Em abril do ano próximo-passado, tendo prefaciado o livro "Corrupção: Lava Jato e Mãos Limpas", organizado pela professora Maria Cristina Pinotti, em evento ocorrido na sede do jornal O Estado de S. Paulo o Ministro Luis Roberto Barroso proferiu: “E a naturalização das coisas erradas teve um tal nível de profundidade que um dos próceres do governo anterior produziu a seguinte e espantosa e declaração: O Brasil fez opção ao combate à corrupção no lugar de combater bandido. (pausa e risos na plateia). Portanto eles não consideravam que corruptos eram bandidos. Eu não sei exatamente que categoria eles achavam que se inseriam nesse contexto geral”.
A fala corrobora o feliz título dado ao primeiro livro do Advogado e Escritor Cloves Alves de Souza "Excelências Bandidas o Império da Corrupção no Brasil". O raciocínio transcende a analogia para alcançar a lógica. Ora, trata-se ali de excelências corruptas e nesse diapasão, muitas das Excelências dividiam-se em duas grandes categorias: os corruptos e os suspeitos de corrupção. Por conseguinte, estamos sim tratando de Excelências Bandidas.
A obra na qual tive o privilégio de contribuir com algumas mal tecladas linhas em sua segunda edição, traz à baila a origem da corrupção, aborda questões políticas importantes como a ineficiência dos serviços públicos, inchaço da máquina e o mau desempenho da gestão pública. Vai além e apresenta sugestões para resolver muitas das mazelas nacionais. Algumas ali exaradas já se tornaram uma realidade e outras tramitam nas casas do Congresso prestes ainda que em parte, a adotá-las.
O tema e os fatos narrados causam um misto de revolta e indignação, todavia é preciso falar sobre isso. A corrupção não é uma questão menor como muitos querem fazer com que pareça, ao contrário é o cerne. É muito bom que, assim como a Professora Maria Cristina Pinotti e outros, o Dr. Marco Antônio Marcos da Silva e outros em “Corrupção, Ética e Cidadania" e quantos mais, falemos sobre isso, pois a Corrupção tem que apanhar todos os dias.