Bazinga! Uma Análise Jurídica da Série The Big Bang Theory

01/11/2024 às 12:10
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Resumo:

Este artigo explora as nuances jurídicas presentes na série de televisão "The Big Bang Theory", demonstrando como a série pode ser uma ferramenta divertida e instigante para compreender diferentes áreas do Direito. A partir das situações e dos personagens da série, o artigo analisa temas como Direito Contratual, Direito de Família, Direito e Tecnologia, Direito e Cultura Pop e Neurodireito, desvendando as implicações legais por trás das risadas e das excentricidades dos protagonistas, com exemplos detalhados e referências a episódios específicos. O objetivo é mostrar como a cultura pop pode ser utilizada como ferramenta de aprendizado e reflexão sobre o Direito, tornando o estudo da lei mais atraente e acessível.

Palavras-chave: The Big Bang Theory; Direito. Cultura Pop. Direito Contratual. Direito de Família. Direito e Tecnologia. Neurodireito.

Abstract:

This article explores the legal nuances present in the television series "The Big Bang Theory", demonstrating how the series can be a fun and engaging tool for understanding different areas of Law. Based on the situations and characters in the series, the article analyzes topics such as Contract Law, Family Law, Law and Technology, Law and Pop Culture and Neurolaw, unraveling the legal implications behind the laughter and eccentricities of the protagonists with detailed examples and references to specific episodes. The goal is to show how pop culture can be used as a learning and reflection tool on Law, making the study of law more attractive and accessible.

Keywords: The Big Bang Theory. Law. Pop Culture. Contract Law. Family Law. Law and Technology. Neurolaw.


Introdução

A série "The Big Bang Theory", um fenômeno da cultura pop que conquistou milhões de fãs ao redor do mundo, vai muito além das risadas e das situações engraçadas do cotidiano de um grupo de nerds. Por trás das excentricidades de Sheldon Cooper, das piadas de Howard Wolowitz e das tentativas de Leonard Hofstadter de conquistar Penny, escondem-se diversos temas que podem ser analisados sob a ótica do Direito.

Este artigo se propõe a explorar as nuances jurídicas presentes em "The Big Bang Theory", demonstrando como a série pode ser uma ferramenta divertida e instigante para compreender diferentes áreas do Direito, desde o Direito Contratual até o Neurodireito. Ao analisar as situações e os personagens da série, buscamos desvendar as implicações legais por trás das risadas e das excentricidades, tornando o estudo da lei mais atraente e acessível. Utilizaremos exemplos detalhados e referências a episódios específicos para aprofundar a análise e ilustrar os conceitos jurídicos.


Direito Contratual: A Lei entre Amigos

Um dos elementos mais icônicos da série é o "Acordo de Coabitação" firmado entre Sheldon e Leonard. No episódio "The Big Bran Hypothesis" (1ª temporada, episódio 2), somos apresentados a esse extenso e detalhado contrato, que regula diversos aspectos da convivência dos dois amigos, desde a utilização do sofá e da televisão até a frequência das visitas da mãe de Leonard.

O contrato contém cláusulas absurdas e exigências peculiares de Sheldon, como a "Cláusula do Banheiro", que define regras para o uso do banheiro em caso de emergência, e a "Cláusula da Visita da Mãe", que estabelece um limite de tempo para as visitas de Beverly Hofstadter.
Além do "Acordo de Coabitação", a série apresenta outras situações que nos permitem analisar diferentes aspectos do Direito Contratual. No episódio "The Justice League Recombination" (4ª temporada, episódio 11), Sheldon tenta processar a loja de quadrinhos por causa de um cartão de beisebol danificado. Ele argumenta que a loja violou o "contrato social" ao vender um produto com defeito, e exige uma indenização por danos morais.

