Jorge Candido S. C. Viana[1]
Para se cuidar do tema de que todos nós, somos corruptos e corruptores, temos que recorrer ao princípio da igualdade proclamado pela Constituição Federal, em que a igualdade passa a exercer aos olhos do Estado uma função relevante de princípio norteador das políticas públicas de inclusão social visando a erradicação da miséria, da pobreza, da fome, do analfabetismo, isto é, objetivando proporcionar a todos uma vida humana digna. Deste modo, o princípio da igualdade é o caminho indicado para que se possa efetivar a dignidade da pessoa humana, como fundamento essencial que rege os demais princípios e o Estado Democrático de Direito. E da sociedade como um todo.
Muito se fala, que nós seres humanos racionais, ainda que se encontrem também alguns irracionais, podemos nos considerar uma sociedade, ou seja, um grupo de pessoas que convivem, interagem e se organizam em torno de objetivos e interesses comuns. As sociedades podem variar em tamanho, desde pequenas comunidades locais até nações inteiras. Elas são caracterizadas por várias características essenciais: Interação. Normas e Valores.
A interação refere-se ao ato de agir em conjunto, de forma recíproca ou mútua, envolvendo a comunicação, o compartilhamento de informações, a influência mútua ou o engajamento entre duas ou mais entidades, sejam elas indivíduos, grupos, objetos ou sistemas.
A interação pode se manifestar de várias maneiras, como através de conversas, gestos, trocas de informações, colaboração, conflito, comércio, feedback, entre outros. É um componente fundamental nas relações humanas, nas dinâmicas sociais e em muitos aspectos da vida cotidiana. A interação desempenha um papel crucial na comunicação, na aprendizagem, na resolução de problemas e na formação de relacionamentos.
Sintetizando, a interação é o processo pelo qual indivíduos, de diferentes credos, gêneros, etnias, classe sociais se relacionam umas com as outras de várias maneiras, seja através de comunicação, comércio, colaboração, ou relacionamentos pessoais.
E para que essas pessoas possam viver de maneira ordenada, todos sem exceção, devem seguir as normas comuns estas são representadas em princípio pela Constituição Federal e leis que vão se criando, na sua maioria, muito bem pagas, para que venha a beneficiar alguém especificamente em algum momento, mas que ao longo do tempo, acabam por beneficiar outros.
As sociedades estabelecem além das normas, valores, que orientam o comportamento de seus membros. Muito embora normas e valores, sejam dois conceitos distintos, são como se verá adiante, intimamente relacionados, que desempenham papéis cruciais na organização e funcionamento de uma sociedade. Para discriminar normas e valores em uma sociedade, é importante entender as características de cada um e como eles interagem. Aqui está uma explicação de como você pode distingui-los:
1. DAS NORMAS
Normas são regras ou padrões de comportamento que uma sociedade estabelece para orientar a conduta de seus membros. Elas são geralmente escritas ou implícitas e podem ser formais (leis) ou informais (normas sociais não escritas). Ou seja, as leis determinam o que é considerado apropriado ou inapropriado em uma sociedade em relação a ações, palavras e interações.
Assim numa sociedade, para que todos possam viver em harmonia, devem obedecer o que foi estabelecido, regras de trânsito, etiqueta (hoje em dia, muitos poucos sabem do que se trata), entender o que é seu direito e o que são seus deveres, e principalmente compreender, que da mesma forma, o indivíduo social tenha assegurados seus direitos constitucionalmente, que vão até um certo limite e nunca ultrapassar os direitos de seus semelhantes.
Dentro das normas, temos basicamente, uma tênue linha imaginária, sobre o que é seu e o que é de outro, muitas vezes, como se dizia antigamente, “pegar o bonde andando e quer sentar na janelinha”, ou seja, qualquer objeto inanimado ou animado tem sua origem e é aí, que podemos afirmar quem é quem, e o que pertence a cada um. A violação das normas impostas à sociedade pode resultar em sanções e punições sociais.
2. DOS VALORES
Valores são crenças ou princípios fundamentais que uma sociedade considera importantes e pelos quais seus membros guiam suas vidas.
Eles são abstratos e representam o que é desejado, admirado e significativo na cultura de uma sociedade. Ajudam a determinar o que é moral, justo e importante para os indivíduos e para a sociedade como um todo. E nestes valores se incluem liberdade, igualdade, honestidade, lealdade, justiça, solidariedade, entre outros. Os valores a que nos referimos influenciam as atitudes e o comportamento das pessoas, mas não são necessariamente escritos em regras específicas.
