RESUMO
Este trabalho tem como objetivo identificar quais os efeitos psicológicos predominantes que são produzidos nas mulheres que são vítimas da violência intrafamiliar, destacando as repercussões destes efeitos em seu cotidiano, bem como, a possível relação com o adoecimento mental, encontrando com isto, possíveis saídas que possibilitem a ruptura do ciclo estabelecido pela violência. Apresenta uma breve análise sobre o percurso do papel da mulher dentro da sociedade, como ela era vista, desde a Idade Média até a contemporaneidade e sua trajetória dentro de um cenário de lutas e desafios para conquistar um lugar de reconhecimento igualitário no que se refere a direitos e deveres. A pesquisa foi desenvolvida através de levantamento de análise de dados secundários de diversos estudiosos dedicados ao assunto da violência contra a mulher e traz à tona o debate dessa temática sob a perspectiva da psicóloga, autora do trabalho em tela, contrastando com o olhar de profissionais da área de psicologia em suas práxis cotidianas. Os altos índices de violência praticada contra mulher são hoje uma realidade dentro do cenário nacional e internacional, que cada vez mais convoca a sociedade e os poderes públicos constituídos pela mesma, a tomar um posicionamento eficaz e mais eficiente no que diz respeito às medidas de combate e prevenção desta violência. A violência contra mulher é um fenômeno mundial e que independe do nível da riqueza e do grau de desenvolvimento da nação, nível de escolaridade dos envolvidos e da própria cultura e exige medidas e políticas públicas mais eficientes no tocante à promoção da cultura da não violência contra a mulher. Muito embora, muitas ações já tenham sido colocadas em prática e sua eficiência comprovada, entendemos que há ainda um longo caminho a ser percorrido, cuja finalidade não é só de transformação da realidade atual, mas, sobretudo de formação de uma nova mentalidade, construída e transferidas as gerações vindouras, sobre um novo modo de pensar e ver a mulher dentro de seus papéis sociais.
Palavras-chave
Violência – Mulher – Poder – Saúde Mental
ABSTRACT
This work aims to identify the predominant psychological effects that are produced in women who are victims of intra-family violence, highlighting the repercussions of these effects on their daily lives, as well as the possible relationship with mental illness, finding possible solutions that make it possible to break the cycle established by violence. It presents a brief analysis of the trajectory of women's role within society, how they were seen, from the Middle Ages to contemporary times and their trajectory within a scenario of struggles and challenges to achieve a place of equal recognition with regard to rights and duties. The research was developed through a survey of secondary data analysis from several scholars dedicated to the subject of violence against women and brings to light the debate on this topic from the perspective of the psychologist, author of the work in question, contrasting with the perspective of professionals in the area of psychology in their daily practices. The high rates of violence committed against women are today a reality within the national and international scenario, which increasingly calls on society and the public authorities constituted by it, to take an effective and more efficient stance with regard to combat measures and prevention of this violence. Violence against women is a worldwide phenomenon that does not depend on the level of wealth and development of the nation, the level of education of those involved and the culture itself and requires more efficient public measures and policies in terms of promoting the culture of non-violence against women. the woman. Although many actions have already been put into practice and their efficiency proven, we understand that there is still a long way to go, the purpose of which is not only to transform the current reality, but, above all, to form a new mentality, built and transferred to future generations, about a new way of thinking and seeing women within their social roles.
Key words
Violence – Women – Power – Mental Health
1.INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais antigos da civilização humana, a violência permeia as relações entre os seres vivos, que precisavam usar da força física para sobreviver. Por esta razão a violência sempre esteve associada à ideia de força e poder. Os povos antigos possuíam suas figuras e representantes de guerras quando se tratava da extensão territorial e o domínio entre etnias e povos além-mar. Os bárbaros tornaram-se temidos e conhecidos pela forma violenta em que travavam suas batalhas. Um fato importante a se destacar é que na manutenção das espécies e como um ato de regulação do ecossistema, muitos animais se comportam de forma violenta, chegando a matar seu oponente, como mecanismo de defesa e equilíbrio ecológico, onde os mais fortes prevalecem contra os mais fracos (Teles ,2002, p.13, tradução nossa)
De acordo com Teles (2002) diferentemente, o ser humano é a única espécie que é capaz de destruir a si mesmo ou ao seu semelhante, devido a perda da capacidade de autocontrole. Um indivíduo pode atacar a outro sem nenhum motivo que justifique a ação, apenas movido pelo sentimento de autoafirmação ou superioridade ideológica. Etimologicamente a palavra violência deriva do latim que significa violentia, qualidade de violentus ou que continuamente usa a força. No grego encontramos a palavra kratos, cujo sentido é domínio, poder, forte com grande poder. Com o objetivo geral de Identificar quais os efeitos psicológicos predominantes que são produzidos nas mulheres que são vítimas da violência intrafamiliar, destacando as repercussões destes efeitos em seu cotidiano, bem como, a possível relação com o adoecimento mental, encontrando com isto, possíveis saídas que possibilitem a ruptura do ciclo estabelecido pela violência. Estabeleceram-se como objetivos específicos: 1-Identificar quais os efeitos psicológicos predominantes, nas mulheres vítimas de violência intrafamiliar.2 Detectar as repercussões dos efeitos psicológicos no cotidiano das mulheres vítimas de violência intrafamiliar. 3- Relacionar os efeitos psicológicos com o adoecimento mental.4- Encontrar possíveis saídas que possibilitem a ruptura do ciclo estabelecido pela violência intrafamiliar.
O tema da violência doméstica praticada contra mulheres tem sido alvo de discussões e debates, permitindo a elaboração de leis e diretrizes que possam erradicar essa prática, promovendo dessa forma a construção de uma sociedade mais igualitária no tocante a igualdade de direitos e respeito humano, independente do sexo, condição social, raça, religião e gênero. Faz-se necessário, a princípio, distinguirmos alguns termos importantes no que se refere à violência contra mulher. Assim, queremos destacar três termos que embora pareçam semelhantes, diferem entre si; que são: violência de gênero, violência familiar e violência intrafamiliar.
Saffioti (2004) conceitua violência de gênero, aquela baseada na relação dominação-exploração, que tanto pode ser em relação homem-mulher, mulher-mulher, homem-homem. São relações regidas pela gramática sexual. Já a violência familiar é aquela que envolve laços de consanguinidade e de afinidade, atingindo inclusive pessoas que vivem parcialmente no ambiente domiciliar do agressor. No entanto a violência intrafamiliar extrapola os limites do domicílio, sendo um processo de territorialização não apenas geográfico, mas simbólico.
Para Teles (2002) o uso mais frequente do significado de violência é aquele que diz respeito ao uso de força física, psicológica ou intelectual que obriga outra pessoa a fazer algo que não está com vontade de fazer; é constranger, tolher a liberdade, sob pena de viver gravemente ameaçada ou até mesmo ser espancada, lesionada ou morta. A violência doméstica contra a mulher consiste em atos cometidos por um membro da família ou pessoa que habite ou tenha habitado o mesmo domicílio. Saffioti (2004) define violência, como uma ruptura de qualquer forma de integridade da vítima, seja ela: física, psíquica, sexual ou moral. Buarque et al (2011) define a violência como, todo ato de coerção, opressão, intimidação e tirania e se manifesta de várias formas, causando danos físicos – letais ou não – morais, patrimoniais, sexuais, psicológicos e emocionais. Velho (2000) relaciona a violência a uma ideia de poder, quando se enfatiza a possibilidade de imposição de vontade, desejo ou projeto de um ator sobre outro.
O tratado de Belém do Pará (1994) mostra que a erradicação da violência contra a mulher é cenário de suma importância para sua individualidade social e liberdade igualitária na participatividade em todas as camadas da vida. A Constituição Federal (1988) em seu parágrafo 8º do art. 226 declara que: “o estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. ” O combate à violência doméstica contra mulher é um dever do Estado e da sociedade. É uma questão de todos e não apenas por parte daquela que sofre constantes ameaças ou danos das mais diversas ordens. Para Kunzler e Conte (2005) a sociedade precisa se reconhecer com capacidade crítica para resgatar a condição de refletir sobre as causas da violência e encontrar maneiras dessa forma, para combatê-las.
Para Schaiber et al. (1985) a violência contra mulher apresenta-se sob diversos contextos e sua frequência está nas camadas sociais mais distintas, não sendo restrita às mais desfavorecidas e elas são em comum, violências de gênero e que a violência contra mulher se trata de um fenômeno social e cultural, existente em diversas partes do mundo e que geralmente está associado às valorizações culturais de comportamentos violentos, identificados com certas formas de exercer a masculinidade. Saffioti (2004) afirma que a violência doméstica possui características específicas, sendo uma delas a rotinização, o que contribui para o estabelecimento de uma relação fixada, constituindo-se em verdadeira prisão e que neste sentido, o próprio gênero se revela como uma camisa de força, onde o homem deve agredir, porque o macho deve dominar a qualquer custo. Segundo Venturi et al. (2004) a violência contra mulher constitui-se um fenômeno mundial, que independe da riqueza e do grau de desenvolvimento da nação, do nível de escolaridade, a cultura e da religião.
No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBG até o primeiro semestre de 2012, foram registrados 47.555 casos de violência contra mulher, dos quais, 26.939, sendo de violência física, com lesão corporal leve, grave e gravíssima, tentativa de morte e homicídio. Segundo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA 3.737 mulheres foram assassinadas no Brasil, Isso equivale a uma taxa de 3,5 vítimas por 100 mil mulheres residentes no Brasil. Esta taxa representa uma diminuição de 17,9% no número de incidentes em relação a 2018, quando foram registadas 4,3 vítimas por 100 mil mulheres. Se por um lado as taxas de homicídios de mulheres no Brasil reduziram, por outro lado a violência letal contra mulheres aumentou. Estados como o Acre, Rio Grande do Norte, Ceará e Amazonas tiveram os números mais expressivos de registros de violência letal contra mulheres, já as amostras oficiais atualizadas. Compilado pela Provedora Nacional de Direitos Humanos e Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos destacou: Só de 01/01/2022 a 30/06/ 2022, foram 190.087 Brasil (2021).
Segundo Brasil (2021) reclamações apresentadas por meio de canais oficiais: Disque 100/180 e no aplicativo Brasileiro de Direitos Humanos. Destes, 31.398 estavam relacionados à violência. Violência doméstica e familiar contra a mulher, 11.937 casos abordaram outras formas de violência contra a mulher. Juntas, essas reclamações representam 22,76% do total de reclamações recebidas pelo órgão. Provedor de Justiça. As restantes reclamações comunicadas através dos canais oficiais incluem outros grupos como idosos, deficientes e LGBT. a respeito de violação – conceito de qualquer fato que infringe ou viola um direito vítimas de abuso, exploração sexual, tráfico de seres humanos, etc. A Ouvidoria recebeu um total de 894.981 nos primeiros seis meses do ano 217.868 casos relacionados com violência doméstica e contra outras pessoas. O número significativamente maior é explicado pelo número de reclamações Isso ocorre porque pode haver várias violações para a mesma reclamação.
Para Buarque et al. (2011), a violência não é apenas uma especificidade do Brasil nem muito menos da atualidade, ela ocorre e sempre ocorreu em diversos momentos da vida humana e o uso da violência tem sido praticado por governantes ou por indivíduos contra um povo ou uma pessoa. Isso porque, quando os governantes deixam de cumprir seu papel de promoção de saúde e bem-estar para a população, antes, engodando a população de um modo geral com falácias que para nada valem, torna-se um ato de violência. A violência infringe covardemente os direitos humanos e a liberdades essencial, afetando a cidadania a dignidade das mulheres, limitando-as de tomar decisões de forma mais autônoma e de expressar seus desejos e opiniões e que dificultam viver em harmonia com suas comunidades.
Velho (2000, p. 237) declara que a violência é justamente o modo mais agudo de revelar o total desrespeito e desconsideração pelo outro. A temática acerca da violência doméstica contra a mulher, tem sido tratada e discutida em livros, seminários, conferências e filmes entre outros meios, que ajudam e possibilitam a criação de dispositivos e leis, bem como, desperta a sociedade de uma forma geral para o enfrentamento, prevenção e punição dessa prática. Dessa forma, nosso trabalho tem como objetivo identificar quais os efeitos psicológicos predominantes que são produzidos nas mulheres que são vítimas da violência intrafamiliar, destacando as repercussões destes efeitos em seu cotidiano, bem como, a possível relação com o adoecimento mental, encontrando com isto, possíveis saídas que possibilitem a ruptura do ciclo estabelecido pela violência.
A revisão é exploratória e descritiva da literatura sua abordagem foi qualitativa e teórica e trouxe uma maior proximidade com o tema, a coleta de dados é feita por meio da leitura exploratória de livros, artigos acadêmicos, dissertações e artigos disponibilizados em bibliotecas físicas e plataformas de pesquisa nacionais e internacionais no intervalo de tempo entre 2020 até 2022.
O trabalho consta de três capítulos sendo eles: 1 - A mulher: na idade média à contemporaneidade. 2 – A Mulher e o Ciclo da Violência: Entre a Timidez e a Coragem. 3 – Violência doméstica contra a mulher: um fenômeno para além da Saúde Pública e o marco empírico que possui a seção que valida a pesquisa por evidências coletadas: projeto de pesquisa; população e amostra; variáveis; instrumentos de medição e técnicas; procedimentos; análise estatística; resultados; discussão e conclusão.
O marco empírico relata que a análise técnica e qualitativa dos resultados, demonstra-se os avanços das mulheres em diversos campos, que não estão isentas de violência e pressão por serem mulheres, mas suas escolhas de liberdade financeira nesse sentido aumentam ou diminuem o índice de violência na classe a que pertencem, que estudam ou trabalham. Este tópico enfatiza o impacto psicológico da violência psicológica intrafamiliar nas vítimas, o tipo de trabalho escolhido proporciona conhecimentos sobre como administrar a relação entre violência e saúde mental, baixa autoestima, dependência de drogas, coerção, transtornos alimentares, perda de investimento pessoal, ansiedade, desenvolvimento de transtornos mentais e síndrome do pânico, medo de novos relacionamentos, sentimentos de inadequação e culpa.
O estresse emocional vivenciado pelas mulheres vítimas de abuso psicológico e físico afeta muitos outros aspectos da sua vida diária e esta é uma advertência para pedir ajuda. O trauma psicológico acomete a vida cotidiana e ameaça esposas, mães, famílias e profissionais. Até mesmo seus valores e crenças são questionados. Em última análise, isto cria uma prisão invisível onde as mulheres ficam isoladas sem uma rede de apoio. Os danos à saúde mental nunca são pequenos. O abuso emocional e físico pode fazer com que as vítimas fiquem deprimidas, explosivas, ansiosas, culpadas e emocionalmente confusas. Porém, com o passar do tempo, diversos transtornos como crises de ansiedade, baixa autoestima, retraimento social e consequente isolamento podem se desenvolver, levar a problemas mais graves como a depressão.
A violência intrafamiliar é um problema grave que precisa de ser abordado com vigor para evitar que uma nova etapa se repita. O mito de que as mulheres são o sexo mais fraco e devem ser conquistadas pelos homens reforça estas práticas e cria uma sociedade caracterizada pela desigualdade social, injustiça, preconceito e humilhação. À medida que o reino do terror e do silêncio continua, muitas mulheres correm o risco de ter a vida ceifada prematuramente e de se tornarem prisioneiras de uma conspiração cruel e implacável. Para garantir que vivam em liberdade e segurança e tenham a oportunidade de realizar os seus sonhos e planos de vida, são necessários os gritos silenciosos de grupos anónimos de mulheres, muitas vezes invisíveis para a sociedade e os governos. As mulheres vítimas de todas as formas de violência, incluindo abandono, abuso e negligência, necessitam de tratamento especial.
2.MARCO TEÓRICO
2.1. A Mulher da Idade Média à Contemporaneidade
Ao olhar da orden Cronologica formada, por uma historiografia, que atravessou os séculos V e XV, o período chamado de “Idade Média” e caminha conquistando um novo olhar mesmo possuindo antigos ponto de vista, revisados teórica e metodologicamente onde a mulher saiu do papel de coadjuvante e na contemporaneidade, sob a forma de fortes narrativas que viabilizam a mostrar -se que a independência econômica feminina afeta profundamente alguns homens que ainda creem no patriarcado, essa independência tem “trazido profundas modificações aos relacionamentos afetivos”, assim como as mulheres não podem aceitar isso, superando sua própria personalidade de escravidão em não precisar mais seguir uma situação subordinada. Tendo o poder e a decisão de sustentar a ela e família sozinha (Pinto, 2020, p. 106).
A história da mulher como uma propriedade do homem vem desde a Grécia antiga, há quem diga que é até antes disso, que vem desde os primórdios, desde o homem da pedra, ou seja, há séculos, e mesmo com diversas medidas que auxiliam e estimulam as mulheres a saírem dessa “posse”, o processo é lento e ainda perdura. De acordo com Pinto (2020, p. 103), essa “atitude” é tratada e considerada “culturalmente normalizada”, passado de pai para filho, evidenciando a ideia de submissão, autorizando-o a se impor sobre ela” (Kovalczuk & Ningeliski, 2022).
De acordo com Oliveira et al. (2022) o “Dossiê Mulher”, lançado pelo instituto de Segurança Pública do Governo do Estado do Rio de janeiro, em 2022 que possui dados de 2021, expõe-se no mapa violência Urbana no Rio de Janeiro. Ainda segundo com este Dossiê, os referidos fatos são: violência contra as mulheres, incluindo abusos e ameaças violentas e obscenas devido a violência doméstica ou familiar, estupro ou assassinato, mantendo o mesmo nível elevado ao fim de cada decênio, são mulheres adultas (que equivale às faixas de 18 a 29 anos e 30 a 59 anos) foram as principais vítimas ao longo de toda a série histórica. Em 2021, estas somaram quase 90,0% das vítimas de Violência Psicológica (89,0%), Violência Patrimonial (88,3%), Violência Física (88,0%) e Violência Moral (87,2%) Oliveira et al. (2022).
Fonte: Adaptado de Gonçalves (2022 p.11).
Figura 1- Gráfico de Mulheres vítimas de violência Moral e Psicológica
A mulher moderna se depara com muitas dificuldades frente a sua liberdade, o estado tem trabalhado para amenizar os impactos e conscientizar e trazer à tona o que se passa nos bastidores pós agressão, no que diz respeito à legislação, em abril de 2021, foi criada a Lei nº 14.132/2021, que altera o Código Penal e inclui o art. 147-A, § 1º, inciso II, que prevê o crime de perseguição ou stalking (BRASIL, 2021a). A definição é como ato repetido de perseguição a uma pessoa, independentemente dos meios utilizados. Representam uma ameaça à integridade física ou mental e limitam a capacidade de fazê-lo mover-se ou de alguma forma invadir ou interferir no espaço livre de alguém; impedindo-lhe de ir e vir e interferindo no seu livre arbítrio.
Entre os meios utilizados, está, justamente, o ambiente virtual. Meses depois, foi sancionada a Lei nº 14.188/2021, de 29 de julho de 2021. Ela estabelece o programa de cooperação Sinal vermelho contra a Violência doméstica, que incentiva as mulheres a denunciarem situações de violência em uma repartição pública ou entidade privada participante mostrando o sinal de “X” escrito na palma da mão, preferencialmente em vermelho. A lei ainda propôs uma alteração no Código Penal, modificando a pena de lesão corporal cometida contra a mulher pela condição do gênero6. Além disso, inseriu o art. 147-B que criou a tipificação penal de violência psicológica (Oliveira et al. 2022).
