CIÊNCIAS FORENSES E PERICIA CRIMINAL
AVALIAÇÃO DE CENA DE LOCAL DE CRIME
FABIANO LOBATO FERREIRA
Interação com agentes e delegados Sociedade, interações sociais e interações organizacionais A análise sistêmica distingue os seguintes tipos de sistemas sociais: sociedade, interação e organizações, que se reproduzem por meio de diferentes tipos de comunicação. Nesta análise, a sociedade, cujas fronteiras são comunicativas, engloba organizações, interações e suas respectivas comunicações. Cada sistema comunica a partir de códigos próprios, constituindo-se como entorno para o demais, embora todos estejam acoplados estruturalmente uns aos outros.
As interações constituem sistemas que se reproduzem por meio da comunicação e pela presença física dos participantes. Em outras palavras, presença e ausência correspondem a códigos, que por sua vez dependem das estruturas de comunicação. De fato, no modelo sistêmico, dedicou-se pouca atenção às relações entre os sistemas, especialmente aquelas entre organizações e interações.
A comunicação é, assim, estabelecida por meio do código presença/ ausência (entorno). No sistema interação a pessoa assume papel fundamental. As interações podem produzir decisões para as organizações, pois assumem papel relevante na reprodução organizacional. Aceita-se, assim, a seguinte distinção: se é possível falar em comunicação decisória e em comunicação interativa, não é descabida a possibilidade de comunicações interativas decisórias.
Nesse sentido, torna-se útil e esclarecedora a seguinte tipologia: interações decisórias; interações preparatórias; interações informais com alguma relevância para a tomada de decisões; interações sem qualquer relação com o processo decisório. As três primeiras formas de interação são organizacionais, pois orientadas por estruturas não apenas interativas mas também organizacionais (entorno das interações).
A interação observa sua comunicação de acordo com o significado para a interação e para a organização (reentrada). As interações surgem como respostas para a dupla contingência e podem contribuir para a reprodução organizacional. O logro organizacional depende, contudo, de processos de interpenetração, quando os sistemas sociais disponibilizam mutuamente sua complexidade para a construção de outros sistemas. Assim, quando a interação apresenta sua comunicação como processo decisório, ela é reproduzida de forma distinta.
Entre os achados das pesquisas realizadas nas referidas capitais brasileiras, destacam-se: o descompasso entre as rotinas de policiamento preventivo das Polícias Militares e a investigação realizada pelas Polícias Civis; o conflito constante entre o “saber dos tiras” ou “saber policial, o jogo de quem sabe mais pelo alto entendimento de suas cadeias hierárquicas, alguns delegados desmerecem muitos de seus agentes.
O inquérito policial e a divisão do trabalho jurídico-penal no Brasil: Investigador” e o “saber dos delegados de polícia”. Em alguns estados, foram reiteradas as críticas à rotatividade de policiais e delegados e às interferências políticas.
Além disso, há baixa capacidade de elucidação de crimes graves, o que contrasta com o excessivo zelo em relação às exigências contraditórias à formalização dos procedimentos de investigação para suprir ego de algumas autoridades que estão no topo da pirâmide (delegados), onde há o super ego em alguns departamentos