Resumo: A questão e pacto geracionais é expressão da antropologia existencial humana, contra e fora da História Universal e da Ordenação da Espiritualidade Humana.
Palavras-chave: Lebensraum, Lebenswelt, Lebensrecht, Lebenspolitik, Ordnung, Logos e Espírito do Homem, Homem no Universo, Homem e o Universo.
A questão geracional é limitada à Antropologia existencial, à biomatéria temporal-existencial, à dinâmica da ontodimensionalidade do Universo, ao fragmentário do essente material do Logos relativo. Hipertrofiam-se os Espíritos do Tempo e do Mundo.
Nega-se a totalidade sintética do Homem, em sua expressão conceitual e relacional dualógica: o Espírito de Eternidade e Espírito de Infinitude. Nega-se o Espírito e Logos do Homem.
O pacto geracional viola o contínuo histórico do Espírito e Logos do Homem, hipertrofiando e reduzindo o corpóreo humano em face do contínuo histórico-ordenado, violando-se a gradação qualitativa de abstratividade, disjuncionalidade e distencionalidade ao ser mantido o Homem numa única expressão existencial, com referência pouco subsistente à sua espiritualidade.
A questão e pacto geracionais nada mais são que expressão estética da dinâmica da corporeidade existencial, sem o Espírito humano e muito menos este, qualificado como metonímia ou metáfora naquilo que antropologicamente existencial é ou expressa, em singular modo de ser e existir.
A estética existencial, a forma de apresentação antropológica do essente existencial humano, em continuidade corpórea, não é singela apresentação fragmentada de um suposto contínuo, na qual cada geração se torna obsoleta e outra supostamente inovadora e ascendente e descendente são portadores e causadores genéticos da História do Homem, uma simplificação organicista-sistêmica.
O Homem não há de passar por um reducionismo simplista, simplório e puramente existencial, como se o contínuo vivente, vital, existencial, personificador e personalista do Mundo da Cultura e do universo intelectível cultural do Homem fosse uma verdade absoluta geracional, que se transmitisse via consangüínea.
O Logos e Espírito do Homem vai muito além do estar geracionalmente no Universo, transcendendo-o para além do tempo métrico e da ortotemporalidade e estabelecendo-se e assentando-se na transitoriedade continuativa dualógica do Homem.
As consciências de imortalidade, vitalidade e perpetuidade são fatores da espiritualidade humana, que portam e causam em-si a ordenação para além do corpóreo-existencial, perfectibilizando-se o essente/ortossubstancializante do Homem e preparando-o para os Espíritos de Eternidade e Infinitude.
A percepção estética, de imagem, antropológica existencial do Homem somente transporta a singular idéia da finitude objetivada do essente corpóreo humano, sem a suficiência contenudística de sua espiritualidade ordenadora (Logos e Espírito do Homem).
O horizonte evoluendo de Destino e Fortuna do Homem é vasto, eterno e infinito, não podendo ser traçado e afirmado em fronteiras concretas singulares e finitas no devir, mas é uma matriz possível que se confere ou não relevância à ordenação do universo intelectível cultural do Homem.
O Homem exige de-si ordenação, disciplina e compreensão de-si, longe do assimétrico turbulento que a imagem geracional porta.
O Homem ordena seu Eu para perpetuar-se e imortalizar-se no Universo, devendo afastar as angústias e premências de um existir que porta a finitude objetiva e objetivada de seu Eu, consubstancializado por Eros (desejo) e Tanatos (morte física/perecimento inexorável).
A imensa batalha que o Homem trava consigo, com seu não-Eu (ignorância) é suplantar as fragilidades e condicionamentos humanos que o devir lhe impõe.
A estética geracional nada mais é que uma barreira à visão transitória que é repetida constantemente, mas como afago ideológico e carismático, que pela sua própria essência.
O Homem luta bravamente para enfrentar sua dimensionalidade espiritual ordenada, que é objetivada na existência corpórea, na finitude existencial, encerrando-se no tempo e espaço métricos a pequena e reduzida parcela do essente humano, reduzindo-o ao que faz, negando-se a grandeza e a imensidão daquilo que é.
A geracionalidade pactada circunscreve-se à puntualidade antropológica existencial humana, afastando-se a co-extensão ordenada da espiritualidade humana na experiência: a lógica, a logística e Espiritualidade humanas, em consideração conceitual e de idéia no transcurso de realização dualógica do Homem no Universo.
Há uma ruptura da idéia e conceito de Homem com a geracionalidade, pois a Espiritualidade é afastada de forma absoluta, via conceituação, do encerramento da idéia de Homem no seu conceito, fragmentando-se as ontologias humanas (intelectível etc), para um posterior indefinido e tratando-se somente o contínuo existencial, corpóreo e finito do Homem.
Como efeito do fragmentar, há ostensiva perda identitária do Homem na sua dimensão ortoessente, pois o corpóreo, o antropológico existencial, é rompido com o espiritual, tendo sido afastado de forma abrupta, com ruptura sem fundamento e sendo hábil à fundamentação da estética antropológica, mas vazia da Humanidade, Logos e Espírito do Homem.
O Homem é muito mais e vai além do estético visível, apresentado como singular modo de ser e existir, como se fosse em totalidade-síntese de seu Eu, logo tem-se uma metonímia peculiar humana, que se encontra num contínuo ordenado existencial, mas sem ser o Homem todo, sem representá-lo ou significá-lo como uma totalidade-síntese.
