sobretudo para alicerçar uma análise mais ampla à própria Lei de Biossegurança. Nosso objetivo, portanto, não é tratar especificamente a Lei de Biossegurança, mas sim, ampliar o debate acerca da realidade que recobre o biodireito e oferecer elementos para análise e crítica. De modo amplo, o biodireito e, mais especificamente, a Lei de Biossegurança, devem ser entendidos diante desse processo de coisificação e de esterilização ou desertificação da consciência pública. Por muito tempo, o chamado Estado-Ciência serviu ao desenvolvimento da base técnica das forças produtivas do sistema capitalista, mas atualmente é mais do que urgente pensarmos na sobrevivência do Planeta e do Homem.


SUMÁRIO: 1. O homem na sociedade de controle; 2. Sociedade de Controle; 3. Há uma porta aberta?; Bibliografia.


PALAVRAS-CHAVES: biopoder; biotecnologia; coisificação; consciência; Sociedade de Controle; Cibercultura.


O homem na sociedade de controle

            O homem na sociedade de controle é um indivíduo isolado em meio à produção diferenciada, é uma empresa ambulante (do EU – S/A), um ser humano voltado à produção e fabricação de si mesmo, como "concorrente de si mesmo". O ser humano, nesse Estado Moderno Capitalista de Controle, é absolutamente insatisfeito consigo mesmo, pois, sempre em contato com o mundo do saber-fazer técnico/inventivo, é um "ser humano demasiadamente humano", ávido por inovações e mais fontes de consumo.

            Voltados a essa razão que a tudo e a todos emprega em torno de si mesma, como razão instrumental, fomos transformados em seres humanos absolutamente insatisfeitos com a natureza. Portanto, nossa condição humana cada vez mais depreciada, torna-se obsoleta, mero degrau rumo à inteligência artificial, mas à custa, é claro, da consciência [01]. O ser humano é hoje um ser imbricado à tecnologia, que só consegue ver na razão um exponencial capaz de transformar o interesse desejável na realidade possível – sem muita consideração com os meios empregados.

            A realidade técnica, seguindo esta análise, nem sempre mantém atuantes as fontes de formação da consciência. No entanto, há meios técnicos que podem melhorar a qualidade dos fins políticos almejados:

            [...] o mundo da informática poderá ser o de uma democracia participativa, na qual às ONGs competirá um papel fundamental, de tal modo que nos será possível chegar ao ideal de uma democracia direta, embebendo-se cada vez mais a sociedade civil da "autodeterminação" que tem alimentado o sonho comunitário. Tudo dependerá, porém, de uma nova mentalidade política que não se perca no "totalitarismo tecnológico" tão do gosto das corporações e das nações que hoje são os privilegiados donos das máquinas e os senhores da tecnologia (Reale, 1997, p. 44).

            Atualmente, no entanto, e como veremos mais adiante, nesse espaço fimbrio que envolve política e sociedade, ciência e tecnologia, conhecimento e capital, nem sempre a consciência está tão presente, como se poderia/deveria esperar: "Não endeusemos, pois, o ‘discurso comutativo’ como algo válido de per si, mas cuidemos também de seu conteúdo humanístico, valendo-nos dos processos cibernéticos para que possa efetivamente haver mais igualdade entre os indivíduos e os povos" (Reale, 1997, p. 44). O não-endeusamento da tecnologia é o primeiro passo em direção à crítica do estágio em que se encontram a sociedade e o próprio Estado.

            Resumidamente, esta sociedade das coisas é uma forma radical da "sociedade do consumo e do espetáculo", em que vive confortavelmente o cidadão do sofá, em que a
realidade é um reality show bizarro, em que vigora a razão do senso comum,
instigada e administrada pelo máximo de consumo e de entretenimento. Aqui
prospera a massa ignara que julga com o senso comum do reality show, e que
em troca serve ao sistema estatal policialesco. O que, em si, sinaliza fortemente para a negativa dos direitos individuais, da liberdade de consciência e do princípio da livre convicção.


Sociedade de Controle:

Cibercultura e Consciência na Sociedade das coisas

            É crescente o processo de reificação, coisificação, em que o homem tende a ser programado e formatado à imagem e semelhança das máquinas. Nesta era das máquinas inteligentes, o processo de subsunção do humano pelo código (cogito) já é quase insondável. Dada a afirmação da cultura hightech, os jovens manipuladores do futuro-presente não saberão distinguir o que é bom ou não, em termos estritamente tecnológicos.

