Símbolo do Jus.com.br Jus.com.br

RESENHA: Gestão da Inovação em Produtos Ambientalmente Sustentáveis

Agenda 10/08/2022 às 17:00

MEDEIROS, Janine Fleith de. Gestão da Inovação em Produtos Ambientalmente Sustentáveis. Tese de Doutorado em Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.



Janine Fleith Medeiros possui pós-doutorado e doutorado em Engenharia de Produção pela Escola de Engenharia da UFRGS. Professor da Universidade de Passo Fundo. Atualmente atua nos cursos de Pós-Graduação stricto sensu em Administração e em Ciências Ambientais, e nos cursos de graduação em Administração, Comunicação e Engenharia de Produção. Tem experiência nas áreas de Sustentabilidade Ambiental e Mercadologia, em específico Desenvolvimento de Inovações Verdes e Comportamento de Compra Sustentável.

O investigador Fleith Medeiros afirma que inovação pode acontecer por meio de novos produtos, processos produtivos, novos mercados, fontes de suprimentos e à sustentabilidade, sendo esta baseada no tripé econômico-ambiental-social. Cita a Agenda 21, o Protocolo de Kioto e a UNEPE para fundamentar a importância com a preocupação socioambiental.

Assim, afirma ele, não outro modo de manter o equilíbrio entre economia, meio-ambiente e sociedade se não for através do desenvolvimento tecnológico. Assim, uma empresa competitiva teria o foco no tripé antes mencionado e, também, em uma visão inovadora de incentivo à pesquisa científico-tecnológica. 

A inovação pode ser dividida em dois tipos: a incremental e a radical diz o acadêmico. A primeira apenas incrementa, aperfeiçoa produtos já existentes; a radical, como o próprio nome o indica, revoluciona todo o sistema. Ambas podem ser úteis à questão ambiental, se bem direcionadas.

Partindo desta premissa, o autor busca estudar como a gestão da inovação em produtos ambientais sustentáveis se encontra atualmente, mapeando as causas do êxito de tais produtos no mercado e os entraves por eles encontrados em dados setores do mercado. 

A empresa inovadora, portanto, deve ter um banco de dados eficiente e saber analisar a contento tais informações.

O professor-investigador elenca quatro tópicos que deveriam ser seguidos pelas empresas inovadoras: 

1. Conhecimento do mercado. Neste ponto, quase todas as empresas sabem algo a respeito dos consumidores e concorrentes, no entanto, nem sempre os dados são todos postos sobre a mesa. Daí a importância de inovar aqui também, ou seja, não basta coletar bem os dados se não se tem as ferramentas adequadas para avaliá-los. Assim, é fundamental o investimento em programas de última geração e um pessoal apto para manuseá-los.

2. Colaboração interfuncional. Com dos dados acima mencionados em mãos, a leitura do sistema interno da empresa, buscar as caudas dos problemas e dificuldades na produção ficam mais fáceis. Mas só isso não basta, pois a empresa deve estar, em todas as fases da produção, baseando-se em conhecimentos interdisciplinares. 

Assine a nossa newsletter! Seja o primeiro a receber nossas novidades exclusivas e recentes diretamente em sua caixa de entrada.
Publique seus artigos

O desenvolvimento de novos produtos deve estar alinhado aos estudos sobre o mercado, às necessidades e gostos dos clientes, à capacidade produtiva da empresa, ao pessoal envolvido, à aquisição de recursos, à administração racional destes, à capacidade de copiar e adequar os logros das competidoras etc. Ou seja, a empresa deve agir como uma unidade absoluta, buscando sempre a inovação incremental e radical, quando possível.

3. Aprendizagem orientada à inovação. Aqui, a empresa deve estar preparada para lidar com o novo e desfazer-se daquilo que é obsoleto, mesmo que isso tenha sido exitoso no passado. Um dos grandes problemas da inovação reside justamente no rechaço ao desejo de inovar. Somente quando a necessidade obriga é que algumas empresas inovam, e, nesses casos, pode ser que a empresa já esteja despencando e perdendo muito terreno em relação à concorrência. 

A capacitação de pessoal também deve ser prioridade, pois a inovação pode ocorrer em qualquer um dos setores produtivos, e um pessoal capacitado, inteligente e disciplinado pode ser o centro de novas formas de produtos e de ideias.

4. Domínio tecnológico. De alguma forma, este está relacionado aos anteriores, pois se não há um domínio tecnológico adequado a empresa vai à falência. Isso é importante, pois a velocidade de criação de novas ferramentas tecnológicas é alta. 

Antes, uma tecnologia demorava décadas para tornar-se obsoleta, atualmente, porém, isso ocorre em questão de meses, semanas ou inclusive de dias. O domínio tecnológico aí está justamente na capacidade de a empresar adequar-se a este mundo globalizado, digital, no qual os usuários da internet possuem muitas informações e estão mais capacitados para criticar e reprovar os produtos.

E é justamente essa a preocupação que as empresas atuais devem ter: não serem consideradas más ou prejudiciais ao meio-ambiente atualmente, pois isso se espalharia como pólvora nas redes sociais e meios de comunicação tradicionais. 

A preocupação como o meio ambiente, conclui o autor, é uma questão vital para a aparência da empresa em relação aos seus consumidores. As políticas verdes devem ser institucionalizadas nas empresas, evitando a contaminação ou destruição do meio socioambiental, para tanto, as empresas não podem prescindir de investimento maciço em tecnológicas menos degradantes ao meio social e ambiental.


Sobre o autor
Elton Emanuel Brito Cavalcante

Doutorando em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente - UNIR; Mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Rondônia (2013); Licenciatura Plena e Bacharelado em Letras/Português pela Universidade Federal de Rondônia (2001); Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Rondônia (2015); Especialização em Filologia Espanhola pela Universidade Federal de Rondônia; Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela UNIRON; Especialização em Direito - EMERON. Ex-professor da rede estadual de Rondônia; ex-professor do IFRO. Advogado licenciado (OAB: 8196/RO). Atualmente é professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia - UNIR.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!