A solidão, precarização da vida e a ameaça à Democracia

04/12/2023 às 18:17
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Rosa Luxemburgo em seu livro Acumulação do Capital, publicado originalmente em 1913, vai dizer que os limites do capitalismo são marcados pela pobreza crescente, pelo excesso de operários que perdem o poder de compra. Há excesso de mercadorias que não encontram compradores e uma massa numerosa que não tem condições mínimas para obter o mínimo necessário de seu sustento (LUXEMBURG, 1970 p.241).

De lá para cá, pouco mudou. Vive-se para trabalhar, com demandas excessivas no emprego, crescimento de doenças psicológicas associadas ao excesso de trabalho, alto custo de vida, inflação crescente, baixos salários e poucas formas de escape da rotina, seja por cansaço, seja por falta de dinheiro.

E então as redes sociais nos trazem inúmeras possibilidades, tais como mandar mensagens diretas para os amigos, familiares, conhecer novas pessoas, trocar experiências etc.

Não obstante, também trouxe solidão, egoísmo, egocentrismo, maior individualidade e sincronicidade de pensamentos e ideias, tendo em conta que dentre os meus amigos de redes sociais, tenho apenas pessoas que pensam, agem e possuem as mesmas ideias e ideologias da qual compartilho, sendo excluída assim, a troca de ideias e pensamentos divergentes dos meus.

Ao longo dos tempos, a questão do egoísmo e individualidade permanece, tendo em vista a obra de Vargas Llosa, publicada em 2012:

O mercado livre, sistema não superado e insuperável para a atribuição de recursos, produziu o surgimento das classes médias, que conferem estabilidade e pragmatismo políticos às sociedades modernas, e propiciou uma vida digna à imensa maioria dos cidadãos, algo que não ocorreu antes na história da humanidade. No entanto, é verdade que esse sistema de economia livre acentua as diferenças econômicas e aumenta o materialismo, o apetite consumista, a posse de riquezas e as atitudes agressivas, beligerantes e egoístas, que, se não encontrarem nenhum freio, poderão chegar a provocar transtornos profundos e traumáticos na sociedade. De fato, a recente crise financeira internacional, que fez todo o Ocidente cambalear, tem como origem a cobiça desenfreada de banqueiros, investidores e financistas que, obcecados pela sede de multiplicar suas receitas, transgrediram as regras do jogo do mercado, enganaram, trapacearam e precipitaram um cataclismo econômico que arruinou milhões de pessoas no mundo1.

Afinal, a “liberdade” dos homens que vivem atualmente é a liberdade do indivíduo isolado pela propriedade reificada e reificante: uma liberdade contra os outros indivíduos (igualmente isolados). Uma liberdade de egoísmo, do isolamento; uma liberdade para a qual a solidariedade e coesão contam no máximo como “ideias reguladoras” ineficazes (LUKÁCS, 2003: p. 555).

O cientista político e jornalista alemão Martin Hecht2, em seu livro A solidão do homem moderno, destaca como na era moderna, as pessoas estão se tornando mais egocêntricas, solitárias e como isso representa uma ameaça à democracia.

O Autor afirma que em um mundo mais competitivo, que gera o desenvolvimento do indivíduo a partir de sua individualização, a falta de reconhecimento social pode levar a radicalização.

Quanto maior o sucesso, maior o egocentrismo e menor a capacidade colaborativa e aumento de solidão, cunhada a partir da falta de disposição do indivíduo em se relacionar com o outro.

Assim, o indivíduo gradativamente se preocupa mais consigo mesmo e cada vez menos com o outro; o espaço de solidariedade e coesão são afetados.

Bauman, cotejando o tema, também vai trazer à tona a falta de solidariedade:

Uma vez que a competição substitui a solidariedade, os indivíduos se veem abandonados aos seus próprios recursos – lamentavelmente escassos e evidentemente inadequados. A dilapidação e decomposição dos vínculos coletivos fizeram deles, sem pedir seu consentimento, indivíduos de direito, embora o que aprendam nas atividades de suas vidas seja que verdadeiramente tudo no atual estado de coisas milita contra sua ascensão ao modelo postulado de indivíduos de facto3.

Para o pensador da educação John Dewey4, em seu ensaio Democracia e Educação, o isolamento individualista precisa ser enfrentado educacionalmente e de maneira ampla, sem privilégios, visto que uma educação sem igualdade de oportunidades é baseada em privilégios e, portanto, não democrática.

Em sua obra, defende que sem educação formal, não é possível transmitir e cumprir todas as oportunidades e objetivos de uma sociedade complexa. A comunicação é o processo de compartilhar experiências.

