Quilombos no Brasil e a Importância dos Direitos Humanos

20/05/2025 às 12:22
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Os quilombos representam uma parte essencial da história e da formação social brasileira. Surgidos como espaços de resistência à escravidão, os quilombos eram comunidades formadas, majoritariamente, por pessoas negras que fugiam do regime escravocrata e buscavam construir formas autônomas de vida.

Esses territórios, muitas vezes localizados em regiões de difícil acesso, tornaram-se verdadeiros símbolos da luta por liberdade, dignidade e justiça.

No Brasil contemporâneo, os quilombos continuam a existir como comunidades remanescentes quilombolas, reconhecidas pela Constituição Federal de 1988. A luta dessas comunidades vai além do reconhecimento histórico: envolve a defesa dos seus direitos territoriais, culturais, sociais e políticos.

O artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) assegura a essas populações o direito à propriedade definitiva de seus territórios tradicionais, cabendo ao Estado a sua titulação.

No entanto, a efetivação desse direito ainda enfrenta inúmeros obstáculos, como a lentidão nos processos de regularização fundiária, a invasão de terras por agentes externos e o preconceito racial e estrutural.

É nesse contexto que a perspectiva dos direitos humanos se mostra fundamental. Os direitos humanos garantem a dignidade, a igualdade e a liberdade de todos os indivíduos, independentemente de origem étnica, classe social ou modo de vida. Aplicar essa perspectiva às comunidades quilombolas significa reconhecer a legitimidade de seus modos de existência, seus saberes ancestrais e suas formas próprias de organização social.

Significa também assegurar acesso à saúde, educação, infraestrutura básica e proteção contra a violência e a discriminação.

Além disso, fortalecer os direitos das comunidades quilombolas contribui para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Quando se respeita o direito à terra, à cultura e à identidade dessas populações, o país avança no enfrentamento das desigualdades históricas herdadas do período escravocrata. Reconhecer e valorizar os quilombos é, portanto, uma ação concreta de reparação histórica e de afirmação dos princípios fundamentais dos direitos humanos: a igualdade, a justiça e a liberdade para todos.

Sobre o autor
Wagner Muniz

Mestrando em Direito Público e Evolução Social (PPGD/UNESA/RJ), Intercambista na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos (USA). Espec. em Ciências Criminais e Direito Internacional (UniAmérica/PR), Graduando em Gestão Pública (FGV), Bacharel em Direito (Estácio, campus Cabo Frio/RJ), Voluntário no UNICEF BRASIL, atuou como Estagiário da Justiça Federal (TRF-2, SJRJ), Palestrante, Ativista Social pela Educação, Informação e Participação Sociopolítica Juvenil, Influenciador Digital e Mobilizador Social. Wagner é morador de São Pedro da Aldeia - RJ e atua em prol da Defesa dos Direitos Humanos de Crianças, Adolescentes e Jovens. Possui experiência ampla na área de Direito Público, com ênfase em Direito Penal, Processo Penal, Execução Penal, Direitos Humanos, Constitucional e Internacional. Também possui experiência com atuações em Direito Eleitoral, Jornalismo, Comunicação, Marketing, Planejamento de Campanha, Criação de Imagem e Discurso Político, Gestão Pública e Ciência Política. Esteve como Monitor em Direito Penal e Processo Penal e Direito Público, também, como Padrinho Veterano do Curso de Direito (2020-2022) da Universidade Estácio de Sá, campus Cabo Frio-RJ.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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