            O utilitarismo crescente contribui para isto, e embora não queiramos destruir ou negar o progresso trazido pela tecnologia [02], é importante problematizar as questões trazidas para a consciência e para a vida social. Portanto, queremos problematizar os instrumentos que deveriam dar-nos conforto e felicidade maiores e que nem sempre nos deram: as máquinas. Por isso, é preciso discutir o chamado uso político dessas máquinas.

            Nós ainda nos chocamos porque fomos criados a partir do liame clássico ética/técnica, mas o presente-futuro já prepara uma outra consciência, em que a ética surge como uma "coisa estranha", e esse estranhamento ético não poderia ser mais grave. A cultura hightech de quem está formando sua consciência, traz a cena típica em que o neto ensina ao avô como se engendram as maravilhas computacionais. O que revela indícios de uma "síndrome do pequeno robô": a criança indefesa, inocente e pura, já sente a força, a virtú informacional.

Fique sempre informado com o Jus! Receba gratuitamente as atualizações jurídicas em sua caixa de entrada. Inscreva-se agora e não perca as novidades diárias essenciais!
Os boletins são gratuitos. Não enviamos spam. Privacidade Publique seus artigos

            Talvez já não seja mais possível uma consciência ambiental (um certo retorno, com sentimento de nostalgia dos códigos da vida mais natural) que pudesse se opor à determinação dessa "consciência maquínica", e um dado objetivo disso é o fato de que talvez já tenhamos ultrapassado a linha do desenvolvimento auto-sustentável, ou seja, a impactação do uso das tecnologias na Terra já adulteraram, revolveram algo em torno de 2/3 das reservas e das fontes naturais. Não praticamos um desenvolvimento humanamente sustentável, pois a imposição do domínio da razão maquínica e consumista é brutal e só induz à absorção, não à crítica.

            Neste sentido, também podemos dizer que não há ciência ou tecnologias puras, limpas ou boas (por mais que o seu processamento tenha sido "muito razoavelmente ético"), pois as imponderáveis alteram demais a subjetividade decorrente do uso político. Daí que toda ciência e seus aplicativos tecnológicos, no mínimo, servem para minar ainda mais a natureza e dar suporte ao artificialismo: sempre terão algum impacto ambiental. Toda ciência e tecnologia está se tornando poluente da vida e da consciência, além de não ser sustentável ecologicamente. Porém, a sociedade precisa despertar para a sustentabilidade tecnológica, que significa tornar a tecnologia adaptada ao homem e não o contrário.

            Não só o mundo se artificializou completamente ("estranhamento do próprio desencantamento do mundo" – Guattari, 1991), como os jovens do futuro não conseguirão ver de outra forma que não essa. A matriz é a máquina e talvez por isso já seja tão difícil compreender e praticar o que é ético. A informática não é mais a segunda pele que nos recobriu por tanto tempo, pois o pensamento maquínico (não se deve supor consciência maquínica) é determinante, é o primogênito, isto é, trata-se na verdade da primeira pele, da mais forte implicação tecnológica. A "consciência maquínica" acompanha a formação/evolução da chamada "razão imagética" (Debray, 1993) [03].

            Neste caso, o problema não é tanto que venha a desaparecer a consciência da luta de classes, mas, mais simplesmente, que já tenha desaparecido a consciência de que se é humano: frágil e limitado, mas também egoísta e imprevisível.


Há uma porta aberta?

            As revoluções tecnológicas, ao menos desde o neolítico [04], são estimuladas pela nossa ansiedade. A insatisfação humana, no entanto, acompanha-nos desde o mito de Prometeu. Ali o homem descobriu o "fogo liberador" (Lévy, 1999), a tecnologia, o conhecimento e a vida social. O Homo erectus descobriu como é incompleto e frágil — diante das intempéries naturais e sem a vida social — e isso gerou insatisfação consigo mesmo.

            Colocando-se em novo rumo, diante dos demais ("companheiros ou rivais"), o Homo erectus iniciou lentamente a fabricação de si e a alteração do natural, fenômeno que os outros "animais sociais" apenas contemplavam. Assim, a artificialidade da vida (pessoal e social), surgiu como uma "condição humana", uma vez que a insatisfação com nossa incompletude e imaturidade social é epidérmica.

            Hoje, mais do que nunca, precisamos apontar algumas saídas, pois além do fetiche, há também a utilidade, o componente político do uso das tecnologias. A sociedade capitalista apenas explicitou isto, mas a tecnologia faz parte da vida social e o problema é a não-reflexão (e a práxis sobre ela). Esse é um dado que se revela claramente nas tecnologias aplicadas, porque são totalmente utilitaristas.