Sem esta comunicação de ideais, esperanças, expectativas, padrões, opiniões daqueles membros da sociedade que estão saindo da vida em grupo para aqueles que estão entrando nela, a vida social não poderia sobreviver (DEWEY: p. 9).

O Autor entende que a democracia é mais do que uma forma de governo – é um modo de vida de associação e por isso, quanto mais pessoas capacitadas, menos divisão por raças, escolaridade, riqueza e classes, ocorrerá (DEWEY: p. 103).

Malgrado, acompanhando o ideal moderno, se pratica menos solidariedade, mais egocentrismo, afunda-se mais solidão, constante competição para aparecer mais, “ser mais relevante”, ter mais sucesso e menos noção:

Nos programas de entrevistas, palavras e frases que se referem a experiências consideradas íntimas e, portanto, inadequadas como tema de conversa são pronunciadas em público – para aprovação, divertimento e aplauso universais. Pela mesma razão, os programas de entrevistas legitimam o discurso público sobre questões privadas.

Tornam o indizível dizível, o vergonhoso, decente, e transformam o feio segredo em questão de orgulho. Até certo ponto são rituais de exorcismo - e muito eficazes. Graças aos programas de entrevistas, posso falar de agora em diante abertamente sobre coisas que eu pensava (equivocadamente, agora vejo) infames e infamantes e, portanto, destinadas a permanecer secretas e a serem sofridas em silêncio. Como minha confissão não é mais secreta, ganho mais que o conforto da absolvição: não preciso mais me sentir envergonhado ou temeroso de ser desprezado, condenado por impudência ou relegado ao ostracismo5.

Adula-se uma falsa ideia de sucesso, riqueza, através do consumo desenfreado. O indivíduo expressa a si mesmo através de suas posses (BALMAN, 2001: p.68) e a vida desejada é a vida da televisão e/ou redes sociais.

Doravante, o excesso de competição leva os indivíduos que não conseguem alcançar e preencher as demandas excessivas por uma vida perfeita de Instagram, a encontrarem decepção, agressão e protesto, tendo em vista que a pobreza é agravada pelo crescimento econômico, ausência de empregos, oportunidades, aumento de recessão e pioras constantes em cenários econômicos.

O sucesso não é para todos e quem o alcança, deve a todo momento se reinventar para mantê-lo e isso às custas de realidade distorcida.

E isso porque dada a profusão de ofertas tentadoras, o potencial gerador de prazeres de qualquer mercadoria tende a se exaurir rapidamente (BALMAN, 2001: p.80) e no momento em que você se torna uma celebridade, alcança sucesso com suas aparições em programas de tv e faz postagens pagas em redes sociais, também se torna uma mercadoria e não está a salvo da obsolescência planejada dos desejos e satisfação transitória.

Paulo Freire já criticava a alienação desse culto ao sucesso, em 1970:

A falsa “admiração” não pode conduzir a verdades práxis, pois que é a pura espectação das massas, que, pela conquista, os opressores buscam obter por todos os meios. Massas conquistadas, massas espectadoras, passivas, gregarizadas. Por tudo isto, massas alienadas. É preciso, contudo, chegar até elas para, pela conquista, mantê-las alienadas. Este chegar até elas, na ação da conquista, não pode transformar-se num ficar com elas. Esta “aproximação”, que não pode ser feita pela comunicação, se faz pelos “comunicados”, pelos “depósitos” dos mitos indispensáveis à manutenção do status quo. O mito, por exemplo, de que a ordem opressora é uma ordem de liberdade. De que todos são livres para trabalhar onde queiram. Se não lhes agrada o patrão, podem então deixá-la e procurar outro emprego. O mito de que esta “ordem” respeita os direitos da pessoa humana e que, portanto, é digna de todo apreço. O mito de que todos, bastando não ser preguiçosos, podem chegar a ser empresários – mais ainda, o mito de que o homem que vende, pelas ruas, gritando: “doce de banana e goiaba” é um empresário tal qual o dono de uma grande fábrica. O mito do direito de todos à educação, quando o número de brasileiros que chegam às escolas primárias do país e o do que nelas conseguem permanecer é chocantemente irrisório. O mito da igualdade de classe, quando o “sabe com quem está falando?” é ainda uma pergunta dos nossos dias. O mito do heroísmo das classes opressoras, como mantenedoras da ordem que encarna a “civilização ocidental e cristã”, que elas defendem da “barbárie materialista”. O mito de sua caridade, de sua generosidade, quando o que fazem, enquanto classe, é assistencialismo, que se desdobra no mito da falsa ajuda que, no plano das nações, mereceu segura advertência de João XXIII. O mito de que as elites dominadoras, “no reconhecimento de seus deveres”, são as promotoras do povo, devendo este, num gesto de gratidão, aceitar a sua palavra e conformar-se com ela. O mito de que a rebelião do povo é um pecado contra Deus. O mito da propriedade privada, como fundamento do desenvolvimento da pessoa humana, desde, porém, que pessoas humanas sejam apenas os opressores. O mito da operosidade dos opressores e o da preguiça e desonestidade dos oprimidos. O mito da inferioridade “ontológica” destes e o da superioridade daquele6.

