RESUMO
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Diferentemente dos animais guiados pelos instintos naturais o homem domina as forças da natureza de acordo com sua necessidade e vontade, através do trabalho. No seu tempo Marx verificou que o trabalho assumiu características desumanas, porque os trabalhadores não se realizam como pessoas em suas atividades profissionais. O produto de sua tarefa não beneficia o trabalhador e sim o patrão, que é o dono do capital, que concentra riquezas cada vez maiores. Ao executar seu "trabalho em migalhas", o trabalhador não reconhece a própria marca do objeto que produz, tornando um ser estranho, uma força independente. Além disso, pressionados para "dar produção" acelerada, os trabalhadores são afastados uns dos outros, ficando, também eles, estranhos entre si.
Palavras-chave: Homem. Trabalho. Razão.
INTRODUÇÃO
O tema aqui desenvolvido é a categoria trabalho em Marx.Tentamos com muito esforço, devido ao pouco tempo nos dado pela universidade, deixar claro o pensamento de Marx sobre esta categoria.
O objetivo desta monografia é demonstrar que a categoria trabalho é a categoria fundante da sociabilidade e que numa determinada formaç_o social o trabalho n_o se apresenta para o homem como atividade livre, consciente e realizadora.
O texto apresenta várias divis·es: primeiro desenvolvemos as consideraç·es gerais da sociabilidade em Marx; segundo o trabalho enquanto categoria fundante da sociabilidade e na terceira e última divis_o apresentamos a crítica de Marx ao trabalho alienado.
Esperamos assim que este trabalho venha a ajudar as futuras gerações que quiserem conhecer um pouco do pensamento de Marx sobre a categoria trabalho.
DESENVOLVIMENTO DO CONTEÚDO
Para Marx implica na relação dos homens com os outros homens e com a natureza na busca da produção e reprodução da vida. Tais relações são mediadas pelo trabalho e historicamente determinadas pelas relações produtivas.
Nos " Grundrisse", Marx (1975) discute a relação do homem com a natureza na seguinte passagem:
A natureza é, para a humanidade, uma questão de utilidade, e não um força em si mesma.A finalidade de procurar conhecer as leis autônomas da natureza é sujeitá-la às necessidades humanas, como um objetivo de consumo ou meio de produção.
Marx (1975) parte sempre do homem enquanto ser social. Dessa maneira não concebe uma oposição entre o homem e a sociedade como realidades estanques:
“O caráter social é,pois o caráter geral de todo o movimento; assim como é a própria sociedade que produz o homem enquanto homem, assim também ela é produzida por ele."
Para Marx (1975) os homens só produzem contraindo determinados vínculos e relaç·es mútuas e somente dentro dos limites desses vínculos e relaç·es sociais é que se opera sua ação sobre a natureza, isto é, se realiza a produção; entrando assim em contraposição com Adam Smith que parte de um fato lendário " Robinsonada" que conta a história de Robinson Crusoé.
“O indivíduo é um ser social. A exteriorização de sua vida coletiva cumprida em união e ao mesmo tempo com outros é, pois, uma exteriorização e confirmação da vida social”.
Para Marx (1980) os homens não podem ser independentes perante a produção em relação aos outros homens, só através da coletividade de que eles podem dar continuidade a todo processo de evolução.
"Desse ponto a história da humanidade deixa de parecer um rodopio louco de idéias sem sentido... e se revela um processo de evolução do próprio homem."
Marx (1980) vê que a economia, política, Lei, religião, educação, de cada indivíduo, estão ligados; um depende do outro e é condicionado pelos outros. De todas essas forças a coletividade é mais importante-fatos básicos. E é por esse modo que os indivíduos tenham consciência de que o homem vive em sociedade.
"A consciência, portanto, é desde o início um produto social,e continuará sendo enquanto existirem homens."
Para Marx (1980) apenas na coletividade de uns e outros é que cada indivíduo encontra os meios de desenvolver suas capacidades em todos os sentidos; somente na coletividade, portanto, torna-se possível a liberdade pessoal.
"O fato de que, na fase atual de desenvolvimento, os homens só podem satisfazer suas necessidades no interior da sociedade, de que tanto agora como inicialmente os homens, na medida em que existem, tem necessidade uns dos outros e somente podem desenvolver suas necessidades e capacidades estabelecendo relações entre si."
Assim o homem individual para si não tem em si a essência do homem;a essência do homem está contida apenas na comunidade.
CONCLUSÃO
Conclui-se que o trabalho é o elemento básico de toda a vida em sociedade; só que este mesmo trabalho se apresenta para os trabalhadores como uma forma de eles adquirirem suas necessidades primárias.
Assim no transcorrer do processo de produção, os homens agem uns sobre os outros, agrupando-se de uma maneira determinada para uma atividade comum. Somente dentro do marco de suas relaç·es sociais os homens exercem sua ação sobre a natureza. Por isso o trabalho sempre terá um caráter social.
REFERÊNCIAS
BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Saraíva, 1970.
MARX, K.; ENGELS, F. Obras escolhidas. S_o Paulo: Alfa-Omega, 1975. v.2.
MARX, K. Manuscritos econômicos filosóficos. S_o Paulo: Loyola, 1975, -p.
MARX, K. Ideologia Alem_. S_o Paulo: Loyola, 1975.
MARX, K. O Capital. S_o Paulo: Abril Cultural, 1983