Essa situação ilustra os conceitos de vício do produto e responsabilidade civil do fornecedor. Podemos analisar se a loja de quadrinhos teria realmente a obrigação de indenizar Sheldon pelo cartão danificado, e quais os direitos do consumidor em casos de produtos com defeito.

Outro exemplo interessante ocorre no episódio "The Cooper-Hofstadter Polarization" (1ª temporada, episódio 17), quando Leonard e Howard brigam pela autoria do aplicativo que criaram juntos. A falta de um contrato formal escrito gera conflitos e disputas sobre a propriedade intelectual da invenção.

Essa situação nos leva a refletir sobre a importância de formalizar as relações contratuais, mesmo em projetos colaborativos entre amigos. Podemos discutir os desafios da co-criação e da proteção da propriedade intelectual em situações como essa, e como um contrato bem elaborado poderia ter evitado a disputa entre Leonard e Howard.

A série também aborda questões contratuais em outros contextos, como o contrato de namoro de Sheldon e Amy, com suas cláusulas específicas sobre o relacionamento, e o contrato de representação de Sheldon com Penny, quando ela tenta vender seus produtos artesanais.

Esses exemplos nos permitem explorar os diferentes tipos de contratos, como os contratos de adesão, os contratos bilaterais e os contratos unilaterais, e como eles se aplicam às situações da série, além de discutir a importância da clareza, da boa-fé e do cumprimento das obrigações contratuais em qualquer relação jurídica.

Assim, conclui-se este artigo com um "Bazinga!" em homenagem à série que inspirou a explorar o fascinante mundo do Direito através da lente da cultura pop e do icônico e memorável Sheldon Cooper.


Direito de Família: Laços que Unem (e às Vezes Apertam)

A série "The Big Bang Theory" nos apresenta uma variedade de dinâmicas familiares, explorando os desafios e as complexidades das relações entre pais, filhos, cônjuges e outros membros da família. Através dos personagens e suas interações, podemos analisar diversos temas relacionados ao Direito de Família, como casamento, divórcio, guarda dos filhos, regime de bens e planejamento familiar.

Um dos exemplos mais marcantes é o casamento de Howard Wolowitz e Bernadette Rostenkowski. No episódio "The Countdown Reflection" (5ª temporada, episódio 24), acompanhamos o casal em uma cerimônia improvisada no telhado do prédio, momentos antes do lançamento da missão espacial de Howard. Esse episódio levanta questões sobre a validade jurídica do casamento, já que a cerimônia não segue os trâmites tradicionais. Podemos discutir os requisitos para a realização de um casamento válido, a importância da celebração perante autoridade competente e as implicações legais de um casamento informal.

Após o casamento, Howard e Bernadette enfrentam os desafios da vida conjugal, como a divisão de tarefas domésticas, a convivência com a mãe de Howard e a decisão de ter filhos. No episódio "The Scavenger Vortex" (7ª temporada, episódio 7), o casal discute sobre qual o regime de bens que escolheram para o casamento, e Bernadette revela que optou pela separação total de bens, para proteger seu patrimônio em caso de divórcio. Essa situação nos permite analisar os diferentes regimes de bens existentes no Direito Brasileiro, como a comunhão parcial de bens, a comunhão universal de bens e a separação total de bens, e discutir as vantagens e desvantagens de cada um deles.

A chegada dos filhos, Halley e Neil Michael, traz novos desafios para o casal, como a divisão das responsabilidades parentais, a educação dos filhos e a adaptação à nova rotina familiar. A série aborda temas como licença-maternidade, pensão alimentícia e guarda compartilhada, ilustrando as complexidades da parentalidade na sociedade contemporânea.

Além do casamento de Howard e Bernadette, a série explora outras dinâmicas familiares que nos permitem aprofundar a análise do Direito de Família. A relação de Sheldon com sua mãe, Mary Cooper, é um exemplo interessante de como a religião e os valores familiares podem influenciar as decisões e os comportamentos dos indivíduos. Mary, uma cristã fervorosa, frequentemente entra em conflito com Sheldon por causa de suas crenças científicas e seu estilo de vida. No episódio "The Rhinitis Revelation" (2ª temporada, episódio 6), Mary tenta impor suas crenças religiosas a Sheldon, o que gera um debate sobre liberdade religiosa e tolerância.

