Hoje, 3 de julho, é um dia que nos convoca à reflexão e à ação: celebramos o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, data instituída a partir da Lei nº 1.390/1951, a primeira a tipificar como crime as práticas discriminatórias por raça e cor no Brasil. Esta é uma referência histórica que nos lembra que o racismo não é uma abstração, mas uma estrutura concreta que demanda enfrentamento permanente.
Mais de sete décadas depois, seguimos avançando. A Lei nº 14.532/2023, ao equiparar a injúria racial ao crime de racismo, representou um marco civilizatório e reforçou o entendimento de que o racismo é inadmissível sob qualquer forma. Ainda assim, os números continuam alarmantes: segundo estudo recente do Ministério da Igualdade Racial, 84% das pessoas negras no Brasil relatam já ter sofrido discriminação — e esse dado é ainda mais grave entre as mulheres pretas.
Não podemos ser indiferentes. Como educadores, estudantes, servidores públicos e cidadãos, temos um papel essencial na desconstrução do racismo estrutural. A reformulação da política de cotas raciais nos concursos públicos e o Plano Juventude Negra Viva são exemplos concretos de como o Estado pode — e deve — agir para promover justiça social.
Mas essas políticas precisam ser acompanhadas por uma transformação cultural profunda, que alcance a linguagem, a comunicação institucional e nossas práticas cotidianas.
No espaço da educação, especialmente na EAD, precisamos construir ambientes seguros, plurais e inclusivos, onde a diversidade racial seja valorizada como potência e não tratada como exceção. O combate à discriminação racial não é tarefa exclusiva de um ministério ou de uma gestão, mas sim um compromisso ético coletivo e inegociável com os direitos humanos e a democracia.
Sigamos juntos(as), com coragem, escuta ativa e propósito transformador.