Se os Espíritos de Eternidade e Infinitude que o Homem constrói por-si e para-si, com respectivos significados de identidade, completude, integridade, integralidade e densidade ortoessente de-si, o Homem tem ausente a diretividade-retora de-si e do horizonte evoluendo de Fortuna, de Destino e Bem Comuns de-si.
Sem os Espíritos do Mundo, do Tempo, das instituições, da História Universal (Fritz Heinemann) e da Ordnung, o Homem perde a afirmação axiológica de sobrevivência/autopreservação de-si e da busca da excelência qualitativa de-si e, simultaneamente, do Rechtprinzipien e Politikprinzipien (Justiça e Governo/Liberdade, Igualdade e Estabilidade), que formam a ordenação eticamente governada e normada do Espírito e Logos do Homem.
O Homem faz por-si a reflexão crítica do seu Eu e respectiva dimensão essente, afastando-se de angústias, questionamentos, refutações etc, que violem-lhe a segurança e permanência ortoessente na experiência, ou seja, o perenizar no Universo de forma total-sintética, sendo expressão consciente humana, que, em decisão normativa concreta, governa-se (ontologia de governatividade) e normatiza-se (ontologia de normatividade).
Antropologia anímica (consciência/convicção) busca a completude ontológica-perfectível do Homem em sua realização dinâmica-perenizante, determinando-se a qualidade do impulso vital para que o Homem não tenha para-si uma visão significativa fragmentária do seu Eu essente.
Como efeito imediato desta decisão, o Homem determina-se perante a tensão dinâmica-dialética compreensiva de substancialização e dessubstancialização (perecimento), formando-se a ortossubstancialização.
O prefixo ‘orto’ é expressão imediata da decisão consciente-intelectível humana, em governar-se (autogoverno), apondo-se um padrão de racionalização ordenador de seu essente que é logicizado, organicizado e transformado em ordenação coesiva-sistêmica, não havendo sustentação racional suficiente para seccionar o essente humano e afastar o padrão qualitativo de inteligibilidade evoluenda, que o Homem atingiu ao governar a dinâmica essente de seu Eu, que é a tensionalidade exposta, determinado-se o Homem por-si que o prefixo ‘orto’ reflete imediatamente o Logos, Espírito e Humanidade do Homem, em veracidade, autenticidade, integridade e integralidade da própria qualidade ordenante humana de totalidade-síntese.
Efemeridade e fugacidade humana-geracional em razão da estética visível, daquilo que não ultrapassa o tempo métrico e fica crucificado na cruz da História Universal.
A imagem do transcurso geracional não só simboliza uma fragilidade finita humana, mas porta uma imagem organicista do Homem na sua finitude temporal-métrica, demonstrando-se o quão distante e fugaz se encontra da totalidade-síntese humana, de sua densidade e complexidade identitária, do seu Eu.
A imagem somente porta o Eu-indivíduo, atomístico e circuscrito àquela vivência existencial, totalmente superficial à existencialidade concreta e de transcurso temporal-métrico.
Naquela não há a densidade da omniconvivencialidade humana e a distensão intelectível do Eu humano, nas mais variadas acepções e formações de seu Eu, tal como o Eu-social ou –político.
O Eu-institucional do Homem e demais modais expressionais decisórios e conceituais são modais expressionais evolutivos humanos, são decisões valorativas do Homem ascender-se no Universo, ultrapassando o Eu de-si atual para o protogênico, para aquele que se exigiu uma matriz intelectível-ascensional.
A geracionalidade não porta ou causa o significado do todo humano, pois segmenta-se em sua corporeidade, dotando-a de encerramento e clausura existencial, sem um mínimo possível de expressar o Eu humano e suas distensões expressionais intelectíveis.
O significado puntualizado, casuístico e atomístico da geracionalidade expressa somente o Homem no Universo e não o Homem e o Universo, pois a imagem porta a fusão conceitual e de idéias, especialmente de Homem, que somente se encontraria puntualizada na expressão corporal, sem as ontologias espirituais para-consigo, do vivenciado e vitalizante na ordenação espiritual do Universo.
O Homem ordena o espaço métrico, formando-se a ortoespacialidade em compreensão e integração com o existencial, transformando-o naquilo que o Homem é e na gradação qualitativa evoluenda de-si, perfectibilizando o Universo, o mundo físico no seu universo intelectível cultural, que é ordenado e que tem significado, formando-se os Espíritos da História Universal e da Ordnung concreta.
O Logos e Espiritualidade do Homem apõem-se na experiência, ordenando-a, causando aqueles a expressão multimodal da Liberdade e da Igualidade, transformando a experiência e sendo o Homem transformado por ela, conforme sua consciência de mutabilidade, o que não se detecta na geracionalidade e sua imagem estática.
O diálogo do Homem consigo mesmo é eterno e infinito, fugindo-se das imagens concretas e corpóreas de seu Eu e aproximativo das idéias e conceitos, pois são nelas, por elas e com elas é que o Homem se eleva em conceito de-si, em complexidade, densidade e evolutividade, transformando-se com a visibilidade lógica da certeza e verdade de-si, validando-se seu raciocínio concludente.
O contínuo vivente co-extende-se do Logos e Espírito do Homem em ato, em retorno de-si para-consigo em experiência no Lebensraum, Lebenswelt, Lebensrecht, Lebenspolitik e Nomos.
A questão pactual nada mais é que modal expressional da metonímia formal de uma decisão fictícia, senão pitoresca, puntualizada na suposição de um centro decisório antropológico transcendental, visando conferir estética-pragmática e aceitação política de uma suposta solidariedade. Certamente a verdade se vingará.