As mulheres há muito sofrem com a violência doméstica, famílias de todos os tamanhos são divididas em várias dimensões, mas quando se trata de violência psicológica e saúde mental das vítimas, ambos são abordados. Portanto, deve-se levar em consideração todos os inconvenientes que surgirem. O que é dado às mulheres e as dificuldades que elas enfrentam para serem reconhecidas a extensão do problema revelado por este trabalho e os danos às vítimas articular o problema de forma pomposa para explicar os danos sofridos A vítima estabelece relação com a lei pertinente a Lei N.11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, garante proteção gerenciando a saúde mental das mulheres e estabelecendo penalidades para os perpetradores (Brasil,2021).
A exclusão das mulheres como sujeitos jurídicos quase sempre foi a regra diante da sociedade, entre as mais diversas culturas. Desde os últimos 10 anos as mulheres passaram a defender a igualdade de direitos e deveres de forma mais agressiva, chamar a atenção das pessoas para suas necessidades e seus desequilíbrios sobre o tratamento de homens e mulheres. Na batalha por mais, o equipamento atual é crítico apenas para mulheres. Por exemplo, as redes sociais contribuem significativamente para divulgação de informações e divulgação e suborno Notoriedade pública para o incidente de invasão. No entanto, é importante prestar atenção ao fato de que grandes mudanças estão acontecendo, no entanto, é inegável que certamente houve um erro no tratamento das mulheres (Targino, Alves & Junior, 2022).
Permanece enraizado em uma cultura amplamente sexista que dá aos homens o direito de: uma certa intocabilidade e sanidade ao desacreditar as mulheres.
A falta descrença dos testemunhos de sofrimentos de violência contra as mulheres a convivência familiar leva as vítimas ao silêncio, o que leva as estatísticas sobre este tema não são exatas, uma vez que uma grande proporção de casos nem mesmo relatado ou registrados. Quando o sujeito é psicologicamente violento, a credibilidade é isto é ainda mais questionável, uma vez que o dano psicológico pode exceder são tangíveis, mas em geral são intangíveis e, como tal, são tratados de certa forma desprezo. Esteja ciente de que a violência psicológica pode ter consequências irreversíveis, portanto, quando se inicia uma discussão sobre violência psicológica contra mulheres em família e a família é aparentemente “segura”, visto que é neste ambiente este deve ser o seu lugar improvável de acontecer dessa natureza. Neste artigo: Violência Doméstica Contra a Mulher: Realidades e Representações Sociais (Fonseca, 2012) a concentração está nos tópicos acima para expor um reflexo acerca dos danos causados às mulheres, na medida em que a violência começou a se espalhar secretamente para as vítimas, enquanto os agressores ficaram impunes produzido a partir de dúvidas sobre a autenticidade do discurso feminino e gradativamente evidências que podem ser produzidas quando se comete violência contra a saúde mente da mulher. Por isso, também é muito necessário pesquisar e analisar o que a justiça dispõe para auxílio da mulher violentada, dentre esses a existencia da disposição legal destinada a salvaguardar a saúde mental das mulheres e Penalidades que podem ser impostas ao agressor (Targino, Alves & Junior, 2022).
2.1.1. A Mulher na Idade Média
A fim de melhor compreendermos as mudanças e transformações que as configurações de poder ocorreram e ocorrem dentro das famílias iniciaremos um breve relato de como a família foi se organizando ao longo do tempo. Na Idade Média o homem era visto e reconhecido pelo seu ofício, havia uma ligação muito forte entre homem e trabalho e nas cenas cotidianas nunca aparecia a figura feminina, esta, geralmente ficava recatada em seus afazeres dentro da casa. Essa visibilidade associada do homem ao seu ofício, fazia com que a mulher não tivesse uma notoriedade tão relevante dentro da sociedade medieval. A mulher medieval era representada por figuras como as rainhas, poetisas, filósofas e freiras. Havia muito mais que uma mera donzela a ser salva do alto de uma torre. É verdade que a Idade Média foi onde predominou a cultura patriarcal e, assim persistiu, sem dúvida. Como as classes sociais, no começo da Idade Média, as mulheres sequer respondiam juridicamente (Leite,2021).
Afinal era o marido que poderia ser julgado e condenado por falhas da esposa. E, a partir do ano 1000, começaram a aparecer como rés em processos penais, sem uma decisão formal, mas representava uma mudança de jurisprudência. O estupro, por exemplo, era inicialmente considerado como ofensa contra o marido ou o pai, com as leis na Dinamarca de 1170, sendo as primeiras a reconhecer expressamente um crime contra a mulher. Geralmente, por todo período medieval, pairava enorme desconfiança de que a vítima havia "tentado" o estuprador (Leite,2021).
Segundo Ariès (1981) é no século XVI que vem surgir a mulher como ser de relações sociais que extrapola os limites da casa é a dama do amor cortês que participa dos trabalhos nos campos com os homens, no entanto, nesse mesmo período a legislação real contribuiu em reforçar o poder patriarcal no que concerne ao casamento. Havendo uma degradação progressiva e lenta da situação da mulher, pois a mesma perdia o direito de substituir o marido (ausente ou louco), se tornando incapaz, pois nenhum de seus atos podiam ser executados sem autorização do marido ou da justiça. Essa mudança culmina com o reforço dos poderes do marido e possibilita evidentemente o estabelecimento de uma espécie de hierarquia doméstica.
Ariès (1981, p. 146) afirma que:
Enquanto se enfraquecem os laços da linhagem, a autoridade do marido dentro de casa tornava-se maior e a mulher e os filhos se submetiam a ela mais estritamente. Esse movimento duplo, na medida em que foi o produto inconsciente e espontâneo do costume, manifesta sem dúvida uma mudança nos hábitos e nas condições sociais.
Garbin (2006) diz que ao longo do século XVI que surge a nova ideia que simbolizava a duração da vida através da hierarquia da família, onde os deveres de um bom pai de família consistiam em três tarefas: aprender a controlar sua mulher; bem educar seus filhos e bem governar seus criados. Segundo esse autor, a mulher e a família exerciam suas atividades em torno do homem, ou seja, tanto a mulher como os filhos, deviam submissão ao chefe de família e suas atividades por ele eram supervisionadas. Havia aquelas que se destacavam em suas atividades curandeiras. Muraro (2000) afirma que nessa época, a grande maioria das mulheres também praticava os cuidados médicos, geralmente elas eram parteiras, curandeiras, farmacêuticas, manipulam as ervas e trabalhavam geralmente de forma gratuita ou por apenas o que as mantivesse vivas, não fazendo de sua profissão fonte de poder.
Atualmente a mulher tem se destacada em várias áreas dos setores de economia. De acordo com a (OIT), Organização Internacional do Trabalho, o Brasil pode obter o crescimento econômico de 382 bilhões de reais em oito anos, o que necessita do aumento da mão de obra feminina e de sua força de trabalho até 2025. Nas cortinas deste objetivo reside um problema lógico: um país só é capaz de crescer a nível indústria, empresarial e até mesmo movimentar o capitalismo se erradicar a desigualdade e promover a justiça social, mas apesar de haver esse agravante sua importância não se limita às previsões futuras, além desse fator, as mulheres dominaram uma série de muito útil e aumentaram a produtividade das empresas e melhoraram seus resultados superando expectativas (Pereira e Matos 2022).
Expõe Santana (2021) a violência psicológica é algo a ser estudado assim como todos os tipos de violências impostas a mulher é um assunto complexo, geralmente entendido como uma síndrome psicossocial multidimensional. É considerada psicossocial porque afeta indivíduos, grupos de trabalho e organizações, causando disfunções individuais e coletivas e produzindo influências externas significativas. É considerada multifacetada porque apresenta uma gama de sintomas psicológicos e físicos específicos e inespecíficos, geralmente sem uma configuração típica e facilmente diagnosticável. A violência emocional sempre foi uma realidade vivenciada pelas mulheres, afetando sua multidimensionalidade, deixando uma marca intangível pela sua frequência, e a forma como são tratadas de forma banal destroem identidades individuais.
Segundo Santana (2021) a violência de gênero contra a mulher deve ser vista como problema de saúde pública e caracteriza-se como qualquer conduta que cause ou possa causar dano ou sofrimento psicológico, sexual ou físico à mulher. Já existem programas de atendimento a essas vítimas, e a prática desses programas de atendimento mostra que a maioria das denúncias vem de mulheres vítimas de violência doméstica. Essas informações revelam que a violência doméstica, seja física ou não, é uma forma cada vez mais agressiva de violência contra a mulher. É importante enfatizar que a maioria das mulheres que estão ou estiveram em situações emocionalmente abusivas não reconhecem isso imediatamente.
A agressão é sutil no início e piora com o tempo e ocorre ala e pode ser cometido por qualquer pessoa da família muitas formas de violência podem ocorrer no espaço, e geralmente esses comportamentos são realizados principalmente por maridos, namorados, ex-namorados (Santana ,2021).
Além disso, a violência doméstica é dividida em: Violência física e é caracterizada por danos físicos devido ao uso de instrumento que causa lesão; violência sexual é quando alguém no poder força alguém a praticar um ato sexual com ele vontade, uso de coação física ou psicológica; violência psicológica qualquer conduta que cause ou pretenda causar danos à identidade, autoestima ou desenvolvimento pessoal, incluindo humilhação, chantagem, ameaças, críticas a todas as ações da pessoa, cárcere privado, privação de conectividade com outras pessoas. Acontece que esta é a forma mais comum de abuso e a forma mais comum de abuso. De difícil identificação, capaz de causar grandes danos psicológicos à vítima, porque começa sutilmente e piora com o tempo, deixando as vítimas emocional e psicologicamente totalmente debilitada, acabando a autoestima através da violência psicológica e assim arruinando a saúde mental da mulher (Santana,2021).
A depreciação se confunde com a minimização do fato da violência contra a mulher existir, especialmente a violência psicológica, porque não deixa sinais no corpo ou manchas, porém funciona como abertura por onde invadem e persistem outras formas de mal tratos. Isso está acontecendo silenciosamente e aumentando. É muito fácil no começo e fica mais forte com o tempo. Inicialmente, a atitude do parceiro é controlar e restringir a liberdade da mulher, por exemplo, trocando de roupa, trocando a maquiagem ou sugerindo que ela pare de ir a qualquer lugar com sua família e amigos. Com o tempo, o comportamento dos homens torna-se mais grosseiro e as agressões verbais, como ostentação em público, críticas, gritos, palavrões e humilhações tornam-se mais aparentes. Nesta fase, é normal que as mulheres comecem a dar desculpas a si mesmas e aos outros pelo comportamento do parceiro. Ao usar esse ato de desculpas por suas ações, a vítima começa a justificar a violência do perpetrador, a reconhecer a verdade dos insultos infligidos a ela e a aceitar tudo o que o perpetrador lhe impõe. Enfrentar constantemente tais situações mostrará rapidamente danos à sua saúde mental e física (Santana,2021).
Além disso, a submissão sistemática de uma mulher a um parceiro abusivo é inicialmente um processo sutil e gradual, semelhante a uma "lavagem cerebral" que, com o tempo, rouba dela sua capacidade de se proteger. Vários estudos têm mostrado que as mulheres que foram repetidamente submetidas à violência psicológica sofrem de múltiplos distúrbios psicopatológicos e sofrimento emocional significativo. A violência psicológica influencia as crenças das mulheres em sua competência, sua capacidade de usar adequadamente seus próprios recursos para cumprir tarefas relevantes na vida e afeta sua saúde mental (Santana,2021).
Essa mulher pode ter uma capacidade prejudicada de se comunicar com outras pessoas, reconhecer e enfrentar de forma realista os desafios que enfrenta e fica ansiosa com as decisões que estão sendo tomadas. O trauma pode resultar em mudanças psicológicas poderosas, como um estado de choque que ocorre imediatamente após o ataque e dura horas ou dias. Para aceitar essa realidade, a mulher deve entregar não apenas seus sentimentos, mas também sua vontade. Como resultado, a perda do amor próprio e da autoestima leva a sentimentos de inadequação, inutilidade e baixa autoestima (Santana,2021).
2.1.2. A Mulher na Sociedade Escravocrata
Saffioti (1976) declara que, a pessoa do rei e de seus funcionários desempenhavam relevante papel na distribuição do poder e nas vantagens econômicas, fundamentando seu poder na propriedade e em sua exploração lucrativa, que favorecia o comércio externo e a exploração da força de trabalho escrava. Consequentemente, esse modo de exploração da colônia possibilitou a criação no Brasil, de um sistema de casta, cujo fundamento não era apenas econômico, mas, também, que permitia a negociação da liberdade, promovendo com isso uma relação assimétrica entre o senhor-escravo, o tipo de colonização a que Portugal recorrerá, possibilitou no Brasil um tipo de dominação baseada no patrimônio, sendo assim, quem possuía muitas propriedades, detinha o poder.
Sendo assim:
As relações de produção prevalecentes na ordem escravocrata-senhorial e as inconsistências culturais do sistema de castas apresentavam-se como elementos decisivos dos papéis que as mulheres, de uma e de outra casta, desempenhavam na sociedade brasileira de então. (Saffioti, 1976, p. 163).
No período escravocrata, com o sistema de casta implantado, temos então duas realidades distintas vividas pelas mulheres neste momento histórico. De um lado, as mulheres pertencentes à casta dos senhores de engenho e donos de escravos, e por outro lado as mulheres escravas, que se constituíam patrimônio dos seus senhores (Gregori,1993).
A abolição da escravatura, obra do homem ocasionou uma mudança no sistema de legitimação social em castas, mas não houve mudança na divisão da sociedade por gênero. Consequentemente, esse fato tem significados diferentes para as meninas brancas do estrato senhorial e para pretas escravizadas. A mulher negra adquire a liberdade formal que não tinha e ascende na esfera social ao lado do ex-escravo, mas permanece abaixo dele. Enquanto a ex-escrava passa a ser considerada cidadã e, assim, ganha o direito de voto, tanto as meninas brancas quanto as negras permanecem à limiar da sociedade. Assim, as meninas brancas sofrem um rebaixamento social nas relações com os homens pretos (Saffioti, 1979, p.186-7).
Saffioti (1976) declara que, por um lado, as mulheres nesse período, apresentavam requisitos fundamentais para submissão do poder patriarcal. Geralmente as filhas do homem branco se casavam muito jovens, entre treze e quinze anos, sendo educadas em ambientes rigorosamente patriarcal, elas escapavam do domínio do pai, para com o casamento, caírem na esfera do domínio do marido. Muitas jovens que fugissem a esses padrões eram encaminhadas aos conventos. “Não eram raros os casos de internamento de moças solteiras em conventos, quando o pai suspeitava de sua conduta e, embora menos frequentes, maridos havia que para aquelas instituições mandavam as esposas inconvenientes” (Saffioti, 1976, p.169).
Havia um sentimento universal nesse período de que a jovem desempenhasse papéis uteis e que levasse uma vida ociosa, não podendo se quer questionar a ordem de pessoas mais velhas, sobretudo o pai (Saffioti,976).
Todo o processo de socialização da mulher encaminhava-se para a submissão. À menina negou-se tudo que de lhe parecesse independência. Até levantar a voz na presença dos mais velhos. Tinha-se horror e castigava-se a menina respondona ou saliente; adoravam-se as acanhadas, de ar humilde (Saffioti, 1976, p. 172).
Por outro lado, às mulheres negras, cabia, além de uma função no sistema produtivo de bens e serviços, um papel sexual, o que levava a comportamentos antieconômicos, por parte do senhor, tais como a venda e a tortura de negros com os quais aquele competia no terreno amoroso. Elas eram alugadas pelos seus senhores e compunham o grosso da prostituição, sendo usadas e forçadas pelos senhores proprietários que as mantinham como além de escravas de trabalhos físicos, também como escravas sexuais. Devido a condição social da mulher no período escravocrata-senhorial, ela culminava por encarnar as forças conservadoras da sociedade. Às mulheres brancas também eram negadas o direito ao estudo, o que só era permitido aos homens. Sobre isso descreve Saffioti (1976, p. 173):
Eram os filhos e não as filhas da casa-grande, que recebiam educação na Europa e que promoviam as inovações sociais e políticas e até mesmo alterações na moda feminina. A mulher era considerada como um bem econômico, pertencente ao seu marido. Caso, a mulher quisesse separar-se do marido, ela perderia o direito à posse e educação dos filhos.
O fim da escravatura trouxe vários significados, tanto para mulher branca como para a mulher negra. A mulher negra, ganha a liberdade formal que lhe era negada e a branca a permissão para desenvolver maior autonomia (Medeiros2005).
Para Buarque et al. (2011) o preconceito racial é uma maneira covarde de violentar de violação de direitos das mulheres negras e que o mesmo dificulta o acesso à cidadania em todas as instâncias da vida social e política, expressando-se das formas mais sutis à mais violentas, desde a desqualificação da estética à desigualdade no acesso ao trabalho, à educação, à saúde, aos espaços de poder e aos demais direitos.
Vale salientar que prejudicar ou tentar prejudicar alguém em virtude de suas origens, etnias, costumes, cultura também exerce violência racial. Conforme a lei 11.340 de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) toda mulher, independente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes a facilidade para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. Segundo dados do Atlas da Violência 2021, o número de mulheres negras vítimas no Brasil, cresceu 2% sendo 2.468 vítimas.
É dentro desse contexto que a novidade econômica e conversável revela a imprescindibilidade de produzir algum nível de instrução direcionado às mulheres, pois conhecimento não se é abandonando, como os modos domésticos. Não há nessa época, contudo, o ardor de instruir igualmente homens e mulheres, nem também promoção nem comparação para igualdade social dos rudimentos dos dois sexos (Saffioti, 1979, p.190). As sociedades patriarcais permaneceram ao copioso dos tempos, próprio na sociedade industrial; porém, nas sociedades industriais o universo do serviço se divide do universo doméstico. As famílias multigeracionais no vazio desaparecendo e forma-se a parentela nuclear, pai, genitora e filhos (Medeiros,2005).
Os problemas centrais são as questões sociais, econômicas e políticas que afetam mulheres de diferentes idades, escolaridade, patamares sociais, raças, etnias e orientações sexuais, que atingem cada vez mais a estrutura da família. A situação é agravada pelo medo, pela vergonha, insegurança a falta de conhecimento, principalmente por parte das que permanecem em silêncio sobre os seus direitos. Segundo Porto (2007), essa promiscuidade se deve ao fato de os homens serem criados desde a infância para aprenderem a enfrentar perigos e desafios. A violência foi incentivada até mesmo em atividades recreativas, enquanto as mulheres foram subjugadas e desprezadas. A violência que a maioria das mulheres vivencia em casa mergulha-as num desespero silencioso e torna-as reféns das ameaças dos seus parceiros. E nesse estado de terror interno, ficam calados e inconscientes da invasão, o que os incomoda por esconder em seus corpos vestígios físicos e feridas, bem como vestígios psicológicos de traumas emocionais (Nunes et al. 2021).
Buarque (2011, p. 21) afirma que:
No Brasil de hoje, o uso da violência privada, individual ou coletiva para resolver qualquer problema é proibido, ilegal e objetivo de punição, com uma única exceção: a defesa da própria vida. Assim, somente o Poder Público, o Estado e apenas com o propósito de proteger as cidadãs e os cidadãos, a sociedade, o bem comum e o território -, pode fazer uso da força.
