A retórica consiste na arte do bem falar e no bem argumentar, sendo um campo do conhecimento humano que se dedica ao estudo dos elementos que propiciam uma comunicação eficaz e persuasiva.
Na análise dos discursos por intermédio da retórica, colhemos as lições de Chäim Perelman (2004), o qual afirma que a retórica transita pela lógica, a lógica dos juízos de valores, cujo o objetivo não seria tão somente convencer, mas persuadir e mover à ação os ouvintes.
Assim, Perelman propõe a teoria da argumentação, dividindo-a em: a argumentação por meio da autoridade e as argumentações ad hominem e ad personam.
No que se refere à argumentação por meio da autoridade, a persuasão se daria por intermédio do prestígio de quem estaria sendo citado ou invocado. Logo, denota-se o prestígio e a aceitabilidade de que a suposta autoridade teria.
Por sua vez, a argumentação ad hominem refere-se, essencialmente, à opinião, sendo que a proposta desse recurso retórico seria desmoralizar os argumentos do interlocutor por meio da contradição, desqualificando os pressupostos daquele com quem se dialoga a fim de garantir o seu desprestígio intelectual.
Por fim, a argumentação ad personam utiliza-se do ataque pessoal, desqualificando o interlocutor ou o adversário por meio de conjecturas que possam intervir diretamente em sua personalidade, distanciando-se do assunto em pauta.
Vemos, portanto, que, no estudo da retórica, a argumentação parte daquilo que é provável, não estabelece verdades absolutas, suas conclusões mostram, assim, o caráter razoável, aceitável ou plausível de certa opinião.
Essa é uma das mais diversas facetas que se esconde atrás de um discurso.