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Reflexão filosófica sobre a influência da religião na vida social e política ao longo da história

Agenda 17/04/2020 às 11:19

O presente trabalho busca compreender a influência das religiões no cenário social e político ao longo da história.

1 - INTRODUÇÃO

Não se olvida que há uma infinidade de religiões compostas de distintas modalidades de adoração, mitologias e experiências espirituais como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. No entanto, o presente trabalho não pretende a se voltar aos aspectos das religiões em si, explorando uma a uma as suas doutrinas, rituais e demais singularidades.

O presente trabalho tem como fundamento percorrer alguns momentos históricos para refletir sobre a importância e a influência da religião na sua concepção lato senso, na construção social e política de alguns povos e da sociedade atual.

O que se busca é uma reflexão filosófica sobre como vários povos se estabeleceram e política e filosoficamente apela religião ao longo do tempo. Também se busca demonstrar que independente do período histórico ou independente da sociedade em que se vive a religião sempre terá alguma influência na vida social e política.

Para se chegar ao objetivo desse trabalho se faz necessário averiguar as primeiras concepções do homem primitivo enquanto ser religioso que prática religiões mais voltadas à adoração de seus ancestrais ou de adoração aos fenômenos da natureza. Analisaremos também o desenvolvimento religioso dos povos antigos que já dominavam a escrita, bem como a influência de suas crenças na vida social e política. Analisaremos ainda a influência da religião na vida social e política da idade média, do período do renascentismo, do humanismo, do período moderno chegando até o período contemporâneo.

Logo, o presente estudo tem como finalidade aguçar o sentimento crítico e filosófico acerca do convívio social atual fortemente influenciado pelas várias concepções religiosas para tentar entender a importância, ou não, da influência religiosa em nossas vidas que advêm do Estado influenciado pelas religiões ao longo de todo período histórico.

2 - DESENVOLVIMENTO 

2.1 – A influência da religião no convívio social e político em relação aos primeiros homens

Podemos entender a religião como uma construção cultural das sociedades, pois, “fundamenta as exigências mais específicas da ação humana nos contextos mais gerais da existência humana”. (GEERTZ, 2008).

Assim, podemos defini-la como um sistema de símbolos que atua para estabelecer poderosas, penetrantes e duradouras disposições e motivações nos homens através da formulação de conceitos de uma ordem de existência geral e vestindo essas concepções com tal aura de fatualidade que as disposições e motivações parecem singularmente realistas (GEERTZ, 2008).

Existe uma imensa quantidade de documentos não escritos como pinturas rupestres, sítios arqueológicos, ossadas, fósseis, entre outros que permitem estudar a ação dos seres humanos primitivos que viveram há milhares de anos. Esses vestígios são tratados como fontes históricas. (PINTO, 2013)

Estudando as evidências do homem na antiguidade percebe-se que desde os primórdios há evidências da influência da religião no convívio social e político.

A religião antiga era constituída por diversas crenças, dentre as quais, o culto à morte merece o maior destaque. A morte foi a primeira ideia acerca do sobrenatural e fez o homem confiar no que não via, inserindo-o no mundo dos mistérios estabelecendo uma ideia primitiva de religião, considerando o morto como um Deus e seu túmulo um templo.

Nesse sentido, Eliade (2010, p. 19) aponta que o homem primitivo geralmente fundamentava sua religiosidade devido à crença na imortalidade da alma e que inúmeros achados arqueológicos comprovam isso.

A religião na antiguidade se desenvolvia nas casas e não em templos como conhecemos hoje. O culto era puramente doméstico, ademais, na religião antiga cada deus só poderia ser adorado por uma única linhagem.

O falecimento de um membro da família transformava aquela pessoa em uma espécie de Deus. Ao parente morto prestavam-se homenagens periódicas, dirigiam-se orações e pedidos de ordem prática, como a fartura de alimentos e de animais.

Neste sentido, bem esclarece Coulanges (2004) dizendo que “A família antiga é mais uma associação religiosa do que uma associação natural”.

 Assim como os mortos eram pensados como divinizados, o solo no qual eram sepultados também era entendido como sagrado. Com este pensamento eram estabelecidas as primeiras características da relação do homem com a propriedade, e também com outros institutos basilares para o Direito como o casamento, a adoção e a sucessão que tiveram na religiosidade e seus primeiros regramentos. Todos estes institutos eram disciplinados de modo a não permitir que os cultos se misturassem ou se perdessem. (ANANIAS, 2016).