            Precisamos ter clareza da própria coisa em si (em parte "matéria humano-social", em parte "tecnologia fria"), ou seja, aquilo que é, a questão da consciência sobre o mundo maquínico. Apesar do grande fluxo consumista e depredador, só não somos "coisa" porque temos existência e capacidade de consciência para ver fora desse limite. Esse conjunto pode promover um uso "consciente da coisa em si", afinal somos capazes de "dar sentido à coisa em si", transformando-a em "coisa para si", assim como a própria consciência que temos desse processo de fabricação da vida social.

            Mas o que é a consciência, como o homem a formou, que reflexão ele faz de si?

            A natureza não apresenta a consciência para si, pois ela o é apenas em si, já para o homem há a necessidade de universalidade e de unificação, pois, precisamos de categorias e termos que foram sendo desenvolvidos ao longo da história — para isso inventamos a linguagem, os números, os códigos, a Polis grega, etc.

            Em pensamento atrelado aos deuses, que refletiam a compreensão mítica das realidades unificadoras [05] — assim como a consciência prática da sobrevivência —, o homem começou a ter uma consciência abstrata e seu relacionamento com sua própria transcendência foi-se consolidando, até que adquirisse maturidade em determinado estágio de sua evolução. Pelo modelo mental abstrato de que faz uso para se relacionar com os outros, o homem também criou/cria realidades unificadoras, e ainda que elas próprias possam ser modelo para a desagregação.

            Esta segmentação se dá sempre que não compreendemos um modelo mental unificador, por exemplo: a maioria das pessoas pensa que o Outro é apenas para servir ao seu interesse e procura não ter diálogo ou relacionamento com aqueles que não possam "ser úteis": está aí a evidente instrumentalização do social. Para estas pessoas, a consciência em si não está vinculada à consciência para si (que, na verdade, seria para-o-Outro) e ao contrário de ganhar um valor ideal, solidário e unificador, vê o Outro apenas como extensão do eu ou de si mesmo: a raiz e o fluxo do edonismo e do narcisismo que nos escravizam.

            Hegel teria usado estas categorias, mas de modo diverso do que estamos tratando: o para-si hegeliano tem apenas o papel da reflexão sobre o em si. Por exemplo: para Hegel, um bebê é racional em si mas não é para si, pois não tem consciência de sua racionalidade, assim não é algo transcendente que vê a necessidade do Outro, mas que se contenta apenas com a sua própria racionalidade.

            Ou seja, para Hegel, o Bebê adquire a consciência para-si na medida em que possa refletir sobre o seu objeto (e aí já será adulto), pois esta consciência crescerá a partir da evolução do seu ser como ser reflexivo sobre objetos, mas não reflexivo sobre a própria condição de incompletude humana – essa consciência inicial já é de certa forma "maquínica" e isso favorece apenas a relação com o objeto.

            Para Sartre (1987), o para si está relacionado à própria consciência, o meu para si, a minha consciência, está fatalmente relacionada às outras liberdades, e assim a liberdade será para Sartre um substituto da transcendência, mas cai no vazio da transcendência. Assim, se temos liberdade de consciência, como quer Sartre, não é ela a nossa consciência para-si última, pois a consciência requer algo além do ser-em-si.

            Em Kant as consciências em si e para-si são semelhantes (em alemão: as sich e für sich). Já para Marx, a consciência está relacionada ao seu fazer, ao modo de produção. O pensador alemão vai objetivá-la num ser econômico e, ao debater a filosofia do Direito de Hegel, dirá que a sociedade não se organiza por meio da consciência comum, mas por meio do trabalho comum, do modo como produz seus meios de viver. Marx, de certa forma, vai discutir a reflexão filosófica, certamente assistindo às injustiças do capitalismo nascente, ao dizer, na 11ª Tese contra Feuerbach: "Os filósofos têm apenas interpretado diversamente o mundo; trata-se de modificá-lo" (Marx, 1845). Mas o homem, que tem esta consciência de luta pela vida, pode transcendê-la.

            Somos capazes de transcender as limitações ou a incompletude do material ou de recriar o material (como na física atômica), trazendo a matéria a um ponto em que antes não era [06]. Em outro exemplo, uma árvore não é uma cama, mas o homem é o ser capaz de fazer uma árvore tornar-se cama. Esse trabalho vivo que transforma a madeira bruta em utensílio é o mesmo germe que recria a sociedade civil organizada e pode refletir sobre o que se produz e como se produz, e principalmente para quem e para que há a produção: chamaremos isto de "desenvolvimento consciente sustentável da tecnologia".