Para discriminar normas e valores em uma sociedade, se faz necessário observar o seguinte:
· Normas são mais concretas e prescritivas, enquanto valores são mais abstratos e orientadores.
· As normas são aplicadas diretamente às ações e comportamentos das pessoas, enquanto os valores moldam a cultura e a ética de uma sociedade.
· Normas podem mudar mais rapidamente do que valores, que tendem a ser mais estáveis ao longo do tempo.
· Valores geralmente fornecem um contexto mais amplo para a compreensão das normas. Por exemplo, o valor da justiça pode influenciar as leis de um país.
Em resumo, as normas são as regras específicas que governam o comportamento em uma sociedade, enquanto os valores são os princípios subjacentes que orientam as ações e escolhas das pessoas. Ambos desempenham papéis essenciais na formação da cultura e na organização social de uma sociedade.
Sociedades podem ser caracterizadas por uma ampla diversidade de pessoas com diferentes origens étnicas, religiosas, culturais e econômicas. A integração e a convivência pacífica são objetivos importantes em sociedades diversificadas.
A organização social pode variar significativamente de uma cultura e sociedade para outra, mas a interação e a coexistência são princípios fundamentais em todas as sociedades humanas. O objetivo de uma sociedade é proporcionar um ambiente onde as pessoas possam viver juntas, cooperar e buscar objetivos compartilhados e individuais.
Sociedade, pode se tratar de um arranjo empresarial entre duas ou mais pessoas, visando uma finalidade lucrativa. Ou a independência financeira. Pelo menos é o que se imagina quando se inicia um negócio próprio.
Uma sociedade de indivíduos que vivem por vontade própria pode ser descrita como uma sociedade onde as pessoas têm muita autonomia e liberdade individual para tomar decisões sobre como desejam viver suas vidas. Nesse contexto, os membros da sociedade têm o direito de fazer escolhas pessoais e seguir seus próprios interesses, desde que respeitem as leis e os direitos dos outros membros.
Essa descrição se alinha com a ideia de uma sociedade democrática e liberal, onde os direitos individuais são valorizados e protegidos. Essas sociedades geralmente têm sistemas políticos e legais que garantem a liberdade de expressão, a liberdade de associação, a igualdade perante a lei e a propriedade privada. As pessoas têm a capacidade de buscar seus objetivos pessoais, profissionais e de vida dentro dos limites da lei e do respeito pelos direitos dos outros.
É importante ressaltar que a extensão da autonomia individual pode variar de uma sociedade para outra e depende das leis, regulamentos, valores culturais e políticas específicas de cada país ou comunidade. Mesmo em sociedades que valorizam a liberdade individual, existem limites legais e éticos para garantir que essa liberdade não prejudique o bem-estar e os direitos dos outros.
Uma sociedade de indivíduos que vivem por vontade própria pode ser entendida como uma forma de organização social em que os membros são altamente autônomos e exercem abundante liberdade individual em suas vidas e escolhas. Nesse tipo de sociedade, os indivíduos têm a capacidade de tomar decisões independentes sobre como viver suas vidas, sem serem excessivamente restringidos por normas rígidas ou regulamentações governamentais.
Esse conceito se alinha com a ideia de sociedades baseadas em princípios de liberdade individual, autodeterminação e respeito pelos direitos individuais. No entanto, mesmo em sociedades que valorizam a autonomia e a vontade própria, ainda podem existir estruturas organizacionais, leis e regulamentações que ajudam a manter a ordem social e a proteger os direitos de todos os membros.
É importante observar que, em qualquer sociedade, o equilíbrio entre a liberdade individual e a necessidade de normas sociais é uma questão complexa. Sociedades podem variar amplamente em termos de quão liberal ou restritiva é a sua abordagem em relação à liberdade individual, dependendo de suas crenças culturais, políticas e valores. Em sociedades democráticas, por exemplo, os indivíduos geralmente têm a liberdade de tomar decisões pessoais, desde que essas decisões não prejudiquem os direitos ou interesses de outros membros da sociedade.
Viver em sociedade significa habitar e interagir em um grupo humano organizado, onde os indivíduos coexistem, colaboram, e seguem regras e normas estabelecidas em comum acordo.