A propriedade teve seus contornos iniciais traçados pela acepção de sacralidade do solo. No momento em que o falecido era enterrado, ocorria uma associação indissolúvel entre a família e a terra sobre a qual estava estabelecida. Afinal, ali repousavam eternamente os deuses daquele núcleo familiar. (ANANIAS, 2016).

As adorações eram dirigidas aos membros falecidos da família e também ao fogo sagrado situado no interior da casa. Pode-se dizer que um era a expressão do outro. Ao Deus Lar eram dirigidos preces e pedidos de sabedoria e castidade. Daí Coulanges (2004, P.44) afirmar inclusive que: “o fogo do lar é uma espécie de ser moral”.

Não se pode negar que a relação sociopolítica interna das famílias primitivas. A sacralidade ditava regras sociais, morais e políticas que faziam parte da cultura das famílias. Assim, havia o convívio social e a crença no parente morto divinizado ou a responsabilidade dos que ficaram criava autoridade do pater ou a função de cada membro da família em manter a forma social em que viviam.

 

2.2 – A influência da religião no convívio social e político na Mesopotâmia

 

Na Mesopotâmia também é possível constatar a influência da religião no convívio socia e na política. A Mesopotâmia surge entre dois rios importantes, Tigre e Eufrates, que nasciam nas montanhas da Armênia e desaguavam no golfo pérsico (FUNARI, 2010, p.28) a fertilização da terra em torno dos rios, favoreceu a prática da agricultura. Isso foi de extrema importância para fixação de povos naquela região, pois, eram comunidades independentes que viviam no nível de subsistência, até a necessidade de uma organização para cuidar o que se excedia. Não havia unidade política e nem um estado centralizado se organizavam em cidades-estados e tinham seu próprio soberano seus próprios deuses.

 Sendo assim, influenciados pelas suas crenças aos deuses, quem governava estava direcionado segundo a vontade deles, surgem inúmeros deuses, caracterizando a religião mesopotâmica como politeísta. Portanto, o monarca se legitima como um escolhido segundo a vontade dos deuses, normalmente eram sacerdotes que entendiam como funcionava essa relação, essa forma de religiosidade toma aspectos mais rígidos, pois a partir de agora essa dinâmica se dará de forma representativa e de escolha de alguém pra reger a vida da cidade. (SETERS,2008, p.75)

O rei geralmente atua como agente da divindade e é designado por um título de subordinação. A palavra da divindade tem o poder de comandar as forças que governam a natureza e os assuntos humanos, de interferir no resultado das batalhas e desencadear mudanças na natureza. Consequentemente pode-se falar de uma revelação através da história, pois os deuses teoricamente auxiliavam o rei integro, leal e justo. A grandeza dos deuses geralmente refletia no poder da natureza ou no êxito de uma nação e daqueles associados (SETERS,2008, p.75)

Se havia a divinização do próprio monarca na mesopotâmia, não se olvidar que este fato se coaduna com a influência da religião no vida social e política, pois, a sociedade entendia que estava seguindo não as regras de um homem comum, mas sim as regras de um Deus e, caso não obedecessem aos anseios deste “Deus” poderiam cair em desgraça.

Também não se olvida que ao monarca ditava as regras de convívio social, posto que, em regra, cabe a ele manter o pacífico convívio social, ou ao menos criar normas sociais que interessem ao desiderato de seu governo. Assim, suas decisões influenciam na vida de seus súditos, o que corrobora com a influência da religiosidade na vida social e política desse povo.

 

2.3 – A influência da religião no convívio social e político no Antigo Egito

 

No antigo Egito a influência da religião na vida social e política também foi latente, apresentando, inclusive, muitas semelhanças com o homem primitivo em suas crenças.  A imortalidade da alma e forma ritualística de enterrar seus mortos são uma delas.

No Egito, assim como na mesopotâmia, a agricultura teve um papel muito importante usufruindo da fertilidade das margens do rio Nilo.

O povoamento dessa região foi se dando por vários grupos étnicos, que deu origem a uma miscigenação muito significativa naquela região. Viviam em nomos, que eram pequenas aldeias independentes tinha seus chefes tribais e que também tinhas seus deuses praticavam a agricultura, a domesticação de animais e a construção de barragens e sistemas de irrigação que ajudavam em grandes áreas de plantio, e que proporcionou muita riqueza. (CARDOSO, 2002, p.4)

Essa riqueza gerou interesses e, por volta do ano de 3.000 a.c, esses nomos foram unificados surgindo a figura do faraó. O faraó se torna importante para a manutenção dos sistemas de irrigação assim como para manutenção do reino. Porém, é necessário a centralização do poder, não se diferencia muito da mesopotâmia, contudo, a pessoa do Faraó se personifica na divindade digno de louvor e adoração, ou seja, governa como um deus.