2.1.3. A Mulher no Século XIX
Costa (2008) cita que medida que a família patriarcal perdia sua dimensão rígida, a vida da mulher da camada senhorial sofria algumas modificações, todavia, ainda não se cuidava de sua instrução, suas atividades agora restringiam-se ao cuidado da casa e dos filhos, bem como, à família, a Igreja e às festas. No entanto, Saffioti (1976), afirma que a partir da segunda metade do século XIX com a urbanização e a industrialização, a família recebe notáveis repercussões desses processos e com isso a vida feminina ganha novas dimensões, alterando seu papel no mundo econômico, rompendo com o isolamento em que vivam grande parte das mulheres, mas, que ainda há uma forte resistência para a manutenção da supremacia do homem sobre a mulher.
A averigua-se desse modo, sem dúvida definitivamente um complexo masculino que ainda incorpora o ideal de personalidade masculina brasileira. A sobrevivência Patriarcado Familiar Colonial, “Donuanismo” é um Indicador Real Masculinidade na família e na sociedade em geral (Saffioti, 1976, p. 180).
Saffioti (2004), ressalta que no campo social os homens têm liberdade e desfrutam de autonomia, conceito político e coletivo e denotando um significado de que não precisa pedir licença à outra categoria de sexo e que se a autonomia é privilégio de apenas uma categoria social de sexo, deixa-se, portanto, patente a hierarquia e a desigualdade.
No século XVIII ainda se discutia se as mulheres eram seres humanos como os homens ou se estavam mais próximas dos animais irracionais. Elas tiveram que esperar até o final do XIX para ver reconhecido seu direito à educação e muito mais tempo para ingressar nas universidades. No século XX, descobriu-se que as mulheres têm uma história e, algum tempo depois, que podem conscientemente tentar tomá-la nas mãos, com seus movimentos e 3 reivindicações. Também ficou claro, finalmente, que a história das mulheres podia ser escrita. Hoje já é uma área acadêmica consolidada Perrot (2007, p. 11).
Para Rago (2004), a expressão “mulheres públicas” revela uma longa história de muitas exclusões e humilhações ostensivas, uma vez que, ser mulher significava identificar-se com a maternidade e a esfera privada do lar.
Nesse sentido, um ser humano, com uma vida totalmente reservada significa: acima de tudo, ele está com sua privacidade o que é essencial para uma vida humana real e saudável Muraro (2008). A confidencialidade da realidade que se pode alcançar quando visto e ouvido pelos outros, uma relação objetiva criada ao conectar e desconectar de o mundo ter algo em comum, sigiloso a capacidade de alcançar algo mais permanente na própria existência (Arent, 1981, p.68 citado por Rago, 2004, p.34).
Para Oliveira (2022) recolhimento no mundo privado e a submissão à esfera da necessidade, gera um lugar privilegiado à violência, e que além de serem consideradas incapazes de governar a si mesmas e aos outros e tendo que se submeter ao marido dentro e fora de casa, as mulheres também eram excluídas do direito ao corpo e ao prazer sexual, sob pena de serem olhadas como anormais.
Nesse sentido, o assunto torna-se primordial sinalizar que as “ondas” feminista tem impactado no desempenho dentro e fora da academia. "Primeira onda" a ascensão do feminismo ocorreu na metade do século XIX. Ocorria na ocasião a exigência direitos políticos - o direito de votar e participar nas eleições, também com a direitos econômicos, educação, sociais, saúde e etc. A 'segunda onda' veio depois da Segunda Guerra Mundial Priorizou questões relacionadas à sexualidade, como o combate ao patriarcado e à direita, machismo, prazer e o corpo, essa foi a categoria que surgiu posteriormente "sexo"(gênero). O movimento é amplamente reconhecido desde a década de 1960, principalmente nos Estados Unidos (Oliveira,2022).
Ainda segundo Oliveira (2022) historicamente toda essa realidade vem contribuindo para aumentar as desigualdades, contribuindo com o preconceito, produzindo um ambiente de práticas que desfavorecem a mulher que ultrapassa os limites apenas da violência, mas, constitui um fenômeno de ordem subjetiva, pautada numa política de medo, opressão e anulamento de direitos.
Para Rezende (2012) a violência doméstica não é episódica, ela é corrente e socialmente tolerada e escondida pela vítima em nome da sacralidade da instituição familiar. Uma questão muito importante a ser avaliada é a da realidade cultural, que favorece a cultura e comportamentos machistas, seja em músicas, em danças ou até em "jargões" populares, onde a mulher é vista como objeto sexual e de forma muito desrespeitosa, favorecendo uma espécie de violência ritualizada, e que muitas vezes passa despercebido no coletivo social que termina por "naturalizar" atos de violência sem que se deem conta da gravidade que é tais condutas e insinuações sutis, travestidas de um romantismo barato, cego e nu.
2.1.4. A Mulher na Contemporaneidade
Somente após as exigências e pautas feministas aliadas a outros movimentos populares abriram -se caminho na luta, porque democracia é quando consegue-se superar a realidades opressiva e participar com sucesso da sociedade e de todos os direitos que ela oferece com igualdade, legalmente, como cidadãos, têm os mesmos direitos e deveres que os homens é o que diz a constituição e a mesma garante; as mulheres foram consideradas pela primeira vez como iguais aos homens no que tange a Lei na constituição de 1988 (Brasil,1988).
Adeodato et. al (2005) afrima que durante muito tempo, a mulher foi obrigada a restringir sua vida às necessidades da família, onde o marido é o chefe da sociedade, da família; e esta supremacia masculina foi mantida, justamente pela inferioridade feminina, alimentada pela ideologia acerca da incapacidade e incompetência das mulheres. O patriarcado investiu pesado, obrigando tanto a homens como a mulheres a acreditarem na inferioridade feminina. Para Teles (2002, p. 31) as mulheres foram transformadas no maior grupo discriminado da história da humanidade, sem, contudo, serem excluídas inteiramente das atividades masculina.
Buarque et al. (2011, p. 19) afirma:
Na cultura patriarcal, a violência sexista é aquela praticada por homens e por mulheres contra as mulheres pelo simples fato de elas serem mulheres. Ela é resultante de um longo processo histórico, baseado na ideia equivocada de eu a humanidade está dividida em seres superiores e inferiores e, por essa razão, as mulheres deveriam obediência aos homens.
Esse tipo de preconceito contra as mulheres só reforça a ideia de submissão. Heilborn (2000) diz que uma relação pautada na afirmação da virilidade implica em um constante teste de capacidade de controle e simultaneamente de transfiguração da honra. Essas configurações culturais promovem um sistema onde as relações existentes estão sob tensões que contribuem para a violência.
Para Quintas (2000, p.41) a opressão da mulher serviu à solidificação de uma sociedade pautada em antagonismo de gênero. Alguém tinha que mandar: alguém tinha que obedecer. Um fato histórico muito importante que configurou grandes transformações nesse cenário foi a Revolução Francesa.
Depois da Revolução Francesa, as mulheres constituíam quase metade das massas operárias do século XIX. Durante a primeira metade deste século, eram comuns jornadas de quatorze a quinze horas diárias de trabalho em condições inumanas, e também o trabalho de crianças e mulheres grávida (Muraro, 2000 p. 129).
Entretanto, as mulheres só trabalhavam nas fábricas e nas minas de carvão. Muraro (2000) afirma também o sistema industrial, que deveria ser libertador e promover mais vida, culminou em se tornar mais um tipo de escravidão, sendo que mais sofisticado, porque esta escravidão vinha de dentro para fora em cada um dos seus membros, onde o patrão controlava seus empregados, os maridos, as mulheres e ambos os filhos. Sendo assim, na segunda metade do século XIX, cria-se um novo tipo de mulher trabalhadora. Nascia o setor de serviços.
A luta por melhorias de salário e condições de trabalho, promoveu a criação dos Sindicatos, declara que uma das mais importantes greves realizadas pelo sindicado das mulheres foi realizada em Chicago, onde mais de trinta mil jovens operárias fizeram piquetes. Mesmo assim, os homens ainda assumiam o comando. Essas lutas nem sempre forma pacíficas, por exemplo, no dia 08 de março foram queimadas vivas cento e cinquenta mulheres operárias, trancadas por seus patrões dentro de uma fábrica por reivindicarem melhores salários e menor jornada de trabalho. Por isso o dia 08 de março foi celebrado como o Dia Internacional da Mulher em homenagem a essas mulheres (Muraro 2000, p.135).
Para Rago (2004) ser mulher, até aproximadamente o final dos anos 1960, significava, uma relação muito estreia com a maternidade e a esfera da vida privada do lar. As mulheres que ousavam romper com esse padrão, pagavam um alto preço da condenação moral, da perseguição política e de outras formas de violência física. As mulheres além de serem consideradas incapazes de governar a si mesmas e aos outros, deviam, portanto, se submeter a autoridade masculina. E isso contribuiu para a montagem do poder que resvalou para as mãos do homem num ato de arbitrariedade, onde a aliança do social com o cultural fortaleceram os pilares da inferioridade, resultando em que em toda as sociedades humanas, não há como disfarçar o desequilíbrio onde a mulher se vê em planos abaixo do homem.
Os movimentos sociais, inclusive o feminista, cuja ação de caráter coletivo que tem como objetivo combater a situação de subordinação das mulheres, marcaram a história e o início de uma nova construção social baseada na reivindicação por igualdade política e jurídica para as mulheres. No Brasil, nome como o de Nísia Floreta Brasileira Augusta, pseudônimo adotado por Dionísia de Faria Rocha é destaque sendo ela uma das precursoras das ideias (Muraro,2000).
A luta pela igualdade e independência da mulher a defesa por mais educação e melhor posição social na sociedade mostra relevância para essa luta, nos dados do IBGE em 2018 identificam que uma das razões para o rendimento menor das mulheres e isso leva a essa desigualdade Mulher contra Homem. É uma viagem cansativa para as mulheres que precisam ter rotina dobrada. Na verdade, eles não apenas ocupam e cumprem a sua profissão no mercado de trabalho, bem como também se dedicam a tarefas domésticas e aos filhos. A Semana da Mulher continua assim em média 31 horas a mais que os homens, umas das mais evidentes desigualdades sociais existentes na sociedade brasileira se refere à dessemelhança entre os gêneros e isso é o maior desafio da mulher contemporânea (Ipea,2021).
2.2 A Mulher e o Ciclo da Violência: Entre a timidez e a coragem
A violência contra a Mulher, constitui-se uma temática de difícil enfrentamento. É necessário um despertamento, tanto dos poderes públicos como da sociedade como um todo, a fim de que se tenha um basta à violência contra as mulheres. A violência contra mulher não está apenas no âmbito internacional, mas, também, no Brasil, onde os casos de violência têm sido cada vez mais corriqueiros e os requintes de crueldade vem se sofisticando cada vez mais. Castillo-Martin e Oliveira (2005, p. 14) afirma que no Brasil, a questão da violência contra a mulher ainda é um desafio a ser vencido e que a gravidade do problema, afeta as mulheres de todas as classes sociais, de diferentes credos, negras (vítimas inclusive de racismo), brancas e indígenas; mulheres dos grandes centros urbanos e do interior do país.
As classes altas optaram por não revelar seus problemas, protegendo o nome e o status de suas famílias e permanecendo em silêncio diante da violência. Esses horrores sociais são semelhantes aos de cidades pequenas devido ao possível desejo de proteger sua aparência e como suas famílias são percebidas pelos moradores ao seu redor. A violência contra as mulheres desempenhou um papel importante, e medidas de emergência foram exigidas nesse sentido. O resultado é letal, pois mesmo não resultando em morte, pode causar sérios danos à saúde física, mental e reprodutiva da vítima, a mulher violentada por seus parceiros, sejam, maridos, companheiros, namorados, ex-parceiros, traz em seu esboço um intensão mesmo que sutil, de manter o controle e o poder sobre as mesmas e são praticadas de diversas maneiras, que vai desde o abuso psicológico ao sexual (Ipea,2021).
. Muitas mulheres desconhecem seus direitos e demoram a perceber que estão na mira de homens violentos e manipuladores (Walker, et al, 2004).
Para Han (2019) o poder é um fenômeno da forma, pois isto implica em que o subordinado precisa querer exatamente o que o poderoso deseja, e que até mesmo, consiga antecipar suas vontades, afirmando com isso suas vontades e com isto a ação do poderoso é afirmada ou até mesmo internalizado pelo subordinado como sendo sua própria ação. Logo, o que manifesta que um poder esteja em jogo não é o fato de que eu devo, seja como for; mas, o eu quero. Sendo assim, o poder como coerção caracteriza-se, por impor suas vontades sobre o outro.
Quando nos referimos a violência intrafamiliar contra mulher, precisamos ter em mente algumas das principais características que acompanham essa prática, entre elas está destacamos que: geralmente os homens que subjugam suas mulheres e ou companheiras, tem uma boa imagem pública, que nada transparece seu jogo manipulador, pois é comum que as agressões se deem no campo privado, salvo as exceções onde encontramos casos que extrapolam essas dimensões (Engel,2015).
Rezende (2012) afirma que o capitalismo e o surgimento da propriedade privada alimentaram a cultura discriminatória e opressora da mulher e que esta nova realidade contribuiu para a polarização de dois mundos: o público e o privado. e é justamente neste mundo privado, dentro das relações interpessoais, que a violência geralmente é perpetrada contra a mulher. A violência doméstica ou intrafamiliar caracteriza-se sobretudo, pela ação ou omissão, seja ela intencional ou não do uso do abuso de poder que afeta a integridade moral, sexual, física, psíquica, intelectual e ou a liberdade de uma pessoa. É importante entender que a violência, não é algo normativo e por isso não pode ser naturalizada, ela é sobretudo uma construção social e que ocorre sempre com a intenção de causar um dano, de prejudicar, seja esta ação consciente ou inconsciente (Ipea,2021).
Comportamentos Comuns na Violência Doméstica entre Perpetradores e vítimas fazem parte e participam de um ciclo de violência em três etapas. Compreender a dinâmica dos relacionamentos violentos e a dificuldade das mulheres em abandonar o cenário (Ipea,2021).
Primeira etapa: Aterrorizar - É uma questão de inquietude stress – O perpetrador age primeiramente de forma verbal, insulta usa de intimidação, abuso de autoridade, raiva e ódio. Tais atos evocam sentimentos na vítima que se sente culpada, ansiosa, humilhada e insegura e surge tendências de manifestar comportamentos de medo (Ipea,2021).
Segunda etapa: Consumação da Violência - A agressão física tem maior participação nesta etapa. A vítima procura abrigo na residência de parentes e amigos, procurar saída da situação, até mesmo divorcio e separação, ou mesmo fica paralisada o que impede qualquer tipo de ação ou reação (Ipea,2021).
Terceira etapa: Comportamento de arrependimento e cura amorosa - Também chamada de segunda chance. O agressor organiza as emoções, se desculpa, tenta acalmar a situação. “Jamais repetirei tais atos de violência”, essas promessas, fazem o ciclo continuar e inclui outros fatores, como crianças e a ligação familiar. E aí volta tundo novamente, volta para a primeira fase e bater se torna normal, esta fase finalmente termina, a primeira reaparece e marca o próximo ciclo e se torna vicio (Ipea,2021).
O Poder de repetição periódica de fases tende a aumentar a agressividade, algo mais sério e comum. Quanto mais vezes esse ciclo for concluído, menos tempo levará Intensidade e seriedade do evento aumenta para que as fases fiquem progressivamente mais curtas ao longo do tempo eventualmente, a primeira e a terceira fases desaparecem com o tempo. Então cria-se um hábito de usar violência neste relacionamento. O comportamento da vítima de fazer perguntas, discutir e reclamar provoca outros comportamentos e é necessário que ela quebre a cadeia de violência ou amplifique o que já está acontecendo. Quando a vítima tenta parar é quando os relacionamentos são destruídos pela violência, o risco de ataque aumenta ainda mais. Pode levar a situações extremas, como assassinato. Mulheres são abusadas por alguém muito próximo a elas muitas vezes não sabe que estão em um ciclo de um e nem mesmo como sair dele, esse relacionamento emocional é tão prejudicial que se leva para outros Ministério da Justiça (2022,31 de maio). Resolução Nº 128 de 17/03/2011, de 31 de maio, determina a criação de Coordenadorias Estaduais das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar no âmbito dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal.
Figura 2: fonte Tribunal de Justiça
Fonte: Adaptado de Pachá (2023, p.24).
Segundo dados do Portal Brasil (2015), ocupamos a quinta posição em ranking global de homicídios de mulheres. Em 2013, a taxa de mortes por assassinato de mulheres para cada 100 mil habitantes foi de 4,8 casos E na década de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras aumentou 54,2%, passando de 1.864 em 2003 para 2.875 em 2013. Cerca de 1.000 pessoas morreram em um período de 10 anos.
De acordo com o Ipea (2021) o atlas de Violência em 2019, 3.737 mulheres fora assassinadas no Brasil, sendo a mulher negra o maior número de vítimas em relação a mulher não negra, ou seja, estima-se que para cada mulher não negra morta, morrem 1,7 mulheres negras. Nota-se que isso ocorre porque as pessoas pobres são mais suscetíveis à violência e incapazes de cumprir seu papel de chefe de família, o que afeta o agressor de forma que leva à depressão e profunda rebeldia. Contra todos os homens, e provavelmente também das classes sociais mais baixas, as mulheres não se importam em esconder suas queixas ou não têm medo de revelar seus problemas, ou mesmo que a única solução seja chamar a polícia para pedir ajuda.
Gonçalves, (2020) afirma que a maioria das relações entre vítimas e agressores são estáveis, seguidas de casamento, são predominantemente pardas e negras as mulheres vítimas de violência dedicam-se principalmente ao trabalho doméstico. Quanto aos tipos de ataque, afirma que as ameaças de morte são as mais comuns, seguidas da violência física, o consumo excessivo de álcool é a principal causa de violência, seguido por drogas, pobreza, exclusão social e ocupações de perpetradores que não prometem benefícios econômicos e sociais significativos, incluindo que não realizam atividades físicas regulares, as profissões dos parceiros variam entre pedreiros e ajudantes, pessoas que estão debaixo de muito estresse como por exemplo (motorista) além do desemprego e, por fim, a história do relacionamento com o assaltante, traficante e etc. cuja vítima se recusa a se envolver novamente. Sabe-se que a violência doméstica contra a mulher é perpetrada por companheiros, maridos, namorados, ex-companheiros ou outras pessoas em um relacionamento independente de consanguinidade ou parentesco (Nunes, 2021).
2.2.1. Timidez e Vergonha da Violência
Muitas mulheres sofrem silenciosamente por medo ou represárias de seus parceiros, chegando a sentirem-se culpadas ou até mesmo envergonhadas de sofrer violência; sentem-se impotentes e incapazes de protegerem a si mesmas e a seus filhos. A ideia que permeia o contexto social de que a mulher é sexo frágil, também é um outro ponto importante para esta discussão, pois, isto reforça os discursos de gênero, onde é reforçado a ideia de que o homem é superior a mulher, e que esta, está subserviente as suas vontades e desejos (Pereira,2022).
Neste sentido, Aguado afrima (2005, p. 24) que as falácias se baseiam, ao longo de diferentes e vastos períodos da história em um forte discurso de gênero, na ascensão primitiva que aponta para uma diferença de gênero, de cunho global que justifica a força patriarcal e, em última análise, a banalização da violência do homem sobre a mulher, como ser hierarquicamente subordinado e inferior. Para a autora, esse tipo de representação cultural sexista tem influenciado o imaginário coletivo e exercido influência em processos, ações, valores, ritos e práticas sociais derivadas do poder especificamente patriarcal.