A série também explora a complexa relação de Leonard com sua mãe, Beverly Hofstadter, uma psicóloga e neurocientista que o trata com frieza e distanciamento. No episódio "The Maternal Capacitance" (2ª temporada, episódio 15), Beverly visita Leonard e Sheldon, e suas interações com Leonard revelam os traumas e as dificuldades de sua infância. Essa dinâmica familiar nos permite discutir a importância do afeto e do apoio familiar no desenvolvimento emocional dos indivíduos, e como a falta de conexão emocional pode afetar as relações interpessoais.

A série também aborda temas como divórcio com base nas experiências dos personagens. A separação dos pais de Leonard, por exemplo, nos leva a refletir sobre as implicações legais e emocionais do divórcio, enquanto a relação de Raj com seus pais, que se comunicam por videoconferência, ilustra os desafios da distância e da tecnologia na convivência familiar.


Direito e Tecnologia: A Ciência em Julgamento

Em "The Big Bang Theory", a ciência não é apenas um pano de fundo, mas um elemento central que impulsiona a trama e gera reflexões sobre o papel da tecnologia na sociedade. As pesquisas de Sheldon Cooper e seus amigos, especialmente em áreas como física quântica e inteligência artificial, nos convidam a questionar os limites éticos da ciência e a responsabilidade dos cientistas.

Um exemplo marcante é a pesquisa de Sheldon sobre a Teoria das Cordas, que o leva a questionar a própria existência de Deus e a confrontar suas crenças com a racionalidade científica. No episódio "The Vengeance Formulation" (3ª temporada, episódio 9), Sheldon participa de um programa de rádio e, em um momento de frustração, declara que "Deus não existe". Essa declaração gera polêmica e coloca em risco sua reputação na comunidade científica. Podemos analisar esse episódio sob a ótica do direito à liberdade de expressão e os limites dessa liberdade quando se trata de crenças religiosas e convicções pessoais.

A série também aborda a ética na pesquisa com animais, quando Sheldon utiliza pombos em um experimento para estudar a tomada de decisões. No episódio "The Pigeon Paradox" (1ª temporada, episódio 10), Sheldon, frustrado com a falta de cooperação dos seus amigos, decide usar pombos em um experimento para testar teorias de comportamento social. Essa situação nos leva a questionar os limites da experimentação animal e a necessidade de proteger o bem-estar dos animais, além de discutir as normas e regulamentações que regem a pesquisa científica com animais.

O desenvolvimento do aplicativo "Shamy" por Sheldon e Amy ilustra os desafios da inteligência artificial e os dilemas éticos da criação de máquinas inteligentes. No episódio "The Beta Test Initiation" (5ª temporada, episódio 14), Sheldon e Amy criam um aplicativo que simula uma relação amorosa, com o objetivo de estudar o comportamento humano. O aplicativo se torna popular e começa a interferir na vida social dos personagens, levantando questões sobre a influência da tecnologia nas relações interpessoais e os riscos da criação de máquinas inteligentes. Podemos discutir, por exemplo, a possibilidade de atribuir personalidade jurídica a robôs e sistemas de inteligência artificial, e como o Direito pode regular a responsabilidade civil por danos causados por essas tecnologias.

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Outro tema relevante é o impacto da tecnologia na comunicação e nas relações interpessoais. Os personagens, apesar de serem experts em tecnologia, enfrentam dificuldades em se comunicar e se conectar emocionalmente, demonstrando que a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa, mas também um obstáculo para a interação humana genuína. No episódio "The Communication Deterioration" (4ª temporada, episódio 16), Sheldon tenta se comunicar com Amy através de um robô telepresencial, mas a experiência se mostra frustrante e impessoal. A série nos convida a refletir sobre o uso excessivo das redes sociais, o cyberbullying e os desafios da comunicação na era digital, e como a tecnologia pode afetar a qualidade das relações humanas.

