O Direito à Segunda Chance: A Pedagogia Da Redenção

12/08/2024 às 15:45
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Descubra por que o cristianismo não prega condenação, mas oferece perdão e esperança para a reabilitação dos encarcerados

Este artigo explora como a mensagem cristã transcende o medo e a condenação eterna, oferecendo esperança e novas oportunidades. Apresenta o exemplo real de um ex-chefe de quadrilha de assaltantes de bancos e carros-fortes que encontrou transformação através da evangelização dentro do presídio. Além disso, o artigo examina como a graça divina supera as barreiras criadas pelos homens, ilumina o caminho da redenção e contribui para a humanização das leis e do código penal.

Recentemente, recebi de um amigo um artigo que discute a ideia de um "sistema penal cristão" severo, com punições rígidas, e também explora a doutrina do limbo, sugerindo um estado intermediário para almas não condenadas nem salvas.

Na minha perspectiva, essas ideias são infundadas. A mensagem cristã transcende o medo e a condenação eterna, oferecendo esperança e novas oportunidades para todos.

Continue lendo e descubra como a graça divina supera as barreiras criadas pelos homens e ilumina o caminho da redenção. Aqui incluo o exemplo real de um ex-chefe de quadrilha de assaltantes de carros-fortes que encontrou transformação através da evangelização.

O cristianismo tem, na verdade, humanizado as leis e o direito penal ocidental, promovendo a pedagogia da pena, o resgate do ser humano caído, sua reeducação e reintegração à sociedade.

A Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984) reflete essa visão, incorporando princípios de pedagogia e reeducação no tratamento dos infratores.

Além disso, o artigo que li e do qual discordo, aborda a teoria ou doutrina do limbo, que sugere que as almas dos mortos que não foram nem para o inferno nem para o céu ficariam aprisionadas.

Confesso que considerei essas ideias absurdas, pois parecem ignorar completamente as bases do cristianismo ou até mesmo ter a intenção deliberada de distorcer a sã doutrina cristã.

Em minha modesta visão teológica, não consigo conceber a existência de um "sistema penal cristão". Cristo, ao contrário de pregar condenação, ensinou perdão, amor e misericórdia.

Um exemplo claro disso foi quando Jesus interveio para salvar a mulher adúltera da morte por apedrejamento, ilustrando vividamente como Cristo oferece não apenas redenção, mas também uma nova chance para todos nós (João 8:1-11).

Por ensinar que o arrependimento e o sacrifício de Cristo podem transformar o pecador e levá-lo ao caminho da conversão, o cristianismo tem desempenhado um papel fundamental no sistema penal, influenciando positivamente o aprimoramento das leis voltadas para a reabilitação dos detentos.

Além disso, a evangelização nos presídios tem desempenhado um papel crucial na reintegração de milhares de indivíduos à sociedade.

Em meu livro "Código de Honra" (digital e impresso), relato a história verídica de um ex-criminoso chefe de quadrilha dos anos 70, conhecido como "Crespo", que se destacou por assaltos a bancos e carros-fortes de forma cinematográfica.

Foi através da evangelização na prisão que esse homem transformou sua vida, tornando-se um cidadão exemplar e produtivo que hoje impacta positivamente sua comunidade.

A meu ver, muitas teologias baseadas no medo e na condenação eterna têm suas raízes no Antigo Testamento, não nos Evangelhos que proclamam a graça redentora de Cristo.

Na longa história da fé, marcada por reflexões sobre o destino das almas e os ensinamentos evangélicos, emerge a controversa doutrina do limbo, um conceito que ao longo dos séculos tem suscitado perplexidades e divisões.

Inspirada por influências gregas, a ideia de um lugar intermediário, onde as almas seriam julgadas segundo suas obras terrenas, foi paulatinamente tecida na trama do cristianismo primitivo.

Desde os primórdios da igreja até a formalização sob o domínio de Constantino, novas perspectivas teológicas ganharam forma, algumas vezes distorcendo o cerne do amor redentor proclamado por Cristo.

A narrativa apostólica, que relata a descida de Jesus ao Hades para proclamar a liberdade aos cativos, não se presta a corroborar um estado de limbo eternizado. Antes, revela o alcance incomparável do sacrifício expiatório, que transcende todas as barreiras terrenas e estende-se até as profundezas do além.

A morte de Cristo na cruz não foi meramente um evento histórico, mas o ápice de um amor divino que abraça a humanidade em sua totalidade, removendo todo medo e condenação.

Nas palavras do apóstolo João, a luz do Salvador purifica cada alma arrependida, enquanto Paulo proclama com firmeza que em Cristo não há condenação, mas vida eterna e libertadora.

É na profundidade dessas verdades que encontramos o consolo supremo: a redenção oferecida por Cristo não conhece limites, não se restringe a categorias ou fronteiras inventadas pelos homens.

Ela é a promessa cumprida de vida em abundância, uma realidade transformadora que transcende o entendimento humano. A graça divina, infinita e incondicional, é o antídoto para todo temor e incerteza.

Portanto, desafiemos qualquer ensinamento que obscureça a majestade desse amor sem igual. Que nossos corações sejam renovados pela certeza da salvação em Cristo, cujo sacrifício redentor abriu as portas do céu para todo aquele que nele crê.

Que essa verdade ressoe como uma melodia eterna, convidando todos os que buscam paz e perdão a encontrar descanso na graça ilimitada do Senhor.

Sobre o autor
João-Francisco Rogowski

Jurista, Consultor de Negócios, Gestor de Bens e Direitos, Administrador Judicial, Jusfilósofo, Mentor, Palestrante, Professor e Escritor com mais de 50 obras publicadas. Suas obras também foram publicadas internacionalmente pelo Bubok Editorial Publishing Group. Além disso, é membro da Comissão de Direito Empresarial da Ordem dos Advogados do Brasil/SC, da AJUCRI - Associação de Juristas Cristãos, da Confraria dos Luminares, grupo constituído por Advogados, Magistrados, Professores, Parlamentares, Jornalistas, Filósofos, Teólogos e Escritores, e da sociedade literária da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) com sede em Lisboa, Portugal. Como pesquisador das Ciências Humanas, Jurídicas e Sociais, é o criador do método científico de Administração de Dívidas Empresariais e do Agronegócio. Também é o coordenador de Debates Científicos do Grupo Advocacia e Justiça e especialista em Soluções Estratégicas de Conflitos, pesquisando meios alternativos de dirimir litígios há 30 anos. Adicionalmente, é fundador do 1° Tribunal de Bairro do Brasil, especialista em Partilha de Bens na dissolução de sociedades, conjugais e empresariais, inventários e testamentos. Pós-graduado em Direito Empresarial, estudou na Universidade Nacional de Córdoba e ministra mentoria para advogados principiantes. Além de suas qualificações jurídicas, é historiador, teólogo e filósofo autodidata.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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