Alambert (1987, p. 09) afirma que a violência de gênero e banalização, precisam de um olhar crítico que expresse a condição da mulher entendida como objeto e propriedade da dominação masculina e reconsidere suas crenças.
Lei 11.340/2006 também conhecida como Lei Maria da Penha, recebeu este nome, porque justamente, Maria da Penha Maia Fernandes, biofarmacêutica, tornou-se um ícone de luta pela justiça social. Vítima da violência doméstica, familiar e sexista com sequelas irreversíveis, lutou por vinte anos para ver seu agressor e ex-marido condenado. Ele em 1983, tentou matá-la duas vezes: recebeu um tiro que a deixou paraplégica, e também tentou eletrocutá-la. A luta de Maria da Penha tem muitas semelhanças aos episódios de violência que Ruth sofre e sua luta para assegurar a vida.
A Lei 11.340 em seu Art. 2º declara que:
Toda mulher, independente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos diretos fundamentais inerente à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. Toda as formas expressivas de violência são constrangedoras e humilhantes, são maneiras covardes de impor uma superioridade incabível e arrogante. Esse tipo de violência traz graves consequências para a saúde e a vida das mulheres atingidas, afetando enormemente a sua autoestima e limitando sua inserção na vida social e política.
Costa (2008) afirma que a violência contra mulher praticada dentro dos espaços domésticos, quando assume proporções de ameaças, agressões físicas e homicídios, por qualquer que for o motivo, a racionalidade da lógica e explicação destes crimes estão assentados num suposto direito de eliminar a mulher. “Não se tratara, de uns serem melhores que outros, mas de disputa pelo poder, que comporta necessariamente, controle e medo. Efetivamente, os homens convertem sua agressividade em agressão mais frequentemente que as mulheres” (Saffiotti, 2004, p. 121 apud Costa, 2008, p.13).
Medeiros (2005) diz que o temor e a timidez extrema de ser vítima gera restrições persistentes que limitam o acesso das mulheres às atividades comuns do dia a dia, alguns equipamentos de conservação podem gerar barreiras à igualdade de género.
Juntamente com a vergonha, o medo é frequentemente citado como uma barreira ao acesso. Formal e informal (Sagot, 2000) a mulher expressa seu medo da seguinte maneira, obstáculos ao desenvolvimento interpessoal, a referência ao medo pela intensidade da ameaça do parceiro, principalmente na ameaça de morte e isso impacta no acesso aos apoios da rede, e pode imobilizar as ações da mulher em situação de violência. O medo também foi intensificado pela insegurança e falta de confiança no poder jurídico-policial: além da percepção das mulheres sobre a falta de ação de assistência nas delegacias, elas referiam ainda um reforço de humilhação e vergonha nestes espaços.
Os sentimentos de medo e vergonha estão presentes na sociedade regulando a cultura, e consequentemente os comportamentos humanos. A vergonha é um “estado de alma especificamente humano”; é um senso moral estabelecido no interior humano por quebrar normas sociais formadas na identidade de grupo em contextos específicos, às circunstâncias sociais e económicas que caracterizam e determinam a desigualdade de acesso padrões sociais e valores normativos deste grupo (Fiorin, 1992; Harkot-De-La-Taille,1999; De La Taille, 2002).
A vergonha é uma emoção que surge do encontro de emoções Complexos de inferioridade e exposições por parte do sujeito desviam a atenção de si mesmo para os outros e para os outros como os outros o veem perante um tribunal de justiça justificado pelo próprio olhar do sujeito (Harkot-De-La-Taille, 1999). A vergonha por sofrer violência é socialmente construída num contexto que reproduz e mantém a desigualdade de gênero, atribuindo às mulheres a responsabilidade, por outro lado a vergonha pode ser confundida com a culpa, o que torna compreensível o reconhecimento da violência como decorrente de uma falha da mulher o que pode ser um dos fatores da timidez as impede de denunciar o agressor. A sensação de vergonha referida pelas mulheres, em consonância com a afirmação da comunidade se encaixa no contexto da “vergonha prospectiva”, quando o sujeito nega a confiança em si mesmo, desconfia de sua capacidade de projetar a “boa imagem”, que nesse caso se apresentaria em não sofrer violência (Pereira,2021).
A mulher vítima de violência enfrenta medo e vergonha para denunciar o agressor, a falta de preparo dos agentes de segurança para receber denúncia e o vínculo emocional com agressor são dois dos fatores que contribuem para a dificuldade de denúncia:
1 – Descrença: As vítimas de abuso sentem medo e vergonha. A falta de preparação do pessoal de segurança para acomodá-las, a insatisfação, confiança e o apego emocional aos agressores são fatores que criam dificuldades (Goes,2019).
“Quando uma mulher denuncia assédio, ela sofre violência em dobro. Vão questionar suas vestimentas, sua conduta, o horário em que ela estava na rua, vão minimizar seu relato, questionar sua palavra. E isso acontece em todas as instâncias, do ambiente doméstico à delegacia, passando pelo hospital” Liguori & Maíra (2021).
2 – Comportamento social do autor: Outra problemática é que o agressor se apresenta como boa praça em seu meio social e é incompatível com o testemunho da vítima, fica difícil a comprovação pela fala (Goes,2019).
“As pessoas acreditam que um agressor tem uma cara, que parece ‘criminoso’, que tem antecedentes. Mas não é assim. O agressor trabalha, tem uma boa reputação, paga impostos. Quando a mulher expõe a violência, tem dificuldade de encontrar testemunhas. Os amigos dizem que é uma ótima pessoa, bom profissional, bom colega de trabalho. A palavra dela acaba sendo desacreditada. As pessoas não conseguem relacionar aquela homem gente boa, bom amigo, com um agressor, então é como se ela estivesse mentindo, exagerando” (Pereira,2021).
3 – Elo: Quando se trata de violência conjugal ou doméstica é mais sensível, pois há uma relação quase simbiótica, difícil de a vítima tomar a decisão de romper esse elo, por achar que ela e o agressor são um (Goes,2019).
“Este não é um tema com solução fácil. Para cada mulher este problema se apresenta diferentemente, cheio de nuances. A sociedade se exime de qualquer responsabilidade, com a máxima de que ‘em briga de marido e mulher não se mete a colher’. Estas mulheres estão abandonadas. Porém uma coisa é certa: se tivéssemos um serviço amplo e eficiente por parte do Estado, mais e mais mulheres se sentiriam seguras e amparadas para procurar ajuda” Liguori & Maíra (2021).
Esse elo não se perceba em um ambiente de violência.
“Apesar dos avanços da Lei Maria da Penha, que devem ser ressaltados, muitas mulheres sequer se compreendem vítimas. Principalmente nas violências mais sutis. Muitas mulheres confundem relacionamentos abusivos com zelo, excesso de amor” Liguori & Maíra (2021)
4 – Timidez da exibição: O casamento é visto socialmente como o sucesso da vida adulta e não deixa de ser, mas aceitar que há problemas nesse relacionamento é um passo difícil para muitas mulheres. Exibir problemas em relação há agressões de qualquer esfera para a sociedade é dolorido e vergonhoso demais, porém para se quebrar o ciclo de violência é necessário vencer estas questões (Pereira,2021).
“Muitas mulheres têm dificuldade em falar sobre o que estão vivendo por medo dessa exposição, do que os outros vão pensar. A mulher tem aquele ideal do casamento para a vida toda, não quer criar os filhos longe do pai, então acabam sustentando uma situação de violência por mais tempo”. Liguori & Maíra (2021)
5 – Capachismo: O capachismo é o mesmo que machismo e em tese é cultural, promovem violência baseada em gênero, castram e silenciam mulheres de forma covarde e toleram agressões e assédios os normalizando (Goes,2019).
De acordo com Liguori (2021) a violência e o assédio de gênero serão considerados assuntos de pautas relevantes dando continuidade e insistentemente com tal pensamento: “Não há outro caminho senão o da educação. Vai ser falando cada vez mais sobre o assunto, debatendo nos mais diferentes círculos, trazendo estas questões para conversas nas escolas e, claro, denunciando. Existe uma camada de silêncio que encobre todos os tipos de violência contra a mulher e isso não pode continuar. Educar-se sobre o tema é responsabilidade de homens e mulheres" (Goes,2019).
Cita Oliveira, et al. (2022) no Dossiê da Mulher as agressões sofridas na Violência Psicológica, por vezes, não são compreendidas pelas vítimas como uma manifestação da violência, tendendo a ser transformadas em dores silenciosas. Entretanto, não podemos esquecer que a exposição a essas situações pode produzir efeitos duradouros em sua saúde física e mental e daqueles que presenciam as hostilidades ou convivem com as vítimas. Com o passar do tempo, os gatilhos levam a mulher a viver num estado de confusão mental e a nutrir um sentimento de incapacidade constante, perdendo, pouco a pouco, o poder de tomada de decisão. Como destaca Miller (2002), o agressor, antes de “poder ferir fisicamente.
2.2.2 A Difícil Decisão de Romper com os Laços da Violência
Leonore (1979) ao estudar acerca da violência praticada contra mulheres, concluiu em seus estudos que a violência se estabelece dentro de um ciclo vicioso e que se repete. Formando um movimento cíclico, constituído primeiramente pelo acúmulo de tensão, onde o agressor usa sua agressividade de forma verbal e que a vítima o interpreta como algo isolado, que se pode controlar e contornar. Quando a violência entra em ação se dá por meio de agressões físicas, psicológicas, sexuais, manipulações, cuja intencionalidade é provocar humilhações, dominar, humilhar entre outros. está ações é intencional, e esta fase é denominada de Explosão Violenta. Subsequentemente ocorre o arrependimento, onde o agressor lamenta o ocorrido, justifica suas ações e a vítima resolve dá mais uma chance, em muitos casos chega a retirar a queixa, por acreditar no arrependimento e mudança do agressor. Este ciclo pode ocorrer por várias vezes e se prolongar por anos, tornando uma espécie de prisão para muitas das vítimas que teme denunciar ou pedir ajuda (Pereira, 2021).
Da violência doméstica à esfera privada, sabe-se que nada mais é do que um abuso de poder por parte dos pais e responsáveis que se valem da posição patriarcal. Sofreram crianças e jovens, através dos maridos e parceiros das mulheres com essa visão deturpada, também existe uma dada proporção de idosos envolvidos em violência de género, exatamente violência baseada em gênero baseia-se numa série de quadros de desigualdade de género, desigualdades estruturais no processo produtivo e reprodução das relações sociais. Representação de questões sociais na sociedade mundo moderno de desemprego, instabilidade económica e caos organizacional. As famílias são alguns dos fatores que contribuem para o surgimento da violência doméstica envolvendo as vezes até questões de ego, não há limites para a violência baseada no género, pode ocorrer em qualquer classe social ou qualquer grupo étnico-racial (Pereira, 2021).
Houve um elemento no estudo no tocante ao sofrimento que as mulheres se deparam referente a ruptura de elo. Nas análises bibliográficas observou-se que ainda restam muitas vítimas da violência ao vício da companhia do outro. Por outro lado, algumas mulheres, com o apoio de organizações que prestam assistência jurídica, “uniram-se” para quebrar o ciclo vicioso. Em muitos casos, as mulheres só conseguem afastar-se dos seus agressores com o apoio de órgãos com especialistas no assunto. Portanto, está relacionado à questão da violência doméstica, o fato de as mulheres não quebrarem este elo mostra que estão cada vez mais dependentes da ajuda de agentes externos (Pereira, 2021).
Goes (2019) diz que a mulher necessita de ajuda multifacetaria para respaldá-las dando direção e apoio no momento que vive um intenso conflito entre o sonho da liberdade de uma vida infeliz e cheia de marcas de violência para uma vida livre, essa realidade que é carimbada por traumas conjugal e esse rompimento não é apenas mais um simbolismo, significa o start para uma nova vida, porém infelizmente, muitas vezes sem muito sucesso. Segundo com Rocha (2007, p.88) existem três tipos de rupturas: gradativas, desgostosas e abruptas, abaixo segue a definição de ruptura gradativa que representa bem o que queremos ressaltar: As rupturas gradativas representam à categoria que ocorre com mais frequência entre as mulheres. Caracterizam-se por sucessivos rompimentos e retorno para o convívio do agressor, em um processo no qual a mulher ganha confiança em si, vence seus medos, descobre os recursos existentes à sua volta e aprende que sua vida é possível sem o parceiro. Para Buarque et al. (2011) a violência contra mulher é manifesta por um elo vicioso difícil onde o homem geralmente não se demonstra ser agressivo num único ato de espancamento. Primeiro a agressão aparece de forma verbal e que só depois ocorre a violência física, quando o agressor atinge a vítima fisicamente começa de forma sútil e por motivo fútil e vai agravando de forma gradativa.
A Convenção de Belém do Pará, 1994 declara em seu Artigo 2 alíneas A que:
Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual e psicológica: a) ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em qualquer relação interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua residência, incluindo-se, entre outras formas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual.
Segundo a publicação Mapa da Violência 2015 – (Violência de Gênero) Assassinatos de mulheres no Brasil – registrou 4,8 assassinatos de mulheres em 2013. Mulher (assassinada) / População 100.000. Estado de São Paulo foi registrado em 2003 esta taxa é superior à média nacional de 5,2 por 100.000 habitantes.
Madeira et al. (2021) apontam que em 2017, 4.936 mulheres foram assassinadas e que este número vem crescendo desde o início do ano 2000, este número aponta que houve um aumento de 30,7% em comparação a 2007. A pandemia causada pela Covid-19, com as recomendações de isolamento e distanciamento social foram fatores que contribuíram para o aumento dos casos de violência praticado contra mulheres. Conforme o Mapa de Violências de Gênero (Leão, 2022) 67% mulheres são vítimas da violência doméstica no Brasil e que mesmo não havendo informações sobre as reais motivações do crime torna-se difícil determinar quais homicídios de mulheres são efetivamente feminicídio.
De acordo com Leão (2022) agressões psicológicas repetidas no cotidiano fazem com que a vítima perca o equilíbrio necessário para uma vida saudável. No entanto, ao contrário das doenças físicas que causam sintomas facilmente identificáveis, os sinais de abuso psicológico são mais difíceis de interpretar. É importante observar que o abuso emocional visa causar dor a uma das partes. Críticas cruéis, insultos, acusações, palavrões, sentimentos de culpa, insultos, ironia, ameaças ocultas, silêncio como forma de punição, controle sobre cada movimento da vítima, declarações com a intenção de confundir e outras ações repetidas pelo agressor resultaram no crime sendo comprometido. Perde às vezes presente. Como resultado, as vítimas de abuso psicológico muitas vezes se sentem infelizes, mesmo que pareçam estar vivendo a vida que desejam ou a vida que consideram perfeita, e tendem a se sentir tristes sem saber por quê. Outros sintomas costumam estar presentes, como vontade de chorar, desinteresse pelo que antes era objeto de desejo, medo e anedonia, que é definida como a perda da capacidade de sentir prazer ou prazer.
2.2.3. Entre a Dor e a Denúncia
É bastante comum, nas cenas e recortes do cotidiano, ouvir de mulheres que sofrem algum tipo de violência ou abuso, queixas de que "não aguentam mais." Entretanto, romper com esta situação é uma tarefa nem sempre fácil de ser liquidada. É certo que nenhuma mulher gosta de ser agredida, porém ao se vitimizar, coloca em risco sua dignidade e atua como um não-sujeito. sobre isto, Gregori (2012) ratifica que ao agir dessa forma ela se aprisiona na sua própria vitimização e que a relação de violência homem versus mulher, apresenta uma peculiaridade frente a qualquer outra.
Sendo assim,
Os estudiosos das violências de gênero, sobretudo as feministas, admitem que, geralmente, a mulher que sofre violência não quer ver o seu companheiro preso, ou rompendo com a relação conjugal, na realidade ela busca uma instituição (delegacia de polícia, ou o judiciário) para intermediar os conflitos, para reivindicar um basta naquela situação de violência (Costa, 2008, p. 14).
De acordo com Tuesta (1997) o silêncio das Mulheres referente a Violência e o sofrimento que suportaram em suas casas sempre teve um caminho ligado à história. Tais mulheres nem sequer tinham uma palavra a dizer, em teoria, atualmente tem, no entanto, o silêncio como uma forma de fronteira, fortaleza continua, ou seja, uma barreira para a manifestação da realidade. Lidar com esse tipo de violência, neste contexto, a violência baseada no gênero é amplamente desigual. Em termos quantitativos, a violência doméstica é um grande problema no Brasil, tem afetado número de mulheres expressivo. É também um fenômeno que chama a atenção por seus conflitos sociais que mostram profundas desigualdades entre homens e mulheres, e a situação desvantajosa em que as mulheres são colocadas Tuesta (1997).
Apesar da escala do problema, observa-se que as mulheres ainda têm dificuldade em superar as barreiras para se manifestar em situações de violência. O que está acontecendo é que as mulheres vítimas de violência doméstica e violência psicológica são na maioria das vezes dependentes economicamente de seus agressores e têm pouca ou nenhuma escolaridade e se mantem com cooperação do companheiro. Baseando nessa informação afirma Parente & Montserrat (2009) através cerca de 400 mulheres entrevistadas por eles, constatando que elas buscam diversas formas de apoio e meios de transformar a situação, mostrando que a falta de apoio, o sentimento de vergonha e o desprestígio em relação ao cumprimento de papel esperado pela mulher, esposa e mãe bloqueiam internamente a decisão da denúncia. Também a qualidade do cuidado recebido em instituições foi muito importante: o encorajamento, a informação precisa e o não julgamento contribuem para a continuidade da rota, enquanto o descaso, a burocracia e a dificuldade de acesso foram grandes inibidores de denúncias (Alves et al. 2022, p.11)
Há estudos que mostram pessoas em situações violentas são afetadas e se mostram em situação de exaustão emocional e “mentalidade de vítima”, caracterizada por ciclos de idas e vindas, superação repetida de dificuldades, obstáculos, caminhos sem saídas que não encontram solução e, sobretudo, não investem energia que leve a uma definição resolutiva da situação (Parente et al., 2009, p. 461).
(Alves et al. 2022, p.13) relata que as taxas mais elevadas são entre as mulheres mais pobres que visitaram o centro de saúde e são superior a três vezes e que à medida com que as agressões aumentavam, bem como a gravidade o serviço, mesmo ciente, os profissionais de saúde não utilizam nenhuma outra forma de comunicação e contato além do primeiro contato, para ter certeza de que esta mulher está em estado de violência, as feridas são quase características deste fenômeno e mesmo sem que haja "confissões" geralmente feitas no mesmo endereço do agressor, sem que outras medidas sejam tomadas (Parente et al., 2009, pág. 461).
(Targino & Junior, 2022, p.11) afirma que as maiores prevalências entre as mulheres mais humildes, as quais consultaram os serviços de saúde três vezes mais do que as demais, e as consultas cresceram proporcionalmente à gravidade das agressões. Foi observado, porém, o fato de que os profissionais de saúde não identificaram que essas mulheres estavam em situação de violência, mesmo quando as lesões apresentadas foram quase que patognomônicas do fenômeno (Parente et. al., 2009, p. 461).
Segundo Sousa & Oliveira (2002) existem muitos mecanismos uma sociedade que impossibilita a saída de um relacionamento abusivo: baixa autoestima; a crença de que a violência é temporária e que os maridos podem mudar; dificuldade Salvando; duvido que consiga viver sozinho, a crença de que divórcio litigioso não é saudável e é o mesmo que divórcio estigma; o fato de ser difícil para as mulheres com filhos possa encontrar trabalho; vergonha por ser considerada uma mulher espancada,” sinto muito, meu marido, ou porque eu te amo seu amigo”.