"The Big Bang Theory" também aborda questões como a proteção de dados na internet, quando Raj tem sua conta de redes sociais hackeada no episódio "The Extract Obliteration" (3ª temporada, episódio 16), e a segurança da informação, quando Sheldon e Leonard se envolvem em uma disputa com hackers no episódio "The Russian Rocket Reaction" (5ª temporada, episódio 5). Esses exemplos nos permitem discutir a importância da privacidade online, a necessidade de proteger os dados pessoais e os desafios de garantir a segurança da informação em um mundo cada vez mais conectado. Podemos analisar as leis e regulamentações que protegem os dados pessoais na internet, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, e discutir os desafios da aplicação dessas leis em um ambiente digital globalizado.

A série também explora o impacto da tecnologia na vida profissional, com situações que envolvem o uso de softwares, bancos de dados e ferramentas online no trabalho dos personagens. No episódio "The Work Song Nanocluster" (2ª temporada, episódio 18), Penny pede ajuda a Sheldon para criar um site para vender seus acessórios de cabelo, e Sheldon acaba desenvolvendo um sistema complexo e ineficiente, que ilustra os desafios da implementação de tecnologias no ambiente de trabalho. Podemos discutir a importância da usabilidade e da acessibilidade das ferramentas tecnológicas, e como a tecnologia pode impactar a produtividade e a qualidade do trabalho.


Direito e Cultura Pop: A Força da Ficção

A paixão dos personagens por cultura pop, como quadrinhos, filmes de ficção científica e jogos de tabuleiro, é um dos elementos mais marcantes da série. Essa paixão não serve apenas como alívio cômico, mas também como ferramenta para analisar o Direito Autoral, a proteção de marcas e o uso de personagens fictícios em produtos comerciais.

No episódio "The Bakersfield Expedition" (6ª temporada, episódio 13), os personagens se vestem como personagens de Star Trek para ir a uma convenção de fãs. Sheldon, vestido de Spock, se recusa a tirar a fantasia mesmo em situações inadequadas, como em um restaurante e em uma delegacia de polícia. Essa situação levanta questões sobre o uso de fantasias em locais públicos e os limites do direito de expressão em relação à propriedade intelectual. Podemos discutir se o uso da fantasia de Spock por Sheldon caracterizaria uma violação de direitos autorais ou uma paródia permitida pela lei.

A série também explora o impacto da cultura pop na formação da identidade dos personagens e na construção de suas relações interpessoais. Sheldon, por exemplo, se identifica fortemente com Spock, de Star Trek, e utiliza o personagem como modelo de comportamento e interação social. No episódio "The Spock Resonance" (7ª temporada, episódio 7), Sheldon conhece Leonard Nimoy, o ator que interpretou Spock, e tem uma "crise existencial" ao perceber que seu ídolo não é tão perfeito quanto ele imaginava. Essa situação nos leva a refletir sobre a influência da cultura pop na construção da identidade e na formação dos valores dos indivíduos.

"The Big Bang Theory" nos convida a refletir sobre a importância da cultura pop na sociedade contemporânea e sua relação com o Direito. A série mostra como a cultura pop pode ser uma ferramenta de crítica social e política, abordando temas como machismo, racismo e homofobia através do humor e da sátira. No episódio "The Hofstadter Isotope" (2ª temporada, episódio 20), Sheldon faz comentários preconceituosos sobre mulheres, o que gera uma discussão sobre igualdade de gênero e o combate ao machismo. Podemos analisar como a série utiliza a cultura pop para questionar estereótipos e promover valores como a diversidade e a inclusão.