Em sociedades, as pessoas compartilham recursos, ideias, cultura, e trabalham juntas para alcançar objetivos comuns e atender às necessidades individuais e coletivas. Viver em sociedade envolve uma série de características essenciais....
Até aqui, tentamos dar uma ideia do que é sociedade, para só então entrarmos no objetivo da definição do que vem a ser corrupção, nesta minha afirmação de que todos nós somos corruptos e corruptores, acredito, não. Tenho certeza de que terei, muitos opositores, porque a pecha corrupção, já se estendeu além das fronteiras do subconsciente. Sim porque o subconsciente é frequentemente associado ao armazenamento de memórias, experiências passadas e informações que não estão atualmente no pensamento consciente. Isso pode incluir memórias de eventos passados, crenças profundamente arraigadas e emoções não processadas.
Viver em sociedade envolve uma gama de complexidades e desafios, mas também oferece oportunidades para cooperação, aprendizado, crescimento pessoal e contribuição para o bem-estar coletivo.
Quando me atrevo a afirmar que todos nós, somos corruptos e corruptores, muitas vozes afirmarão que viver em sociedade não requer que as pessoas sejam obrigatoriamente corruptas ou corruptoras. Corrupção envolve a prática de comportamentos antiéticos, ilegais e moralmente condenáveis, como suborno, fraude e abuso de poder em benefício próprio.
Uma sociedade saudável e justa é baseada em princípios de integridade, confiança, respeito mútuo e ética. Embora a corrupção possa ser um problema em algumas sociedades, não é uma característica intrínseca de viver em sociedade. Muitas sociedades ao redor do mundo têm leis, regulamentações e instituições para combater a corrupção e promover a transparência e a responsabilidade.
Efetivamente, viver em sociedade exige que as pessoas respeitem as regras, leis e normas que são estabelecidas para manter a ordem e proteger os direitos e interesses de todos. A ética e a integridade desempenham papéis fundamentais na construção de uma sociedade justa e funcional. Portanto, nesse pensamento, não seria correto afirmar que a corrupção seja uma condição necessária para viver em sociedade, mas ao contrário do que se pensa. O ser humano não consegue viver, sem amigos ou parentes, nem mesmo o eremita, terá que corromper os animais para que o deixem viver como tal. Muitos perguntarão, como corromper um animal irracional. Nenhum animal, quaisquer que sejam a espécie a que pertença, são irracionais, talvez a raça, dita, humana seja mais irracional do que aqueles a quem consideramos irracionais. Um filho irracional, não conhece o próprio pai, da mesma forma que um pai irracional não reconhece o próprio filho, entre os “animais” ditos irracionais, em qual espécie poderíamos afirmar essa irracionalidade a que me referi, sinceramente eu pessoalmente, não tenho a mínima ideia....
Ora, se um indivíduo ocupa um determinado cargo, um atendente, por exemplo, em um posto de saúde, e passa um amigo ou parente na frente de outras pessoas que estão à espera de atendimento, qual a denominação se dá a esse procedimento? A grande maioria poderá dizer que se trata de "favorecimento indevido" ou "favorecimento pessoal", mas tal atitude é considerado antiético, injusto e, em alguns casos, até ilegal, e independentemente das leis ou regulamentos é corrupção, e nesse exemplo temos os dois agentes o corrupto e o corruptor, ambos se beneficiam.
No exemplo acima, por se tratar de ambiente de saúde, é importante que o atendimento seja baseado em critérios médicos e na ordem de chegada para garantir a igualdade e a justiça no acesso aos serviços de saúde. O favorecimento de amigos ou parentes na frente de outras pessoas pode prejudicar a confiança nas instituições de saúde e causar ressentimento entre os pacientes que estão aguardando atendimento, o povo em geral, já nem faz esse diferenciamento e acaba, concordando com essas práticas, seja porque em algum momento também já se beneficiou com tal atitude ou por omissão, porque sabe que sua voz, não encontrará eco.
Sabe-se que em muitas instituições de saúde têm políticas claras contra esse tipo de comportamento, e os profissionais de saúde são geralmente orientados a seguir procedimentos justos e imparciais ao lidar com pacientes e garantir que todos recebam atendimento com base em suas necessidades médicas, em vez de conexões pessoais, só que tal comportamento é só na teoria, porque na prática a teoria é outra.