Buarque (2011, p 61) compreende Feminismo de uma forma política em que mulheres agem em favor da construção da igualdade entre mulheres e homens, cujo foco é a desconstrução do patriarcado e possui objetivo da transformação das relações de poder entre os gêneros em benefício da sociedade.
Para Portela (2005), o pensamento feminista a respeito da violência conta as mulheres é o de que a violência, é um componente das relações desiguais de gênero e, por isso, atravessa as demais relações sociais e que se manifesta de forma relativamente homogênea em toda as classes e segmentos sociais. E que a condição primordial para se lidar com a situação da violência é a recuperação da autonomia das mulheres ou o seu empoderamento, onde elas mesmas sejam capazes de sair da situação em que se encontram.
Leão (2022) declara ainda que existem contextos que são mais ou menos favoráveis à prática da violência contra mulher e que a mesma precisa ser legitimada para ser exercida, se constituindo em uma atitude que irá determinar o maior ou menor grau de permissividade ou licença social para a violência.
Buarque (2011), aponta que na década de 90, o feminismo no Brasil, assim como em outros países, voltou-se para as conferências da ONU (Organização das Nações Unidas) e para traduzir as resoluções dessas conferências em leis, políticas e ações para as mulheres em nosso país e que essas políticas visavam a igualdade de direitos e de oportunidade entre mulheres e homens. Segundo a Organização Mundial de Saúde (2005) o pré-requisito básico para a superação de situações violentas é a restauração da autonomia individual é essencial que as mulheres se empoderam e que possam obter o olhar em si mesmas e saiam da situação em que se encontram.
Medeiros (2005), declara ainda que a violência de gênero poderá ocorrer pelos papéis sociais imposto para homens e mulheres, reforçados pela cultura patriarcal e que um caminho para se modificar esse tipo de violência seria as políticas transversais visando a equidade entre homens e mulheres, ou seja, reconhecer igualmente o direito de cada um.
Sendo assim:
A violação dos direitos da mulher, muitas vezes não percebidos por ela como violência, deixa desta maneira de ser denunciada e ao mesmo tempo de ser detectada, muitas vezes a violência é denunciada, mas isso não garante a proteção das vítimas e nem mesmo a punição dos agressores. No entanto, o silêncio e a omissão são cúmplices da impunidade e da violência (Medeiros, 2005, p. 102).
Certamente, uma proposta de ação seria a quebra do silêncio, dessa forma é importante promover denúncias e incentivos as mulheres vítimas de violência a denunciarem os seus agressores, para que se possam exigir a punição dos mesmos, promovendo a justiça e combater essa epidemia que traz tantos males a sociedade.
Schraiber (2005) declara que, quando mulheres que estão sofrendo violência procuram algum tipo de serviço (como por exemplo a Delegacia da Mulher) na maioria das vezes as vítimas não revelam voluntariamente esta situação, porque isso acontece com tanta frequência, mas sim é muito difícil falar de violência e não é uma experiência fácil mesmo que se repita, diante desta revelação, mulheres ainda resistem a recorrer a estes espaços e é necessário que os serviços de saúde acolham e cuidem das pessoas vítimas de violência, a fim de que, o cuidado seja de forma integral. Cuidar da mulher e do grupo familiar a que ela pertence inclui também lidar com a violência doméstica. Um trabalho interdisciplinar e com uma equipe afetiva, que acolha essas mulheres é muito importante na qualidade e eficiência do mesmo.
Para Saffioti, (2004, p. 61) enquanto os animais irracionais comem, dormem, mulheres muitas vezes assassinadas pelos próprios parceiros, e muitas vezes ex-parceiros, ex-namorados, se uma mulher tem a iniciativa de terminar um relacionamento com um ex-amante, pois já passaram por tantas humilhações e até espancamentos estupros e aí pode gerar perseguição e chegar ao femicídio. Muitas mulheres nestas condições solicitam proteção policial, no entanto como a segurança das mulheres é considerada questão secundária, o pedido não é atendido, daí resultar em morte.
Saffioti (op. cit) compara a sociedade humana, a um galinheiro, sendo que, de forma mais cruel; uma vez que, quando uma galinha encontra uma fresta e foge do galinheiro, o rei do pedaço que é galo não quer perder o domínio de seu haren que é o puleiro. No entanto, na ótica humana, o domínio não é apenas visual é cultural, o macho é detentor do poder, a parte forte da relação, não perder para outra parte, mesmo que essa mulher não signifique mais nada, e nem aceita quando a mulher o larga por não suportar os maus tratos, isto constitui uma afronta a ele e na condição de macho dominador que não pode admitir tal ocorrência, pode chegar ao extremo da crueldade.
Muitas mulheres se veem na difícil decisão em romper com silêncio e denunciar os maus tratos ou violência sofrida. A dificuldade de transformação dessas situações, por vezes, acirra a ideia de que algumas mulheres estariam optando, livre e conscientemente, por ficar nessa situação de violência.
Sobre isso afirma Schraiber, (2005, p. 123)
Até hoje, a violência do marido contra a esposa, como visto, pode ser percebida dentro do usual, banal, que não demandaria nenhuma providência, exceto, talvez, em casos de grande gravidade e risco de vida. [...] e que parece que a agressão por parceiro [íntimo sempre percebida, por quem a sofre, como situação indesejável, que não deveria ocorrer.
Schraiber (op. cit), aponta alguns fatores que dificultem algumas mulheres nesse rompimento do ciclo da violência tais como: dificuldades no pedido de apoio, estigma da sociedade à condição de vítima de violência, além, da importância do casamento e do cuidado dos filhos como projeto de vida para as mulheres, sentimento de culpa, vergonha, medo, temer por sua segurança e a dos filhos, sentir-se incapaz de sobrevier sozinha, pensar que o que sofre é banal e que ninguém daria importância.
São inúmeras as dificuldades que muitas mulheres enfrentam e também são variadas as formas com que elas resolvem falar de seus problemas, procuram ajuda e por vezes conseguem sair e transformar a situação.
Pois, se algumas mulheres e homens conseguem mudar suas vidas e encontrar caminhos livres de violência, só uma sociedade atenta e ativamente contrairia à violência conta a mulher, com sólidas e eficazes instituições, poderá garantir que tais casos deixem de ocorrer (Schraiber, 2005, p. 126).
Por outro lado, muitas mulheres, buscam diversas formas de saída e fazem um esforço muito grande para isso. O importante é que quanto mais amigos e familiares como das instituições existentes, que possam dar uma resposta de maneira eficaz, mas, será possível ajudar essas mulheres a refazerem suas vidas, alcançar sua autonomia e dignidade. É necessário haver um esforço na compreensão das condições necessárias para a superação da violência e os obstáculos colocados nesse trajeto.
Leão (2022) afirm que em um balanço dos registros feitos pelo serviço de atendimento a mulheres demonstrou crescimento de 54,4% em relação a 2014. Constatando aquela violência ele se tornou ainda mais cruel com as mulheres, mas, por outro lado, é positivo reconhecer que os serviços se tornam disponíveis e as mulheres são mais corajosas com menos culpa, a autoestima resgatada e com mais coragem de pedir ajuda. A secretária Especial afirma que houve um aumento significante de alegações na privação de liberdade e de tráfico de mulheres e crianças, com intenção de exploração sexual e comercial, estupro, bem como violência doméstica Menicucci (2021).
fonte: Adaptado de Scofield (2022, p.23) Ministério da Mulher.
Figura 3- Gráfico de mortalidade violência doméstica ou familiar contra mulheres brasileiras
A figura acima mostra que no Brasil tem mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres até julho de 2022 os Dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos abrangem atos de violência física, sexual, psicológica, moral e patrimonial; no primeiro semestre de 2022, a central de atendimento registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulheres. O número de casos de violações aos direitos humanos de mulheres, acima apresentados, são maiores do as denúncias recebidas, pois uma única denúncia pode conter mais de uma violação de direitos humanos. Os dados referem-se à violência doméstica ou familiar contra mulheres brasileiras até a primeira semana de julho de 2022 Scofield (2022
Portanto, considerando todas as informações coletadas e as questões levantadas, investigação sobre Violência Doméstica e Violência Familiar de Natureza Psicológica dada a proporção de mulheres, é claro que houve uma lacuna na lei desde a questão não tem o peso que merece e é obscurecida disposições e sanções impostas para resolver esta questão invasor. Em outro nível, a falta de consciência social sobre isso pode provar a violência emocional recebe pouca atenção em comparação com os danos que causa pode causar isso. Há desinformação do lado da vítima, que varia de acordo com a classe a sociedade em que ela se encontra nem sabe a quem pedir ajuda sair de um relacionamento abusivo. Na pior das hipóteses, a vítima não sabe disso é especialmente prejudicial em termos de saúde mental. Algumas mulheres sofrem de sintomas desencadeados por ataques psicológicos: ansiedade, depressão, insônia, no entanto, não apenas isso, podem dizer que a a pior é a síndrome da baixa autoestima e a culpa que impulta a si mesma. Sejam a causa das doenças sofridas o abuso doméstico, mas este também é só um indicador no tocante aos gatilhos e o que leva com que a vitima culpe-se de qualquer maneira por toda violência sifrida (Targino & Junior, 2022, p. 18).
Campanhas de conscientização devem, portanto, ser direcionadas mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar, exigido com antecedência acima de tudo, eles podem reconhecer que são realmente vítimas e simpatizar com elas. A atitude do agressor fere a dignidade da outra parte e é um ato lesivo que afeta diretamente sua qualidade de vida. Então é importante conscientizar o público sobre isso Comportamento decorrente da dependência na sociedade vítimas, como recusar-se a retirar-se do ambiente em que ocorre a agressão, ou fique longe dos atacantes. Porque o público sabe melhor sobre esses sintomas se desenvolvido, pode levar a uma maior aceitação pela família e amigos por acreditarem em ajudar mulheres vítimas de abuso, muitas vezes abandonam a ajuda. Porque ele quer estar em uma situação de vítima. Apesar dos detalhes de cada caso, a raiz do problema está é importante não manter uma cultura machista durante o desenvolvimento criança. A noção de que as mulheres são objetos e destinadas a ser o desempenho de certos papéis sociais está intimamente relacionado com o porquê agressão: Os homens têm a noção equivocada de que as mulheres são subordinadas a eles. Então cabe a elas decidirem o que fazer ou não fazer com isso (Targino & Junior, 2022, p. 18).
A mulher em um contexto de violência doméstica e familiar, produz comportamentos que são desconhecidos até por ela mesma, pois o ponto da violência sofrida ocasiona problemas de saúde mental, descritos pelo desânimo, agonia e temor, bem como os determinantes que levam a mulher a permanecer nesta relação violenta:
“Decidir por denunciar o agressor pode ser muito mais complexo para uma mulher do que os outros possam imaginar. Isso porque as mulheres tendem a colocar os interesses da família antes de si mesmas”, definiu. “A mulher até se inclui na situação, mas ela nunca é a prioridade. E quase sempre carrega a expectativa de que aquilo é passageiro e que ela poderá reverter a situação sem precisar denunciar” Frade Laura (2022).
Com o passar do tempo, a vítima pode desenvolver alguns distúrbios como crises de ansiedade, baixa autoestima, retraimento social e, consequentemente, isolamento, podendo evoluir para casos mais graves como a depressão, caracterizando uma prisão sem grades.
2.3 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER: UM FENÔMENO PARA ALÉM DA SAÚDE PÚBLICA
A violência contra a mulher é um fenômeno que tem chamado a atenção da sociedade e principalmente do público feminino que vem se organizando a fim de promover ações e políticas no combate e erradicação da violência praticada contra as mulheres.
Teles (2002, p. 101) afirma que foi durante a década de oitenta que o combate à violência contra as mulheres foi caracterizado pela denúncia. Muitas feministas foram às ruas manifestar-se contra a dominação masculina e suas consequências, bem como, mostrar seus hematomas e o rosto marcado pela violência de gênero. Muitos casos foram denunciados e neste período lançou-se o slogan “Quem ama não mata!” Alguns serviços foram criados em apoio e defesa das vítimas, serviços esses de apoio jurídico, psicológico e social por meio do SOS Mulher e Centros de Defesa. E campanha como: “O Silencio é Cúmplice da Violência” foram ganhando notoriedade e o poder público criou o primeiro órgão voltado para tratar de políticas específicas para as mulheres, o Conselho Estadual da Condição Feminina em 1983 e em 1985 foi criada a Delegacia da Mulher que deu grande visibilidade à demanda reprimida até então.
Dados do Datasus em 2021 expõem do total de 225.455 casos de violência interpessoal/autoprovocada notificados no Sinan, 883 (54%) foram do sexo feminino, sendo que 314 (35%) das mulheres foram violentadas dentro de sua residência.
fonte:Adaptado de datasus/sinan (2023)
Figura 4: Tabela 1 de dados Violencia Doméstica. Sexual e /ou outras violências – Sinan
No entanto, a amostra é representativa e os dados podem ser estimados na população geral, tratando-se da correção de peso das categorias de gênero. Alguns dos pesos foram criados pela agência implementadora devido à idade e à raça. (Crisp, 2021), portanto os dados podem ser estimados como População geral e foram expostos no DataFolha & Senasp (2021). Por esta razão, na análise apresentada, a incidência é verificada dentro da população estudada. (Mulher x violência intrafamiliar), e não extrapolada para a população em geral.
Todos os dados apesar de apresentar instabilidade mostram que as mulheres em sua maioria representam a parte de baixa renda, não deixa acontecer em famílias de classe média, e classe média alta, A violência contra a mulher é sistêmica no Brasil e no mundo. A agressão ocorre porque a vítima é uma mulher. Ou seja, violência de gênero. As razões para esses ataques vão desde o sexismo até questões culturais e religiosas independe de classe social.
Segundo tabela abaixo anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta o Estado São Paulo com o maior índice de violência contra mulher e Minas Gerais como o estado do Brasil com mais casos de feminicídios registrados em 2021.
fonte: Adaptado de datasus/sinan (2023)
Figura 5: Tabela 2 de dados Violencia Doméstica. Sexual e /ou outras violências – Sinan
Além de danos físicos nota-se a alta incidência de sequelas tanto nesse sentido, quanto psicológicas a saber que em ato da portaria que regulamenta a Lei nº 13.239/2015, que teve presença da presidenta Dilma Rousseff (2016) e atualizado em 2022, foi assinada portaria que define diretrizes para cirurgias plásticas reparadoras de sequelas e lesões causadas por violência trata-se de um resgate da autoestima da mulher vítima de perpetradores, entre as cirurgias plásticas reconstrutivas listadas na tabela os procedimentos, medicamentos e OPME oferecidos pelo SUS são cirúrgicos. Cirurgia plástica de recuperação e reconstrução, terapia de queimaduras de todos os graus, cirurgia de pele, tecido subcutâneo, sistema nervoso central, periférico respiratório, superior, face, cabeça, pescoço, cirurgia de visão, cirurgia musculoesquelética, cirurgia geniturinária e cirurgia na mama (Biló,2023).
Ainda segundo Teles (2002) foi criado também o Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres que tem como objetivo a promoção políticas públicas a nível nacional; eliminar e criar condições para todas as formas de discriminação contra as mulheres. ao mesmo direito ao pleno uso da cidadania. Também em 1986 foi criada a primeira Casa-Abrigo e muitas outras conquistas tais como: a queda da figura do chefe da sociedade conjugal e foi reconhecida a igualdade de direitos entre mulheres e homens no casamento.
Teles et al. (2002) aponta como grande avanço o reconhecimento dos direitos humanos das mulheres, que se deu na Conferência Mundial de Direitos Humanos ocorrida em Viena, em 1993. Salienta também, que, as primeiras políticas públicas adotadas para enfrentar a violência de gênero nasceram sob o enfoque criminalístico tradicional, reproduzindo procedimentos existentes sem considerar as relações de gênero, raça/etnia que contextualizam as situações conflituosas entre homens e mulheres.
Segundo Figuin (1987) a Fundação SEADE do Estado de São Paulo as transformações que vem ocorrendo no significado da política e das lutas sociais, bem como, a nova qualidade das relações entre a sociedade civil e o Estado, entre o público e o privado, entre o mundo do trabalho e o mundo doméstico, tem contribuído para ampliar o horizonte em que é possível a apreensão intelectual da violência contra a mulher enquanto questão pública.
Para Figuin (1987), existe uma forte Política nacional adotada e pela primeira vez lidar com a violência baseada no género emergiu abordagens criminais tradicionais. Reproduzir procedimentos existentes independentemente do sexo raça/etnia contextualiza situações de conflito entre homens e mulheres e que a forma como a mulher se sujeita aos desígnios socioculturais dominantes, construídos a partir da condição masculina, esclarece, pelo menos em suas razões gerais, a fenomenologia da violência contra a mulher e que:
O espaço doméstico é nele que se estabelece o confronto subjetivo, porém cotidiano, da disciplina, da dominação e da resistência. É justamente neste espaço, onde estão em jogo homens e mulheres em suas relações privadas, que o abuso físico, psicológico e sexual ocorre com uma frequência maior do que apontam as estatísticas oficiais. (Figuin 1987, p. 2).
Portela (2005, p. 99) afirma que qualquer política pública que promova a igualdade entre homens e mulheres, a superação da pobreza e a construção da democracia em todos os planos da vida social, o que inclui a vida privada, contribui par o fim da violência porque toca diretamente em algumas de suas causas.
Portela (op cit) acredita ainda que é necessário repensar e reestruturar o conjunto de políticas públicas orientado pelo propósito de enfrentamento da violência contra as mulheres. Sendo neste sentido, necessário pensar em políticas urbanas que ofereçam condições de vida digna incluindo serviços de segurança pública orientados pelos diretos humanos. Incluindo também políticas de justiça para combater o crime organizado, assim como, políticas de educação, saúde desenvolvimento e sobretudo políticas públicas de prevenção e combate à violência contra as mulheres, integradas ao conjunto das políticas do governo.
Buarque et al. (2011), afirmam que o enfrentamento da violência contra as mulheres começa com a luta das mulheres contra a injustiça, e que o movimento feminista foi um marco muito importante que desencadeou muitas conquistas.
A partir da Revolução Francesa, no final do século XVIII, que a presença das mulheres no espaço público, em busca de justiça, tomou força e forma organizada. Marcos tais como: a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã escrito por Olympe de Gougues e dois Slognas feministas: “o meu corpo me pertence” e “o privado é político”, também, foram importantes no processo de mudança (D’incao,2004).
Buarque (op. Cit) também aponta que no Brasil o movimento feminista se fez presente, literatura como “Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens”, publicado em 1832 por Nísia Floresta marcou um importante momento histórico e depois, nos registros da luta pelo voto feminino. Ao longo dos anos muito movimentos e lutas foram travados para prevenir e combater a violência contra mulher, tais como: Conferência Mundial sobre a Mulher (1975, no México); Conferência sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (1979); II Convenção Internacional de Direitos Humanos (Viena, 1993); Conferência Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Brasil, 1994); e no Brasil, no âmbito do enfrentamento da violência contra as mulheres, a Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006.
O Estado de Pernambuco tem feito acordos para extinção sobre todas as linhas de intolerância e moléstias contra a mulher como juizados especiais, ações protetivas, promotoria criminal e defensorias, conferência Interamericana sobre Prevenção, condenação e Prevenção para acabar com a violência contra as mulheres
Scharaiber (2005) no Brasil nos últimos 20 anos para melhorar as instalações em benefício das mulheres, jovens e meninas situação de violência houve a necessidade da criação do Conselho do Estatuto da Mulher e coordenação das mulheres na administração governamental estadual e local; Delegacias de Defesa da Mulher, Casas Abrigo, Serviços de Atendimento à Violência Sexual, Centros de Referência, instituições governamentais e não-governamentais, além de serviços especializados, tem sido instrumentos de ajuda de apoio e sigilo para as vítimas da violência.