Como personificação da divindade o Egito teve, entre vários faraós, Tutmés IV (1406 – 1390 a.c) que apresenta a enumeração dos títulos de rei e um breve panegírico sobre suas qualidades divinas. A crença no antigo Egito era de que Tutmés IV adormeceu aos pés da esfinge e sonhou que conversava com ela. Assumindo uma forma divina, ela lhe prometeu a coroa, sob a condição de ele retirar a areia que ameaçava encobrir sua imagem. O príncipe acordou sem revelar a ninguém a visão que tivera, cumpriu a vontade desse deus e construiu a sua estela. (SETERS, 2008, p.177).

 Apesar de termos o rei se vangloriando com sua divindade, percebe-se práticas recorrentes de uma religiosidade ligada a crenças dos sonhos e visões, praticados desde o período paleolítico. Esse sonho foi fundamental, pois serviu para legitimar Tutmés como faraó e estimular respeito ao deus Harmakhis representado pela esfinge. A monarquia divina dos faraós legitimava suas ações através do desejo ou da permissão dos deuses. Por isso, cada Dinastia tinha seu próprio deus. Na IV e VI dinastia o deus Rá era poderosíssimo, que antes disso o deus Hórus era o mais adorado (FUNARI, 2010).  Os egípcios tinham o sol como uma divindade, representada pelo deus Amon ou Amon Rá.

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Podemos exemplificar a relação de proximidade entre a divindade e poder. Nas campanhas do faraó Kamés contra os hicsos, reis pastores vindo da palestina, o rei egípcio os repeliu conforme as ordens do deus Amon, que era considerado ‘famoso’ por seus conselhos. Outro caso interessante é o da rainha e faraó Hartshepsut (1473-14580), que imortalizou uma das formas utilizadas para estabelecer a sua legitimidade no trono. Em seu templo mortuário em Deir-el-Bahari, ela ordenou que fosse descrito seu nascimento divino por desejo do deus Amon, segundo a história, o deus toma forma do faraó Tutmés I, seu pai, e faz amor com a rainha Ahmés, sua mãe, concebendo, assim, Hartshepsut de forma divina (FUNARI, 2010, p.22).

O sepultamento tem em suas práticas ritualísticas que demonstram como aquelas sociedades se comportavam, não foi diferente com os egípcios, que tinham a crença na imortalidade da alma e sua forma de enterrar seus mortos tiveram um lugar especial para se entender sua religiosidade.

O que impulsionava suas práticas também era a sua crença na imortalidade da alma, esse ato envolvia o processo de mumificação, a tumba o enxoval funerário e ritos com abertura da boca. (FUNARI, 2010, p. 18)

O morto havia de passe por um julgamento, e assim, seu coração era pesado com uma pena, pelo deus Osíris, seguindo a sentença que poderia ser a morte. Esse tipo de sepultamento era um privilégio dos faraós e das famílias ricas, os pobres eram enterrados por um culto simples (FUNARI, 2010, p. 18).

Portanto, a religiosidade do povo egípcia estava estreitamente ligada a religião dos faraós e sua relação com o sagrado se deu de forma politeísta.  Porém, quando a figura do faraó se atrela ao poder político, se inicia processo de centralização do poder e o controle a vida em sociedade legitimada pela sua autoridade suprema e divina.

 

2.4 – A influência da religião no convívio social e político no Grécia Antiga

 

A religião grega arcaica e clássica era fundada na crença em muitos deuses. Eram deuses que encarnavam características relacionadas às forças da natureza, mas que também estavam intimamente ligados aos homens. Possuíam desejos, sentiam ódio e amor, circulavam pelo mundo dos homens e estavam em constante intercâmbio com eles. (SANTOS, 2010).

Os deuses gregos não eram pessoas, mas Potências. O culto os honrava em razão da extrema superioridade do seu estatuto. Embora pertencessem ao mesmo mundo que os humanos e, de certa forma, tivessem a mesma origem, eles constituíam uma raça que, ignorando todas as deficiências que marcam as criaturas mortais com o selo da negatividade – fraqueza, fadiga, sofrimento, doença, morte -, encarnavam não o absoluto ou o infinito, mas a plenitude dos valores que importavam na existência nessa terra: beleza, força, juventude constante, imortalidade (VERNANT, 2006).

A crença religiosa dos gregos clássicos era politeísmo e não repousava sobre uma revelação. Não há nada que fundamente, a partir do divino, sua inescapável verdade. A adesão baseia-se no uso e nos costumes humanos ancestrais. Tanto quanto a língua, o modo de vida, as maneiras à mesa, a vestimenta, o privado e o público, o culto não precisa de outra justificativa além de sua própria existência.

