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Posso proibir namoro entre meus empregados?

Agenda 28/06/2021 às 14:24

Posso proibir namoro entre meus empregados? Nesse texto abordamos quanto a prática adotada por muitas empresa, os riscos jurídicos e estrategias a serem adotadas.

Na rotina de nossa sociedade atual, passamos cada vez mais tempo no ambiente de trabalho, é natural que os indivíduos que exercem atividade laboral no mesmo local se aproximem, criem vínculos e por vezes nos deparamos com tais situações.


Sabemos que algumas empresas não admitem tais relacionamentos, levando a omissão por parte dos empregados, ou ainda tomada de decisão da empresa em aplicar penalizações como demissão com justa causa, mudança de setores, exposição, afinal é ou não proibido?

É necessário pontuarmos que o empregado é detentor de direitos, a Constituição Federal em seu artigo 5º, X,  diz que são invioláveis a intimidade e a vida privada da pessoa, não sendo admitido a proibição de relacionamento amoroso por parte da empresa, todavia existem pontos que devem ser considerados. 

A empresa não poderá demitir funcionários com base no argumento de relacionamento amoroso, todavia sob outros critérios que são analisados a respeito do serviço prestado, caso aplique demissão sob tal argumento incidira a possibilidade de reparação moral ao funcionário, pois o mesmo possui direito a sua intimidade, não se admitindo tal discriminação. Desse modo, a empresa poderá regular o comportamento recomendado para os funcionários que possuem um vínculo amoroso, de modo que o relacionamento não prejudique o serviço prestado, disciplinando quanto a não possibilidade de carícias no ambiente de trabalho, dentre outras disposições.

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Vale destacar que a empresa deve agir com base em princípio da boa-fé e efetuar recomendações em conformidade a legislação, preservando pela melhora no ambiente de trabalho e disciplinando em Regulamento interno quanto às recomendações, de tal forma os colaboradores devem proceder com profissionalismo, ética, integridade, respeito, valendo-se da postura profissional e separando a vida privada.

Os tribunais vem se manifestando quanto a demissões arbitrárias baseadas no relacionamento amoroso de seus funcionários, em decisões como:  0000123-80.2011.5.03.0138, 05/01/2011 – TRT-MG, 00001759-90.2016.5.07.0010, 11/09/2020 – TRT 7 demonstram decisões nesse sentido. (links  https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23555775/agravo-de-instrumento-em-recurso-de-revista-airr-1238020115030138-123-8020115030138-tst   https://trt-7.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/925403199/recurso-ordinario-trabalhista-ro-17599020165070010).

É possível regular a conduta esperada dos colaboradores por documentos, como regulamento interno, em que será pontuado aos mesmos a inadmissibilidade em carícias, abraços e demais demonstrações de afeto no ambiente de trabalho, sob pena de aplicação de medidas administrativas.

Destaco ainda que a elaboração de documentos que visem regular as condutas dos funcionários, como o relacionamento deve ser elaborado com cautela e em atenção às disposições do TST e legislação específica, as empresas devem se lembrar que o bom senso é crucial, não é permitido demitir com esse fundamento, mas é possível ter regras claras quanto a necessidade de comunicação em caso de hierarquia por exemplo: chefe e empregado, pois pode limitar o poder hierárquico, aos funcionários é necessário agir com profissionalismo separando a esfera pessoal do ambiente de trabalho.

A aplicação de normas aos funcionários devem ser claras e coerentes, sob pena de serem consideradas inconstitucionais em eventual reclamação trabalhista. A gestão de pessoas deve se basear na integridade, respeito a dignidade da pessoa humana. A empresa cresce ao levar tais pontos em consideração e preserva o ambiente de trabalho.

O ambiente de trabalho que se pauta na transparência aos colaboradores possui ganhos com tal postura, pois os funcionários sabem o que será permitido e o desejado pela empresa, contribuindo para melhor desempenho no ambiente de trabalho. 

Sua empresa proíbe o namoro dos funcionários? Possui dúvidas quanto ao regulamento interno? Envie-nos suas duvidas.

 

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Site: www.albertacci.com.br

Instagram: @lauraalbertacci

Sobre a autora
Laura Abbott Albertacci

Advogada, Direito Contratual, Direito Autoral, Registro de Marca. Atuo na advocacia empresarial, oferecendo soluções jurídicas para empreendedores, pequenos negócios e segmento de negócios digitais, que desejam maior segurança e crescimento de seus negócios. Assessoria e consultoria jurídica para pequenas e médias empresas, infoprodutores, Startups, Serviços como: Registro de Marca, parecer, Contrato Social, MOU, Acordo de Sócios, Contrato de Serviços, Contrato de Tecnologia, Contratos Empresariais, contrato licença autoral e marca, dentre outros. Foco em buscar soluções e prevenção para não ocorrer a judicialização. Atendimento online em todo o Brasil. site: https://albertacci.com.br/ Instagram: @lauraalbertacci YouTube: Laura Albertacci

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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