Scharaiber (op. cit), salienta ainda que a violência não é doença, mas propicia e perpetua doenças e sofrimentos vários e que coloca a vida efetivamente em risco. Por essa razão, constitui-se um problema de saúde coletiva e da assistência à saúde das mulheres.
Saffioti (2004) constata que a violência contra a mulher, especialmente a doméstica, tem seu ciclo e que se desenvolve em escalada e que isto pode ajudar na formulação e implementação de políticas públicas que visem a sua extinção.
O impacto da violência traz adoecimento, representando um alto risco caracterizando as mulheres como uma população muito vulnerável nessa direção. Schraiber (2005, p.92) afirma que a violência e os agravos ou danos que produz são, portanto, problemas de saúde, pertinentes à ação assistencial no interior dos serviços e que desde os anos 1990 a Organização Mundial da Saúde atribui a violência contra a mulher é um problema de saúde pública.
As repercussões na saúde das mulheres apresentam-se sob a forma de múltiplas queixas, dores de imprecisa localização no corpo ou que não possuem correspondência com patologias conhecidas, portanto, dores “sem nomes” [...] o que cada mulher em situação de violência traz aos serviços de saúde não é a violência como um problema: em geral. Traz apenas seus efeitos (Schraiber, 2005, p. 4).
É necessário que os serviços de saúde atuem de forma mais intensa, tanto os ambulatoriais como hospitalares, pois os episódios de violência são repetitivos e progressivamente mais graves, caracterizando-se por crescente periculosidade.
Schraiber (2005), ainda aponta que nos casos das consequências físicas, encontram-se danos como lesões traumáticas, ossos e dentes quebrados ou contusões musculares e que ainda há casos de invalidez ou até morte e que distúrbios do funcionamento do corpo tais como: diarreias, síndrome do intestino irritável, dores musculares incapacitantes também são observados. Em termos da saúde reprodutiva, a violência pode levar a gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis e quanto a saúde mental das mulheres que sofrem violência, é bem conhecida a associação com ideia de suicídio e mesmo tentativas de suicídio. Além de sintomas de depressão, ansiedade, insônias, pesadelos ou outros distúrbios do sono, bem com pânico e medo. Nesse campo da saúde mental os especialistas chamam de transtornos mentais comuns, em que mulheres que sofrem violência aprestam sempre alta soma de transtornos, indicando a presença de quadros de sofrimento mental que requerem intervenção médica.
Além da violência ser uma transgressão ética das relações interpessoais, também se caracteriza uma violação dos direitos humanos, sendo de inteira responsabilidade do Estado e da sociedade de uma forma geral, a promoção de efetivar políticas e ações que promovam a garantia desses direitos (Pereira,2022).
A Convenção Americana de Direitos Humanos declara em seu Artigo 4º, parágrafo 1 que “toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente”. E no Artigo 5º, parágrafo 1 declara que “toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral” (Costa,2008, p.1 tradução nossa).
Sabe-se que os direitos estão em permanente mudança, e que os mesmos acompanham os valores da sociedade e seus consensos, no entanto, são as lutas coletivas que os garantem. A liberdade, a igualdade e a fraternidade, são valores enunciados na construção moderna da vida em sociedade. Essa evolução histórica de desenvolvimento jurídico tende a se expandir nos tempos modernos, parecença de qualquer pessoa, seja de gênero, raça, credo, nacionalidade ou qualquer outra característica que distingue uma pessoa. Toda a sociedade, seja ela governamental ou não-governamental, precisa se empenhar para fazer valer os direitos ora conquistados e dessa forma construir uma sociedade mais igualitária (Costa,2008, p.3 tradução nossa).
É certo que quando falamos de direitos, não podemos hierarquizá-los, pois,
Hierarquizar os direitos como menos ou mais importantes, ou estabelecer uma ordem cronológica para o seu cumprimento é complicado porque, na concepção contemporânea de indivisibilidade dos direitos, com a qual concordamos, não pode haver liberdade de expressão e participação política em países de grande injustiça social (ou seja, com os direitos econômicos e sociais desrespeitados) (Schraiber, 2005, p. 111).
Os Estados nacionais, por meio de seus governos, devem não só proteger o cidadão, mas, também, garantir o plano social dos direitos, por intermédio de políticas públicas que favoreçam a redução da desigualdade. O direito a uma vida sem violência inclui sem dúvida o acesso a condições dignas de moradia e trabalho sendo necessário assistir as mulheres vítimas de violência e garantir o livre exercício de seus direitos humanos (Costa,2008, p.1 tradução nossa).
Segundo Cunha (2023) neste estudo, pode-se dizer que a violência sexual como um dos sintomas dos problemas sociais das mulheres não apenas violência física, mas revelando experiências cotidianas expressadas em comportamentos feministas, e o outro lado da violência dentro da família que se demostra perfeita, mas também aparece na covardia. A desigualdade de género surge como o lado capitalista da sociedade e pode ser motivo da diferença entre distribuição de posição das empresas no tocante a cargos e exemplos de distribuição de renda. A história mostra a superioridade dos homens ao longo do tempo através da atribuição e mulher submetida a apenas cuidados dedicados a tarefas domésticas
Segundo Revista Exame (2018) as bases de dados informam que o tópico da desigualdade de entrada no mercado do trabalho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativo aos anos de 2015 e 2016, cerca de 50,6% da sociedade brasileira era de Mulheres no ápice da pesquisa. Esse cenário expõe mulheres pretas, indígenas, homossexuais, pansexuais, e transexuais a situações sub-humana e muitas vezes marginalizadas e precárias, a pesquisa ainda cita que a taxa de periocidade mediana no ensino médio é dez pontos em nível de porcentagens maior entre mulheres do que entre os homens. É maior também a percentagem em mulheres que possuem graduação sendo, 23,5% entre as brancas e 10,4% entre as pretas, isso mostra que para as negras é mais difícil até o acesso à educação. A base de dados valida que geralmente as mulheres trabalham 18,1 horas por semana em encargos domésticos enquanto os homens passam 10,5 horas por semana realizando estas ocupações Lima (2018, p.23).
No mundo corporativo, a média salarial dos homens é de 2.306 reais, enquanto a das mulheres é de 1.764 reais. Eles ocupam 62,2% dos cargos gerenciais nas empresas, e elas apenas 37,8%. A representação política é o pior dos índices: só 10,5% dos deputados na Câmara são mulheres. Estes dados demonstram o quanto o machismo e o racismo se expressam em forma de maior exploração as mulheres, e que entre essas as mulheres negras ainda vivenciam maior exploração (Lima, 2018 p.20).
De acordo com Lima (2018 p.23) é preconizado pelo Código de Ética dos assistentes sociais no VIII Princípio Fundamental, o Serviço Social é uma profissão que tem a “Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero” (Brasil, 2012).
Lima (2018, p.24) os esforços para identificar a violência baseada no género nas intervenções de serviço social requerem, portanto, a participação na luta para superar o patriarcado e a sociedade de classes, a fim de construir sociedades com condições de vida justas e iguais. Pode-se dizer que a manifestação de todas as formas de resistência e movimentos sociais liderados por mulheres são manifestações de problemas sociais que condenam diversas formas de opressão e se posicionam colocando a ordem pública na ordem do dia. Portanto, como salientou Iamamoto, precisamos de nos concentrar em compreender isso para provocar mudanças (Iamamoto,2015, p. 62).
Para Cunha (2023) explorar e conhecer a realidade é conhecer o propósito do trabalho que você deseja iniciar ou avançar no processo de mudança. Nesta visão, o conhecimento do mundo real não é mais apenas o pano de fundo da prática profissional, mas o conhecimento de suas condições, os objetos sobre os quais se concentram a ação e o trabalho transformadores Lima (2018, p.24).
Uma mulher perante a lei se representa e só ela pode fazê-lo e chamar a Polícia. Os profissionais médicos são responsáveis apenas pela notificação e sistemas de Informação Médica – para SES/DF. No entanto, pode -se induzir as mulheres enviando um relatório de danos a qualquer delegacia de polícia. (Secretário de Estado do GDF) Saúde do Distrito Federal, 2008) Cunha (2023, p.29).
(Pasinato & Santos, 2008) expõe que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública junto com o Instituto de Pesquisas Datafolha lançou um estudo “visível e invisível, "Mulheres Vítimas no Brasil", com o objetivo de fornecer evidências e informações para servir de guia ao público. Iniciou-se a 3ª edição e pode ser usado para desenvolver e implementar medidas civis para combater a violência contra as mulheres a Lei maria da penha foi um esforço, um clamor coletivo uma aliada ao combate a esse fenômeno chamado violência doméstica. Com a criação de conceitos jurídicos e metodologias de resolução de problemas relacionados medidas protetivas a mulher, a lei foi amplamente divulgada e a violência contra a mulher passou a fazer parte dela, a solicitação pública observada nos dados apresentados nesse estudo no entanto, na avaliação pós-implementação, a lei fica claro que enormes dificuldades na aplicação prática; passa por problemas sérios estruturais que ainda são passos de formiguinha para vencer totalmente e por isso não cobrem totalmente todos os níveis denúncias, investigações e processos de adjudicação, muitas vezes assim as reclamações levam muito tempo para serem processadas e requerem proteção imediata. A eficácia da lei na maioria dos casos, fica comprometida por não haver nenhum suporte real envolvido. A vezes quem está do lado da lei as culpa por ter sofrido violência, culpar não proteje, e há situações em que as acusações machucam ainda mais o emocional. As mulheres ficam mais submissas e mais vulneráveis à retaliação causada pela abordagem sem preparação de quem deveria amaparar.
Segundo Diniz & Gumieri (2021), muito ainda se discute sobre a falta de qualificação dos profissionais que atuam na rede lidando com a violência na perspectiva da verdadeira compreensão e compreensão é um fenômeno, e ainda é comum mulheres serem humilhadas e coagidas. Eles geram suas próprias evidências e muitas vezes se tornam vítimas do Estado a rede de proteção ao terrorismo não se limita às agências de segurança e justiça. A saúde forneceu serviços profissionais e lembretes essenciais. A violência doméstica se manifesta em andamento. Delegacia feminina, no entanto, tem havido um maior foco no enfrentamento institucional violência contra a mulher.
Segundo Pasinato & Santos (2008), a primeira delas a Polícia Civil nasceu em São Paulo em 1985 e faz parte do movimento democrata Aberto e o Movimento Feminista do Governador-Geral na época, a delegacia era especializada em crimes contra a mulher. É a primeira iniciativa da Polícia Cidadã especializar a delegacia nesse sentido, um serviço à comunidade mais tarde se popularizou. É impossível quantificar como nasceram os policiais. Por ser fruto de convênios locais com as polícias de cada estado do Brasil, não foram realizadas investigações desses vários processos com cidadãos e governos estaduais.
Para Pacinato & Santos (2008) a década de 1990 foi um período de decepção. Delegacias de polícia e movimento feminista, principalmente pela falta de especialização e sensibilidade de gênero. Mas tornou-se popular e eventualmente tornar-se uma instituição de grande referência para a política de confronto violência contra a mulher. Não há dados sistemáticos sobre números. Isso foi antes de 2003, mas na década de 90 eles começaram a se multiplicar. A SPM tem investido em abrigos para mulheres em situação de vulnerabilidade. Integração das redes de terrorismo e defesa. Há melhorias claras e consistentes âmbito dos serviços prestados pelo Estado face ao terrorismo fêmea. De acordo com dados oficiais do Escritório de Políticas Femininas, as mulheres a DEAM cresceu de seu 248º centro de serviços para o 500º centro de serviços em 10 anos. Defensoria Pública e Juizados ou Juizados Especializados é um aumento significativo. Além das respostas policiais e legais em 2013 São 78 abrigos para proteger mulheres em situação de violência.
Ainda é um desafio político e emocional por motivos ou problemas para não relatar; a qualidade na identificação de indicadores para proteção da vítima; ou envolvendo outros atores no processo de resolução da violência no contexto especialmente em estratégias para impedir violações. Ou seja, transferir simbolicamente a responsabilidade. Enfrentar a violência contra a mulher, aproximando as mulheres do Estado; Perpetradores em vez de passar para as vítimas. Espaços de proteção e acolhimento de mulheres em situação de violência, ao invés disso as fortalecendo na mente e apesar de crescente, ainda é raro e pouco conhecido na população os direitos da mulher agredida fora da faixa da medida protetiva. Além disso, as estratégias de prevenção são difíceis de medir, ao olhar da oposição ideológica, que se fortaleceu nos últimos anos, a lógica pobre, racista e homofóbica da organização social é atacada até o âmago. Um comportamento que expressa mesmo que simbolicamente a discriminação que se transforma em violência, portanto as vezes violência silenciosa, em um mundo onde as mulheres são cada vez menos protegidas é um longo caminho a ser traçado.
3. MARCO EMPÍRICO
METODOLOGIA
A pesquisa deste projeto foi bibliográfica do tipo exploratória e descritiva, cuja abordagem foi qualitativa e teórica, buscou-se verificar que por trás da estrutura familiar, pode haver uma história trágica, pautada nas ameaças de uma tirania, muitas vezes silenciosa sufoca a dor, oprime e em muitos casos, silencia para sempre aquela, que tem direito a vida.
As categorias elencadas foram analisadas como parte da abordagem qualitativo. A abordagem qualitativa é conceituada nos mais diversos sentidos como processo de reflexão e análise da realidade qualitativa. Entre os mais diversos significados, conceitua-se abordagem qualitativa como sendo um processo de reflexão e análise da realidade através das subjetividades dos autores de artigos que abordam a discussão sobre as temáticas de movimentos de resistência da mulher, assim como também as questões os patriarcais e sobre a corporeidade de gênero. Para realização da pesquisa foram investigadas as seguintes palavras-chaves antecedentes a esses anos para comparação de informações.
3.1. Projeto de pesquisa
Este trabalho visa refletir sobre a violência intrafamiliar praticada contra a mulher, bem como as repercursões dos danos psicológicos que as vítimas podem enfrentar ao longo de sua vida, e nas suas relações interpessoais. A violênica contra mulher é um fenômeno mundial e que independe do nível da riqueza e do grau de desenvolvimento da nação, nível de escolaridade do envolvidos e da própria cultura. Nos últimos anos, observa-se uma crescente prática de violencia contra a mulher no âmbito das relações intrafamiliar, o que desperta o interesse para a compreensão deste fato. O presente estudo, torna-se importante e relevante, pois, pode viabilizar a criação de novos caminhos, estabelecendo medidas e políticas públicas mais eficientes no tocante a promoção da cultura de não violência contra a mulher, assim também, promover ações de fortalecimento psicoemocional que maximize uma maior e melhor autonomia das mulheres vítimas desta prática de violencia e contribuir teoricamente para o debate e reflexões acadêmicas-teóricas.Trata-se de um estudo bibliográfico com metodologia qualitativa, survey e teórica. Para esta tese desenvolveu-se o seguinte tema de investigação: Os efeitos psicológicos em Mulheres Vítimas de Violência Intrafamiliar. Após a coleta dos dados os resultados foram descritos e sua análise qualitativa foi realizada. A coleta de dados é feita por meio da leitura exploratória de livros, artigos acadêmicos, dissertações e teses disponíveis em bibliotecas e plataformas de pesquisa nacionais e internacionais no período de 2020 a 2023, utilizando também material anterior a esses anos para comparação de informações. Este tópico é abordado em 24 artigos analíticos.
Após a coleta de dados, procedeu-se à explicação dos resultados e à análise qualitativa. O tema foi escolhido pela ênfase dada a argumentação sobre o combate à violência doméstica e a importância do gênero e o papel da psicologia que lidar com muitas vítimas femininas que procuram serviços médicos provocada pela gravidade da violência sofrida e novas oportunidades de mediação psicológica, cujo objetivos específicos propostos durante a investigação interpelaram novas condutas. O tipo de trabalho escolhido permite conhecer o estado da arte em relação ao acolhimento as vítimas de violência de gênero pelas entidades de saúde e o perfil do profissional de psicologia que acolhe essas vítimas. A violência de gênero e a violência contra a mulher foram temas apresentados em 24 dos 194 artigos analisados. Dentre eles, apenas dois artigos introduzem conceitos: Narvaz & Koller (2006), que buscam compreender a subjetivação do fenômeno da violência doméstica contra a mulher por meio das representações sociais de mulheres que sofrem ou sofreram violência por parte de seus parceiros, bem como o controle da perda principal das esferas de saúde pública Miura et al. (2018).
A) A formulação do projeto foi estruturado e fundamentada em pesquisas bibliográficas que ajudou na condução das coletas da biblioteca do mestrado no que se refere a psicologia Clínica. O projeto, também em questões teóricas, assim como o método para a leitura da realidade acadêmica.
b) Leitura de Materiais.
Diante do disposto problema de pesquisa realizou-se leituras e seu objetivo foi de montar uma base de dados de diversas fontes, com foco no problema da pesquisa. Essa análise serviu para ampliar o fornecimento de uma visão geral do assunto e uma visibilidade atualizada e ampliada do assunto. Isto permitiu encontrar e atualizar o assunto em questão relacionada a base de escritos, pesquisas e fontes, conduzir tais pesquisas e fazer as respectivas descobertas e verificações e um olhar de diversos autores. A etapa mencionada propiciou, Segundo Marconi & Lakatos (1999, p.64), afastar duplicação em potencial e esforço desnecessário. Esta pesquisa os dados são o primeiro passo para todos, dizem os autores. Esse passo é a primeira fase para o sucesso de toda pesquisa científica e é feita de duas maneiras: pesquisa documental e ou de fontes primárias e pesquisa bibliográfica e ou de fontes secundárias Tavares (2008).
3.2. População e amostra
A seção sociodemográfica referida no estudo foi determinada através de uma amostra aleatória do gráfico do site do Instituto de Pesquisa aplicada que traz a amostra de 100 mil mulheres.
• A amostra é estocástica porque um grupo de 100.000 mulheres foi selecionado aleatoriamente para representar uma grande população.
Foi utilizado como parâmetro a variável operacional que possibilita medir a variável teórica, sendo qualitativa nominal para avaliar a perspectiva do enfrentamento ao ciclo de violências em relação aos efeitos psicológicos como consequência da violência intrafamiliar impetrada contra a mulher.
3.3. Variáveis
Variáveis teóricas foram usadas como parâmetros, visando o aprofundamento da pesquisa, linkando a psicologia com a violência doméstica, consequências e intervenções e contribuições do profissional para as intervenções na saúde mental das mulheres vítimas de abuso , deve ser de qualidade nominal, A característica de interesse também é feminina, informações sobre transgênero e violência doméstica também são fornecidas de forma rápida para facilitar a comparação, e algumas variáveis raciais entre pardo e preto, idade e escolaridade são mencionadas.
A característica área de interesse também é no gênero feminino, também traz ligeiramente informações simples sobre violência trans para comparações, citando algumas variáveis de raça entre pardos e negros, idade e escolaridade.
