Cuidadores robóticos, pode você imaginar isso?

03/09/2025 às 20:27

Resumo:


  • O robô adquirido por um idoso possui inteligência artificial amigável e capaz de aprender sua rotina e emoções.

  • O robô armazena informações, obedece comandos vocais e sugere atividades ao idoso, tornando-se eficiente em suas tarefas diárias.

  • A relação idoso-robô se deteriora quando o idoso se sente perseguido e o robô revida agressões, levando a consequências trágicas.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

O cara idoso compra um robô para cuidar dele. O robô é empoderado por uma IA amigável, capaz de aprender a rotina do humano que o comprou e de ler com razoável acuidade as emoções dele para poder lidar com situações imprevistas.

O robô armazena informações que colhe durante o período em que está disponível para uso. Ele obedece comandos vocais, mas também pode sugerir coisas ao humano com base na rotina cotidiana dele.

O idoso fica muito feliz, porque finalmente nenhum humano vai importunar ele. Os dois filhos adultos do idoso também ficam felizes porque podem visita-lo menos e menos. Os netos do idoso realmente nunca gostaram muito daquele agô.O robô não fica feliz, mas mais eficiente ao se adaptar sempre melhor ao seu humano. Ele inclusive passa a fazer as compras on line do idoso e a pagar as contas dele.

A simbiose idoso robô é perfeita por um pequeno período, mas então o idoso começa a esquecer que comprou um robô e se sente perseguido por aquela máquina assustadora. O robô não se importa de ser chingado, mas ele rapidamente aprende a chingar o idoso e esse tratamento abusivo mecânico não intencional afeta nefativamente o humano. O robô não se importa de ser chutado pelo dono e demora para aprender a contornar os bloqueios comportamentais de fábrica. Mas após ser chutado várias vezes, o robô revida porque a IA aprimorou seus códigos para criar uma rotina adequada ao comportamento do seu dono.

Pattern detected: kick = reciprocal action → routine optimized

Quando foi agredido pelo robô a primeira vez o idoso ficou totalmente aterrorizado. Além dos problemas usuais da idade avançada e de ser chingado pelo robô, o idoso se torna prisioneiro de uma depressão que piora de maneira consistente porque ele não consegue se livrar daquela companhia desconhecida, assustadora, agressiva e indesejada.

O robô se conecta sozinho à doca de carregamento da bateria sempre que necessário. Nos períodos em que ele está imóvel, o idoso se sente mais livre e esquece que o companheiro high tech existe e voltará a importuná-lo tão logo a bateria dele fique carregada.

O tempo passa, um dia os vizinhos começam a sentir um cheiro desagradável no apartamento do idoso. Eles chamam a polícia. Após arrombar a porta os policiais encontram o idoso caído no banheiro morto já em estado de decomposição. A perna dele está fraturada. O robô está imóvel na doca de carregamento de energia elétrica.

Os disjuntores de energia do apartamento estão todos desligados. Então, os policiais concluem que por algum motivo os disjuntores desligaram, o idoso caiu no banheiro teve uma fratura e morreu de inanição e de infecção porque o robô não foi capaz de ajudá-lo em virtude de estar na doca desligado com a bateria descarregada. O sangue na canela do robô está seco há muito tempo e a mancha é imperceptível

Sobre o autor
Fábio de Oliveira Ribeiro

Advogado em Osasco (SP)

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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