Estudar em outros países é uma experiência transformadora, especialmente na área do Direito, pois permite aos acadêmicos e profissionais mergulharem em diferentes sistemas jurídicos, compreenderem culturas diversas e dialogarem com outras realidades sociais. Esse tipo de vivência fomenta a formação de juristas mais preparados para lidar com agendas globais e contribuir para o desenvolvimento de sociedades mais justas e inclusivas.
A relação entre Argentina, Brasil, Portugal e Estados Unidos exemplifica como a troca internacional pode ser enriquecedora. Esses países compartilham, em graus variados, laços históricos, culturais e econômicos, mas possuem sistemas jurídicos distintos que refletem suas particularidades sociais e políticas.
Na Argentina, o Direito Penal tem forte influência dos direitos humanos, marcados pela luta contra os resquícios da ditadura militar. Estudar lá pode oferecer uma perspectiva valiosa sobre a importância da memória, verdade e justiça no fortalecimento democrático. Já no Brasil, com um sistema jurídico inspirado no modelo romano-germânico e demandas sociais diversas, o diálogo com a realidade brasileira permite compreender os desafios de um país continental, especialmente no combate às desigualdades e na defesa de direitos fundamentais.
Portugal, por sua vez, tem uma tradição jurídica enraizada no Direito Civil, mas está em constante diálogo com as diretrizes da União Europeia. Estudar no contexto português oferece um panorama único sobre como os Estados membros harmonizam legislações nacionais com normas supranacionais, além de permitir reflexões sobre a integração jurídica internacional.
Os Estados Unidos, com sua tradição de common law e forte ênfase na litigância, oferecem uma visão distinta do Direito, com foco em precedentes judiciais, advocacia estratégica e práticas jurídicas voltadas para a resolução de conflitos no setor privado e público. A experiência acadêmica norte-americana destaca o estudo de casos e o debate jurídico, proporcionando aos estudantes um ambiente de aprendizado dinâmico e interdisciplinar. Além disso, a proeminência dos Estados Unidos no cenário global permite que os juristas entendam questões relacionadas ao Direito Internacional, ao comércio global e aos direitos civis em uma das maiores democracias do mundo.
No campo das agendas globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, a troca de conhecimentos entre esses países é fundamental. Questões como acesso à justiça, igualdade de gênero, combate à corrupção e sustentabilidade demandam cooperação transnacional e profissionais capacitados para trabalhar em um ambiente globalizado.
Além disso, conhecer a cultura e estabelecer diálogos com outros povos amplia a visão de mundo e promove a empatia, qualidades indispensáveis para um jurista em um mundo cada vez mais interconectado. Por meio dessas interações, não apenas as leis são compreendidas em suas dimensões culturais e sociais, mas também se constrói uma base sólida para o entendimento mútuo entre nações.
Portanto, estudar em países como Argentina, Brasil, Portugal e Estados Unidos transcende a aquisição de conhecimentos técnicos. Trata-se de uma oportunidade de compreender o Direito em sua dimensão global, contribuindo para o desenvolvimento de um profissional comprometido com a justiça, a igualdade e a transformação social.