O culto exprime o modo pelo qual os gregos regulamentaram, desde sempre, suas relações com o além. Afastar-se disso significaria já não ser completamente si mesmo, como ocorreria a alguém que se esquecesse de seu idioma (VERNANT, 2006).

A verdade é que a religião grega estava presente e regulamentava todos os aspectos da vida. Não havia guerra ou fundação de colônias, promulgação de leis ou tratados, ajuste de matrimônios ou contratos, que não necessitasse da proteção de uma divindade, cuja atenção era solicitada com os atos de culto adequados e os sacrifícios necessários. (SANTOS, 2010). Não havia nenhum ato de convivência entre cidadãos, desde a festa à assembleia, que não fosse consagrado à divindade de quem se esperava proteção e benevolência (VERGETTI, 1994). O religioso estava incluído no social e, reciprocamente, o social, em todos os seus níveis, era penetrado pelo religioso (VERNANT, 2002 e 2006).

A religião grega, tão abrangente, não possuía nenhum caráter dogmático. Sem casta sacerdotal, sem clero especializado, sem Igreja, a religião grega não conheceu livro sagrado no qual a verdade estivesse definitivamente depositada num texto. Ela não implicava nenhum credo que impusesse aos fiéis um conjunto coerente de crenças relativas ao além (VERNANT, 2006, VERGETI, 1994).

Esta série de considerações negativas torna difícil falar positivamente de uma “religião” grega, pelo menos no sentido que o termo é usado no contexto das tradições monoteístas. Na língua grega nem sequer existe uma palavra cujo campo semântico seja equivalente ao termo “religião”. A que mais se aproxima, eusebéia, é definida pelo sacerdote Eutifron, protagonista do diálogo homônimo de Platão, como “os cuidados (therapeia) devidos aos deuses” (SILVA, 2010). Portanto, a religiosidade para os gregos consistia na observância pontual dos ritos culturais que exprimiam o respeito, a veneração e a deferência dos homens pela divindade, e que consistiam sobretudo em oferendas sacrificiais e votivas (VERGETI, 1994).

Por outro lado, para os gregos, o “sagrado” era tudo que provinha dos poderes sobrenaturais e, especificamente, dos desejos divinos. Por isso, o “sagrado” era também a ordem da natureza, a alternância das estações, das colheitas, do dia e da noite; e também o era a ordem imutável da vida social, a sucessão regular das gerações asseguradas pelos casamentos, pelos nascimentos, pelos ritos de sepultura e de veneração dos mortos, a permanência das comunidades políticas e dos sistemas de poder.  (SANTOS, 2010). A experiência do sagrado era, portanto, e acima de tudo, a de um poder, ou de um sistema de poderes, que intervém nos processos da natureza e da vida – e cuja intervenção poderia ser tanto benéfica como perturbadora (VERGETI, 1994)

Na religião grega o indivíduo não ocupava um lugar central. Não participava do culto por razões puramente pessoais, como criatura singular voltada para a salvação da sua alma. Exercia nele o papel que seu estatuto social lhe atribuía: magistrado, cidadão, membro de uma fratria, de uma tribo ou de um demo, pai de família, matrona, jovem – rapaz ou moça – nos diversos aspectos de sua entrada na vida adulta. (SANTOS, 2010). A religião consagrava uma ordem coletiva, mas deixava fora de seu campo as preocupações relativas a cada indivíduo, à eventual imortalidade deste, ao seu destino além da morte (VERNANT, 2006).

Era, no entanto, a principal ideologia da polis, que estruturava e dava sentido a todos os elementos que fundamentavam sua identidade e relações entre os seus membros. A atividade ritual fortalecia o senso de solidariedade do grupo e reforçava os laços sociais (SOURVINOU-INWOOD, 1992).

Nesse sentido, não cumprir com as obrigações para com os deuses significava distanciar-se de sua própria cultura, excluir-se da comunidade dos gregos, tornar-se bárbaro. Se a conduta do cidadão individual não estivesse de acordo com este padrão, ele não somente se colocava em risco, mas ameaçava o bem-estar da própria cidade (SISSA E DETIENNE, 1989). Os gregos acreditavam que o relacionamento com os deuses garantia a existência da polis e o desrespeito para com os deuses era considerado, além de impiedade, um ato de deslealdade para com a politeia (SOURVINOU-INWOOD, 1992). Assim, podemos afirmar que o indivíduo estabelecia a sua relação com o divino pela sua participação em comunidade (VERNANT, 2002).

