A política e a educação podem transformar as pessoas e a partir dessa transformação do indivíduo, as pessoas podem transformar a sociedade (parafraseando Freire) e o cidadão, por óbvio, possui um papel importantíssimo nesse processo de construção social. Em sua essência e desde o seu surgimento na Grécia Antiga, a política tem por objetivo assegurar a pluralidade de ideais como ferramenta de transformação do contexto político-social, ainda que se tenha divergência/conflito aparente entre ideias. Segundo O Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau: Pelo pacto social demos existência ao corpo político; trata-se agora de lhe dar o movimento e a vontade por meio da legislação. Porque o ato primitivo, pelo qual esse corpo se forma e se une, não determina ainda o que ele deve fazer para se conservar. O que é bom e conforme a ordem é pela natureza das coisas e independentemente das convenções humanas, ou seja, é necessário a conscientização e formação político-cidadã.
Dado o exposto, compreende-se que o foco da política e o seu exercício democrático do poder é chegar em um denominador comum, que é o bem-estar social, ou seja, o bem-estar de todos os cidadãos sem qualquer forma de distinção (salvo a observância das minorias sociais positivas em Lei). Como cidadão, reconheço que devo agir e pautar meus atos com base na Carta Magna e democratizar a informação, de modo que possa contribuir com o acesso à justiça de todos os cidadãos sem distinção de cor, credo, raça ou classe social.
A política está intrínseca ao ser humano, Aristóteles dizia que o homem é um animal político e a sua natureza está em viver em sociedade. A política é a divergência de ideias com um bem comum. Logo, devemos pensar no bem de todos, governar para todos. Precisamos nos despir de nossos pensamentos egoístas e de interesses pessoais, é preciso pensar na coletividade. A política é um dos maiores instrumentos de poder, é através dela que o mundo gira e se transforma. Quando falamos em política, não apenas nos limitamos a política partidária e sim, a troca de ideias, informação e o enriquecimento democrático do debate com apenas um propósito; o bem comum. vidas. Nas palavras de Platão: Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam. (pasmem)
De acordo com o Ministro Luís Roberto Barroso (2018): Quanto às instituições políticas e ao constitucionalismo, consolidaram-se valores como o sufrágio universal, a soberania popular, a separação de Poderes, a proteção dos direitos individuais, com ênfase nas liberdades públicas, na igualdade formal e na propriedade privada. Consumava-se a conquista do Estado pela burguesia, que conduzira o processo revolucionário do primeiro ao último ato, salvo durante o breve intervalo jacobino. Com o Estado liberal burguês, o poder econômico e o poder político celebravam sua aliança definitiva, até aqui inabalada, com isto, fica evidente a questão da participação sociopolítica do cidadão como bússola que norteia a via pública do Estado e claro, o seu contexto histórico de lutas de classes na qual buscava-se a sua ascensão social, bem como direitos básicos do cidadão que eram recorrentemente violados.
Outrossim, no meu entendimento para a construção de um país mais justo e desenvolvido politicamente dentre maiores problemas encontrados (além da pobreza, escassez de educação e recursos), os principais desafios consistem na quebra de paradigmas onde é propagado (erroneamente) que todos os políticos ou aqueles que se propõem a fazer política são iguais (corruptos, falsos ou imorais). Na contramão, para que o partido político ou determinados movimentos partidários possam contribuir de forma efetiva com a sociedade, penso que, investir na formação de lideranças políticas, cidadãos ativos, críticos e pensantes dentro dos seus respectivos munícipes e segmentos societários possam driblar tal cenário no qual se encontra o País e dessa forma, democratizar não só o acesso eficaz à informação bem como a oxigenação partidária, possibilitando novos ativistas políticos (e sociais) e perfis direcionados no qual possam ajudar a reconstrução da República Federativa do Brasil.
