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Abrindo a janela de Overton sobre a manipulação da opinião pública

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Agenda 24/08/2021 às 14:30

Notas

1 A engenharia social in lato sensu é fulcrada na manipulação psicológica, isto é, tenta persuadir pessoas, a fazer o que se deseja. Também se estende por pesquisas de empresas e em redes sociais. A engenharia social, no contexto de segurança da informação, refere-se à manipulação psicológica de pessoas para a execução de ações ou divulgar informações confidenciais.

A engenharia social não é exclusivamente utilizada em informática. Ela também é uma ferramenta que permite explorar falhas humanas em organizações físicas ou jurídicas as quais operadores do sistema de segurança da informação possuem poder de decisão parcial ou total sobre o sistema, seja ele físico ou virtual.

2 Joseph Paul Overton foi vice-presidente sênior do Mackinac Center for Public Policy. Ele possuía um diploma de bacharel em engenharia elétrica pela Universidade Tecnológica de Michigan e um diploma de Juris Doctor na Thomas M. Cooley Law School. Em meados dos anos 90, Joseph P. Overton, então membro do Mackinac Center for Public Policy, elaborou um modelo de como os políticos reagem a diferentes possibilidades de pauta legislativa.

Essa teoria se preocupava em modelar como entes vulneráveis à retaliação eleitoral de seus representados seriam obrigados, de certa forma, a obedecer determinadas expectativas contextuais de atuação dentro de delimitados espectros de atuação legislativa. Overton, embora não tenha uma carreira acadêmica notável, era engenheiro elétrico de formação e possuía o título de juris doctor, sendo advogado registrado na Michigan State Bar. Sua situação de, ao mesmo tempo, engenheiro e jurista talvez tenha contribuído para uma visão mais pragmática e mecânica da ação estatal, exatamente um dos apelos da teoria que leva seu nome.

3 A ação dos agentes ou atores em face de estruturas sociais determinadas e com vistas a mudanças sociais é uma discussão que remonta ao pensamento sociológico clássico. Marx, baseado numa concepção materialista da história, defendia que os fatores determinantes da mudança social eram os de ordem econômica.

4 Atena era a deusa grega da sabedoria e das artes. Os romanos a chamavam de Minerva. Foi concebida da união de Zeus e da deusa Métis. Era uma deusa virgem, linda guerreira protetora de seus heróis escolhidos e também de sua cidade Atenas. Atena era a filha predileta de Zeus, porém quando Métis ficou grávida, Zeus engoliu a esposa com medo de sua filha nascer mais poderosa que ele e lhe tirar o trono, mas para que isso acontecesse convenceu Métis a participar de uma brincadeira divina, onde cada um se transformava em um animal diferente e Métis pouco prudente acabou se transformando em uma mosca, e Zeus a engoliu. Métis foi para a cabeça de Zeus. Mas com o passar dos anos, Zeus sentiu uma forte dor de cabeça e pediu para que Hefesto lhe desse uma machadada, foi então que Atena já adulta saltou de dentro do cérebro de seu pai, já com armadura, elmo e escudo.

5 Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 7 de dezembro de 1928) é um linguista, filósofo, sociólogo, cientista cognitivo, comentarista e ativista político norte-americano, reverenciado em âmbito acadêmico como "o pai da linguística moderna", também é uma das mais renomadas figuras no campo da filosofia analítica.

Chomsky é Professor Emérito em Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e teve seu nome associado à criação da gramática gerativa transformacional. É também o autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, tendo seu nome associado à chamada Hierarquia de Chomsky. Seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenômenos da linguagem com uma crítica ao behaviorismo, nos quais a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para a formação da psicologia cognitiva, no domínio das ciências humanas.

6 A neurobiologia é uma área de pesquisa biológica centrada nas experiências de vida específicas do ser humano. Ela abarca o estudo do sistema nervoso e do funcionamento do cérebro, para compreender melhor a atividade cerebral e as áreas cerebrais responsáveis por suas funções.