O favoritismo pessoal, que envolve tratamento preferencial com base em relações pessoais em detrimento de critérios objetivos e justos, é uma questão que é considerada inadequada e muitas vezes ilegal não só no Brasil, mas como em muitos outros países. O tratamento preferencial com base em favoritismo pessoal pode ser problemático em várias áreas, incluindo emprego, licitações públicas, contratos comerciais e muito mais. Para combater essa prática, Nós dispomos de legislação e regulamentações que visam promover a igualdade, a justiça e a transparência. O problema maior é aplicá-las.
Leis Anticorrupção:
Nós temos leis anticorrupção que proíbem o tratamento preferencial com base em conexões pessoais ou relações pessoais em contextos como contratos públicos e cargos governamentais. É sabido que a corrupção é ilegal, e as leis anticorrupção visam punir aqueles que praticam ou facilitam práticas corruptas.
Transparência:
Na teoria, nós, como país promovemos, ou pelo menos deveríamos promover a transparência em processos de contratação pública, licitações e tomadas de decisão governamentais. Essas práticas ajudariam a reduzir a possibilidade de tratamento preferencial e favorecimento pessoal.
Agências de Fiscalização:
Existem agências que monitoram a conformidade com leis de concorrência e ajudam a evitar práticas anticoncorrenciais, incluindo o favoritismo pessoal em contratos e negócios, mas o problema não está nas agências e sim em quem deveria ter o dever de fiscalizar. O porquê, não conseguiríamos descrever, por mais que nos esforçássemos, iríamos encher mais de mil páginas, e não chegaríamos a lugar nenhum.
Denúncias e Proteção a Denunciantes:
Nós temos mecanismos para denunciantes que queiram reportar casos de favoritismo pessoal ou corrupção. Além disso, o país tem leis para proteger denunciantes que revelem informações sobre práticas ilegais, a tal delação premiada, que em sua grande maioria, não revelam, fatos que levem as autoridades a melhorar a sociedade, apenas servem para isentar o delator das penalidades que deveria receber.
Ética no Serviço Público:
Funcionários públicos são destinados para exercer cargos ou funções públicas, em prol de uma sociedade, dentro dos padrões de ética e integridade, o que inclui evitar o recebimento de valores, para fazer vista grossa a irregularidades encontradas em seu trabalho, bem como conceder tratamento preferencial com base em relações pessoais.
O favorecimento indevido, em termos gerais, refere-se a uma ação ou comportamento em que alguém concede tratamento preferencial, vantagens ou benefícios a uma pessoa em detrimento de outras, muitas vezes em violação de princípios de justiça, equidade ou imparcialidade. Isso pode ocorrer em várias áreas da vida, como no campo profissional, nas relações pessoais ou na esfera pública. O favorecimento indevido é considerado antiético e, em muitos casos, pode ser ilegal, ou seja, é corrupção.
O favorecimento pessoal é frequentemente considerado antiético e injusto, pois as decisões não se baseiam no mérito, na equidade ou em critérios justos, mas sim em relações pessoais. Em muitos lugares, existem leis e regulamentos que proíbem o favorecimento pessoal, especialmente em contextos onde ele pode resultar em discriminação, corrupção ou tratamento injusto. A promoção da imparcialidade e da igualdade é fundamental para a construção de sociedades justas e confiáveis.
É importante notar que as medidas específicas e as penalidades para o favoritismo pessoal podem variar dependendo do contexto e da gravidade da situação. Em casos de corrupção, por exemplo, as penalidades podem incluir multas substanciais, prisão e desqualificação de cargos públicos.
No entanto, a eficácia das leis e regulamentações em combater o favoritismo pessoal e a corrupção depende da fiscalização, da aplicação das leis e da cultura organizacional. O combate ao favoritismo pessoal e à corrupção é uma preocupação contínua que exige esforços do governo, da sociedade civil e de todos os cidadãos.
Em contextos legais e regulatórios, o favorecimento indevido pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo: Nepotismo, Suborno, Tráfico de influência, Clientelismo, Corrupção etc.
Nepotismo em sua forma é:
O nepotismo é uma prática na qual cargos de emprego ou oportunidades são concedidos a parentes ou amigos em vez de selecionar os candidatos com base em suas qualificações, competência ou mérito.
Resumindo o nepotismo é quando alguém em uma posição de poder ou autoridade concede empregos, contratos ou outros benefícios a membros da família, amigos ou conhecidos, em vez de selecionar candidatos com base em mérito.
