11 milhões de mães solo no Brasil: entenda os desafios e direitos no cenário das famílias monoparentais

09/04/2024 às 18:00

Resumo:


  • Transformações nas estruturas familiares têm sido observadas, com um aumento de arranjos não tradicionais.

  • O número de lares chefiados por mães solteiras aumentou em 17,8% entre 2012 e 2022 no Brasil.

  • As famílias monoparentais, lideradas por um único genitor, são reconhecidas pela legislação brasileira, que busca garantir os direitos das crianças, incluindo a pensão alimentícia.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Ao longo do tempo, as estruturas familiares vêm passando por transformações. Passou a ser cada vez mais raro encontrar formações tradicionais com um chefe da família, um cônjuge e filhos.

Por outro lado, tem havido um aumento na quantidade de casais sem filhos, unidades familiares com apenas uma pessoa e famílias encabeçadas por um único genitor, contendo filhos ou parentes.

De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, entre 2012 e 2022, o número de lares chefiados por mães solteiras aumentou em 17,8%, passando de 9,6 milhões para 11,3 milhões.

Isso representa um acréscimo de 1,7 milhão de domicílios nesse contexto ao longo de uma década, segundo dados levantados pelo IBGE.

Em 2023, dentre os 2,5 milhões de nascidos no Brasil, 172,2 mil deles foram registrados sem o nome do pai, representando um aumento de 5% em relação ao ano anterior.

Esses dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) e obtidos através do Portal da Transparência do Registro Civil.

As famílias lideradas por uma uma mulher, com filhos, constituíram aproximadamente 14,7% dos arranjos familiares - uma proporção muito mais elevada do que aquelas chefiadas por um único genitor masculino, as quais representavam apenas 2,3% em 2022.

Diante dessa realidade brasileira, nos cabe entender um pouco mais sobre essa organização família denominada “família monoparental”, formada por um “genitor monoparental”.

O que é genitor monoparental?

Quando apenas um dos pais assume integralmente a responsabilidade pela criação e orientação dos filhos, estamos diante do genitor monoparental

Essa jornada solitária frequentemente surge de circunstâncias como viuvez, separação legal, divórcio, adoção unilateral, negação da filiação pelo outro progenitor, ou mesmo pela escolha de constituir uma família de maneira independente.

Apesar da terminologia parecer pouco convencional, a realidade é que essa dinâmica é bastante comum em nossa sociedade.

De fato, estamos familiarizados com os conceitos de mãe ou pai solo, já que essas histórias ecoam amplamente em nossas experiências pessoais e comunitárias.

O que diz a Legislação Brasileira?

A legislação brasileira reconhece e abraça a diversidade familiar, contemplando inclusive a família monoparental. Ela busca harmonizar direitos e responsabilidades, garantindo que a criação e o desenvolvimento das crianças sejam regidos pelo seu melhor interesse, independentemente da estrutura familiar em que se encontram.

Embora a Constituição Federal de 1988 não faça menção direta ao termo "família monoparental", ela aborda o direito à família em seu Artigo 226, estipulando que a família constitui a base da sociedade.

O parágrafo 4º do mesmo artigo amplia essa definição ao reconhecer como entidade familiar a comunidade formada por um dos pais e seus descendentes.

Família Monoparental x Pensão alimentícia

Dr. João Valença afirmou que “A pensão alimentícia se destaca como um assunto de grande importância para as famílias monoparentais, já que muitas vezes o genitor encarregado da principal responsabilidade na criação dos filhos depende do suporte financeiro do outro progenitor. Diante disso, é importante reafirmar que todo filho tem direito a essa pensão, independentemente da estrutura familiar monoparental.”

O advogado relatou, ainda, que frequentemente recebe clientes, especialmente mães solo, solicitando assessoria para dar entrada na pensão alimentícia dos filhos, bem como no reconhecimento de paternidade, quando ausente.

Sendo assim, reiteramos a importância vital de buscar o auxílio de um advogado especializado em direito de família para lidar com todas as questões pertinentes e garantir os direitos das famílias monoparentais. É essencial contar com o suporte jurídico adequado para assegurar que os filhos recebam a pensão alimentícia que lhes é devida, independentemente da configuração familiar.

Sobre o autor
VLV Advogados

Somos um escritório de advocacia comprometido em revolucionar o mercado jurídico e as relações humanas. Com uma reputação de referência construída através de um trabalho incansável, eficaz e humanizado, oferecemos suporte por meio de advogados especialistas em Direito de Família e Direito Criminal, entregando soluções legais e personalizadas para atender às necessidades específicas de cada cliente.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Leia seus artigos favoritos sem distrações, em qualquer lugar e como quiser

Assine o JusPlus e tenha recursos exclusivos

  • Baixe arquivos PDF: imprima ou leia depois
  • Navegue sem anúncios: concentre-se mais
  • Esteja na frente: descubra novas ferramentas
Economize 17%
Logo JusPlus
JusPlus
de R$
29,50
por

R$ 2,95

No primeiro mês

Cobrança mensal, cancele quando quiser
Assinar
Já é assinante? Faça login
Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!
Colabore
Publique seus artigos
Fique sempre informado! Seja o primeiro a receber nossas novidades exclusivas e recentes diretamente em sua caixa de entrada.
Publique seus artigos