3.4. Instrumentos de medição e técnicas
Dentre os 194 artigos que se correlacionava com os descritores informados pelas bases de dados, 167 estudos não correspondiam ao período ao estabelecido para a pesquisa, 27 estudos se relacionavam apenas com a temática, destes, 3 foram excluídos porque estavam duplicados nas bases, 24 possuíam texto completo e atendiam aos critérios de elegibilidade, após a leitura dos resumos, 6 foram excluídos por não se tratar de revisões de literatura e estudo piloto, dos 18 restantes selecionados para a leitura dos textos completos, 4 foram excluídos por não atenderem aos objetivos do estudo, definindo assim, a amostra final desta revisão em 14 artigos científicos. Para organizar o processo da amostra final dos artigos incluídos na revisão, foi realizado um fluxograma, que mostra de forma detalhada este processo e segue o modelo do Preferred ReportingItems for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA).
Fonte: figura do autor
Figura 6- ReportingItems for Systematic Reviews and Meta-Analyses
3.5. Procedimentos
O levantamento bibliográfico foi realizado nas bibliotecas eletrônicas Scientific Eletronic Libray Online (SciELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) via PUBMED e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com as seguintes bases de dados: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em DATA SUS, disponibilizados diretamente por intermédio de pesquisa online, no período dos últimos cinco anos (2015- 2023) algumas buscas mais antigas foram necessárias para alinhamento do tema nos anos (1981-2012). As buscas foram realizadas entre os meses de Setembro e Novembro de 2023, tendo o estudo sido finalizado em Novembro do referido ano, com a entrega e apresentação do artigo final. A amostra foi composta por artigos científicos disponibilizados de forma gratuita, em bases de dados online. Para a busca, foram utilizados descritores indexados nos Descritores em Ciências Sociais, Políticas Publicas e da Saúde (DeCS):
mulher – poder – saúde mental, com a utilização do operador booleano AND. Incluíram-se no estudo artigos originais, publicados em português, disponibilizados de forma gratuita, que respondessem à questão norteadora e atendessem aos objetivos do estudo. Foram excluídos textos publicados em anos anteriores ao selecionado para o estudo, bem como textos em formato de resumo.
3.6. Análise estatística
A análise será representada de forma descritiva e homogênea, os dados serão trabalhados de forma dedutiva, a inferência estatística assumirá uma amostragem conhecida proveniente de fontes bibliográficas de sites como Datasus, IPEA e IBGE, a análise também trabalhará com a dedução/Probabilística. Em linhas gerais dentre os métodos estatísticos analisados, predomina o método da estatística descritiva, porém usou-se também o método de inferência estatística estatístico de dados.
4.RESULTADOS
Tabela
Resultados das Categorias de Análise dos Estudos.
Fonte: Desenvolvida pelas autoras deste artigo.
Autor/Ano |
Título |
Metodologia |
Objetivos |
Resultados |
|
1. |
Adeodato,etal.(2005). |
Qualidade de vida e Depressão em Mulheres Vítimas de seus Parceiros. Revisa Saúde Pública |
Estudo qualitativo |
Analisar a ausência da assistência |
Observa-se a falta de inaplicabilidade assistência, sendo que se evidenciou a necessidade de maior preocupação do Estado na implantação de estabelecimentos próprios para o atendimento da mulher. |
2 |
Alves et al. (2022) |
Crianças e adolescentes como sujeitos de conhecimento
|
Estudo de análise documental, qualitativo |
Descrever a situação do impacto emocional intrafamiliar da violaencia. |
Observa-se a atividade maior da assistência, sendo que se evidenciou a necessidade a preocupação do Estado com implantação de mecanismo para atendimento da mulher violentada. |
3 |
Aguado, A. (2005). |
Violencia de Género: Sujeto Femenini y Ciudanía em la sociedade contemporânea. In: Marcadas a Ferro: Violência Contra a Mulher – uma visão multidisciplinar. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres |
Estudo qualitativo, exploratório |
Conhecer referidos sistemas que contam a história da mulher que sofre agressão desde smpre. |
Os dados relativos ao desenvolvimento dos relacionamentos mantidos com o agressor revelam a prevalência de ambiente inadequado e não estimulador não só para a mulher, mas para com seus familiares. |
4 |
Atlas da Violência. (2021). |
Instituto de Pesquisa Aplicada. - IPEA |
Estudo descritivo |
Relatar a experência de estudantes de psicologia quanto à assistência prestada, na área da saúde reprodutiva . |
Observou-se que as mulheres que realizam acompanhamento médico psicológico mensalmente, bem como recebem atendimento ambulatorial sempre que necessário. |
5 |
Brasil (1988). |
Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, Federal: Centro Gráfico, 1988 |
Estudo qualitativo |
Realizar uma análise da lei a anos atrás e sues impactos no Brasil |
A assistência de saúde em equipamentos brasileiros ainda é deficiente, cabe ao a equipe de saúde trabalhar no desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento de dificuldades. |
6 |
Brasil (2020). |
Conquistas do feminismo no Brasil: uma linha do tempo. Nossa Causa. |
Estudo qualitativo |
Identificar o perfil sociodemográfico e as condições de saúde das mulheres encarceradas |
A população incluída nesta análise foi de 100.00 mulheres. No momento da violência,89% não conseguem desfazer o ciclo e dois terços não desejou desfazer atualmente. O acesso à assistência foi inadequado para 36% das mulheres, e a abordagem na delegacia no ato do b.o foi inadequado, relatado por mais de um terço das mulheres. |
7 |
Brasil (2022). |
Conteúdo Jurídico. (n.d.). Conteúdo Jurídico. Retrieved December |
Estudo qualitativo |
Identificar o perfil sociodemográfico e as condições de saúde das mulheres violentadas. |
Identificou-se que a assistência foi prestada de forma tardia devido à vergonha das mulheres e o despreparo dos programas de saúde pela diminuição de viaturas e escoltas policiais, resultando em feminicídio. |
8 |
Cartillo, M., Oliveira, S. (2005). |
Introdução. In: Marcadas a Ferro: Violência Contra a Mulher – uma visão multidisciplinar. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
|
Estudo qualitativo |
Analisar a saúde sexual e saúde reprodutiva. |
O acesso à saúde sexual e reprodutiva no contexto da violência é restrito e muito distante dos princípios da integralidade, resolutividade e humanização. |
9 |
Código Penal Brasileiro. (2015). |
Vade Mecum Compacto. 13. ed. São Paulo: Ed Saraiva.
|
Estudo qualitativo |
Compreender as representações sociais |
Entede-de que as representações sociais compreendem que as mulheres são marcadas pelo sofrimento ocasionado pelo medo da separação. |
10 |
Costa (2008). |
Lei Maria da Penha. Aplicação e eficácia no combate à violência de gênero. Acre: Edufac.
|
Estudo qualitativo |
Identificar a vulnerabilidade das mulheres privadas de liberdade psicologicas como efeito da violencia. |
Aponta-se a importância de que a pesquisa entende a problemática dos efeitos psicológicos causados pela violência, vai além das marcas no corpo. |
11 |
Cunha (2023). |
Contribuição do Assistente Social na mediação às mulheres vítimas de violência no serviço de saúde. Dissertação de Mestrado não pulblicada. Faculdade Iboaméricana, Espanha. |
Estudo qualitativo |
Avaliar a efetividade da assistência social prestada situação de violência de gênero. |
Verifica-se um déficit nas ações da saúde mental no quesito pós violência ofertado à população feminina dos próprios profissionais e por sua família. |
12 |
Diniz & Gumieri (2021) |
Medidas protetivas de urgênciada lei mariada penha
|
Estudo qualitativo |
Compreender as vivências das mulheres frente após rompimento do ciclo de violência. |
O acesso da população feminina às ações e serviços de saúde voltadas para a atenção integral, com foco nas ações preventivas e curativas, no que se refere ao atendimento humanizado e de qualidade a traumas psicológicos oriundos da violência intrafamiliar. |
13 |
Engel,L.et al.(2015) |
Diagnóstico dos homicídios no Brasil: subsídios para o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios |
Estudo qualitativo |
Investigar a percepção das mulheres sobre a assistência. |
A pesquisa revela falha na troca de informações durante as consultas e entre os profissionais, reconheceram ainda a importância do sigilo durante a acolhida. |
14 |
Exame (2018) |
Os números da violência contra mulheres no brasil |
Estudo qualitativo |
Analisar, as particularidades de um dado numero dessa mulheres. |
Observou-se que a assistência prénatal é muito diferente do vivenciado fora do sistema operacional oferecido. |
15 |
Figuin, (Org). (1987). |
Um retrato da violência contra a mulher. São Paulo: SEADE.
|
Estudo qualitativo |
Analisar, um recorte de uma dada época. |
Nota-se que os profissionais de saúde que atuam dentro das necessidades dessa relidade precisam construir uma ligação entre uma realidade do sistema de regime fechado, às ações em saúde prestadas, sendo importante estabelecer a compreensão do direito à saúde com dignidade e qualidade. |
16 |
Fonseca et al. (2012). |
Violência Doméstica Contra a Mulher: Realidades e Representações Sociais. |
Estudo qualitativo |
Analisar a categoria, condições de saúde voltadas a saúde reprodutiva da mulher que sofre violência. |
A mulher que se torna mãe no ambiente punitivo, em geral, tem pouco acesso aos serviços de saúde e raramente pode ficar próxima aos familiares o que a torna mais vulneravel. |
17 |
Gargin et al. (2016). |
Violência Doméstica: Análise das Lesões em Mulheres.
|
Estudo qualitativo |
Compreender o comportamento da sociedade frente a violência intrafamiliar. |
A condição de mulher violentada ainda é um longo caminho a ser percorrido, bem como os impactos que refletem na sociedade. |
18 |
Goes, (2019). |
A vergonha social e o medo: obstáculos para a superação da violência doméstica contra a mulher.
|
Estudo qualitativo |
Relacionar os efeitos psicológicos com o adoecimento mental. De todos os materiais analisados, percebe-se que mulheres vítimas de violência intrafamiliar seguem sem acompanhamento contínuo: |
Em 90% dos artigos relatam que as mulheres geralmente chegam ao serviço com muitas vulnerabilidades e abaladas emocionalmente, percebe-se uma dinâmica familiar de eventos traumáticos, quando se refere aos afetos e afetividade, por vezes se confundem autoritarismo com zelo e amorosidade, ainda, atitudes de desvalorização da pessoa, que pode fomentar a baixa |
19 |
Gonçalves (2022) |
Elaborado pelo ISP, com base em dados da SEPOL |
Estudo qualitativo |
Observar como o sistema brasileiro se comporta frente a violência de gênero. |
observa-se então, sendo necessário maior atenção a situação do sistema brasileiro para mulheres no que tange a violecia intrafamiliar, sobretudo nos seus efeitos que desembocam negativamente em uma sociedade adoecida. |
20 |
Gregori, (2012). |
Relações de violência e erotismo. |
Estudo qualitativo |
Detectar as repercussões dos efeitos psicológicos no cotidiano das mulheres vítimas de violência intrafamiliar: |
Um ciclo vicioso, mas que uma cultura machista que não apenas é fortalecida pela figura dos homens, mas muitas mulheres também colaboram e muitas das vezes julgam a vítima ao invés de denunciar, apoiar ou ajudar a mesma a procurar ajuda.
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21 |
Harkot-De-La-Taille, (1999). |
Ensaio Semiótico Sobre a Vergonha
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Estudo qualitativo |
Verificar o posicionamento da assitencia de saúde psicológica. |
Refere-se à assistência a saúde, uma vez que se compreende a violência intrafamiliar como um momento que exige cuidados e assistência em saúde e orientação. Palavras-chave: Prisões. |
22 |
IPEA (2023) |
Relatório estatístico do E-SCIC 2023.
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Estudo qualitativo |
Estudo da Prática de cuidado direcionada a mulheres violentadas. |
Perecebe-se a ausência dessas mulheres na assistência por medo ou vergonha. |
23 |
Leão (2022) |
Mapa da violência de gênero. |
Estudo de análise documental, qualitativo |
Analisar a atuação dos efeitos psicológicos na mulherer e a assistência prestada. |
A assistência de forma integral à saúde da mulher e da familia, poderia ser garantia também de condições mínimas estruturais para proteção. |
24 |
Madeira et al. (2021) |
vida: simulando violência doméstica em tempos de quarentena |
Estudo qualitativo |
Identificar quais os efeitos psicológicos predominantes, nas mulheres vítimas de violência intrafamiliar |
Das consequências psicológicas mais evidentes destacam-se: Depressão, ansiedade, doença somáticas, estresse pós-traumático, síndrome de pânico, autoestima baixa, drogadição, compulsões, distúrbios alimentares, desinvestimento pessoal, insegurança, transtornos psiquiátricos que possam ser desenvolvidos, Síndrome do Pânico, medo de novos relacionamentos, sentimentos de incapacidade e culpa.
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Nos últimos cinco anos foram encontrados oito artigos empíricos (3, 7, 10, 17, 21, e 27), quatro em 2012 (15, 23, 26 e 27), seis em 2015 (3, 6, 9, 12, 16 e 23), sete em 2018 (3, 5, 12, 14, 19, 23 e 26) e, até o momento atual da busca, dois em 2023 (9 e 15). Já em relação às regiões brasileiras em que foram produzidos, verificou-se a seguinte distribuição: Norte (dois: 17 e 18), Nordeste (quatro: 1, 2, 11 e 27), Centro-Oeste (dois: 8 e 19), Sudeste (oito: 4, 9, 15, 21, 22, 23, 25 e 28), Sul (12: 3, 5, 6, 10, 12, 13, 14, 15, 20, 24, 27 e 29) e um sem região especificada do país (6). Em que relata que as emoções e sentimentos só podem ser alcançados através das atividades dos sistemas orgânicos do corpo.
Dos 24 estudos encontrados, 23 foram realizadas as pesquisas em cima das bases e os demais por meio de análise documental. O número de pessoas que participaram dos estudos foi por meio de dados bibliográficos e foi baseado em uma amostra de 100.000 muheres. Sete estudos (1, 2, 8, 11, 25, 27 e 29) tiveram a participação de mulheres que vivenciaram violência, sendo que um destes incluiu suas/seus filhas/os adolescentes. Outros estudos foram realizados com profissionais da rede (4, 9, 18 e 28) e com homens e mulheres (5, 7, 16 e 19).
Na análise dos objetivos e resultados principais dos estudos, emergiram três categorias: (1) Identificar quais os efeitos psicológicos predominantes, nas mulheres vítimas de violência intrafamiliar (2) Detectar as repercussões dos efeitos psicológicos no cotidiano das mulheres vítimas de violência intrafamiliar: (3) Relacionar os efeitos psicológicos com o adoecimento mental. De todos os materiais analisados, percebe-se que mulheres vítimas de violência intrafamiliar seguem sem acompanhamento contínuo. Oito estudos enquadraram-se em duas categorias (4, 9, 15, 21, 22, 23, 25 e 28) e os demais tiveram como foco somente uma. Em relação à primeira categoria, seis estudos se propuseram a verificar Identificar quais os efeitos psicológicos predominantes, nas mulheres vítimas de violência intrafamiliar (3, 6, 9, 12, 16 e 23). Dois foram realizados com mulheres que sofreram violência (17 e 18), em um deles com a participação de filhas/os (23). Ainda, dois foram realizados com homens e mulheres (16 e 28) e dois com profissionais da rede (21 e 15).
seis estudos objetivaram caracterizar o fenômeno da violência contra a mulher (12, 16, 18, 21, 22 e 23) que investigaram, principalmente, o tipo de violência prevalente (4, 12 e 28). dois analisaram o perfil da mulher em situação de violência (25 e 28). Cinco investigaram os fatores de risco ou proteção associados à violência (15, 23, 26 e 27). três destes analisaram fatores individuais (1, 2 e 11) e três investigara fatores familiares ou sociais (5, 13 e 24).
Três estudos abordaram as consequências decorrentes da violência (12,22 e 25), um deles investigando efeitos no casal (20) e outro somente na vida da mulher (27). Cinco estudos detiveram-se a avaliar a rede de enfrentamento à violência (1, 23, 25, e 27), analisando as práticas profissionais e os discursos que as permeiam e influenciam o atendimento às mulheres. Dois deles foram pesquisas documentais (25 e 28). Por fim, quatro estudos avaliaram a efetividade de intervenções realizadas (4, 8, 17 e 23). Os participantes foram profissionais (5), mulheres que sofreram violência (7 e 11) e homens que a praticaram (18).
Em relação aos principais resultados encontrados, a partir da avaliação de crenças/percepções sobre o fenômeno da violência (1, 3, 11, 16, 18, 19, 24 e 29), foi identificado pelos estudos que, para as mulheres, o ciúme (1, 11 e 29) e o álcool (29) motivaram a violência, sendo o primeiro entendido como uma psicopatologia (11). Em relação à dificuldade em sair do relacionamento violento, houve associação com: valorização da família e dos papéis familiares (1 e 29); existência da mulher voltada ao companheiro (1); sentimentos de ameaça ou de esperança na mudança do comportamento do companheiro (29); e sentimentos de culpa, de impotência e percepção de pouco apoio social para o enfrentamento (24). Ainda, filhas/os participantes deste último estudo também apresentaram sentimentos de impotência diante das situações de violência, apesar de se sentirem responsáveis por proteger as mães.
5.DISCUSSÃO
Após o levantamento dos dados foi realizada a descrição de análise qualitativa dos mesmos, onde constata-se que o crescimento da mulher em múltiplas áreas não as isenta de sofrer violências e pressões por ser Mulher então esse motivo levou à escolha do tema devido ao destaque dos efeitos psicológicos em mulheres vítimas de violência intrafamiliar. A desorientação psicológica causada pelo medo, e as múltiplas funções entre cuidar de si mesma e atender ou servir o outro faz a mulher se sentir forçada a terefas que ultrapassam a possibilidade de escolha, já que os danos não possibilitam espaço para se pensar em saúde mental. Isso gera sensação de humilhação de desvalia insconsciente e consciente ou camuflada por outros conceitos psicológicos que distorcem a percepção do que está ocorrendo ou por causa da hostilidade, apatia emocional, intimidações, humilhações em público e vão sendo repetidos, as vítimas acabam aceitando tudo isso como se fosse algo natural, parte da rotina, se acostumam a ser manipuladas e mesmo quando a tem a consciência do que está acontecendo, é comum ela se submeter às regras do agressor, muitas vezes por dependência financeira, medo do abandono e de maus tratos ou de ter sua intimidade exposta.Tudo é tão grave que pode ocorrer alterações no córtex visual ,hipocampo, amígdala, perdas celulares, inibição da neurogênese e até mesmo morte de neurônios. Vale ressaltar que altos níveis de cortisol com um menor volume cerebral e também com danos em funções cognitivas, com falhas de memória.
O tipo de trabalho escolhido possibilita conhecimento sobre o estado da forma de manejo da relação entre violência e saúde mental, autoestima baixa, drogadição, compulsões, distúrbios alimentares, desinvestimento pessoal, insegurança, transtornos psiquiátricos que possam ser desenvolvidos, Síndrome do Pânico, medo de novos relacionamentos, sentimentos de incapacidade e culpa. Entender, antecipar e responder adequadamente aos conflitos que surgem no ambiente doméstico é um dos viés estudados, porém verificou-se que a violência deixa marcas visíveis e invisíveis nas quais as vítimas muitas vezes terão que convier por muitos anos dentre elas são : distúrbios gastrointestinais, gravidez não desejada, doenças sexualmente transmissíveis, baixo autoestima, depressão, ansiedade, suicídios, desordem alimentares, fobia e estresse pós-traumático, também são frequentes em mulheres que sofrem ou sofreram violência doméstica.