Essa prática é considerada uma forma de corrupção, pois viola princípios de imparcialidade, justiça e igualdade de oportunidades. Isso também pode minar a integridade das instituições e levar a decisões que não são do melhor interesse da organização, empresa ou instituição pública em questão.
Suborno em sua forma é:
Oferecer ou aceitar subornos para obter vantagens indevidas ou tratar alguém de maneira preferencial é uma forma clássica de corrupção. A corrupção envolve o uso indevido do poder, frequentemente através de práticas antiéticas, para obter benefícios pessoais ou vantagens em detrimento do interesse público ou de terceiros. O suborno é um dos atos mais comuns de corrupção, e ele acontece quando alguém oferece, paga ou aceita dinheiro, bens, serviços ou favores com a intenção de influenciar uma decisão, ação ou julgamento em benefício próprio ou de outro.
Ele com certeza diminui a confiança nas instituições, porque ao desviar recursos públicos, distorcer a tomada de decisões, prejudica a justiça e a equidade. Em muitas jurisdições, existem leis rigorosas e regulamentos para combater a corrupção e punir aqueles que a praticam. Além disso, organizações internacionais, como as Nações Unidas, têm instrumentos e acordos que visam combater a corrupção em escala global. Sem sucesso no entanto, as vantagens recebidas pelos corruptores são sempre bem maiores do que o que pode beneficiar o corrupto.
Tráfico de Influência em sua forma é:
O tráfico de influência é uma prática ilegal que envolve o uso indevido de influência ou conexões pessoais para obter favores, tratamento preferencial ou vantagens indevidas de indivíduos em posições de poder ou autoridade. Essa prática pode assumir várias formas, mas geralmente envolve o seguinte:
Uso de conexões pessoais: O tráfico de influência geralmente começa quando alguém usa suas conexões pessoais, amizades, parentesco ou outras relações pessoais para influenciar ou persuadir alguém em posição de autoridade a tomar uma decisão ou agir de uma maneira favorável ao interessado.
Obtenção de benefícios indevidos: A pessoa que pratica o tráfico de influência busca obter benefícios indevidos, como contratos lucrativos, empregos, promoções, isenções fiscais, tratamento especial ou qualquer outra forma de favorecimento que não seria obtida de maneira justa e transparente.
Intenção oculta: Muitas vezes, o tráfico de influência é realizado de maneira discreta, sem que as partes envolvidas revelem abertamente suas intenções. Isso torna mais difícil detectar e provar a prática.
Corrupção: O tráfico de influência é frequentemente associado à corrupção, já que envolve o uso indevido de influência para ganho pessoal ou de terceiros. É efetivamente uma forma de corrupção, embora muitos entenda, que nem todo uso de influência pessoal seja necessariamente ilegal ou corrupta.
Poder e autoridade: Normalmente, o tráfico de influência ocorre em contextos em que a pessoa que usa sua influência detém poder ou autoridade sobre a situação ou as decisões que estão sendo influenciadas.
Em muitos países, o tráfico de influência é considerado uma prática ilegal e pode resultar em ações legais, incluindo acusações criminais e punições, como multas, prisão ou desqualificação de cargos públicos. As leis relacionadas ao tráfico de influência variam de um lugar para outro, mas geralmente visam coibir a corrupção e promover a igualdade, justiça e transparência nas decisões governamentais e empresariais... só visam.... Já qualquer que seja os favores ou vantagens dadas a uns, sempre será em detrimento de outros.
Clientelismo em sua forma é:
O fato de conceder benefícios a eleitores ou apoiadores políticos em troca de apoio político é uma forma de corrupção e é frequentemente chamado de clientelismo ou "patronagem política". Essa prática envolve o uso de recursos públicos ou privados para beneficiar um grupo de eleitores ou apoiadores políticos em troca de apoio político, votos ou lealdade. Essa troca de favores em que recursos públicos são usados para fins pessoais ou partidários em detrimento do interesse público é considerada antiética e prejudicial.
O clientelismo pode minar a justiça, a igualdade e a integridade das instituições políticas, além de criar uma cultura de corrupção. As políticas públicas e os recursos deveriam ser alocados com base em critérios objetivos e no interesse público, em vez de serem usados como moeda de troca para obter apoio político.