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No fim das contas, quem não consegue o almejado sucesso, por menor que pareça, seja trocando de carro todo ano, fazendo viagens e postando nas redes sociais, se frustra e se alinha a rejeição por todo um sistema social, que em casos extremos, encontra no ódio o perigo para a democracia, tendo em conta que a sociedade se divide em poucos vencedores e muitos perdedores.

Soma-se a essa revolta por não conseguir o ideal de vida almejado, o ódio no cenário político, populismo, discurso de ódio disseminado nas redes sociais, capazes de propagar rapidamente a agressão que tal individuo sofre em seu ego. “Pessoas inseguras tendem a ser irritáveis; são também intolerantes com qualquer coisa que funcione como obstáculo a seus desejos” (BALMAN, 2001: p.147).

O padre doutor português Francisco Videira Pires, em seu ensaio Democracia e Solidão7, citando Karl Marx, argumenta que a liberdade estritamente individualista dos direitos do homem e do cidadão faz com que todo homem encontre no outro não a realização, mas pelo contrário, a limitação de sua liberdade.

A política alemã Diana Kinnert8 também trata do tema em seu livro A nova solidão, onde argumenta que os idosos passam a velhice sozinhos, trancados em asilos e os jovens, também solitários, passam suas vidas retirados em mundos solitários da internet e de fake news.

Para a autora, essa nova solidão divide os grupos políticos e sociais que não mais se falam e para ela, uma sociedade solitária não pode ser traduzida em uma democracia e um estado funcional.

Assim, a digitalização, a individualização e a glorificação da falta de vínculos irão dissolver a base democrática porque a experiência coletiva se rompe, a confiança e a solidariedade são destruídas.

Entra em cena a fragmentação em vez do bem comum, tendo em vista que o indivíduo não se sente parte nem do coletivo e nem no nível econômico. Isso leva a auto exploração total porque você se torna grato por cada estágio não remunerado, por cada trabalho temporário.

Reina a sensação de se estar à mercê, com situações de constantes incertezas.

Ulrich Beck, sociólogo alemão, em seu livro Sociedade de Risco, já previa essas incertezas, em 1986, quando publicado o texto original em alemão.

Segue a pleno vapor a divisão da nossa sociedade entre uma maioria decrescente de detentores de postos de trabalho e uma minoria crescente composta por desempregados, aposentados precoces, trabalhadores ocasionais e por pessoas que sequer podem mais contar com algum tipo de acesso ao mercado de trabalho. Isto evidencia-se na estruturação do desemprego e nas crescentes zonas cinzentas vigentes entre o desemprego de que se tem registro e o desemprego que não se registra. [...] Apesar de sua ampla dispersão, o desemprego concentra-se em torno de grupos já desfavorecidos em sua situação profissional. O risco de tornar-se e permanecer desempregado aumenta para pessoas com baixa ou nenhuma formação profissional, mulheres, trabalhadores mais velhos, estrangeiros, assim como para pessoas com problemas de saúde e para os jovens9.

O progresso tecnológico tende a anunciar cada vez menos, e não mais, empregos. Ulrich Beck vai cunhar o conceito de sociedade de risco por ser a era em que o progresso é conquistado às custas de risco – quanto maior o progresso, maior o risco envolvido.

Progresso e miséria se entrelaçam de novas maneiras. Os ganhos de produtividade das empresas são acompanhados por problemas de controle. Os trabalhadores trocam uma parcela da liberdade obtida em relação ao trabalho por novas compulsões e incertezas materiais. O desemprego desaparece, mas ao mesmo tempo ressurge de modo generalizado em novas formas de subemprego precário. Tudo isto quer dizer afinal que um desenvolvimento ambíguo e contraditório é posto em marcha, em razão do qual vantagens e desvantagens se associam indissoluvelmente, mas cujas consequências e riscos consideráveis continuam a ser imprevisíveis justamente para a consciência e atuação políticas. É precisamente a isto que se refere quando se fala do sistema de subemprego da sociedade de risco10.