            A cibercultura é hoje um ambiente propício a que se desenvolva esta reflexão sobre o que se produz [07], e embora pareça confuso e desorganizado, este ambiente favorece o que Pierre Lévy (1999) chama de noosfera [08]: termo emprestado de Teilhard de Chardin (1955). Porém é bom que se diga que essa reflexão serve aos que têm paciência com a consciência – pois a reflexão é em si um processo demorado e não se presta ao imediatismo da cultura da imagem [09].

            Tanto Nietzsche (1983) quanto Fritjop Capra (1992; 1995) tentaram libertar- nos desta noção fetichista e utilitarista do mundo, mas temos que tentar pegar a raiz disso tudo, porque tudo isto parece "muito natural", quase uma "condição humana". Mas, o que é condição humana no século XXI?

            Nietzsche, ao escrever o prefácio sobre o nascimento da tragédia, dezesseis anos depois do lançamento do livro, diz que o "problema da ciência" é na verdade aquilo que se aprende de novo. Ele não aprendeu apenas que o "problema da ciência não poderia ser reconhecido no terreno da ciência", como querem muitos defensores da neutralidade e da "autosuficiência científica", mas, também, que é preciso ver a ciência sob a ótica do artista e da arte, sob a ótica da vida.

            É a arte que pode quebrar a teia conceitual, desdobrar a consciência racional e ajudar a derrubar seus principais disfarces. A cultura cientificista, ao contrário, tem uma visão instrumental dos fenômenos e do conhecimento; diz-se, nesses meios, que "os fenômenos servem a uma causa e o conhecimento se aplica a tal finalidade".

            Uma visão artística, no entanto, poderia dissolver a instrumentalidade e contemplar os fenômenos e as obras como criações arbitrárias. A Arte traria consciência para o cientista, para o jurista, para o político, pois a arte, a estética e a admiração do homem pela própria transcendência que é a vida (o fenômeno da vida Lebenswelt [10], usado por Husserl), e de tudo o que a produz, serão capazes de reverter o processo maquínico em que nossa consciência se meteu [11]. No dizer do filósofo Adorno (1992), é preciso pensarmos em outras formas de derrotar essa indústria cultural que arrasta tudo e que impede ou obstaculiza qualquer um que provoque reflexão, porque mesmo uma inquietação mais profunda é imediatamente expelida como indigesta ou impertinente. Daí a necessidade da paciência com a consciência, e que precisa ser revolucionada sob a forma da impaciência com a ansiedade utilitarista e consumista.


BIBLIOGRAFIA:

            ADORNO, Theodor W. Mínima Moralia: Reflexões a partir da vida danificada. São Paulo: Ática, 1992.

            CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação. Ed. Cultrix, 1992.

            _______ O tao da Física. Ed. Cultrix, 1995.

            CHARDIN, Teilhard. O fenômeno Humano, ed. Francesa 1955, trad. português: Cultrix,  2001.

            DEBRAY, Régis. O Estado Sedutor: as revoluções midiológicas do poder. Petrópolis-RJ : Vozes, 1993.

            DELEUZE, Gilles. Conversações, 1972-1990. Rio de Janeiro : Ed. 34, 1992.

            _______ O atual e o virtual. IN : ALLIEZ, Eric. Deleuze filosofia virtual. São Paulo : Editora 34, 1996.

            DELEUZE, Gilles & GUATARRI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.

            GUATTARI, Félix. As três ecologias. Campinas, São Paulo : Papirus, 1991.

            HEGEL, G.W.F.  Fenomenologia do Espírito. Petrópolis, Vozes, 1992.

            HUSSERL, E. (1986). Ideas relativas a una fenomenologia pura y una filosofia fenomenológica. México: Fondo de Cultura Econômica. (Texto original publicado em 1913).

            KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Editora Nova Cultural, Coleção Os Pensadores. 1996.

            LÉVY. Pierre. O Fogo Liberador, 222 págs. Ed. Iluminuras : São Paulo, SP, 1999.

            _______ Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

            MARTINEZ, V. C. @ MUCHERONI, M. Direito Virtual: breve ontologia e conceito. Texto publicado e disponível em: http://www.alfa-redi.org/revista/data/62-8.asp. ISSN 1681-5726.

            MARTINEZ, Vinício C. O cidadão de silício. UNESP - Faculdade de Filosofia e Ciências : Marília- SP, 1997.