O clientelismo é ilegal e é visto como uma forma de corrupção política. A luta contra o clientelismo e a promoção da transparência e da igualdade na política são objetivos importantes para garantir o funcionamento justo e ético do sistema político.
Em casos de clientelismo político, onde eleitores ou cidadãos aceitam benefícios ou recursos em troca de apoio político, é importante reconhecer que a corrupção pode envolver múltiplas partes. Nesse contexto, tanto o fornecedor dos benefícios (geralmente um político ou candidato) quanto o receptor (eleitor ou cidadão) devem ser considerados envolvidos em práticas corruptas. Isso ocorre porque ambos estão participando de uma troca que desvirtua o processo político e alocam recursos públicos ou privados de maneira injusta.
O eleitor que aceita benefícios em troca de seu apoio político também é visto como parte da corrupção, uma vez que está comprometendo sua capacidade de tomar decisões políticas independentes e objetivas. No entanto, é importante considerar o contexto em que o eleitor toma tal decisão. Em muitos casos, os eleitores podem ser vulneráveis ou desfavorecidos devido a condições socioeconômicas precárias, falta de acesso a serviços básicos ou outras dificuldades que podem torná-los mais suscetíveis ao clientelismo, mas nem por isso deixa de ser corrupto.
Em última análise, a luta contra a corrupção política envolve a responsabilização de todos os envolvidos, tanto os políticos ou candidatos que oferecem benefícios quanto os eleitores que os aceitam. Além disso, é importante trabalhar na conscientização, na educação cívica e na melhoria das condições socioeconômicas para reduzir a vulnerabilidade dos eleitores a práticas corruptas e promover um processo político mais justo e transparente.
Se você, como indivíduo social, aceita um benefício em troca de fazer um favor a um amigo ou parente, isso pode ser considerado uma forma de favorecimento pessoal ou nepotismo, muitos acreditam que nem sempre é considerado corrupção. Porque nesse entendimento a corrupção, em geral, envolve o uso indevido do poder, influência ou recursos para obter vantagens pessoais em detrimento do interesse público ou da justiça.
Corrupção em sua forma é:
A prática de uma série de ações antiéticas, incluindo nepotismo, suborno, desvio de fundos, tráfico de influência e outros comportamentos que visam obter vantagens pessoais indevidas em detrimento do interesse público ou dos princípios éticos. Portanto, o nepotismo e o favoritismo são considerados formas de corrupção, embora possam variar em gravidade e consequências dependendo do contexto e das leis.
No entanto, a linha entre nepotismo, favorecimento pessoal e corrupção pode ser tênue e depende do contexto específico, das leis e das políticas da organização envolvida. O nepotismo é geralmente mais aceitável em situações pessoais e em contextos não governamentais, como em empresas familiares, desde que não viole políticas internas da organização, o que não deixa de ser uma forma de corrupção. Em organizações governamentais ou em situações que envolvam recursos públicos, o nepotismo é considerado antiético e, ilegal.
Envolve uma série de práticas fraudulentas e antiéticas, incluindo suborno, extorsão, desvio de fundos e outras atividades ilegais em busca de ganho pessoal.
É importante avaliar cada situação individualmente e considerar se o favorecimento pessoal está prejudicando a justiça, a imparcialidade ou o interesse público. A transparência e a ética desempenham um papel importante em determinar se uma ação é apropriada ou se cruza a linha para a corrupção. Em muitos casos, as organizações estabelecem políticas para lidar com o nepotismo e evitar conflitos de interesse.
Finalizando, sem que se termine, em nosso entendimento, pouco importa o nome que se dê a um ato, seja ele apenas antiético, ou ilegal em sua plenitude é corrupção. Tenho consciência que terei muitos críticos, é possível que também encontre quem tenha o mesmo entendimento que o meu. Esse assunto, por mais que se coloque em discussão, jamais encontra um final, o tempo dirá com certeza. Diante do que foi exposto, quer-nos parecer permissa vênia, dos que não concordam com meu entendimento, é que, para que se possa viver em sociedade, temos que ser obrigatoriamente corruptos e corruptores.
[1] Jorge Candido S C Viana. É cientista jurídico e escritor, com inúmeras obras de direito publicadas, acobou de revisar e atualizar "EUGENESIA - O Aborto do Bom Senso", "Juiz das Garantias" e o Volume I (8) de "O Processo Penal no Campo das nulidades", para adquirir essas obras digitalizadas em PDF é so entrar em contato