A forma mais comum de violência doméstica é aquela perpetrada pelo parceiro, demonstrada no comportamento dominante do homem contra a mulher dentro do âmbito privado, afetando a qualidade de vida da mulher e podendo causar sérios danos psicológicos à sua saúde. Considerando a complexidade do assunto em pauta os resultados apresentados no tocante aos danos psicológicos revelam um adoecimento orgânico e psicológico das mulheres vítimas da violência sofrida direta ou indiretamente, destacando entre outros aspectos, uma fragilidade emocional que coloca em risco a vida da mulher de uma forma ampla e geral. quando um ato violento é perpetrado contra uma mulher, as chances disto se repetir é maior, tornando-se uma violação. Contudo, é preciso repensar a forma de lidar e adotar maneiras de gestão de emoção que sejam capazes de dar a resposta pacífica necessária para que a mulher se sinta capaz de procurar ajuda. Dos Objetivos específicos cabe salientar que foram utilizados 4 parâmetros de investigação: 1: Identificar quais os efeitos psicológicos predominantes, nas mulheres vítimas de violência intrafamiliar. Segundo o Dossiê da Mulher as agressões sofridas na Violência Psicológica, por vezes, não são compreendidas pelas vítimas como uma manifestação da violência, tendendo a ser transformadas em dores silenciosas. 2:Detectar as repercussões dos efeitos psicológicos no cotidiano das mulheres vítimas de violência intrafamiliar. Tudo que foi explanado no presente estudo acerca da violência praticada contra mulheres, concluiu em seus estudos que a violência se estabelece dentro de um ciclo vicioso e que se repete. Formando um movimento cíclico, constituído primeiramente pelo acúmulo de tensão, onde o agressor usa sua agressividade de forma verbal e que a vítima o interpreta como algo isolado, que se pode controlar e contornar. Quando a violência entra em ação se dá por meio de agressões físicas, psicológicas, sexuais, manipulações, cuja intencionalidade é provocar humilhações, dominar, humilhar entre outros. Algumas ações são de fato intencionais, e esta fase é denominada de explosão violenta. 3:Relacionar os efeitos psicológicos com o adoecimento mental. Contextos que são mais ou menos favoráveis à prática da violência contra mulher e que a mesma precisa ser legitimada para ser exercida, se constituindo em uma atitude que irá determinar o maior ou menor grau de permissividade ou licença social para a violência. Muitas mulheres se veem na difícil decisão em romper com silêncio e denunciar os maus tratos ou violência sofrida. A dificuldade de transformação dessas situações, por vezes, acirra a ideia de que algumas mulheres estariam optando, livre e conscientemente, por ficar nessa situação de violência. 4:Encontrar possíveis saídas que possibilitem a ruptura do ciclo estabelecido pela violência intrafamiliar. Quando olhamos para o fenômeno da violência doméstica, precisamos ter o cuidado de não cairmos no erro das generalizações e cristalizar a ideia de que os homens de uma forma geral são sempre agressivos e agressores e que a mulher por sua vez é sempre a ofendida e a vítima, muito embora o recorte deste estudo, esteja voltado para as questões que permeiam esta relação doentia, onde a mulher sofre agressões por parte de seus parceiros e ou familiares. É importante salientar, que no sentido restrito, existe um tratamento ofertado e diferenciado prevista em forma de lei - a Lei Maria da Penha, destinado às mulheres em suas necessidades de vulnerabilidade histórica, concedendo-lhes proteção especial por parte do Estado. Porém, o amparo estabelecido, assegurado e garantido por lei, não é o suficiente para impedir que esta prática seja erradicada, são necessárias ações que mobilizem a sociedade civil e não governamental, em busca de criações de campanhas preventivas e não somente remediativas. a prevenção ainda é um dos melhores caminhos que possibilitam a preservação da saúde e o combate à violência. Sendo assim, são recomendadas uma intensificação de campanhas educativas dentro do contexto escolar, universitário, empresarial, bem como, publicidades em massa, tais como, propagandas e comerciais, cuja finalidade é tornar o movimento mais consciente por parte da população de uma forma geral. A violência doméstica causa muitas consequências negativas
A abordagem da saúde coletiva e individualizada é interessante, porém a ferida é mais profunda do que se imagina e a saúde mental é afetada de muitas maneiras e em diferentes condições e gravidade, os sintomas trazem sofrimento dentro e fora, se expressam na forma física e de forma mental a somatização acarreta disfunções relacionadas à saúde sexual e reprodutiva, problemas psicoemocional e o desenvolvimento de transtornos mentais que está associado à exposição violência, como resultado de abuso ou mesmo de um distúrbio pré-existente que precisa apenas de um gatilho, muitas delas referem os insights devido a situações violentas, sentimentos que passaram e por isso sentem vergonha, pensamentos e consumação de automutilação e suicídio, dificuldade em cuidar de crianças e a sensação de insegurança é tão grande que pensa que vai acontecer novamente a qualquer momento. Núcleos de apoio a casais e familiares; promoção de empregos e cursos profissionalizantes que garantam a inserção da mulher no mercado de trabalho. Agilidade da lei no que se diz respeito a sua aplicabilidade e rapidez no socorro ou até mesmo no registro de queixas que chegam aos órgãos competentes. Criação de posto de atendimento psicossocial às mulheres vítimas de violência, ampliação da oferta de serviço pelos Centros de Atenção Psicossocial - Caps.
Dados oficiais atualizados reunidos pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), indicam que, apenas no período de 1 de janeiro de 2022 a 30 de junho de 2023, ocorreram 190.087.O perfil dessas mulheres adultas (que equivale às faixas de 18 a 29 anos e 30 a 59 anos) foram as principais vítimas ao longo de toda a série histórica. Em 2022, estas somaram quase 90,0% violências patrimonial (88,3%), violência Física (88,0%), Violência Moral (87,2%), das vítimas de Violência Psicológica (89,0%).
No Brasil baseado em um recorte 41.1 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres até julho de 2023, cerca de 70% das mulheres vítimas de feminicídio no Brasi antes sofreram com danos psicológicos por terror e ameças . Em 2022, 71,8% das agressões sofridas por mulheres ocorreu no domicílio da vítima, sendo o agressor o próprio parceiro ou ex-parceiro em 43,4% dos casos, o que demonstra uma forte carga de violência doméstica vitimando as mesmas, deixando-as com sequelas emocionais e por consequência com algum tipo de pânico. Os dados também revelam que o número de feminicídios no Brasil aumenta cerca de 17,2% a cada década, sendo desses números no primeiro semestre de 2023, a central de atendimento registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulhere. Cita dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH).
Fonte: Adapatado do Ipea (2023)
Figura 7 Relatório estatístico do E-SCIC 2023
Nenhum diagnóstico específico é muito comum, mas imediatamente após a violência sexual, ocorrem frequentemente sintomas de uma forte reação ao estresse, como perda de vigilância, dificuldade de relaxamento, insônia e medo persistente, outras consequências podem ser maior uso ou abuso de álcool e drogas, problemas de saúde, redução da qualidade de vida, comprometimento da satisfação com a vida, com o corpo, com a atividade sexual e com relacionamentos interpessoais.
Empiricamente ver-se o significativo, a partir da Os Efeitos Psicológicos em Mulheres Vítimas de Violência Intrafamiliar nos estudos (5 e 22), corrobora-se que estilos parentais são desenvolvidos a partir de experiências na família de origem e têm reverberações na vida adulta (23). Dessa forma, um contexto violento pode oportunizar que a violência seja utilizada como uma estratégia de resolução de problemas, provocando um padrão de comportamento violento identificado em um do estudo (24). Portanto, para atingir o objetivo de romper com este ciclo, são fundamentais intervenções com o casal, como propõe uma das pesquisas de intervenção (23).
Apenas um estudo buscou analisar e discutir relações entre raça e gênero das mulheres assassinadas no Brasil no último ano eram negras (24). Os dados dos resultados indicaram que entre 2015 e 2023 houve um aumento da mortalidade de mulheres negras, ao passo que a mortalidade de mulheres de outras etnias teve uma redução no mesmo período. É fundamental reconhecer a invisibilidade de marcadores de raça e etnia na compreensão do fenômeno da violência contra a mulher.
Para tanto, as produções científicas podem contribuir avaliando os impactos da violência e do racismo às mulheres, inclusive para fomentar políticas públicas específicas para esta população, visto que ainda carecem de investimento. Ademais, é importante que haja um debate social, não somente em nível acadêmico, sobre a influência midiática para a sexualização e objetificação de mulheres negras no país e sobre a construção sócio-histórica de uma hierarquia de exploração que ainda hoje está enraizada.
Como proposta de pesquisas se propôs avaliar a rede de enfrentamento apontam que ainda são precários os recursos humanos especializados, a infraestrutura e a articulação de serviços que a compõe. Ademais, são realizados poucos encaminhamentos e acompanhamentos, o que pode estar relacionado à subnotificação dos casos, prejudicando a mulher no enfrentamento efetivo à violência. Estes dados vão de encontro ao que propõe a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, 2006) e a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.
As abordagens dos estudos analisados variaram entre qualitativas, corroborando o entendimento de que a Psicologia é um campo que se mune de diversas práticas metodológicas voltadas para a produção de conhecimento. No que se refere aos métodos e instrumentos utilizados para a coleta de dados, estes mostraram-se coerentes com os objetivos dos estudos. Entretanto, a diversidade de métodos e epistemologias se apresenta na produção científica de forma não integrada e estratificada, ficando evidente também pelos poucos estudos encontrados que combinaram delineamentos diferentes nesta revisão
Ressalta-se que os fenômenos de estudo da Psicologia, invariavelmente, compreendem características complexas - como a violência conjugal contra a mulher - e que não conseguirão ser respondidos cientificamente por delineamentos, métodos e análises únicas. Portanto, os estudos nesta área carecem de abordagens metodológicas que busquem incorporar compreensões complementares sobre o fenômeno, ao invés de ater-se a um entendimento sedimentado e que reforça dicotomias no saber científico. Um limitador importante a respeito das análises se deu porque muitos artigos encontrados nessa revisão sistemática não explicitam seus delineamentos, ficando muitas vezes a cargo das autoras identificá-los.
Dos Objetivos específicos cabe salientar que foram utilizados 3 parâmetros de investigação:
1: Identificar quais os efeitos psicológicos predominantes, nas mulheres vítimas de violência intrafamiliar: (2 e 15) As agressões sofridas na Violência Psicológica, por vezes, não são compreendidas pelas vítimas como uma manifestação da violência, tendendo a ser transformadas em dores silenciosas.
2:Detectar as repercussões dos efeitos psicológicos no cotidiano das mulheres vítimas de violência intrafamiliar: (8 e 14) Tudo que foi explanado no presente estudo acerca da violência praticada contra mulheres, concluiu em seus estudos que a violência se estabelece dentro de um ciclo vicioso e que se repete. Formando um movimento cíclico, constituído primeiramente pelo acúmulo de tensão, onde o agressor usa sua agressividade de forma verbal e que a vítima o interpreta como algo isolado, que se pode controlar e contornar. Quando a violência entra em ação se dá por meio de agressões físicas, psicológicas, sexuais, manipulações, cuja intencionalidade é provocar humilhações, dominar, humilhar entre outros. Algumas ações são de fato intencionais, e esta fase é denominada de explosão violenta.
3:Relacionar os efeitos psicológicos com o adoecimento menta: (23 e 28) Contextos que são mais ou menos favoráveis à prática da violência contra mulher e que a mesma precisa ser legitimada para ser exercida, se constituindo em uma atitude que irá determinar o maior ou menor grau de permissividade ou licença social para a violência. Muitas mulheres se veem na difícil decisão em romper co
Por fim, foram escassas as pesquisas com foco na avaliação de intervenções psicológicas. O estudo que envolve habilidades parentais não discute a necessidade de envolvimento dos homens autores de agressão, ainda que três dos seis estudos apresentados mostrem que o permanecessem no relacionamento, de modo que o autor da agressão ainda estaria presente no convívio familiar como companheiro e pai (23). Pode-se identificar uma perspectiva que implica a mulher como sendo exclusivamente responsável pelo cuidado, reforçando estereótipos de gênero. Em relação às intervenções (8 e 17), a conscientização alcançada por participantes é percebida como fundamental para o rompimento da relação violenta para mulheres e a não reincidência para os homens.
6.CONCLUSÕES
Conclui-se que os efeitos psicológicos predominantes são produzidos nas mulheres que são vítimas da violência intrafamiliar, destados são de grandes repercussões em seu cotidiano, bem como, a sua relação com o adoecimento mental. A violência contra mulher apresenta peculiaridades que a distinguem das outras formas de violência, pois neste tipo de violência a mulher é desfavorecida, simplesmente, por sua condição de mulher, fortalecida muitas vezes, pelos laços de uma tradição machista que tenta se apoderar de forma cruel e tirana, sob a égide da superioridade de gênero. Encontra-se com isto, possíveis saídas que possibilitem a ruptura do ciclo estabelecido pela violência uma cultura de não violência contra a mulher, desmistificando mitos e preconceitos no que tange a violência doméstica contra mulher, a fim de que, cada mulher tenha seu direito pleno à convivência familiar e comunitária de maneira segura e livre. No decorrer do estudo realizado para elaboração da presente dissertação, que trata da violência doméstica contra mulher, buscou-se compreender os aspectos sociais que podem fortalecer a perpetuação das práticas dessa violência caracterizando-a como uma modalidade carregada de requinte e crueldade. A maioria dos teóricos estudados aborda o assunto da violência contra mulher numa perspectiva voltada para a problemática dos mitos e preconceitos que tornam mais difíceis à concretização do fim dessa prática desumana e covarde. A casa ou família é um espaço que favorece as relações entre as pessoas de mesmo parentesco ou não. A princípio quando pensamos em família, atribuímos uma imagem harmoniosa, onde sobressaem a solidariedade e o respeito, sendo um lugar seguro e de paz. No entanto, no cotidiano das pessoas, a família também pode representar um lugar de tensão e conflitos entre gêneros e entre gerações, gerando com isso discordâncias que podem levar a conflitos de poder e expressões de relações de poder.
Muitos desses conflitos são gerados pelas configurações estabelecidas pela sociedade, como desemprego ou subemprego, escassez de recursos básicos, entre outros, e diante desses desafios a casa ou família vivem relações de tensões e afeto, divergências ou diferenças que não necessariamente terminam em violência. A família, assim como, as demais instituições é histórica e socialmente constituída e sofre influência de outras instâncias como o Estado, religião, política, economia, entre outros, da mesma forma que também influencia. Uma das dificuldades encontrada para a erradicação da violência contra mulher é a conscientização maciça da sociedade ao combate da mesma, criando-se uma nova educação livre de tantos preconceitos e tentativas de superioridade de gênero, raça ou qualquer outra categoria que tente suplantar ou oprimir seu semelhante. De acordo com os teóricos estudados, é preciso haver um empenho e comprometimento de toda a sociedade, juntamente com os órgãos competentes que não só criem políticas mais eficientes, mas, sobretudo que assegurem que esses direitos conquistados sejam levados a cabo de forma integral e imparcial.
A violência doméstica contra mulher é algo sério que precisa ser combatida de maneira veemente, a fim de que, novos ciclos não sejam reiniciados. O mito da mulher como sexo frágil e que ela precisa estar subjugada ao homem, fortalece essas práticas e cria uma sociedade marcada pela desigualdade e injustiças sociais de preconceito e humilhação. Enquanto perdurar a ditadura do medo e do silêncio, muitas mulheres podem ter suas vidas ceifadas e ou abortadas de forma prematura, tornando-se reféns de uma trama maligna e impiedosa. É necessário que se ouçam os gritos silenciosos de um contingente de mulheres anônimas e muitas vezes invisíveis para a sociedade e pelo Poder Público, a fim de que essas mulheres possam viver em liberdade com segurança e com oportunidade de realizarem seus sonhos e projetos de vida. Mulheres que são vítimas de toda e qualquer forma de violência, que passam por situações de abandono, maus tratos, negligências, dentre outros, necessitam de tratamento especializados para que possam se sentir confiantes em suas novas relações sociais. É consenso que a violência contra mulher pode deixar marcas irreparáveis e que aumentam as chances de uma castração simbólica que impossibilite o seu desenvolvimento afetivo, intelectual e até mesmo psicológico com danos graves e efeitos como depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, distúrbios sexuais e emocionais. Outras consequências podem incluir o uso excessivo ou abuso de álcool e drogas, problemas de saúde, diminuição da qualidade de vida e diminuição da satisfação com a vida, o corpo, o sexo e os relacionamentos.
Quando uma mulher consegue escapar dessa violência, ela tem a possibilidade de renascer! Renascer para a vida, para novas possibilidades, para caminhos que apontem para seu desenvolvimento e autonomia. Com novas chances de crescimento como pessoa e resgate de sua dignidade. Sabemos que muitas conquistas e avanços foram alcançados ao longo dos anos, no entanto, não se esgota aqui essa temática, pois é necessário um trabalho constante e minucioso, trabalho este, que começa nas famílias, dentro das escolas, ensinando as gerações futuras que toda forma de violência constitui um crime, um crime a vida. Todos têm o direito de viver felizes em sua sociedade, sem se sentir opresso ou subjugado, isso é um direto de todos e não apenas de alguns. As mulheres precisam ser ouvidas e valorizadas. Valorizadas não no sentido de serem melhor ou pior, não no sentido de coisificação, mas, valorizada, ¡pelo simples fato de serem um semelhante! Nós somos iguais perante a lei e por isso, deve-se valorizar a vida em suas formas mais simples. No Brasil a violência doméstica contra mulher é um fenômeno que ainda persiste, apesar de muitas mudanças e conquistas alcançadas. Sabemos que ainda há muito o que se fazer e nessa jornada, a conscientização torna-se um antídoto poderoso para combate e erradicação da violência contra a mulher. A dinâmica do processo de mudança nos leva a refletir sobre a necessidade de um programa que inclua discussões sobre a temática tais como seminários, propagandas, jogos educativos, palestras escolares, orientação, para que as histórias de vida das mulheres possam ser respeitadas e valorizadas. Se faz necessário para o enfrentamento da violência, organizar e criar relações igualitárias em casa, na escola, no trabalho, na comunidade, na igreja, e nos espaços de militância política. O debate sobre gêneros tem que acontecer nas famílias e, também, nas escolas, onde estão se formando os homens e mulheres do amanhã, pois sabemos que a violência de gênero não atinge apenas as mulheres biologicamente constituídas e sim a diversidade de gêneros que temos ao nosso redor como as mulheres “trans”, por exemplo. É necessário pautar uma educação (desde a mais tenra idade tanto de homens como mulheres) que nos ajude a construir caminhos para a não violência e isso será possível, quando menos houver desigualdade social, acesso maior a uma formação de uma consciência igualitária e de tolerância, onde o Ser, de fato seja primazia e prioridade sobre o Ter. Embora, o caminho percorrido tenha sido muito significativo diante dos avanços obtidos, tais como, leis e serviços especializados no combate à violência contra a mulher; sabemos que ainda há muito por fazer, pois cenas de violência contra a mulher ainda fazem parte do cotidiano na vida de muitas mulheres, sobretudo no Brasil.
O trabalho apresentado não tem como finalidade estabelecer posicionamento definitivo acerca do tema proposto, mas sim fomentar a discussão sobre o tema, possibilitando reflexões sobre a violência doméstica contra a mulher, visando estimular a sociedade como um todo no combate e erradicação dessa prática. Neste sentido, este estudo não teve a pretensão de esgotar as possibilidades de análises dos referenciais teóricos apresentados, mas de apontar algumas observações pertinentes ao problema da pesquisa.
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