            _______ Violência, Tolerância e Educação. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo: CEAr/DLO: Editora Mandruvá: 1999.

            _______ A rede dos cidadãos: a política na Internet. Tese de doutorado. São Paulo : Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), 2001.

            _______ Democracia Virtual: o nascimento do cidadão fractal. 2ª ed Londrina-PR : Editora Praxis, 2001.

            _______ Democracia Virtual: o nascimento da sociedade pós-virtual. IN : Alves, G. & Martinez, V. (Org.) Dialética do Ciberespaço: trabalho, tecnologia e política no capitalismo global. Bauru-SP : Editora Document Arminda, 2002.

            _______ Rede Política e Indústria Imaterial. IN : MACHADO, J. A. (org.). Trabalho, Economia e Tecnologia. São Paulo. Editora Tendenz & Editora Práxis, 2003, pp. 141-157.

            Marx, K. – Teses sobre Feuerbach, 1845. Transcrito por Fred Leite Siqueira Campos para The Marxists Internet Archive, disponível em: www.vermelho.org.br/img/obras/feuerbach.rtf .

            NIETZSCHE, Friedrich. Nietzsche (coleção Os Pensadores). São Paulo : Victor Civita, 1983.

            PISIER, Evelyne (org.). As teorias do Estado Cientificista. IN : História das idéias políticas. Barueri-SP : Manole, 2004.

            REALE, Miguel. Questões de Direito Público. São Paulo : Saraiva, 1997.

            SARTRE. Jean Paul. O existencialismo é um humanismo. A imaginação: Questão de método. 3. Ed. São Paulo : Nova Cultural, 1987.

            VIRILIO, P. O Espaço Crítico. Rio de Janeiro : Editora 34, 1993.

            _______ Velocidade e Política. São Paulo : Estação Liberdade, 1996.


Notas

            01

A artificialidade da vida social também compromete a consciência porque simplesmente não há crítica fora do real, e a artificialidade é ilusionista.

            02

Não se trata de um discurso antimáquina, ao estilo Unabomber.

            03

Só conseguimos ver o mundo, sem sequer ouvi-lo ou indagar-lhe acerca dos próprios sentidos.

            04

Aproximadamente 10 mil anos antes de Cristo.

            05

A exemplo de Prometeu e da Caixa de Pandora (com seu princípio da incerteza) que acompanha as revoluções tecnológicas.

            06

É óbvio, mas devemos recordar que, por exemplo, o "urânio enriquecido" era "pobre" — ou "não-enriquecido" — antes de passar pelo processo de enriquecimento. Isto é, em estado natural, só existe o "urânio não-enriquecido".

            07

Na cibercultura, somos capazes de pensar e produzir o imaterial, por exemplo, o trabalho imaterial.

            08

O ambiente em que refletimos sobre o que produzimos, como usamos e para que usamos.

            09

É curioso como aqueles que já nasceram sobre a marca da imagem, não tenham tempo ou inclinação à reflexão, à própria cultura que possa ser refletida. O que também indica que não se trata de mero reflexo.

            10

O termo Lebenswelt foi empregado pela primeira vez por Husserl no segundo livro das Idéias, de 1916-17, acerca da primazia do espírito (absoluto) sobre a natureza (relativa) (.).

            11

Este é o clássico desafio lançado pela razão instrumental.
Sobre os autores
Marcos Luiz Mucheroni

bacharel em Ciência da Computação pela UFSCar/SP, doutor em Engenharia Elétrica pela Poli/USP, professor de Paradigmas de Linguagens (graduação e pós-graduação) na Fundação UNIVEM de Marília e Teoria do Caos e Cibercultura (mestrado em Ciência da Informação) na UNESP de Marília, membro pesquisador do Núcleo de Estudos, Pesquisas, Integração e de Práticas Interativas (NEPI), filiado ao CNPq

Vinício Carrilho Martinez

Pós-Doutor em Ciência Política e em Direito. Coordenador do Curso de Licenciatura em Pedagogia, da UFSCar. Professor Associado II da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Departamento de Educação- Ded/CECH. Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade/PPGCTS/UFSCar Head of BRaS Research Group – Constitucional Studies and BRaS Academic Committee Member. Advogado (OAB/108390).

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

MUCHERONI, Marcos Luiz; MARTINEZ, Vinício Carrilho. Estado-Ciência e biossegurança. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 10, n. 898, 18 dez. 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/7693. Acesso em: 23 dez. 2024.

Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!