Além dos exemplos mencionados, "The Big Bang Theory" aborda questões relacionadas ao Direito Autoral em diversas situações. Os personagens são fãs de histórias em quadrinhos, filmes e séries de TV, e frequentemente citam personagens e obras protegidas por direitos autorais. No episódio "The Hofstadter Insufficiency" (4ª temporada, episódio 7), Sheldon se veste de "O Doutrinador", um personagem de quadrinhos criado por Frank Miller, e acaba se metendo em confusão com a polícia. Essa situação levanta questões sobre o uso de fantasias e a reprodução de personagens protegidos por direitos autorais, e nos permite discutir os limites da liberdade de expressão em relação à propriedade intelectual.

A série também explora o mundo dos jogos de tabuleiro, com Sheldon e seus amigos participando de maratonas de jogos como "Dungeons & Dragons" e "Settlers of Catan". No episódio "The Rothman Disintegration" (5ª temporada, episódio 17), Sheldon cria seu próprio jogo de tabuleiro, chamado "Mystic Warlords of Ka'a", e tenta registrá-lo para protegê-lo de plágio. Essa situação nos permite discutir os direitos autorais sobre jogos, a proteção da criatividade e a importância do registro de obras intelectuais.

A participação dos personagens em convenções de fãs, como a Comic-Con, também é um tema recorrente na série. No episódio "The Comic-Con Conundrum" (7ª temporada, episódio 13), os personagens se preparam para ir à Comic-Con, mas enfrentam diversos problemas, como a falta de ingressos e a dificuldade de conseguir hospedagem. Essa situação nos leva a refletir sobre o direito de reunião, a liberdade de expressão e os desafios de organizar eventos com grandes públicos. Podemos discutir as normas e regulamentações que regem a realização de eventos, a responsabilidade dos organizadores e os direitos dos participantes.


Neurodireito: O Cérebro em Questão

O comportamento peculiar de Sheldon Cooper, com suas manias, rituais e dificuldade de interação social, abre espaço para uma análise sob a perspectiva do Neurodireito. A série, embora não se proponha a fazer um diagnóstico preciso, apresenta características que podem ser associadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).

No episódio "The Friendship Algorithm" (2ª temporada, episódio 13), Sheldon tenta criar um algoritmo para fazer amigos, demonstrando sua dificuldade em compreender e interagir em situações sociais. Ele cria um fluxograma complexo e inflexível, com regras específicas para cada etapa da interação, o que ilustra sua tendência a seguir padrões rígidos e sua dificuldade em se adaptar a situações imprevisíveis.

Podemos analisar o comportamento de Sheldon utilizando o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) como referência, identificando traços como dificuldade de comunicação social, interesses restritos e comportamentos repetitivos. Sheldon demonstra uma grande fixação por rotinas, horários e padrões, e se incomoda com mudanças e imprevistos. Ele também apresenta dificuldade em compreender sinais sociais e expressões faciais, o que o leva a ter problemas em interações sociais.

A série nos convida a refletir sobre a neurodiversidade e a importância da inclusão social de pessoas com TEA. Sheldon, apesar de suas dificuldades, é um personagem querido e aceito por seus amigos, que aprendem a lidar com suas peculiaridades e o incluem em suas atividades. A série mostra como a compreensão, a paciência e o respeito são fundamentais para a inclusão de pessoas neurodivergentes.

Através de Sheldon, "The Big Bang Theory" aborda o estigma associado aos transtornos mentais e os desafios enfrentados por pessoas neurodivergentes no convívio social. A série mostra como a falta de compreensão e empatia pode gerar preconceito e discriminação, e como a inclusão e o respeito às diferenças são fundamentais para uma sociedade mais justa.