A impossibilidade de o Estado exercer controle sobre as redes sociais enfraquece de sobremaneira as instituições políticas, visto que os discursos de ódio e as insatisfações crescentes com os atores políticos e situação marginal de constante precarização da vida e trabalho favorecem o cenário.

O capitalismo, o mercado, os anunciantes estabelecem regras próprias, de maneira que a autonomia privada subsiste ao interesse público. A falta de laços sociais entre os membros da sociedade levará consequentemente a divisão e polarização, que em última análise trará progressivamente, cenários extremistas, clamados pelos próprios atores da sociedade.

Confirmando tudo o que já dissemos até aqui, calha trazer novamente o magistério de Ulrich Beck:

A refutação "da" política acaba atingindo cada vez mais possivelmente não apenas representantes ou partidos isolados, mas o sistema das regras do jogo democrático como um todo. A velha coalizão entre insegurança e radicalismo seria revivida. O clamor por uma “mão forte” cresce na mesma medida em que o indivíduo vê o mundo vacilar à sua volta. O desejo de ordem e segurança reaviva os fantasmas do passado. Os efeitos colaterais de uma política que desconsidera os efeitos colaterais ameaçam converter estes em seu contrário. Ao fim e ao cabo, já não se pode garantir que o passado ainda não superado não se acabe tornando uma variante possível (ainda que sob outras formas) de desenvolvimento futuro11.

E então se faz imprescindível que se busque em uma sociedade, além da coesão, senso de solidariedade, assim como sejam minoradas as constantes e crescentes desigualdades sociais alimentadas pela precarização da vida cotidiana e do trabalho, assim como haja um controle maior de redes sociais, postagens, para que a democracia seja fortalecida e atores políticos conscientes de suas responsabilidades.

Há muito a ser feito e a cada dia que passa, a situação piora de sobremaneira. No Brasil a fome voltou a bater na porta dos brasileiros, milhares de chefes de famílias perderam seus empregos, comércios e empresas vivem dificuldades constantes com a instável economia do país, e muitas crianças, os chamados “órfãos da covid”, perderam seus pais e/ou responsáveis e não possuem nenhum benefício assistencial, que lhe permitiriam sobreviver ao longo dos anos, até poderem se sustentar por si só.

Sem políticas públicas eficazes, a situação que já está ruim, tende a piorar.


  1. _______________________________________LLOSA, Mario Vargas. A civilização do Espetáculo. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2012, p. 93

  2. KUPFERBERG, Shelly. Wie Selbstoptimierung die Demokratie bedroht. Deutschlandfunk Kultur, 12/06/2021, Seção Lesart. Disponível em: <https://www.deutschlandfunkkultur.de/martinhecht-die-einsamkeit-des-modernen-menschen-wie.1270.de.html?dram:article_id=498678>. Acesso em 26 de julho de 2021.

  3. BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007, p.74.

  4. ______________________________________DEWEY, John. Democracy and

    Education. An Introdution to the Phisolophy of Education. Disponível em:

    https://edtechbooks.org/pdfs/mobile/democracyandeducation/_democracyandeducation.pdf. Acesso em 16 de setembro de 2021.

  5. ___BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, 2001, p.62.

  6. __________FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970, p.86.

  7. ______________PIRES, P. Francisco Videira. Democracia e Solidão. Universidade da Beira do Interior. Portugal, 30/04/1988. Disponível em: <https://www.ubi.pt/Ficheiros/Entidades/Oracoes_Sapiencia/Prof%20Videira%20Pires.pdf>. Acesso em 12 de agosto de 2021.

  8. UNFRIED Peter & Harald Welzer. Die Einsamkeit der Jugend. TAZ, Seção Futurzwei. Disponível em: <https://taz.de/Interview-mit-Diana-Kinnert/!5784394/>. Acesso em 26 de julho de 2021.

  9. BECK, Ulrich. Sociedade de Risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2010 p.134/135.

  10. 103 Op. Cit. p.209.

  11. 104 Op cit. p. 332.

    _____LUXEMBURG, Rosa. A Acumulação do Capital. Estudo sobre a Interpretação Econômica do Imperialismo. Rio de Janeiro: Zahar Editores. 1970 p.141.

    ______LUKÁCS, Georg. História e Consciência de Classe: Estudos sobre a dialética marxista. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Sobre a autora
Ana Carolina Rosalino Garcia

Advogada graduada em Direito pela Universidade Paulista (2008). Membro da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo desde 2009. Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Escola Paulista de Direito (EPD). Possui MBA em Administração de Empresas com Ênfase em Gestão pela Fundação Getúlio Vargas - FGV / EAESP - Escola de Administração de Empresas de São Paulo. Pós-graduada em Direito Público pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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