Resumo: A política deveria ser um instrumento de transformação e justiça social, mas, na atualidade, tornou-se um espaço de enganação e interesses particulares. A atividade partidária tem se distanciado dos anseios populares, perpetuando promessas vazias e traição à confiança cidadã. O cenário resultante é de descrença generalizada, onde figuras políticas se destacam pela manipulação e não pelo compromisso com o bem comum. Além da corrupção financeira, há um grave massacre social promovido pela degradação dos valores morais, pelo nepotismo e pela promíscua relação entre o poder e o interesse privado. Diante disso, torna-se urgente resgatar a verdadeira essência da política, sob pena de a democracia se transformar em um eterno pesadelo.
Palavras-chave: Política; Nepotismo; Corrupção; Justiça Social; Descrença Popular.
INTRODUÇÃO
A política, em sua concepção ideal, deveria ser a ferramenta primordial para a construção de uma sociedade justa e igualitária. No entanto, observa-se um cenário marcado pela degradação ética e moral, onde os interesses privados se sobrepõem ao bem comum. A atividade partidária atual afasta-se cada vez mais das reais necessidades da população, consolidando um ciclo vicioso de promessas vazias e traição à confiança pública.
Esse fenômeno tem levado à descrença generalizada na política e em seus representantes. A substituição do político comprometido com a ética por personagens midiáticos e oportunistas transforma o processo democrático em um espetáculo, no qual o povo assume o papel de mera plateia, constantemente enganada. O objetivo deste artigo é analisar os fundamentos jurídicos desse quadro e destacar a necessidade de resgatar os princípios originais da política para a promoção de uma sociedade mais justa.
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
O massacre social provocado pela falência da política não se restringe à corrupção financeira, mas engloba também a corrosão dos valores morais e éticos, impactando diretamente a esperança coletiva. Um dos aspectos mais evidentes desse processo é o nepotismo, prática que afronta diretamente a Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal, a qual veda a nomeação de parentes para cargos na administração pública. Ainda assim, essa conduta persiste, demonstrando o desprezo pela legalidade e a perpetuação de privilégios dentro da estrutura estatal.
Outro ponto crítico é a instrumentalização da máquina pública para o favorecimento de aliados políticos e financiadores de campanha. A concessão de contratos públicos sem critérios objetivos e a transformação do patrimônio coletivo em moeda de troca são exemplos claros da promiscuidade entre o poder e os interesses privados. Tais práticas violam princípios fundamentais da administração pública, como a moralidade, a impessoalidade e a eficiência, previstos no artigo 37 da Constituição Federal.
Dessa forma, observa-se que a falência da política não se dá apenas pela ausência de valores éticos, mas também pelo constante desrespeito às normas jurídicas que deveriam garantir a transparência e a equidade no exercício do poder.
CONCLUSÃO
O cenário político atual reflete um modelo falido, onde a hipocrisia e a mentira imperam sobre os valores essenciais da democracia. Enquanto a política permanecer como um instrumento de interesses privados e não de justiça social, a sociedade continuará a sofrer as consequências desse sistema corrompido.
A restauração da política como meio de transformação social exige um compromisso efetivo com a ética, a moralidade e o respeito às normas jurídicas. Caso contrário, permaneceremos reféns de um modelo que desvirtua o sonho democrático e condena o povo a uma realidade de descrença e injustiça.
Por fim, é imprescindível seguir sonhando com o progresso socioeconômico desta terra, reduzindo desigualdades e erradicando a fome e a maldade humana. Sonhar com um Brasil livre da corrupção, onde a justiça, a fraternidade e a solidariedade sejam pilares inabaláveis. Sonhar com mídias livres de oportunistas vaidosos, resgatando o princípio da impessoalidade e exaltando aqueles que verdadeiramente constroem a nação: cientistas, professores, educadores, policiais, servidores da saúde, homens do campo, e tantos outros que dedicam suas vidas ao bem comum.
Que o sonho transcenda a utopia e se torne um compromisso com o humanismo e a sustentabilidade, promovendo uma justiça solidária entre gerações e uma ecologia humana integral. Que o zelo pela biodiversidade e o respeito à vida sejam alicerces da nossa existência. Mas, acima de tudo, que este sonho seja um despertar lúcido, no qual os sonhadores não apenas vislumbrem um futuro melhor, mas escolham, com determinação e coragem, os caminhos para torná-lo realidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 26 mar. 2025.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Súmula Vinculante nº 13. Disponível em: <www.stf.jus.br>. Acesso em: 26 mar. 2025.
BOTELHO, Jeferson. Reflexões sobre a política e a justiça social. Publicação inédita.