 

2.5 – A influência da religião no convívio social e político na Império Romano

 

A religião dos romanos era naturalista, terrena, ritualística, pragmática, tradicionalista, cujo objetivo fundamental era a obtenção dos favores dos deuses para eventos pontuais e, consequentemente, para a manutenção da pax deorum, quer dizer, a harmonia entre a comunidade e os deuses. (BAYET, 1984, p. 66). Nesse sentido, a religião romana estava centrada na execução correta de ritos prescritos, os quais se dividiam em duas categorias; os sacra – sacrifícios, votos e ritos de homenagens aos deuses -, e a adivinhação – técnica de interpretação da aritmética de signos representados pelos auspícios, livros sibilinos, haruspicina, consulta aos oráculos e prodígios astrológicos. (MENDES e OTERO, 2005).

Cabe ressaltar que a superstição era o oposto da religião porque implicava formas de comportamento e crenças religiosas que não podiam ser controladas e monitoradas. A devoção excessiva aos deuses e aos rituais era interpretada como motivada por um desejo inapropriado de aprofundar o conhecimento que fugiria ao controle do Estado, sendo condenada como fraudulenta e uma ameaça à estabilidade da religião do Estado (BEARD, 2004, p. 216).

Scheid (1998) demonstra que o princípio que regia a religião romana era a racionalidade da cidade, garantindo a liberdade e a dignidade dos cidadãos e dos deuses. A religião garantia ordem estabelecida e excluía todo o poder fundamentado no medo, pois o relacionamento com os deuses era feito de forma racional. Todos eram capazes de honrar os deuses e de praticar os cultos que quisessem, sob a condição de respeitar o culto público e sua preeminência, da mesma forma que a respeitavam a ordem pública e a liberdade dos cidadãos.

Evidentemente, a boa vontade dos deuses era necessária para que qualquer público fosse bem-sucedido. Daí ser importante que a comunidade obtivesse o favor e o apoio dos deuses. Isto era garantido pelos rituais básicos às divindades protetoras da comunidade e do Império e pelas promessas de construção, conservação e manutenção dos santuários públicos e da realização regular de sacrifícios e outros rituais específicos. Era uma espécie de acordo contratual perante o qual cada parte deveria cumprir o seu papel. Os insucessos, tais como pragas, enchentes, derrotas militares, eram interpretados como ira dos deuses. Tentava-se determinar qual seria o motivo para que a comunidade pudesse ser purificada. Tal procedimento levava ao estabelecimento de novos cultos para novas divindades. (MENDES e OTERO, 2005).

 As práticas religiosas públicas eram impostas ao indivíduo pela sua condição social de pertencimento a uma cidade, portanto eram foco de sua identidade cívica. Eram fruto da condição cívica e não de decisão pessoal de ordem espiritual. Ou melhor, diferentemente de hoje, um romano não possuía uma identidade religiosa que pudesse distingui-lo da sua identidade como cidadão ou como membro de uma família.

Embora a mitologia, a especulação filosófica e a investigação tradicional fossem partes importantes da religião romana, deixava-se inteiramente por conta da vontade dos indivíduos ignorá-las ou busca-las. Nunca as autoridades impuseram qual deveria ser ou não ser o pensamento aceitável sobre os deuses. Embora a exegese dos rituais públicos pudesse ser uma importante parte da experiência total da religião, os oficiais públicos se responsabilizavam somente com os próprios rituais e deixavam a exegeses para serem debatidas pelos indivíduos privados. O pensamento politeísta permitiu a conciliação entre a união de uma divindade escolhida pessoalmente e o gesto convencional do ritual do Estado. Esta é uma entre outras indicações de que o ritual e não a crença era o centro da religião romana. (MENDES e OTERO, 2005).

Talvez o mais certo seria falarmos em religiões romanas, centrado principalmente na tríade Capitolina Júpiter, Juno e Minerva. No entanto, a religião pública foi estruturada em torno dos rituais que eram considerados imprescindíveis para a proteção e prosperidade das cidades e do Império de tal forma que podemos falar num modelo de religião normativa, plenamente de acordo com as elites e que fundamentava a identidade cívica e imperial (RIVES, 2000, p. 262).

 

2.6 – A religião na idade média, o renascimento, humanismo e a influência na sociedade moderna e contemporânea.

 

Pensar a Idade Média é termos a certeza de uma convivência de populações impregnadas de tradições mentais diferentes: pagã céltica, romana, germânica, bizantina, muçulmana, judaica, entre outras. O período abrange cerca de mil anos, com a Igreja Católica Apostólica Romana desempenhando o elemento que possibilitou a articulação entre as várias sociedades

Os romanos adotaram na Judéia, berço do cristianismo, a mesma política das outras regiões anexadas por Roma. As populações conquistadas tinham liberdade de culto desde que estivessem sob o controle dos sacerdotes de cada credo e não desafiassem as autoridades imperiais da época.