O Neurodireito, como campo interdisciplinar que busca integrar o conhecimento da Neurociência ao Direito, nos ajuda a compreender as implicações legais do funcionamento do cérebro. No caso de Sheldon, podemos questionar, por exemplo, sua capacidade civil para celebrar contratos, tomar decisões e responder por seus atos. No episódio "The Agreement Dissection" (4ª temporada, episódio 4), Sheldon questiona a validade do "Acordo de Coabitação" que assinou com Leonard, alegando que não estava em plenas faculdades mentais quando o assinou. Essa situação nos permite discutir os requisitos para a validade de um contrato, como a capacidade civil das partes e o consentimento livre e esclarecido.

A série também nos leva a refletir sobre como o Neurodireito pode contribuir para a criação de leis e políticas públicas mais justas e eficazes, que considerem as necessidades e os direitos de pessoas com transtornos mentais. No episódio "The Maternal Congruence" (3ª temporada, episódio 11), Sheldon se sente injustiçado quando sua mãe o obriga a ir à igreja, e questiona se isso não seria uma violação de seus direitos. Essa situação nos permite discutir a liberdade religiosa e os limites da influência dos pais na vida dos filhos, e como o Neurodireito pode contribuir para a proteção dos direitos de pessoas com TEA em situações como essa.

É importante ressaltar que "The Big Bang Theory" é uma obra de ficção e não se propõe a fazer um diagnóstico preciso de Sheldon Cooper. No entanto, a série abre espaço para uma discussão sobre neurodiversidade, TEA e Neurodireito, e nos convida a refletir sobre a importância da inclusão e do respeito às diferenças.


Conclusão: Bazinga! O Direito e a Cultura Pop em Sintonia

"The Big Bang Theory", além de nos presentear com risadas e personagens memoráveis, nos convida a uma jornada pelo universo do Direito, demonstrando como a cultura pop pode ser uma ferramenta poderosa para compreender e refletir sobre temas jurídicos complexos.

Ao longo deste artigo, exploramos diversas áreas do Direito, desde o Direito Contratual, com o excêntrico "Acordo de Coabitação", até o Neurodireito, com a análise do comportamento de Sheldon Cooper. A série nos mostrou como o Direito se manifesta nas mais diversas situações do cotidiano, desde as relações interpessoais até os avanços tecnológicos e os dilemas éticos da ciência.

"The Big Bang Theory" reforça a importância da cultura pop como ferramenta de reflexão sobre o Direito, tornando o estudo da lei mais atraente e acessível. A série nos inspira a buscar abordagens inovadoras e interdisciplinares para compreender o Direito e sua influência na sociedade.

Com este trabalho, esperamos ter demonstrado como a análise de uma série de televisão pode ser um recurso valioso para o estudo e a compreensão do Direito, despertando o interesse e a curiosidade por temas jurídicos complexos. "The Big Bang Theory", com seu humor inteligente e personagens cativantes, nos mostrou que o Direito pode ser mais divertido e acessível do que imaginamos.

Assim, conclui-se este artigo com um "Bazinga!" em homenagem à série que nos inspirou a explorar o fascinante mundo do Direito através da lente da cultura pop e do icônico e memorável Sheldon Cooper.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. São Paulo: Saraiva, 2017.

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  • Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018).

  • CAMPOS, André Santos. Neurodireito: Uma Introdução Crítica. São Paulo: Atlas, 2017.

  • GOODENOUGH, Oliver R. O Cérebro e o Direito. São Paulo: Martins Fontes, 20

  • KOWALSKI, Dean A. (org.). The Big Bang Theory e a Filosofia. Rio de Janeiro: Best Seller, 2013.

Sobre o autor
Silvio Moreira Alves Júnior

Advogado; Especialista em Direito Digital pela FASG - Faculdade Serra Geral; Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela FASG - Faculdade Serra Geral; Especialista em Direito Penal pela Faculminas; Especialista em Compliance pela Faculminas; Especialista em Direito Civil pela Faculminas; Especialista em Direito Público pela Faculminas. Doutorando em Direito pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales – UCES

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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