Com base no entendimento de Luís Roberto Barroso (2018, p. 17): A Constituição se impõe, muitas vezes, como instrumento de preservação de determinados valores e de proteção das minorias, inclusive, e sobretudo, em face das maiorias e do seu poder de manipulação do processo político. Já na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, previa-se: "Art. 16. Toda sociedade, na qual a garantia dos direitos não é assegurada nem a separação dos poderes determinada, não tem constituição". órgãos do poder devem agir não apenas com fundamento na lei, mas também observando o devido processo legal, que congrega regras tanto de caráter procedimental (contraditório, ampla defesa, inviolabilidade do domicílio, vedação de provas obtidas por meios ilícitos) como de natureza substantiva (racionalidade, razoabilidade-proporcionalidade, inteligibilidade). Na maior parte dos Estados ocidentais instituíram-se, ainda, mecanismos de controle de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público, destaca o Ministro da Suprema Corte do País e atual Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para que um agente político seja promissor e se torne um ótimo gestor público, este deve estudar (para ter conhecimento teórico e conteúdo disciplinar para exercer o seu labor com excelência), quanto à sua gestão, estar com pessoas competentes, compromissadas e profissionais é um diferencial. Convenhamos que, ser possuidor de uma oratória impecável e ser um bom condutor de palavras e discurso é um grande diferencial entre os agentes políticos, a condução de um discurso, atitudes reais e postura contribuem (e muito) na desenvoltura e aceitação pública do agente político influencer . Logo, para ser um bom gestor é necessário ser um bom estudante, um bom administrador e conhecer não somente a sua área de atuação, mas ter conhecimento de conteúdos que irão agregar em sua carreira como um todo, bem como Linguagens, Comunicação e Oratória, Gestão, Ciências Políticas, Jurídicas e Sociais.
Segundo John Locke (pág, 77. Segundo Tratado de Governo Civil): Se o poder legislativo ou qualquer de seus elementos se compuser de representantes que o povo escolheu por um período determinado, e que depois deste retornam para o estado original de súditos e só têm participação no legislativo se forem escolhidos outra vez, é preciso também que o povo proceda a essa escolha, seja em ocasiões predeterminadas ou quando for para isso convocado; neste último caso, o poder de convocar o legislativo está ordinariamente depositado nas mãos do executivo, e tem uma destas duas limitações com respeito à ocasião: que a constituição fundamental requeira sua reunião e atuação a intervalos determinados, e o poder executivo então se contenta apenas com um papel auxiliar, que consiste em dar as diretrizes para sua eleição e reunião nas devidas formas; ou que se deixe a cargo de seu bom-senso requisitá-lo por novas eleições quando as ocasiões ou as exigências do público requererem a emenda de antigas leis ou a criação de novas, ou ainda quando forem exigidas soluções ou formas de prevenir de quaisquer inconvenientes de sua responsabilidade ou que ameacem o povo, pontua sobre a hierarquia dos poderes da comunidade civil.
Numa democracia, como ocorre no Brasil, as eleições são supra importantes, além de representar um ato de regular de direito do cidadão que acontece a cada período estabelecido na Lei Maior, devemos enfatizar que todo cidadão diante de um Estado democrático de direito possui direitos políticos. A consciência política nos faz pensar e agir de forma racional e não passional. A juventude pode e deve se reunir de forma pacífica, conforme configurado legalmente na nossa Constituição Federal, para discutir temas sociais, políticos e outros, exercendo assim sua liberdade de expressão e cidadania. Desta forma, tornando-se parte integrante do processo político do seu município, Estado e Nação.
Partindo desse pressuposto e em relação a atuação do partido político, creio que esta organização político partidária deve focalizar na reconstrução partidária, na formação de novos perfis políticos, como fora dito acima; culminando novas lideranças partidárias, principalmente nos municípios que se encontram distantes do eixo/relação Capital-Centro Urbano e, claro: incentivar, politizar e investir na formação político-cidadã da juventude, porque os jovens têm participado a cada vez mais das decisões públicas do país e de certo, influenciam aqueles que estão ao seu redor, no mundo físico e no digital.
Haja vista o surgimento dos influenciadores digitais, são eles que ditam os padrões, comportamento e consumo na sociedade, bem como influenciam determinado percentual da opinião pública. Assim como bem defendia Dr. Ulysses Guimarães, devemos defender a democracia, o acesso à justiça e principalmente os Direitos e as Garantias Constitucionais do cidadão. Dar continuidade ao trabalho dos constituintes é assegura as instituições democráticas, garantir o acesso à educação e acreditar que podemos transformar muitas pessoas para que elas nos ajudem a transformar o mundo.
Portanto, a desigualdade social é uma chaga que assola o nosso país há séculos. Quanto as formas de combate à desigualdade social acredito que possamos fortalecê-las por meio de fomento ao debate, rodas de conversas, projetos sociais, participações nos espaços públicos de poder e claro, democratizar a informação, educar politicamente a sociedade, incentivar a participação sociopolítica do indivíduo e elaborar projetos de políticas públicas no qual ponha o cidadão comum como sujeito de direitos, como por exemplo projetos de inserção de jovens na política. Penso que, garantir a igualdade de oportunidades (e acesso) deve ser o ponto chave para sanar tal problemática que não somente assola o Brasil, mas o mundo político no contexto mundial.