Durante o primeiro milênio da era cristã, a influência romana diminuiu política e culturalmente. Com a queda do Império Romano a Europa de afundou na chamada “Idade das Trevas” e a maior parte da cultura herdada da Grécia e de Roma, em relação à evolução do pensamento filosófica sobre o mítico, desapareceu.  (DOUGLAS, 2016).

O cristianismo foi assimilado e, depois da queda do império no Século V, a Igreja se tornou a autoridade dominante na Europa Ocidental, permanecendo assim quase mil anos. (DOUGLAS, 2016, p. 93). A Igreja possuía o desejo de unidade de poder, de restauração da antiga unidade perdida e se expressa na difusão do cristianismo que representa, na Idade Média, o ideal de Estado Universal.

Ponte entre o homem e Deus a Igreja teria a última ou a única palavra sobre o que deveria ser a vida de seu rebanho e sobre o que era o bem e o mal, o certo e o errado, o justo e o injusto. A Igreja não era poderosa apenas do ponto de vista espiritual, mas também político, ninguém melhor do que ela para dizer como Deus queria que a sociedade, que era baseada nas relações de suserania e vassalagem estabelecida entre oi senhor feudal e seus servos, fosse organizada. (VAINFAS et al, 2016, p. 93)

Nesse contexto, a Igreja exerce enorme influência, na medida em que mantém, inclusive, o monopólio do saber, pois só os monges tinham o direito de acessar os conhecimentos que representavam grande risco à soberania da Igreja. O intuito era manter a soberania da Igreja através da ignorância da sociedade que era dominada pelo medo de não estar agindo conforme os desígnios de Deus através da Igreja, sob pena de queimarem na fogueira da santa inquisição.

O que se via era a influência direta da Igreja no convívio social e político da idade média, inclusive com limitação do conhecimento à sociedade, o que permitia a suserania social e impedia qualquer confronto das verdades postas pela Igreja. (VAINFAS, Ronaldo. et al, 2016).

Apesar da hegemonia da Igreja Católica na Europa, em outros lugares havia prosperidade cultural. A China e o Japão, em particular, desfrutavam de uma “Era de Ouro” na poesia e na arte, enquanto tradicionais filosofias, proibidas pela Igreja Católica na Europa, coexistiam livremente com suas religiões. (DOUGLAS, 2016, p. 71).

Nas terras que tinham sido parte do império de Alexandre, o Grande, o legado grego ainda inspirava respeito, sendo que, estudiosos árabes e persas preservavam e traduziam as obras filosóficas dos gregos clássicos, incorporando suas ideias na cultura religiosa islâmica do século VI em diante.

Quando o Islã se espalhou para o leste da Ásia, na África setentrional e na Espanha, sua influência começou a ser sentida na Europa. Por volta do século XII, novas ideias e invenções do mundo islâmico estavam alcançando regiões setentrionais remotas e estudiosos europeus começaram a redescobrir a matemática e a filosofia grega por meio de fontes islâmicas. As obras de Aristóteles, em particular, surgiram como uma espécie de revelação e provocaram um ressurgimento do pensamento filosófico dentro da Igreja cristã medieval.

A Igreja tinha adotado o esforço de conciliar o cristianismo com o pensamento filosófico de Platão, que era mais fácil de assimilar com o pensamento cristão, através dos padres da Patrística, pois, somente seria possível combater as heresias e justifica a fé para convencer os pagãos da nova verdade e convertê-los. A hegemonia social e política da Igreja estava enfraquecendo em razão da retomada da filosofia de Aristóteles, em particular. Grandes filósofos como Roger Bacon, Tomás de Aquino, Duns Scotus e Guilherme de Ockham abraçaram com entusiasmo o novo aristotelismo e convenceram a Igreja de sua compatibilidade com a fé cristã. (DOUGLAS, 2016, p. 71).

Com a nova influencia filosófica na religião cristã, há mudança social e cultural refletindo, consequentemente, na mudança da força política que a Igreja tem sobre a sociedade da época, culminando, inclusive com o surgimento do renascimento humanista em que Deus não era mais o centro de tudo. A sociedade passaria a olhar o mundo não mais a partir de Deus, mas a partir de si mesmo. (MARCONDES, 2007, p. 143).

