O princípio da equidade e sua aplicação prática, nunca foi tão necessário nos períodos atuais; frente a contagem regressiva para o sufrágio universal, é nítido o reflexo da dicotomia política no cotidiano da sociedade. As frequentes notícias de violência verbal e física relacionadas aos desentendimentos de cunho político; por infortúnio, se tornaram uma constante.
Platão, principal alicerce da filosofia ocidental, e exímio conhecedor das paixões mundanas, nos apresentou um estudo teórico sobre os ânimos humanos, denominado: Teoria Tripartite da Alma humana. Com base no mito do cocheiro (parelha alada) compara-se a alma aos três elementos componentes da carruagem; a cavalaria (emoções desenfreadas) o coche (vida mundana, reflexo das ações) e o cocheiro (parte racional e intelectiva). Deve-se pela ação única e majoritária de cada elementar na personalidade humana, resultando em ações meritórias ou desajustadas; o homem médio varia, conforme as circunstâncias, entre os impulsos de logos e páthos (razão e emoção). A questão seria, qual a resolutiva adequada quando temos uma sociedade tomada por uma corrida de bigas, enquanto ausentes os aurigas?
A figura do advogado, sempre invocada e relembrada em momentos de crise social, surge como meio apaziguador e resolutiva de conflitos; consta sua atuação na Lei nº 8.906/1994 Estatuto da Advocacia e a ordem dos Advogados do Brasil (AOB):
Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social.
O senhor dirigente da cavalaria por excelência, acaso não o seja, aparenta se - lo; ao menos, nas situações extremas. Nunca fora tão necessária a presença da classe de forma a garantir o pleno exercício dos direitos fundamentais elencados em nossa Magna Carta, sobretudo, a defesa da democracia. A efetivação dos direitos naturais e atuação do profissional do direito, atende indistintamente todo cidadão componente da sociedade; o advogado é figura autônoma e indiferente a suposições maniqueístas.
O advogado é neutro por excelência.