A neurobiologia é um subconjunto da fisiologia e da neurociência. Neurobiologia é o estudo de células do sistema nervoso e a organização dessas células em circuitos funcionais que processam informações e mediam o comportamento. É uma subdisciplina da biologia e da neurociência.

7 Existem muitas definições de cibernética e muitos indivíduos que influenciaram a direção da cibernética. A cibernética tem como domínio o desenho ou descoberta e aplicação de princípios de regulação e comunicação.

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A cibernética não trata das coisas, mas das formas de comportamento. A cibernética é um campo de estudo interdisciplinar pouco compreendido e principalmente filosófico. Ele foi aplicado a relações físicas e espaciais, teoria social e ciência da computação, para citar apenas algumas das muitas áreas nas quais ela toca. A cibernética é definida como o estudo dos processos de controle e comunicação em sistemas mecânicos, eletrônicos e biológicos.

8 O atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 foi um acontecimento emblemático não só pela tragédia de cerca de 3 mil vítimas fatais na capital financeira do capitalismo globalizado, mas, também, porque colocou em xeque a chamada "nova ordem global", que pressupunha a hegemonia político-militar dos EUA após a dissolução da URSS em 1991, explica Luis Felipe Valle, professor de Geografia do Colégio Oficina do Estudante, disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/11-de-setembro-entenda-o-ataque-terrorista-que-completa-20-anos/ Acesso em 20.8.2021.

9 O Estado mínimo é um tipo de estado que procura intervir o mínimo possível principalmente na economia do país, mas também em questões sociais, dando mais poder às autoridades regionais (locais) em detrimento do poder central, embora a definição de o que seria "Estado mínimo" varie de acordo com as diferentes ideologias.

No conceito de Estado Mínimo, governos e instituições privadas possuem responsabilidades perante a sociedade, porém, cada uma dentro de áreas específicas, sendo o governo com a menor parcela. Segundo o liberalismo, a participação do Estado mais atrapalha do que ajuda na evolução econômica daquela nação, fazendo com que a sociedade não tenha seu devido desenvolvimento. Para que o conceito seja posto em prática, o Estado passa o poder econômico para as empresas privadas. Isso ocorre quando o Estado abre a possibilidade de privatização de serviços, deixando sua administração na mão destas empresas e diminuindo assim, a sua participação ativa.

10 A feição do Estado contemporâneo procura buscar o ponto intermediário existente entre a indiferença e a excessiva ingerência do Estado na sociedade, incluindo-se, principalmente o campo da economia.

Assim, não se coíbe o direito de os indivíduos promoverem os meios de sua riqueza, mas não se lhes garante a liberdade irrestrita, sem as necessárias contenções do poder público. Acredita-se que a sociedade deseja é o Estado-médio, aquele que tem a seu cargo as intervenções necessárias e adequadas. Enfim, necessidade e adequação esses os parâmetros do atual Estado interventivo.

E, para tanto, cumpre ainda ao poder estatal, como assinalou, de modo irreparável, autorizada doutrina, evitar o paradoxal fenômeno de um Estado em demasia em determinadas áreas e de carência em outros setores, sem qualquer consonância, portanto, com os parâmetros da adequação e da necessariedade.

11 Outra teoria relevante é a espiral do silêncio, peculiar à ciência política e da comunicação de massa e foi proposta em 1977 pela alemã Elisabeth Noelle-Neumann. E, neste modelo de opinião pública, a ideia central é que os indivíduos omitam sua opinião quando forem conflitantes com a opinião dominante devido ao medo do isolamento, da crítica ou de zombaria.

Sobre a autora
Gisele Leite

Gisele Leite, professora universitária há quatro décadas. Mestre e Doutora em Direito. Mestre em Filosofia. Pesquisadora-Chefe do Instituto Nacional de Pesquisas Jurídicas. Possui 29 obras jurídicas publicadas. Articulista e colunista dos sites e das revistas jurídicas como Jurid, Portal Investidura, Lex Magister, Revista Síntese, Revista Jures, JusBrasil e Jus.com.br, Editora Plenum e Ucho.Info.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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