Essa nova era também culminou com a descoberta do novo mundo, cujo marco inaugural é tradicionalmente 1492 em que Cristóvão Colombo chega às Antilhas.  Esse marco também demonstra o reflexo da religião na sociedade e na política, posto que, ao chegarem no “Novo Mundo”. Os navegantes, praticantes da fé cristã, se deparam com os povos nativos do “Novo Mundo” os qualificaram como bárbaros em razão de suas culturas que contava até com o canibalismo, em alguns casos. A saída que os europeus encontraram foi a escravização e catequização desse povo. (MARCONDES, 2007, p. 149).

O argumento antropológico para cristianização dos nativos do “Novo Mundo” foi a questão moral, sobretudo o questionamento da suposta superioridade cristã.

Também merece destaque que não foi apenas a religião cristão, católica e protestante, que causou influência na sociedade e na política do “Novo Mundo”.  Vários forma os povos que migraram para o “Novo Mundo” em busca de riquezas e trouxeram sua cultura para alguns países.

Alguns povos, como os da África, em sua grande maioria, foram forçados a vir para o “Novo Mundo” como escravos. Segundo MATTOS (2012, p. 59) no século XVI, o número total de escravos comercializados nas rotas do Oceano Atlântico ficou em torno de 800 mil a 1,3 milhões. Nos séculos XVII e XVIII o volume das exportações de escravos negros da África cresceu vertiginosamente, chegando a mais de 7 milhões, o que representaria 70% do total das exportações de escravos da África. Só para a América foram enviados, durante o século XVIII, cerca de 60 mil africanos por ano. Esses povos também trouxeram suas heranças culturais e religiosas.  

Na América do Norte, em especial nos Estados Unidos, grande parte da população aderiu à herança religiosa cristã, em especial ao protestantismo. No Brasil, maior país da América do Sul, também predominou a religião cristão, no entanto, a maioria é de católicos.  Nesses dois países, por exemplo, vários debates são travados na seara política e a religião tem forte influência sobre esses debates, tais como o aborto, o casamento de pessoas do mesmo sexo, o divórcio entre vários outros.

A influência da religião na vida social e política no Brasil, que remonta desde a tentativa de cristianização dos índios e negros após sua descoberta pelos europeus e sempre se mostrou presente até os dias atuais.

Necessário ressaltar que no Brasil, alguns feriados, inclusive na atualidade, têm caráter eminentemente oficial e religioso, como o de Corpus de Chisti, Nossa Senhora Aparecida e Finados. A origem do feriado do corpo e sangue de Cristo remonta ao século XIII. (SOUZA, J. J., 2009).

Segundo Boris Fausto (1995, p. 149) a primeira Constituição brasileira nasceu de cima para baixo, imposta pelo rei ao povo. O artigo 95, inciso III, dessa Constituição, por exemplo, determinava que todos os que poderiam ser Eleitores eram hábeis para serem nomeados Deputados, com exceção daqueles que não professavam a “Religião do Estado”.

A outras constituições brasileiras também fizeram referência a religiões ou crenças, no entanto, merece destaque a atual Constituição Federal (BRASIL, 1988) que invoca, em seu preâmbulo a “proteção de Deus”.

Portanto, não se olvida a forte influência da religião no convívio social e da política nos Estados ao longo da história chegando aos tempos atuais.

3 - CONCLUSÃO

O presente trabalho buscou demonstrar a influência da religião na vida social e política ao longo da História. Iniciamos apontando que a influência da religião remonta aos primeiros povos que tinha como religião a crença em seus entes falecidos. Vê-se que, apesar de não haver uma religião certa e determinada, a crença e a cultura desses primeiros povos se constituem em certos rituais que se amoldam ao contexto religioso e influencia efetivamente no convívio social entre eles.

Ao abordar a religião na Mesopotâmia, também um povo antigo, é possível constatar que o rei atua como agente da divindade e é designado por um título de subordinação que tem o poder o poder de comandar as forças que governam a natureza e os assuntos humanos, de interferir no resultado das batalhas e desencadear mudanças na natureza.  O que se verifica é que, as questões de Estado e Governo desse povo estavam intimamente ligadas às questões metafísicas e divinas canalizadas na pessoa de seu soberano, influenciando diretamente ao convívio social desse povo.

Da mesma forma vemos no antigo Egito a forte influência da religião nas questões de Estado e Governo, gerando consequente influência no convívio daquela sociedade conforme as vontades divinas, tendo este povo, inclusive, a crença de que seu soberano, o Faraó, era a própria divindade encarnada.

Berço da democracia a Grécia antiga também tinha suas crenças, apesar de não estar centralizada em uma religião específica. No entanto, constatamos que a prática religiosa, mesmo que de forma mais abrangente, era a principal ideologia da polis que se estruturava e dava sentido a todos os elementos que fundamentavam sua identidade e relações entre os seus membros, pois a atividade ritualística e religiosa fortalecia o senso de solidariedade do grupo e reforçava os laços sociais e, consequentemente, causava influência social e política.

