Quais os problemas comuns aos diversos setores?
(Este artigo é uma continuação de uma lista com dez itens comuns à maioria dos setores brasileiros. Antes de prosseguir a leitura, lembre que a lista não é exaustiva, mas sim exemplificativa; e que tais aflições deveriam ser vistas por todos os cidadãos, pois impactam diretamente em uma distorção de preços, provocando ineficiência na economia.)
6. Setor Energético Oneroso e Ineficiente
O elevado custo da energia no Brasil, constitui um desafio significativo para as empresas - com um destaque especial para as chamadas "intensivas em energia" (cuja atividade exige alto consumo energético). Esse cenário gera diversos impactos negativos que afetam a competitividade e a eficiência. A elevada carga tributária sobre o setor elétrico, juntamente com a ineficiência gritante - grandes perdas na transmissão e distribuição da energia - contribuem para os altos custos.
(Embora não se comente muito sobre o assunto, o estamento burocrático brasileiro sempre eleva de forma significativa o risco à segurança energética; visto que o país tem uma grande dependência das fontes fósseis para a geração de energia, ficando mais vulnerável às oscilações do mercado internacional e aos riscos geopolíticos.)
7. Pouco Incentivo à Cultura da Inovação e P&D
A insuficiência - e em alguns casos, inexistência - de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), juntamente com a falta de uma cultura de inovação empresarial configuram obstáculos persistentes para o aprimoramento tecnológico. Consequentemente, passa a haver uma dificuldade na geração de produtos e serviços diferenciados na indústria brasileira, uma ameaça muito palpável à competitividade. Essa baixa adaptabilidade às mudanças tecnológicas, prende setores inteiros em um platô de obsolescência, que conduz à irrelevância no mercado internacional.
(Todos nós, "ratos de laboratório", sabemos que na base da pirâmide jamais faltou inovação, nem desenvolvimento de novos produtos. Ocorre que é mais fácil e barato registrar as inovações no exterior, em algum recanto gelado, do que enfrentar a insegurança nacional. Embora muitos não percebam, a insegurança sobre a propriedade privada atinge em cheio as inovações empresariais e principalmente as industriais. Além disso, a falta de regulamentação sobre propriedades imateriais digitais também deixa uma parte do patrimônio a descoberto. Esperamos que a reforma do código civil ajude a melhorar a situação!)
8. Desafios Ambientais, Sociais e de Governança (ESG)
Os consumidores e investidores estão cada vez mais exigentes em relação à sustentabilidade dos produtos e serviços. Uma postura sustentável, que seja realmente consistente, contribui para a construção de uma reputação forte, fidelizando clientes e parceiros.
(As práticas ESG realizadas por profissionais de postura conservadora tendem a ser mais robustas, e se tornam especialmente relevantes para minimizar riscos e maximizar retornos, pois incluem práticas focadas em economia de recursos e redução de custos operacionais, promovendo a mitigação de riscos ambientais e sociais. Por favor, querido leitor, não confunda sustentabilidade com politicagem.)
9. Gestão de Crises em Cenários de Insegurança Política
Cada vez que surge um conjunto de desafios inéditos e complexos, as empresas precisam se adaptar de forma rápida, antes de perder a sua capacidade operacional. A ausência de protocolos jurídicos empresariais para prevenção de crises, tem muito peso nessas horas! Infelizmente, a maioria do empresariado brasileiro ainda não tem planos secundários ou terciários, para (por exemplo) decisões políticas ou jurídicas de impacto amplo, ou catástrofes naturais.
Portanto, não há um preparo para lidar com obrigatoriedade de trabalho remoto, interrupção da cadeia de suprimentos, carência de insumos, crise na saúde mental da coletividade envolvida, e várias outras possibilidades. (Mencionei apenas algumas crises mais corriqueiras, existem várias outras). A gestão de crises se torna uma tarefa ineficiente, quando não existe um trabalho inteligente de prevenção - realizado por especialistas, para que realmente tenha bons resultados.
(A crença do "só cai granizo no telhado do vizinho" prevalece em muitos empreendimentos brasileiros, independente da sua localização geográfica ou faixa de faturamento. Enquanto não existir a cultura de elaborar programas robustos para prevenção e mitigação de riscos - sejam jurídicos, geopolíticos, estruturais, biológicos, de sucessão etc - continuaremos com péssimos índices de sobrevivência empresarial.)
10. Cadeia de Abastecimento Pouco Robusta
,A cada guerra ou fenômeno climático, os preços das commodities balançam - com especial atenção para insumos, combustíveis e fertilizantes - impactando diretamente os custos de produção das empresas brasileiras - consequentemente afetando diversos setores industriais. Em um cenário típico, ocorre uma repentina redução das margens de lucro, contribuindo para o cenário inflacionário.
(Estamos falando de algo muito maior do que a competitividade no mercado internacional: a segurança alimentar. Buscar alternativas para reduzir a dependência de importações e investir em tecnologias que otimizem o uso de insumos, se configuram como medidas importantes para lidar com esse desafio e, em última análise, proteger o poder de compra da população. Uma gestão realmente eficiente da cadeia de suprimentos precisa levar em conta a redução dos gargalos logísticos, assim como uma maior comunicação entre os elos da cadeia.)
Até o próximo artigo!
