Como funciona e como é aplicado o jus postulandi na Justiça do Trabalho

12/04/2023 às 10:08
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Jus postulandi na Justiça do Trabalho

O jus postulandi pode ser definido como um direito concedido às partes para agir em juízo sem que haja a necessidade de um advogado. Está previsto no artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) “Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.”

Este princípio é um dos pilares do processo trabalhista no Brasil. Sendo ele que permite aos trabalhadores e empregadores atuarem como seus próprios advogados, sem a necessidade de contratar um profissional para representá-los em juízo.

No que se refere o princípio do jus postulandi?

O princípio do jus postulandi refere-se ao direito das partes de agir em juízo sem a precisão de um representação legal. No que garante a Constituição Federal, esse direito se aplica especificamente no processo trabalhista. O que significa que empregados e empregadores, caso desejam, possam apresentar suas próprias defesas e entrar com petições, até mesmo apresentar provas e recorrer de decisões sem necessidade da assistência de um advogado.

Como deve funcionar o jus postulandi na prática?

Na prática, jus postulandi significa que as partes podem no tribunal representar-se sem um advogado ao lado. O que lhes da mais controle sobre o processo, permitindo a apresentação de suas próprias defesas e argumentos. E até mesmo chegar a um acordo sozinhas no processo.

Quais as vantagens e as desvantagens do jus postulandi?

Um dos principais benefícios do jus postulandi é que ele economiza dinheiro, isto porquê as partes não precisam pagar honorários advocatícios para serem representadas no tribunal. Além disso, o jus postulandi dá as partes mais controle sobre o processo e permite que apresentem suas próprias defesas e argumentos.

Por outro lado, uma das principais desvantagens do jus postulandi é a falta de conhecimento técnico e jurídico das partes. Isso pode resultar em erros processuais e perda de prazos, o que pode comprometer o resultado do processo. Além disso, a falta de conhecimento técnico pode prejudicar a qualidade das defesas das partes, comprometendo sua eficácia.

O jus postulandi do reclamante na Justiça do Trabalho é limitado. Embora seja um direito constitucional, o jus postulandi do reclamante perante a Justiça do Trabalho apresenta algumas limitações. Uma delas é que, no caso de recursos, é necessária a representação legal. Além disso, o reclamante deve estar ciente dos trâmites e prazos processuais, sob pena de sua defesa ser prejudicada.

Para evitar prejuízos em seu processo, é fundamental que o reclamante tenha noções básicas de legislação trabalhista e, se possível, procure orientação de advogado ou sindicato. No entanto, existem algumas exceções em que o jus postulandi não é reconhecido, como ações rescisórias, ações cautelares, mandados de segurança, recursos do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e processos de acordo extrajudicial. É importante notar que o jus postulandi não implica que as partes que optam por agir sem a assistência de um advogado não tenham direitos ou garantias. As partes têm o direito de apresentar provas, alegações e recursos, bem como todos os demais direitos processuais, desde que observadas as formalidades legais e processuais.

No entanto, recomenda-se que as partes busquem assessoria jurídica de profissionais especializados, como advogados e sindicatos, a fim de defender seus direitos de forma efetiva. Isso se deve ao fato de o processo trabalhista ser único e necessitar de conhecimentos técnicos e jurídicos específicos, que muitas vezes só podem ser obtidos por meio da formação e experiência dos profissionais da área.

Conclusão

Na Justiça do Trabalho, o jus postulandi é considerado princípio garantido pela Constituição Federal, permitindo que as partes atuem em juízo sem a assistência de advogado. Além dos benefícios de redução de custos e maior controle do processo, o jus postulandi apresenta inconvenientes, como a falta de conhecimento técnico e jurídico das partes, o que pode acabar prejudicando-as.

Por fim, como o processo trabalhista é único e exige conhecimentos técnicos e jurídicos específicos, a atuação em juízo sem a assistência de um advogado deve ser abordada com cautela. Diante disso, recomenda-se que as partes busquem assessoria jurídica de profissionais especializados, como advogados e sindicatos, para que seus direitos sejam efetivamente defendidos.

Bibliografia

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm. Acesso em: 03 abr. 2023.

DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: LTr, 2017.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do Trabalho. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

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