Como visto, a religião dos romanos era naturalista, terrena, ritualística, pragmática, tradicionalista, cujo objetivo fundamental era a obtenção dos favores dos deuses para eventos pontuais e, consequentemente, para a manutenção da harmonia entre a comunidade e os deuses. O que se vê é que, mesmo sendo uma grande potência, os romanos também tinham a religião como um ponto de forte influência em suas decisões de convívio social e político, como por exemplo, ao consultar o oráculo para fins de se constatar um eventual sucesso no campo de batalha.

Já na idade média vimos a hegemonia da Igreja Católica em termos de influência social e política. A Igreja se posicionada como a ponte entre o homem e Deus e detinha a última ou a única palavra sobre o que deveria ser a vida de seu rebanho e sobre o que era o bem e o mal, o certo e o errado, o justo e o injusto. O que se constata era que a Igreja não era poderosa apenas do ponto de vista espiritual, mas também político, ninguém melhor do que ela para dizer como Deus queria que a sociedade se estabelecesse. Evidente que esse período não impactou apenas a sociedade daquele período, mas ultrapassou as barreiras do tempo fazendo, inclusive, com que a religião cristã fosse uma das maiores do mundo nos tempos atuais.

Mas a idade média não teve influência socia e política apenas em relação na Europa Ocidental, vimos o crescimento do pensamento filosófico nas regiões da Ásia. Tradicionais filosofias, proibidas pela Igreja Católica na Europa, coexistiam livremente com suas religiões nessa região o que também passou a causar impacto na própria Europa Ocidental fazendo com que a Igreja passasse a rever a sua forma de encara o pensamento filosófico. Com o surgimento do renascimento humanista em que Deus não era mais o centro de tudo. A sociedade passaria a olhar o mundo não mais a partir de Deus, mas a partir de si mesmo.

Até mesmo nas navegações do século XV vemos a influência da religião, como nas Américas, me que os Europeus que a descobriram passaram a impor a cristianização dos povos nativos, ou seja, passaram a impor a sua religião para que houvesse a sincronização com a vida europeia de tradições cristãs.

A influência dessas religiões está visível na sociedade atual, como por exemplo, nos Estados Unidos e Brasil, em que grande parte da população desses países segue religiões cristãs, que influenciam fortemente em discussões de ordem política como aborto, divórcio, casamento entre pessoas do mesmo sexo e assuntos que contrariam os dogmas de sua crença.

O que se constata, com este trabalho, é que, além da força metafísica através da fé de rituais com conotação místicas e além da compreensão do homem, a religião também deve ser observada como um forte instrumento de construção da sociedade. E essa construção se dá através da influência da crença de cada cidadão ou até mesmo como imposição de alguns governos.

Como se vê, o tema não é atual, posto que, desde os primórdios a religião possui forte influência sobre o homem, seja em relação a sua vida privada ou em relação à sua vida social.

Devemos refletir sobre a religião além do campo da metafísica, posto que, vivemos em uma sociedade que sofreu, sofre e sempre sofrerá influência das religiões, que pode servir tanto para os desígnios de uma vida pacífica como para gerar conflitos entre povos.

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Sobre o autor
Fernando Augusto Fressatti

FRESSATTI, Fernando Augusto. Bacharel em Direito pela Universidade de Franca. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Mozarteum de São Paulo. Licenciado em História pelas Faculdades Integradas de Itararé-SP. Licenciado em Educação Física pelo Instituto Superior de Educação Elvira Dayrell. Pós-Graduado em Direito Ambiental pela Universidade Cândido Mendes. Pós-Graduado em Filosofia da Religião pela Faculdade Dom Alberto. Pós-Graduado em Ensino Religioso pela Faculdade Venda Nova do Imigrante. Advogado em Direito Público e Popular. Ocupou os cargos públicos de Assessor Jurídico do Município de Ipuã-SP, Diretor do Departamento de Negócios de Governo do Município de Ipuã-SP e Secretário Municipal de Negócios Jurídicos do Município de Ipuã. Atualmente ocupa o cargo de Assessor Jurídico de Gabinete do Prefeito do Município de Ipuã-SP. Foi membro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Ipuã-SP, órgão que já exerceu a presidência nos biênios 2013/2014 e 2015/2016. Foi membro do Conselho de Defesa do Meio Ambiente de Ipuã-SP, órgão que já exerceu a presidência no biênio 2017/2018.

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